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Nesta subseção, apresentam-se os resultados obtidos com o procedimento de determinação do impacto do Programa Ciência sem Fronteiras sobre os tratados a partir do Pareamento por Escore de Propensão de Rosenbaum; Rubin (1983). Seguem abaixo a sequência de estágios até a determinação e balanceamento dos escores de propensão.

4.1.1 Determinação da covariáveis do modelo

A aplicação do Pareamento por Escore de Propensão com os estudantes dos centros escolhidos na UFPE necessitava da determinação de características comuns e observáveis a todos os analisados para determinação da probabilidade de estar empregado dada a participação no Programa Ciência sem Fronteiras, com isso, foram determinadas as seguintes características e/ou covariáveis do modelo e aplicadas no Questionário 1 das entrevistas:

 Sexo (Masculino ou Feminino);

 Raça (Branco ou Negro);

 Renda Familiar, que foi estratificada em 6 níveis (menor que R$ 300,00; entre R$ 300,00 e R$ 600,00; entre R$ 600,00 e R$ 1.200,00; entre R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00; entre R$ 2.400,00 e 4.800,00 e acima de R$ 4.800,00.

71 As covariáveis Sexo e Raça foram Dummies, onde para a primeira, 1 representou sexo Masculino e 0 representou o sexo Feminino, e para a segunda, 1 representou Branco e 0 representou Negro.

A covariável Renda Familiar foi estratificada e para o modelo aplicado ao software, o intervalo foi transformado em um único valor numérico, segue abaixo a interpretação:

 Renda Familiar: < R$ 300,00 = R$ 300,00  Renda Familiar: R$ 300,00 < x < R$ 600,00 = R$ 600,00  Renda Familiar: R$ 600,00 < x < R$ 1.200,00 = R$ 1.200,00  Renda Familiar: R$ R$ 1.200,00 < x < R$ 2.400,00 = R$ 2.400,00  Renda Familiar: R$ R$ 2.400,00 < x < R$ 4.800,00 = R$ 4.800,00  Renda Familiar > R$ 4.800,00 = R$ 5.000,00

Além disso, foi definida a variável de interesse Y0,1, ou seja, a variável na qual se quer

obter o resultado, sendo caracterizada pela situação empregatícia do entrevistado no momento da entrevista, sendo denominada Empregabilidade, tendo como possíveis valores 0 e 1, onde no primeiro caso, o individuo não está empregado e no segundo caso o ente está empregado. A variável que determina se os indivíduos estão ou não no grupo de tratamento também foi definida, sendo esta, uma Dummy, tendo como possíveis valores 0 e 1, onde 0 significa que o individuo não participou do Programa e 1 significa que o ente sofreu o tratamento.

A partir da definição de todas as covariáveis necessárias ao modelo, utilizou-se o software STATA 12 para a determinação dos resultados pretendidos. Segue abaixo, tabela contendo as principais estatísticas descritivas das covariáveis, sendo estes os primeiros resultados obtidos com o modelo.

Tabela 4.1 – Caracterização das covariáveis

Variável Observações Média Desvio Padrão

Dummy 57 0,19 0,39

Empregabilidade 57 0,17 0,38

Sexo 57 0,78 0,41

Raça 57 0,87 0,33

Renda 57 4371,93 1266,75

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A partir da alimentação do modelo com os dados obtidos no Questionário 1, foi possível dar início ao procedimento de determinação das funções de cada covariável dentro do software.

Os resultados iniciais mostram que a participação média no Programa Ciência sem Fronteiras para todos os participantes da pesquisa é de 19,3%, ou seja, a cada 10 entrevistados, aproximadamente, 2 participaram do Programa Ciência sem Fronteiras.

A empregabilidade média também pode ser vista com os resultados acima, 17,5% dos entrevistados estavam empregados no momento da pesquisa. Também, nesse caso, a cada 10 entrevistados, aproximadamente, 2 estavam empregados.

Os resultados médios das variáveis independentes também podem ser visualizados, como segue: 78,9% dos entrevistados eram do sexo Masculino, enquanto 21,1% dos entrevistados eram do sexo Feminino. Um percentual de 87,8% dos indivíduos era da cor Branca, enquanto 12,3% eram Negros. Além disso, a renda média para os entrevistados foi de R$ 4.371,93 reais. Nesse sentido, foi possível ver uma maior concentração, no perfil homem, branco com renda entre R$ 2.400,00 e R$ 4.800,00.

Com a discriminação dos resultados para a população 1 como um todo, foi necessário determinar os resultados separando o grupo de tratamento e controle, como pode ser visualizado na Tabela 4.2:

73 Tabela 4.2 – Distribuição dos resultados iniciais separados entre controle e tratamento

Dummy = 0 Controle

Variáveis Observações Média Desvio Padrão

Empregabilidade 46 0,13 0,34

Sexo 46 0,80 0,40

Raça 46 0,85 0,36

Renda 46 4239,13 1333,08

Dummy = 1 Tratamento

Variáveis Observações Média Desvio Padrão

Empregabilidade 11 0,36 0,50

Sexo 11 0,72 0,47

Raça 11 1 0

Renda 11 4927,27 100,90

Fonte: Software STATA 12

A partir da análise pareada entre os grupos de controle e tratamento, foram obtidos os seguintes resultados:

Representado pela variável Dummy 0, o grupo de controle apresentou 13% dos entrevistados empregados, esse resultado, se comparado com o grupo de tratamento, no qual, o resultado foi de 36,3%, mostra uma diferença prévia nítida no que tange a empregabilidade dos participantes do Programa Ciência sem Fronteiras, em comparação com os não participantes, porém esse resultado pode está associado a possíveis vieses.

Com relação ao sexo dos indivíduos, quando comparados os grupos de tratamento e controle, foi possível perceber que o quantitativo percentual de homens caiu de 80,5% no grupo de controle para 72,7% no grupo de tratamento, o que representa uma queda percentual de 9,6% no número de homens e um aumento 39,4% no número de mulheres quando foi analisada a participação no Programa Ciência sem Fronteiras, demonstrando que o quantitativo de homens ainda é maior em ambos os curso analisados, porém o número percentual de mulheres cresce à medida que é necessário o preenchimento de pré-requisitos mais rigorosos como no caso do Programa.

74 Partindo para análise da etnia dos participantes, o número de brancos em ambos os cursos ainda demonstrou ser muito maior do que o número de negros, chegando à média de 84,8% para o grupo de controle e apenas 15,2% caracterizou-se como negro nesse grupo. Quando foi levado em consideração, o grupo de tratamento notou-se a ausência de entrevistados que se consideravam negros.

Quando analisada a renda familiar dos indivíduos comparando os grupos de tratamento e controle, percebeu-se que a renda familiar do grupo de controle foi em média de R$ 4.239,13, enquanto a renda familiar dos tratados foi de R$ 4.927,27, esse resultados demonstram que houve um aumento percentual de 16,2% na renda familiar dos indivíduos participantes do Programa Ciência sem Fronteiras quando comparados com o grupo de controle.

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