• Nenhum resultado encontrado

4. PACIENTES, MATERIAIS E MÉTODOS

6.2 Análise dos resultados e comparação com a literatura

Em um estudo de Nasel et al.1999 os autores comparam medidas em TC, RM e medidas em peças dissecadas e verificaram uma forte correlação entre as medidas realizadas em TC e RM (r > 0,911), bem como também não observaram diferença estatisticamente significativa entre as medidas nas duas modalidades de imagens e as medidas na peça dissecada. No presente estudo, verificou-se correlação estatisticamente significativa entre as duas modalidades de imagens, principalmente na região posterior da arcada (r = 0, 8546) semelhante aos dados obtidos por Nasel et al. (1999). As medidas para região anterior da arcada apresentaram correlação positiva entre as medidas de TC e RM, embora mais fraca (r = 0,5472). Tal diferença entre a correlação das medidas de TC e RM na região anterior e na região posterior da arcada pode ter sido causada pelo menor número de medidas obtidas na região anterior quando comparado ao número de medidas da região posterior. Pode, também, ter sido causada pela maior dificuldade do observador em realizar tais medidas na região anterior, que apresentava grande reabsorção e conseqüentemente uma visualização mais problemática. Tal fato sugere a necessidade de pesquisas, com um número maior de pacientes, com a calibração do observador, tanto para região posterior, quanto para a região anterior, e em pacientes com processo alveolar menos reabsorvido. No presente estudo, não foram realizadas medidas transversais do processo alveolar, a atresia dos processos alveolares examinados unido à falta de uma régua ou ferramenta do software que permitisse localizar

uma determinada altura como, por exemplo, a metade da altura óssea medida, tornou a realização de medidas transversais problemática. No entanto, a importância de tais medidas deve ser ressaltada e mais estudos buscando esta avaliação deveriam ser realizados.

Imamura et al. (2004) realizaram um estudo comparativo entre TC e IRM, no qual estas modalidades foram comparadas quanto a sua habilidade para detecção do canal do nervo alveolar inferior e a acurácia dimensional em imagens transversais da região posterior da mandíbula. As distâncias do centro do canal às bordas da mandíbula foram mesuradas nas duas modalidades de exames e submetidas ao teste t de Student para amostras pareadas. Quanto à acurácia no posicionamento do canal em relação aos bordos da mandíbula, não houve diferença estatisticamente significativa (p > 0,05) entre as medidas realizadas. Resultados semelhantes aos encontrados nos testes de pareamentos realizados na região posterior do presente estudo (p > 0,05). Pois embora não se tenha observado a localização do canal mandibular, já que somente uma mandíbula foi escaneada, os resultados podem ser comparados quando se considera que Imamura e colaboradores estavam localizando o canal mandibular pelas medidas lineares que partiam deste até os bordos da mandíbula.

Entre as medidas realizadas por Imamura et al. (2004) houve uma forte correlação entre a TC e IRM (r ± 0,868) indicando que o canal do nervo alveolar inferior é visualizado praticamente na mesma posição na TC e na RM e sugerindo que a IRM oferece acurácia dimensional. No presente estudo a região posterior, que é a região avaliada por Imamura et al.(2004), obteve-se uma forte correlação (r = 0,8546) nas medidas realizadas por RM e por TC.

Os trabalhos de Markiewicz et al. (2000) e de Imamura et al. (2004) chamam a atenção para a influencia do tamanho do pixel, utilizado nas imagens por TC e RM, nos resultados obtidos. No estudo de Markiewicz et al. (2000) os autores citam que o tamanho do pixel não deve exceder a 1mm para evitar a perda de acurácia das medidas. Em contrapartida

uma diminuição excessiva do pixel pode levar a um sinal fraco e baixa qualidade de imagem. Os autores consideram um pixel de 0,6mm como um valor satisfatório. No atual estudo, o tamanho do pixel utilizado foi de aproximadamente 0,3 mm após o realinhamento, para as duas modalidades de exames. Segundo resultados estatísticos obtidos no presente estudo, que não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre as duas modalidades de exames, acredita-se que o tamanho reduzido não chegou a interferir na qualidade da imagem a ponto de influenciar nos resultados.

