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Ao realizar esta pesquisa o interesse foi de verificar qual tipo de pavimento tem um custo maior com materiais para ser implantado, pavimento com revestimento em concreto betuminoso usinado a quente ou pavimento com revestimento em tratamento superficial duplo.

Analisou-se que os dois tipos de pavimentos podem utilizar os mesmos materiais na execução de sub-base e também na camada de base, sendo utilizado somente no revestimento materiais diferentes, onde se identifica nesta camada o pavimento com asfalto frio e o pavimento com asfalto quente.

Desta forma, com as espessuras das camadas determinadas e realizados os cálculos das quantidades de materiais em cada camada, verificou-se que a espessura da sub-base do pavimento com TSD tem uma diferença de 4,0 centímetros a mais do que a mesma camada do pavimento com CBUQ. Este acréscimo de espessura também gera um aumento de consumo de material, onde analisou-se que para o pavimento com revestimento em TSD é necessário 565,19 toneladas de material a mais que o pavimento com revestimento em CBUQ, tornando assim a camada mais cara, conforme mostra a Figura 18.

_____________________________________________________________________________________________ A camada de base dos dois tipos de pavimento, também obteve conforme dimensionamento uma diferença de espessura. No pavimento com TSD, verificou-se um gasto de 333,74 toneladas de base de brita graduada a mais do que o pavimento com CBUQ. Quanto a pintura de ligação (imprimação) não obteve-se diferença, pois a mesma não leva a espessura da camada como referência no cálculo de consumo de material. Com isto, assim como na camada de sub-base, o pavimento com TSD também possui um maior custo de material na camada de base, como identifica a Figura 19.

Figura 19: Custo da camada de base.

Fonte: Autoria própria (2017).

Já na camada de revestimento, o pavimento com CBUQ obtém uma grande diferença de custo com relação ao pavimento com TSD (Figura 20). Por mais que o TSD utilize para sua realização brita 3/4 e 3/8 polegadas, emulsão asfáltica do tipo RR-2C para os dois banhos de pintura, todos misturados diretamente na pista, o CBUQ utiliza nesta camada uma mistura usinada de materiais, onde esta mistura possui um custo elevado para sua execução. Outro fator é que o revestimento em TSD possui espessura de 2,5 cm, sendo esta apenas para a disposição dos materiais na pista, já o CBUQ a espessura é dimensionada e deve ser realizada em pista conforme este dimensionamento, no caso desta pesquisa, uma espessura de 5,0 cm.

Figura 20: Custo da camada de revestimento.

Fonte: Autoria própria (2017).

Em uma análise geral e levando em consideração os custos de todas as camadas, observou-se que o pavimento com revestimento em CBUQ possui um gasto com materiais maior que o pavimento com revestimento em TSD para ser executado, sendo esta diferença um valor de R$ 83.808,20, conforme Figura 21.

_____________________________________________________________________________________________ A camada de revestimento com CBUQ foi que gerou a grande diferença quando comparado com o revestimento em TSD, elevando assim o custo do pavimento (Figura 22).

Figura 22: Custo detalhado do pavimento.

Fonte: Autoria própria (2017).

Concluídas as comparações dos dois tipos de pavimentos e de toda sua estrutura, percebeu-se que as camadas de sub-base e base praticamente se equivalem, tendo uma diferença de materiais e custos considerada pequena na área de pavimentação e sendo o pavimento com TSD o de maior custo de materiais nessas camadas, porém o custo do revestimento em CBUQ tornou seu pavimento o de maior custo final.

5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa buscou analisar o custo de materiais utilizados para a execução de 1.000 metros de pavimento com revestimento em tratamento superficial duplo e pavimento com revestimento em concreto betuminoso usinado á quente. Foram analisadas as camadas necessárias para cada pavimento, suas espessuras, materiais utilizados e a quantidade destes para a implantação de cada camada. Essas análises foram realizadas através da utilização de dados do projeto da RS/551 e através dos cálculos necessários para determinação de cada valor, sendo que para as camadas do pavimento com revestimento em CBUQ foi utilizado o método de dimensionamento de pavimentos flexíveis do DNER/DNIT.

Para a camada de sub-base foi utilizado o material primário de britagem, também conhecido como rachão, para ambos os tipos de pavimento. No pavimento com revestimento em TSD a espessura foi retirada do projeto da RS/551 sendo esta estipulada em 21,0 cm, o que levou a consumo de 2.967,26 toneladas de material, gerando um custo de R$ 77.148,76. Já para o pavimento com revestimento em CBUQ a espessura da sub-base foi dimensionada, obtendo-se o valor de 17,0 cm, o consumo de material foi de 2.402,07 toneladas com um custo de R$ 62.453,82. Sendo assim, o custo do revestimento com TSD mais elevado do que o revestimento com CBUQ nesta camada.

A segunda etapa a ser comparada foi à camada de base, onde utilizou-se para esta, uma mistura granular chamada base de brita graduada e também uma emulsão asfáltica chamada CM- 30, utilizada para efetuar a pintura de ligação. No pavimento com TSD utilizou-se uma camada de 17,0 cm, 2.836,79 toneladas de base de brita graduada e 6,07 toneladas de CM-30, gerando um custo para a camada de R$ 87.357,41. O pavimento com CBUQ necessitou de uma camada de 15,0 cm de espessura, 2.503,05 toneladas de base de brita graduada e as mesmas 6,07 toneladas de CM-30, pois para o cálculo da imprimação não é considerado a espessura da camada e sim as dimensões da pista, sendo o custo da base para o pavimento em CBUQ de R$ 78.680,17. Novamente, para esta camada, verificou-se o custo maior para execução do pavimento em TSD.

