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Análise dos resultados da Escala de Investimento Corporal EIC

3. Resultados

3.1. Análise dos resultados da Escala de Investimento Corporal EIC

A Escala de Investimento Corporal (EIC) é composta por quatro subescalas: Sentimentos e atitudes em relação ao corpo; Bem-estar no contacto físico; Cuidado corporal; e Proteção corporal. De seguida serão apresentadas as médias, os desvios-padrão, os mínimos e os máximos das subescalas da EIC.

Primeiramente é importante relembrar que as quatro escalas da EIC são compostas por seis itens cada. Contudo, alguns itens têm que ser cotados em escala invertida. Foram calculadas as médias das subescalas da EIC para uma comparação mais simples dos resultados.

Quadro 2: Médias, desvios-padrão, mínimos e máximos das médias das subescalas da EIC

Médias das Subescalas

N Média Desvio-padrão Mínimo Máximo

Sentimentos em relação ao corpo 277 3,84 0,766 2 5 Bem-estar no contacto físico 277 3,74 0,581 2 5 Cuidado corporal 277 3,95 0,443 3 5 Proteção corporal 277 3,81 0,554 2 5 EIC total 277 3,83 0,369 - -

Através do Quadro 2 é possível concluir que quanto à subescala de sentimentos e atitudes em relação ao corpo os resultados variam entre 2 e 5, sendo a média de 3,84 e o desvio-padrão de 0,766. Os resultados da subescala de bem-estar no contacto físico variam entre 2 e 5, tendo em conta que a média é 3,74 e o desvio-padrão é 0,581. Na subescala de cuidado corporal os resultados observados variam entre 3 e 5, em que a média é 3,95 e o desvio-padrão é 0,443. Relativamente à subescala de proteção corporal verificam-se resultados entre 2 e 5, sendo que a média é 3,81 e o desvio-padrão é 0,554. Em termos globais, a média é 3,83 e o desvio-padrão é 0,369.

Em primeiro lugar repara-se que o desvio-padrão da subescala de sentimentos e atitudes em relação ao corpo demonstra uma maior variabilidade das respostas (DP = 0,766). Comparando as médias das médias das subescalas, ainda que a diferença seja pequena, verifica-se que os participantes apresentam um maior investimento na subescala de cuidado corporal (M = 3,95) e um menor investimento na subescala de bem-estar no contacto físico (M = 3,74). Em termos globais, a média das médias está mais próxima do limite superior do que do limite inferior e, por isso, evidencia um investimento corporal razoável por parte dos participantes.

3.1.2. Análise das diferenças de médias em função das variáveis sociodemográficas relativamente à EIC

Na análise das diferenças de médias relativamente às dimensões da EIC verificou-se que existem diferenças significativas em função do agregado familiar dos adolescentes quanto ao cuidado corporal, em função da existência ou não de irmãos relativamente ao investimento corporal total e à proteção corporal, em função da idade ao nível do cuidado corporal, e em função do género quanto aos sentimentos e atitudes em relação ao corpo, ao cuidado corporal e à proteção corporal.

Para estas análises foram utilizados o Teste T para Amostras Independentes, o teste não paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney e o teste não paramétrico Kruskal- Wallis. Os resultados que não apresentam diferenças significativas não serão apresentados.

Relativamente ao agregado familiar, na análise das diferenças de médias entre os adolescentes que vivem com ambos os pais e os adolescentes que vivem só com o pai ou a mãe ou ambos alternadamente quanto ao cuidado corporal foi utilizado o teste não paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney. Através do Quadro 3 pode sugerir-se que, em

média, os adolescentes que vivem só com o pai ou a mãe ou ambos alternadamente apresentam um maior investimento ao nível do cuidado corporal do que os adolescentes que vivem com ambos os pais, U = 5926,5, p = 0,022.

Quadro 3: Resultados relativos ao Wilcoxon-Mann-Whitney para o agregado familiar quanto ao cuidado corporal

*p < 0,05

Na análise das diferenças das médias em função da existência ou não de irmãos relativamente ao investimento corporal total foi realizado um Teste T para Amostras Independentes. A partir do Quadro 4 pode-se concluir que, em média, os adolescentes que não têm irmãos apresentam maior investimento corporal do que os adolescentes que têm irmãos, t (275) = 2,342, p = 0,020.

Quadro 4: Resultados relativos ao Teste T para a existência ou não de irmãos quanto à EIC total

*p < 0,05

Ainda quanto à existência ou não de irmãos relativamente à proteção corporal foi utilizado o teste não paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney. Os resultados do Quadro 5 sugerem que, em média, os adolescentes que não têm irmãos apresentam um investimento maior quanto à proteção corporal do que os adolescentes que têm irmãos U = 4592 p = 0,001.

