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Análise e discussão dos resultados

6. Trabalho de campo

6.2. Apresentação dos resultados

6.2.2. Fomento

6.2.2.4. Análise e discussão dos resultados

Na Figura 19 são apresentados os resultados dos IA referentes à avaliação dos fogos dos blocos A, B e C do bairro do Fomento. Como o bairro é constituído por 3 blocos exatamente iguais, este gráfico permite analisar os diferentes fogos por localização, relativamente ao respetivo estado de degradação.

Figura 19 – Gráfico agregador dos resultados obtidos para IA dos fogos dos 3 blocos

As barras azuis correspondem aos fogos do bloco A, a laranja do bloco B e a vermelho do bloco C.

Pela análise da Figura 19, é possível concluir que:

- Existe uma grande assimetria de resultados para a mesma localização mas em blocos diferentes;

- O bloco A é o mais assimétrico, apresentando uma alternância entre zonas com níveis de degradação distintos;

- Tanto a pior avaliação como a melhor estão situadas no bloco B, 4º andar zona 2 e 2º andar zona 2, respetivamente.

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Nas Figuras 20, 21 e 22 é possível observar o esquema em corte da localização dos fogos em cada um dos blocos, e a avaliação obtida por cada fogo, e podem tirar-se algumas conclusões quanto aos resultados observados relativamente à posição que cada fogo ocupa no edifício.

Figura 20 – Esquema da localização dos fogos no bloco A, com o respetivo valor de NC

Analisando o esquema do edifício A (Figura 20), é notório que todos os 5 fogos pertencentes à zona A4 se encontram bastante degradados, e que todos os fogos da zona central (A2 e A3) estão em condições medianas, sendo evidente a diferença entre os fogos das 2 zonas periféricas (A1 e A4). As anomalias identificadas nos fogos da zona A4 poderão estar relacionadas com a envolvente dos mesmos, contudo, a orientação da empena é sudoeste (SO), tem boa exposição solar o que não deveria potenciar o aparecimento de humidades e condensações. Estas anomalias surgem nos edifícios estudados devido à falta de isolamento da envolvente externa, e à inexistência de correção térmica nas zonas de pontes térmicas lineares e planas. Analisando as avaliações dos fogos da zona A4, é percetível que os maiores contributos para as classificações graves naquela zona se devem, essencialmente, à incidência de humidades e condensações no paramento interior da envolvente exterior e nos tetos interiores, às deficientes condições térmicas, acústicas, iluminação e ventilação, qualidade habitacional e à presença de humidades nas paredes exteriores, em todo o bloco, provocadas pela fendilhação do

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reboco, que não apresenta a espessura devida, apresentando muito pouca espessura e pelas infiltrações de água da cobertura, sobre aquela empena. No item paredes exteriores, o bloco A obteve uma classificação grave, sendo esta classificação relativa a todas as paredes exteriores do bloco, e para isso muito contribuíram as paredes exteriores da fachada a sudoeste. Conclui-se então que apesar de ser uma fachada com orientação favorável ao não aparecimento de anomalias nos paramentos interiores, tal não está a acontecer, e a principal causa é a inexistência de isolamento térmico e a deficiente impermeabilização, tanto nas empenas como nas fachadas.

O R/C zona A1 obteve uma classificação de grave, pelo facto de se encontrar numa cota inferior à estrada, com uma das fachadas enterrada, apresentando, anomalias devido às humidades e condensações interiores, aliado ao facto da sua utilização não ser a melhor, com manifesta falta de ventilação.

Os resultados da avaliação das anomalias de cada fogo do bloco A encontram-se descritos na Tabela 13.

Figura 21 – Esquema da localização dos fogos do bloco B, com o respetivo valor de NC

Analisando o esquema do bloco B (Figura 21), verifica-se que existe uma degradação generalizada em todo o 4º Andar, o que indicia prolemas na envolvente próxima da cobertura, isto apesar da avaliação global da cobertura ter sido mediana na avaliação do Bloco B. Os maiores contributos para as classificações graves naquela zona devem-se, essencialmente, à graduação registada no paramento interior da envolvente exterior, nos tetos interiores e no sistema de drenagem de águas pluviais. Apesar da classificação da

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cobertura no bloco B ter sido mediana, teria de se fazer um estudo mais pormenorizado para perceber que zonas e causas específicas contribuem efetivamente para esta classificação, isto porque a metodologia avalia os parâmetros no seu global, e apesar de a cobertura ter uma classificação média, esta classificação foi obtida apenas por observação geral, dado que não foi permitido o acesso à mesma, pelo que poderão existir áreas em melhor estado do que outras.

O 4º andar da zona B2 é o fogo com pior classificação de todos, que alia problemas de infiltrações de água provenientes da cobertura e condensações interiores que advêm também da péssima utilização por parte das pessoas que habitam o fogo. Por sua vez, o 2º andar zona B1 obteve a melhor classificação de todos os fogos, devido maioritariamente a uma excelente utilização por parte dos habitantes do fogo (ventilação e limpeza).

As anomalias identificadas no bloco A cujas principais causas são a inexistência de isolamento térmico nas empenas e fachadas, bem como a insuficiente espessura de reboco (que implica deficiente impermeabilização), estendem-se também ao bloco B, sendo generalizadas as anomalias relacionadas com humidades e condensações nos paramentos interiores dos fogos. O fator que justifica que o nível de conservação de dois fogos expostos externamente às mesmas condições obtenham classificações diferentes é a utilização dada aos mesmos, isto é, têm, obrigatoriamente, diferentes condições de utilização por parte de quem os habita.

Analisando o esquema de localização dos fogos do bloco C (Figura 22) verifica-se que os fogos, em geral, estão em mau estado. Os maiores contributos para as classificações graves generalizadas devem-se, essencialmente, às anomalias registadas no paramento interior da envolvente exterior, nos tetos, equipamentos sanitários e de cozinha, sistema de abastecimento e drenagem de águas. Os problemas verificados nos blocos A e B estendem-se ao bloco C:

Inexistência de isolamento térmico nas fachadas e empenas, espessura reduzida do reboco das fachadas, grande incidência de fendilhação nas fachadas e problemas pontuais na cobertura, que provocam anomalias relacionadas com humidades e condensações nos paramentos interiores, além de desconforto termo higrométrico.

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Figura 22 – Esquema da localização dos fogos do bloco C, com o respetivo valor de NC

A zona C1 pelo facto de estar orientada a Norte (N)/ Nordeste(NE) tem pouca exposição solar, o que contribui para o aparecimento e agravamento das anomalias descritas. A zona C2 está toda em bom estado, devido ao facto da cobertura naquela zona não apresentar problemas de infiltrações conjugado com a boa utilização dos moradores daquelas 5 frações.

No anexo 3, são apresentados todos os gráficos relativos à classificação de todos os elementos construtivos avaliados, como se ilustra na Figura 23.

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Figura 23 – IA atribuído ao paramento interior da envolvente exterior de cada fogo no bloco A do bairro do Fomento

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