No revestimento também encontrou-se diferença na espessura da camada, pois os dois tipos de pavimento utilizam diferentes métodos e materiais para ser executado nesta etapa. O

_____________________________________________________________________________________________ processo de execução de TSD é realizado artesanalmente na pista, onde executa-se dois banhos de emulsão asfáltica do tipo RR-2C e duas camadas de brita com dimensões de ¾ e 3/8 polegadas, sendo esta execução realizada alternadamente entre o banho e os agregados. No TSD a espessura do revestimento é de 2,5 cm, altura determinada para o espalhamento do conjunto de materiais utilizados nesta etapa, onde o custo total da implantação da camada é de R$ 41.422,62. Para execução do revestimento em CBUQ é utilizada uma mistura de materiais usinados e também uma espessura de 5,0 cm, conforme dimensionamento. Esta mistura usinada juntamente com a espessura da camada, torna o custo para execução deste revestimento elevado, chegando ao valor de R$ 148.603,00.

Levando em consideração todas as camadas em conjunto, verificou-se que o pavimento com revestimento em CBUQ possui um custo mais elevado quando comparado ao pavimento com revestimento em TSD. Analisou-se também, que as camadas de sub-base e base de ambos os pavimentos, possuem uma diferença de custo considerada baixa no ramo da pavimentação e que a grande divergência de custo dos pavimentos deu-se na camada de revestimento, pois os materiais, espessuras e métodos de execução não são iguais.

O pavimento com revestimento em CBUQ quando comparado ao pavimento com revestimento em TSD, possui um custo mais elevado, levando em consideração as espessuras e os materiais utilizados em cada camada, porém pelo fato do CBUQ possuir uma mistura usinada e uma espessura maior que o TSD, consequentemente terá uma menor probabilidade de falhas no revestimento, possuindo assim maior tempo de vida útil, o que futuramente poderá torná-lo um pavimento mais viável economicamente que o TSD.

Sugestões para trabalhos futuros:

 Analisar os custos de manutenção, execução, equipamentos e mão de obra para pavimentos com TSD e com CBUQ;

 Estudar materiais alternativos para utilização nas camadas do pavimento;

 Verificar se determinado pavimento atende as solicitações de tráfego destinadas a ele com sua capacidade estrutural.

REFERÊNCIAS

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ANEXO A – TABELA DE DENSIDADES DOS MATERIAIS

DENSIDADE DOS MATERIAIS

PRODUTO DENSIDADE

(t/m³) LABORATÓRIO DATA

Areia de brita 1,723 Sigmatec 3/2015

Pó de pedra 1,696 Sigmatec 3/2015

Pedrisco – 1/4” 1,299 Própio 9/2015

Pedrisco – 5/16” 1,518 Sigmatec 5/2015

Pedrisco – 3/8” 1,524 Sigmatec 5/2015

Pedra britada nº 1- 5/8” 1,541 Sigmatec 5/2015

Pedra britada nº 1 – 3/4” 1,562 Sigmatec 5/2015

Pedra britada nº 2 – 1 1/4” 1,371 Próprio 9/2015

Pedra britada nº 3 – 2 1/4” 1,550 Pattrol 12/2015

Bica corrida 1,669 Próprio 9/2015

Bica graduada 1,770 Próprio 9/2015

Pedra bruta (rachão,

marroada, gabião) 1,720 Próprio 9/2015

Areia lavada(média, fina e

grossa) 1,500 Próprio 9/2015

Terra 1,500 Próprio 9/2015

Cascalho 1,720 Próprio 9/2015

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ANEXO B – TABELA DE DENSIDADES DOS MATERIAIS

DENSIDADE DOS MATERIAIS

DISCRIMINAÇÃO UTILIZAÇÃO DENSIDADE

(t/m³)

Concreto asfáltico Camada de rolamento 2,30

Concreto asfáltico Camada de ligação 2,20

Pré-misturado a frio Revestimento 1,90

Brita graduada tratada com cimento Camada de base 2,20

Asfalto diluído CM-30 Imprimação 1,00

Emulsão asfáltica RM-1C Revestimento 1,02

Emulsão asfáltica RR-1C Pintura de cura 1,01

Emulsão asfáltica RR-2C Tratamento superficial 1,02

Cimento portland Placa de concreto 2,30

ANEXO C – TAXA DOS MATERIAIS

TAXA DOS MATERIAIS

DOSAGEM RR-2C AGREGADOS

Kg/m² L/m² Kg/m²

1º Banho sobre o pavimento 0,80 0,90

1ª Camada de agregado Brita 3/4” 7,9 10,0 13,0 18,0 2º Banho sobre Brita 3/4” 1,10 1,20

2ª Camada de agregado Brita 3/8” 3,9 6,0 5,9 9,0 3º Banho diluído 0,90 1,00

3ª Camada de agregado Pó de Pedra 2,0 3,0 3,4 5,1 Fonte: Betunel (2016).

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ANEXO D – CUSTO DOS MATERIAIS

DADOS MATERIAIS

MATERIAL UNIDADE CUSTO (R$)

BRITA 3/4” Tonelada R$ 26,00

BRITA 3/8” Tonelada R$ 26,00

SUB-BASE (RACHÃO) Tonelada R$ 26,00

BASE DE BRITA GRADUADA Tonelada R$ 26,00

ASFALTO DILUÍDO CM-30 Tonelada R$ 2.240,67

EMULSÃO ASFÁLTICA (RR-2C) Tonelada R$ 2.813,43

CONCRETO ASFÁLTICO (CBUQ) Tonelada R$ 184,60

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