Viver com ambos os pais (n = 207)

Ordem média

Viver só com pai ou mãe ou ambos alternadamente (n = 70) Ordem média U Cuidado corporal 132,63 157,84 5926,5*

Não ter irmãos (n = 59) Média (Desvio-padrão)

Ter 1 ou + irmãos (n = 218) Média (Desvio-padrão)

t (275)

Quadro 5: Resultados relativos ao Wilcoxon-Mann-Whitney para a existência ou não de irmãos quanto à proteção corporal

Na análise das diferenças em função da idade, quanto ao bem-estar no contacto físico, foi utilizado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis. Os resultados do Quadro 6 mostram que existem diferenças significativas ao nível da idade em função do cuidado corporal, χ² (4) = 14,94, p = 0,005. Através do teste não paramétrico Wilcoxon-Mann- Whitney5 com Correção de Bonferroni (p < 0,005) evidenciou-se uma única diferença entre os adolescentes com 13 e 14 anos, sendo que os adolescentes com 14 anos parecem ter um maior investimento ao nível do cuidado corporal do que os adolescentes com 14 anos, U = 651, p = 0,001.

Quadro 6: Resultados relativos ao Kruskal-Wallis para a idade quanto ao cuidado corporal

*p < 0,05

Relativamente ao género, na análise das diferenças de médias quanto aos sentimentos e atitudes em relação ao corpo foi utilizado o Teste T para Amostras Independentes. Os resultados do Quadro 7 sugerem que, em média, os rapazes apresentam um maior investimento quanto aos sentimentos e atitudes em relação ao corpo do que as raparigas, t(275) = -4,354, p = 0,000.

Não ter irmãos (n = 59) Ordem média Ter 1 ou + irmãos (n = 218) Ordem média U Proteção corporal 170,17 130,56 4592* 13 anos (n = 48) Ordem Média 14 anos (n = 48) Ordem Média 15 anos (n = 88) Ordem Média 16 anos (n = 49) Ordem Média 17 anos (n = 44) Ordem Média χ² (4) Cuidado corporal 107,43 168,09 133,76 146,36 143,99 14,94*

Quadro 7: Resultados relativos ao Teste T para os géneros quanto aos sentimentos e atitudes em relação ao corpo

*p < 0,05

Na análise das diferenças entre o sexo feminino e masculino relativamente ao cuidado corporal foi utilizado o teste não paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney. O Quadro 8 mostra que, em média, as raparigas apresentam um maior investimento ao nível do cuidado corporal do que os rapazes, U = 7869,5, p = 0,025.

Quadro 8: Resultados relativos ao Wilcoxon-Mann-Whitney para os géneros quanto ao cuidado corporal

*p < 0,05

Ainda quanto aos géneros, no âmbito da proteção corporal, foram estudadas as diferenças de médias através do teste não paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney. O Quadro 9 revela que, em média, as raparigas têm um maior investimento quanto à proteção corporal do que os rapazes, U = 7441 p = 0,004.

Quadro 9: Resultados relativos ao Wilcoxon-Mann-Whitney para os géneros quanto à proteção corporal *p < 0,05 Feminino (n = 161) Média (Desvio-padrão) Masculino (n = 116) Média (Desvio-padrão) t (275) Sentimentos em relação ao corpo 3,67 (0,814) 4,07 (0,629) -4,354* Feminino (n = 161) Ordem média Masculino (n = 116) Ordem média U Cuidado corporal 148,12 126,34 7869,5* Feminino (n = 161) Ordem média Masculino (n = 116) Ordem média U Proteção corporal 150,78 122,65 7447*

3.1.3. Análise da interação do sexo e idade

Com o objetivo de estudar a interação entre os efeitos do género e da idade no investimento corporal total, nos sentimentos e atitudes em relação ao corpo, no bem- estar no contacto físico, no cuidado corporal e na proteção corporal foi realizada uma MANOVA não paramétrica. No entanto não foram encontradas interações significativas entre as variáveis.

3.1.4. Relação entre as subescalas da EIC, a prática de exercício físico e a presença de doença crónica

Com o objetivo de relacionar o investimento corporal, a prática de exercício físico e a presença de doença crónica foi criado um Coeficiente de Correlação Ponto- Bisserial. Perante os resultados, figurados no Quadro 10, verifica-se que apenas a prática de exercício tem uma correlação positiva muito baixa com o bem-estar no contacto físico (r = 0,128, p = 0,034).

Quadro 10: Correlação entre a prática de exercício físico, a presença de doença crónica e as médias das subescalas da EIC

Sentimentos em relação ao corpo Bem-estar no contacto físico Cuidado corporal Proteção corporal EIC total Exercício físico 0,020 0,128* -0,032 -0,078 0,022 Doença crónica -0,011 -0,028 -0,081 -0,031 -0,053 *p ≤ 0,05; ** p ≤ 0,01

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