Embora os resultados obtidos no presente estudo e os resultados apresentados na literatura sejam em alguns pontos similares, é importante ressaltar que a utilização de imagens por ressonância magnética, na implantodontia, é recente. Portanto, existe a necessidade de mais estudos, para que sua utilização seja sedimentada e desta forma a prática freqüente possa criar mais dúvidas, bem como, mais conhecimentos.

7 CONCLUSÃO

A partir dos resultados do presente estudo, foi possível estabelecer a seguinte conclusão:

- As medidas lineares para o planejamento de implantes dentários, realizadas em imagens por meio de ressonância magnética e tomografia computadorizada são semelhantes.

71

REFERÊNCIAS

ABDALA, D. D. Uma metodologia para criação de cérebros médios e mensuração da Atrofia

relativa do córtex. 2005. 207p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Computação)

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

ARITA, E. S.; KISHI, K. Ressonância magnética. In: FREITAS, A. de; ROSA, J.E.; SOUZA, I. F.

Radiologia Odontológica. 5.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2000.p. 659-671.

BERTOLDI, R.F. Estudo e implementação de técnicas de registro de imagens: Uma

abordagem aplicada a Odontologia. 2005. 83p. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências da Computação) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

BESL, P. J.; MCKAY, N. D. A method for registration of 3-D shapes, IEEE Transactions on

Pattern Analysis and Machine Intelligence, vol. 14, n. 2, p. 239-256, Fev. 1992.

BOUSERHAL, C. et al. Imaging technique selection for the preoperative planning of on implants: a review of the literature. Clin. Implant. Dent. Relat. Res., v.4, n.3, p.156-172, 2002.

BUSHONG, S.C. Radiologic Science for Technologists: physics, biology and protection. 5ed. St. Louis: Mosby, 1993. cap. 26-27.

CAVALCANTI, M.G.P.; RUPRECHT A.; VANNIER M.W. 3D volume rendering using multislice CT for dental implants. Dentomaxillofacial Radiology. Stonehan, v.31, p. 218-223. 2002;

DEVGE, C.; TJELLSTROM, A.; NELLSTROM, H. Magnetic resonance imaging in patients with dental implants: a clinical report. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 12, n.3, p.354- 359, May/June 1997.

DULA, K. et al. Hypothetical mortality risk associated with spiral computed tomography of the maxilla and mandible. Eur. J. Oral Sci., Copenhagen, v.104, n.5/6, p.503-510, 1996.

DULA, K. et al. The radiographic assessment of implant patients: decision-making criteria. Int. J.

FLETCHER, R.; FLETCHER, S.; WAGNER, E. Epidemiologia Clinica: elementos essenciais. 3 ed.Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

GARVEY, C. J.; HANLON, R. Compued tomography in clinical practice. Br. Méd. J. London, v. 324, p.1077-1080, May 2002.

GRAY, C.F.; REDPATH, T.W., SMITH, F.W. Pre-surgical dental implant assessment by magnetic resonance imaging. J. Oral Implantol., Abington, v.22, n.2, p.147-153, 1996.

GRAY, C.F.; REDPATH, T.W., SMITH, F.W. Low-field magnetic resonance imaging for implant dentistry. Dentomaxillofacial Radiology. Stonehan, v.27, p.225-229, Mar. 1998.

GRAY, C.F.; REDPATH, T.W., SMITH, F.W. Magnetic resonance imaging: a useful toll for evaluation of bone prior to implant surgery. Br. Dent. J. London, v.184, n.12, p.603-607, June 1998.

