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Análise dos Demais Parâmetros de Qualidade de LLS

para Avaliação

7.4 Métodos Alternativos para Avaliação de Desempenho de LLS

7.4.2 Análise dos Demais Parâmetros de Qualidade de LLS

Outras análises foram realizadas com objetivo de melhor quantificar o desempenho do LLS na região de interesse. Tais análises consideram o número médio de sensores participantes da solução da descarga, o percentual de registros que possuem a participação de pelo menos uma estação do tipo IMPACT em suas soluções, o valor médio do grau de liberdade das soluções e o valor médio do chi-quadrado6. Estas análises apresentam caráter complementar, que visam elucidar (diagnosticar) o desempenho do sistema em particular. A mesma base de dados de strokes (ano 2003) e o mesmo gradeado 10 x 10 km2 foram considerados nessa análise.

A figura 7.6 mostra o mapa do número médio de sensores participantes nas soluções dos strokes. Este resultado permite a realização de análises comparativas ao se avaliar a relevância do número de sensores na qualidade dos dados gerados pelo LLS.

Fig. 7.6 – Número médio de sensores participantes na solução dos Strokes nos Estados MG, RJ e ES.

Como esperado, ao comparar os mapas das figuras 7.5 e 7.6, é verificado que a região de maior número de sensores coincide com a região de melhor precisão de localização de descargas atmosféricas. Por exemplo, a região mais escura na figura 7.6 (7-8 sensores) apresenta o melhor nível encontrado para a precisão (600 m). A região delimitada pela linha pontilhada (figura 7.5b) apresenta um número médio de sensores compreendido entre 5 e 6.

Quanto maior o número de informações de tempo e ângulo utilizadas no cômputo da informação da descarga, maior é a qualidade do dado gerado. O registro de stroke contém o campo “grau de liberdade” que representa justamente o número de informações adicionais (além das necessárias para calcular as coordenadas, latitude e longitude, do stroke e o instante estimado de sua ocorrência). A figura 7.7 mostra o valor médio do grau de liberdade.

Fig. 7.7 – Número médio do grau de liberdade dos registros de Strokes nos Estados MG, RJ e ES.

Um outro parâmetro que possibilita a quantificação da qualidade dos registros de

strokes gerados pelo LLS é o chamado “Chi-quadrado” normalizado. Que corresponde à

“função erro” normalizada pelos erros esperados de tempo e ângulo e pelo grau de liberdade (item 4.2.5). A figura 7.8 apresenta o valor médio do chi-quadrado normalizado para os Estados MG, RJ e ES. Quanto maior o valor do chi-quadrado, maiores são os desvios encontrados nas medições de tempo e ângulo. Segundo fabricante do LLS, valores compreendidos entre 0 e 3 são considerados bons e entre 3 e 10 são considerados valores aceitáveis. Quanto menor o valor, maior a qualidade do registro. Ao utilizar estimativas adequadas de erro de tempo e ângulo, o valor chi-quadrado deve ser próximo de 1. Na NLDN, atualmente, é definido um valor máximo aceitável de 3,5. Valor elevado de chi- quadrado pode indicar a inexistência de correção adequada de erros locais, níveis não usuais de ruído etc. [Vaisala, 2003].

Fig. 7.8 – Valor médio do “chi-quadrado” dos registros de Strokes nos Estados MG, RJ e ES.

As regiões norte, extremo leste e extremo sul do Estado MG, bem como, o Estado ES apresentam os maiores valores de chi-quadrado (em torno de 2,5 e 3). Porém se enquadram no nível aceitável de qualidade. Pode-se disser que o valor chi-quadrado mede o grau de concordância entre os relatos de tempo e ângulo dos sensores e a solução ótima gerada no processamento da informação do stroke.

É sabido que o desempenho das estações IMPACT é melhor que o das estações LPATS, uma vez que ela combina as duas tecnologias de localização de descargas atmosféricas (ToA e MDF). A fim de se avaliar a possível relação entre a precisão de

localização e a taxa de participação de estações IMPACT, é mostrado na figura 7.9 um mapa indicando o percentual de participação de IMPACT’s nas soluções dos strokes que compõem o conjunto de dados analisados. Este mapa foi apresentado anteriormente no capítulo 5, na análise de contaminação dos registros nuvem-solo por eventos de nuvens.

Fig. 7.9 – Percentual de registros de strokes cujas soluções têm a participação de pelo menos um sensor IMPACT.

