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Análise dos Dados

Antes de se proceder à aplicação prática da metodologia exposta no capítulo anterior, importa efectuar uma breve análise dos dados que servirão de base à respectiva aplicação. A informação foi disponibilizada pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP). Em primeiro lugar, importa apresentar a evolução dos prémios e da provisão matemática do mercado relativamente ao produto em análise, cf. Gráficos 1 e 2.

Gráfico 1: Evolução dos prémios e da provisão matemática entre 1995 e 2007.

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 M il h a re s

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Gráfico 2: Prémios em percentagem do capital seguro entre 1995 e 2007.

É possível detectar uma tendência crescente a nível da provisão matemática, embora com uma queda visível em 2002 e no último ano analisado. Tal como esperado, estas descidas são acompanhadas por evolução semelhante no que se refere aos prémios. O abrandamento do crescimento económico em Portugal e na União Europeia ocorrido neste ano, motivado pelo fraco crescimento da procura externa, contracção do investimento ao nível da formação bruta de capital fixo e forte moderação do consumo privado, associada a medidas de política interna implementadas com vista à progressiva correcção de alguns desequilíbrios gerados no final da década de 90, estão associados a esta evolução negativa (ver Relatório do Sector Segurador e Fundos de Pensões (2002) do ISP). Mais recentemente, a iminência da crise mundial emergida em 2008 no seio dos mercados financeiros encontra-se já reflectida na redução que se começou a detectar em 2007.

Analisando a tendência de evolução dos prémios novos entre 2001 e 2007, conclui-se que estes são os responsáveis pelo crescimento verificado a nível dos prémios totais, que verificaram uma contracção no último ano. Isto acontece porque a produção nova tem vindo a assumir um peso crescente na produção total (representando cerca de 84% em 2007), não porque o número de apólices tenha aumentado (o que se pode comprovar pela observação dos gráficos 3 e 4 representados abaixo) mas porque o valor destes, em

0,00% 0,01% 0,01% 0,02% 0,02% 0,03% 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Prémios totais Prémios novos Prémios (exc. novos)

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65 relação ao capital seguro total, cresceu nitidamente. Uma possível explicação para este facto assenta na prevalência de uma política comercial caracterizada pela venda de contratos a prémio único, permitindo melhorar o matching entre as maturidades dos activos e as das responsabilidades, perante o contínuo decréscimo, entre 1999 e 2005, das taxas de juro anuais das emissões obrigacionistas (ver Relatório do Sector

Segurador e Fundos de Pensões (2006) do ISP e Gráficos 3 e 4).

Gráfico 3: Evolução dos prémios, desagregando os prémios novos entre 2001 e 2007.

Gráfico 4: Prémios em percentagem do capital seguro com desagregação dos prémios novos entre 2001 e 2007.

Nos Gráficos 5 e 6 que se seguem, encontram-se representadas as evoluções do número de apólices e do capital seguro, ao longo do período estabelecido entre 1984 e 2007. A redução do número de apólices observada a partir de 2000 poderá estar associada a uma tendência de substituição deste produto por produtos de maior componente financeira,

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 M il h a re s

Prémios (exc. novos) Prémios novos

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Prémios (exc. novos) Prémios novos

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66 salientando-se os PPR/E, para além das causas de ordem macroeconómica que terão certamente prevalecido nos anos imediatamente a seguir.

Gráfico 5: Evolução do número de apólices entre 1984 e 2007.

Gráfico 6: Evolução das taxas de crescimento do capital seguro entre 1984 e 2007.

Seguidamente, apresenta-se o gráfico com a evolução das taxas de resgate em função do número de contratos e do valor do capital seguro. Tal como se pode ver, a evolução das taxas não foi regular ao longo dos anos representados, tendo atingido os valores mais elevados em 1996 e em 2007. De facto, se a análise se basear exclusivamente na proporção do capital seguro resgatado, conclui-se que este último ano foi marcado pelo valor mais elevado do período analisado.

0 100 200 300 400 500 600 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 M il h a re s -0,05% 0,00% 0,05% 0,10% 0,15% 0,20% 0,25% 0,30% 0,35% 0,40% 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 M il h a re s

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Gráfico 7: Evolução das taxas de resgate em função do capital seguro e do número de contratos, entre 1984 e 2007.

Relativamente às taxas de redução dos capitais seguros (Gráfico 8), verificou-se uma tendência mais ou menos crescente entre 1984 e 2001. Em 2002, por sua vez, denotou- -se uma redução expressiva nas referidas taxas, tendo-se mantido em valores reduzidos em 2003, o que em princípio poderá dever-se às próprias variações registadas a nível do emprego total. Esta tendência foi contrariada nos dois anos seguintes, tendo atingido o valor mais elevado do período em 2004, 3,2%; voltando a descer em 2006 para apenas 0,7% e, finalmente, fixou-se em 1,8% no último ano.

Gráfico 8: Evolução das taxas de redução em função do capital seguro, entre 1984 e 2007.

Por sua vez, a percentagem de contratos anulados tem vindo a decrescer ao longo dos anos, registando uma taxa de apenas 0,3% em 2007. No entanto, o valor dos capitais seguros anulados tem verificado uma evolução mais volátil, observando-se um valor bastante elevado em 1989, em que ultrapassou 5% das importâncias seguras totais e um

0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00% 8,00% 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 % Contratos % Capital Seguro

0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 3,50% 4,00% 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006

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68 novo pico nos anos de 2002 e 2003 (excedendo 2%). Em 2007 o valor relativo do capital anulado é quase coincidente com a taxa de contratos anulados. Esta informação está no Gráfico 9.

Gráfico 9: Evolução das taxas de anulação em função do capital seguro e do número de contratos, entre 1984 e 2007.

Note-se que as anulações normalmente estão associadas a erros de emissão de apólices, à falta de pagamento do prémio, ou à desistência do contrato por parte do tomador de seguros dentro de um curto período de tempo.

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 % Contratos % Capital Seguro

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