GRAY, C.F. et al. Magnetic resonance imaging assessment of a sinus lift operation using reoxidesed cellulose (Surgicel ) as graft material. Clin. Oral Implat. Res., Copenhagen, v.12, n.5, p.526-530, Oct. 2001.

GRAY, C.F. et al.. Advanced imaging: magnetic resonance imaging in implant dentistry. Clin.

Oral Implat. Res., Copenhagen, v.14, p.18-27, 2003.

HASSFELD, S. et al. Magnetic resonance tomography for planning dental implantation. Mund.

Kierfer. Gesichtschir., v.5, n.3, p. 186-192, May 2001.

HIRSCHMANN, P.H. Magnetic resonance imaging: a possible alternative to CT prior to dental implants. Br. Dent. J. London, v.184, n.12, p.600, June 1998.

HOUSTON, W. J. B. The analysis of error in orthodontic measurements. Am. J. Orthod., St Louis, v.83, n.2, p.382-390, May 1983.

HUBÁLKOVÁ, H. et al. Dental materials and magnetic resonance imaging. Eur. J. Prosthodont.

IMAMURA, H. et al. A comparative study of computed tomography and magnetic resonance imaging for the detection of mandibular canals and cross-seccional areas in diagnosis prior to dental implant treatment. Clin. Implant. Dent. Relat. Res., v.6, n.2, p.75-81, 2004.

LAM, E.W.N.; RUPRECHT, A.; YANG, J. Comparasion of two-dimensional orthoradially reformatted computed tomography panoramic radiography for dental implant treatment planning.

J. Prosthet. Dent.; St. Louis, v.74, n.1, p.42-46, Jul. 1995.

MATTESON, S.R. et al. Advanced imaging methods. Crit. Rev. Oral Biol. Med., Boca Raton, v.7, n.4, p.346-395, 1996.

MARKIEWICZ, H. et al. Validation of spiral computed tomography and linear tomography for dental implant planning. In: FUCHIHATA, H. et al. Oral Maxillofacial Radiology Today. New York: Elservier, 2000. p.241-245.

MARKIEWICZ, H. et al. Magnetic resonance imaging in dental implant planning - an application attempt. In: FUCHIHATA, H. et al. Oral Maxillofacial Radiology Today. New York: Elservier, 2000. p.257-261.

MIDTGARD, J.; BJÖRK, G.; LINDER-ARONSON, S. Reproducibility of cephalometric landmarks and errors of measurements of cephalometric cranial distances. Angle Orthod, Appleton, v.4, n.1, p.56-62, Jan. 1974.

NASEL, J.O. et al. Osteometry of mandible performed using dental MR imaging. Am. J.

Neuroradiol. Oak Brook, v.20, n.7, p.1221-1227, Ago. 1999.

RADKE, J.; RITENOUR, E.R. Imagem por ressonância magnética. In: BONTRAGER, K. L.

Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

1996. p.665-676.

SALVOLINI, E. et al. Magnetic resonance applications in dental implantology: techinical notes and preliminary results. Radiol. Med., Torino, v.103, n 5/6, p.526-529, May/June 2002.

THOMPSON, H.; DOWD, H. Principles of imaging science and protection. Philadelphia: Saunders, 1994. p.491-499.

TYNDALL, D. A.; BROOKS, S. L. Selection criteria for dental implant site imaging: a position paper or the American Academy of Oral and Maxillofacial Radiology. Oral Surg. Oral Med.

Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., St. Louis, v.89, n.5, p.630-637, 2000.

ZABALEGUI, J. et al. Magnetic resonance imaging as an adjunctive diagnostic aid in patient selection for endosseous implants: preliminary study. Int. J. Oral Macillofac. Implants., Lombard, v.5, n.3, p.283-287, 1990.

WERKEMA, M.C.C; AGUIAR, S. Análise de regressão : como entender o relacionamento entre as variáveis de um processo. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1996. 311 p.

75

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Documentos relacionados