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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

4.4.1 Quadro dos resumos dos resultados

Para a realização dessa análise de resultado, foram elaborados dois quadros:

a) Quadro 10, com base na teoria institucional nos estudos de Tolbert e Zucker (1999), na qual destacam-se as categorias identificadas, os estágio de institucionalização , os fatores institucionais para cada etapa da institucionalização, os fatores inibidores/motivadores, a base de estudo e o status de aderência de cada etapa de institucionalização na implementação de CSC;

b)Quadro 11, com base na teoria institucional nos estudos de Scott (1987), destacam-se os mecanismos de institucionalização, os processos, os atores e o status de aderência de cada mecanismo de institucionalização na adoção do modelo CSC.

Quadro 10 – Aderência ao processo de institucionalização segundo Tolbert e Zucker

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

O Quadro 10 reúne as características de cada estágio institucional identificadas, fator institucional e fatores motivadores e inibidores identificados no estudo, fatores esses que foram identificados na análise dos resultados para sustentar a base teórica desta pesquisa em relação à teoria institucional.

Quadro 11 – Aderência aos mecanismos de institucionalização segundo Scott (1987)

.

O Quadro 11 reúne os mecanismos que promovem o processo de institucionalização, os processos correspondentes, atores envolvidos e o respectivo status de aderência.

4.4.2 Discussão dos resultados

Conforme o Quadro 10, temos a etapa de institucionalização habitualização (pré-institucionalização), a qual caracteriza-se como um processo de inovação, provocado por forças externas, no estudo, verificou-se que essas forças externas estão relacionadas pela necessidade de atender ao plano de abertura de capital (IPO) e atender às demandas dos clientes para a otimização de recursos a fim de se conseguir competividade. Verificou-se também como fator institucional a força de mercado, não sendo observado no estudo as forças de mudança tecnológica e novas disposições legais. Por fim, como fatores motivadores destacam-se, o mercado financeiro e clientes externo.

Segundo Tolbert e Zucker, no momento em que os novos arranjos estruturais constituem-se em políticas, procedimentos ou regras de uma organização, atinge-se o estágio de habitualização ou pré-institucionalização.

Na etapa de institucionalização objeticação (semi-institucionalização), a qual caracteriza-se pelos arranjos estruturais que possuem um status mais permanente e reconhecido na organização, no estudo, observou-se um elevado grau de consenso no reconhecimento da identificação de problema organizacional e na necessidade da implementação da estrutura com a percepção dos resultados alcançados. Verificou-se como fatores institucionais o monitoramento e a teorização e como fator motivador para esta etapa da institucionalização à análise e práticas de mercado/benchmark.

O processo de objetivação envolve o desenvolvimento de certo grau de consenso social entre os decisores da organização a respeito do valor da estrutura, e a crescente adoção pelas organizações com base nesse consenso (TOLBERT; ZUCKER, 1999, p. 207).

Finalizando à análise de resultados do Quadro 10, na etapa institucionalização sedimentação (total institucionalização), a qual caracteriza-se pela continuidade da estrutura por um período de longo tempo, verificou-se o

surgimento de problemas, inicialmente quanto ao reconhecimento de benefícios que não se concretizaram dentro do esperado pelos profissionais e também o papel de oposição do grupo contra a nova estrutura, assim não sendo atendida as caraterísticas básicas desta etapa de institucionalização de baixa resistência de grupos de oposição, uma relação positiva com os resultados esperados e de defesa e apoio de grupos de interesse na organização.

Nessa etapa de institucionalização, sedimentação, verificou-se que o fator resistência ocorreu com maior frequência entre os respondentes em relação aos demais, e que esse foi o principal fator inibidor do processo de institucionalização, inclusive com a descentralização parcial de processos para as unidades de negocio.

Para termos um melhor entendimento desse fator de resistência e os seus efeitos na organização, vamos analisar este ponto sob a óptica da teoria institucional, na perspectiva dos elementos contidos nos conceitos de Burns e Scapens (2000), que trata das relações entre indivíduos no interior das organizações e tem sido utilizada para identificar como o processo de mudança institucional ocorre nas organizações.

Os estudos de Burns e Scapens apresentam quatro etapas que formam o processo institucional, codificação, que consiste na codificação dos princípios institucionais em regra e rotinas, incorporação que consiste na realização de ações e interações dos envolvidos, promove a incorporação das regras e rotinas, repetição que consiste no comportamento repetitivo de regras e rotinas e institucionalização das regras e rotinas.

Na etapa codificação, verificou-se pelas mudanças apontadas pelos respondentes, a influência dos hábitos e costumes e de definição de novas politicas, normas, regras e rotinas, assim evidenciou-se a constituição de princípios institucionais, compondo esta primeira etapa.

Na etapa incorporação, verificou-se que o processo não foi totalmente incorporado na organização, não houve a aceitação das novas regras e rotinas, sendo determinados processos descentralizados para as unidades de negocio em decorrência do elevado grau de resistência do grupo.

[...] houve essa resistência: criaram-se alguns problemas, inclusive algumas áreas que tínhamos trazido para o CSC retornaram [...] (RESP8).

Conforme o Quadro 11, dos sete mecanismos que geram o processo de institucionalização, segundo Scott (1987), dois desses foram observados no estudo, autorização, em que a empresa se adaptou espontaneamente às demandas externas e à aquisição, que corresponde à escolha deliberada de modelos estruturais pelos seus executivos e administradores, devido a modelos serem conhecidos, plano esse que também evidencia a manifestação do enfoque do isomorfismo mimético, que resulta de respostas-padrão para situações de incerteza, ou seja, imitar as decisões de outras organizações tidas como referência no ambiente em que estão inseridas, consolidando, assim, a legitimação.

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