A região de maior percentual de participação de sensores IMPACT no Estado de Minas Gerais (cor roxa) apresenta o melhor nível de precisão encontrado, 600 m. Entretanto a região sul do Rio de Janeiro, onde o percentual de participação é elevado (quase 100%), apresenta níveis de precisão que variam desde 600 m a 3 km, reforçando o caráter complementar deste tipo de análise. Neste caso, o que melhor explica tal comportamento é a influência da disposição física dos sensores, visto que a precisão é reduzida em direção às bordas da região de cobertura do sistema.

Alguns resultados interessantes referentes ao desempenho da rede foram obtidos nesta análise. A capacidade da estação TM (Três Marias) em detectar sinais eletromagnéticos originados na direção sul e, mais notoriamente, na direção nordeste é menor que a detecção de sinais provenientes das demais direções. Uma análise complementar foi realizada considerando-se um outro período de dados (2002) e, no entanto, o mapa obtido foi praticamente o mesmo deste obtido para o ano 2003. Tal comportamento pode estar associado a algum eventual erro local ou mesmo às características do relevo ao longo do caminho de propagação dos campos gerados.

A concessionária de energia local para fins operacionais dividiu a área do Estado de Minas Gerais em sete regionais de transmissão (TR’s) de energia elétrica (figura 7.10). As análises foram realizadas para cada uma das regionais e os resultados relativos a cada uma destas áreas são apresentados separadamente.

Fig 7.10 – Regiões de análises: sete regionais de transmissão de energia elétrica (TR’s).

A tabela 7.3 sumariza os valores medianos encontrados para os semi-eixos maiores, valores médios do número de sensores participantes da solução dos strokes e o percentual médio de registros que tiveram a participação de pelo menos uma estação do tipo IMPACT. Os valores entre parênteses correspondem à faixa encontrada para região em estudo.

Tab. 7.3 – Resumo dos resultados para cada regional de transmissão. TR Valor mediano do semi-eixo maior (km) Faixa do número médio de sensores Percentual médio de participação de estações IMPACT TR / OS 0,61 (0,4 – 1,2) 5 – 8 61% (23 – 92%) TR / SL 0,61 (0,4 – 1,2) 4 – 7 72% (35 – 97%) TR / MT 0,70 (0,6 – 0,9) 5 – 7 53% (14 – 80%) TR / TG 0,77 (0,5 – 1,75) 5 – 7 77% (46 – 97%) TR / SD 0,81 (0.5 – 1.6) 5 – 7 55% (31 – 90%) TR / NO 1,9 (0,5 – 6,0) 4 – 7 55% (0 – 91%) TR / LS 2,3 (0,6 – 8,4) 4 – 6 59% (0 – 93%)

A distribuição do semi-eixo maior do conjunto de strokes ocorridos na região TR / MT (Transmissão Metropolitana) é apresentada na figura 7.11. Verifica-se que o número de registros cujo erro supera 1 km é pequeno, representando apenas 9% do conjunto de dados na região.

Distribuição do semi-eixo maior da elipse de erro (TR / MT) 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2 > 2 Semi-eixo maior (km) N ú m e ro de r e gi st ro s 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Pe rc e n tu a l ac u m u lad o

Fig. 7.11 – Distribuição do semi-eixo maior do conjunto de dados de strokes na região TR/MT.

O objetivo destas análises apresentadas neste item e em 7.4.1.3 é retratar (diagnosticar) uma base de dados específica referente a um período de interesse.

Mesmo que seja definida outra configuração de reprocessamento na central do LLS, ou novos ajustes nos valores de desvios de tempo e ângulo referentes a cada sensor da rede, a metodologia aplicada (análise estatística dos dados gerados pelo LLS) continua sendo válida para a avaliação da precisão de localização. Neste caso, uma nova base de dados seria constituída a partir do reprocessamento dos mesmos e, possivelmente, novos valores medianos do semi-eixo maior poderiam ser obtidos.

A principal contribuição deste trabalho é que as análises que utilizam a base de dados do LLS na região em estudo podem ser realizadas mais cuidadosamente, considerando os novos valores esperados para a faixa de erro de localização.

A aplicação dessa metodologia propicia um melhor entendimento do desempenho do LLS na área de estudo e permite, por exemplo, a identificação de desempenhos diferenciados de estações do tipo IMPACT em determinadas faixas de direção.

A aplicação do método proposto pode ser estendida para outras regiões, incluindo toda a área de cobertura da RINDAT. O método permite executar análises tanto em nível macro quanto em micro, consoante o gradeado escolhido (10 x 10 km2).

de uma Nova