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5 | Casos de Estudo 5.1 Nota introdutória

5.2 Caso de estudo

5.1.11 Análise económica das medidas de melhoria

A análise económica das medidas de melhoria estimam o custo de investimento e relacionam com a poupança anual da fatura energética, obtendo o período de amortização, de forma individual ou global que resulta no impacto das medidas de melhoria, conforme se pode consultar na Tabela (5.24) e (5.25).

Tabela 5.24 Análise económica das medidas de melhoria no caso de estudo 1. Identificação da Medida de Melhoria Custo estimado de investimento [€] Redução Anual da Fatura Energética [€] Novo Nt

[kWh/(m2.ano)] [kWh/(mNovo N2.ano)] tc

Período de amortização [anos] Medida de Melhoria 1 4700,00 895,00 308,80 760,38  5,3 Medida de Melhoria 2 4000,00 1165,00 308,80 720,32  3,4 Medida de Melhoria 3 2000,00 360,00 282,68 838,80  5,6 Medida de Melhoria 4 5100,00 580,00 308,80 806,17  8,8 Medida de Melhoria 5 2500,00 1020,00 308,80 741,56  2,5

Tabela 5.25 Impacto das medidas de melhoria no caso de estudo 1.

Impacto das Medidas de

Melhoria

Custo Total Estimado de Investimento [€] 18300,00

Período de amortização

 4,6 anos

Poupança Total da Fatura Energética [€/ano] 3945,00

Novo Nt [kWh/(m2.ano)] 282,68

Novo Ntc [kWh/(m2.ano)] 313,88

5.3 Caso de estudo 2

5.3.1 Localização e descrição do edifício

Trata-se de um edifício de habitação unifamiliar existente (o edifício original é anterior a 1951 e recentemente teve obras de remodelação com colocação de isolamento térmico tipo capoto no alçado principal). Localiza-se numa zona urbana, na Rua da Praça, freguesia de Paúl, concelho de Covilhã.

O número de graus-dia (GD) do local de implementação do edifício é de 1639 °C que define a zona climática de inverno I2 e zona climática de verão V3. A duração da estação de aquecimento é de 7,1 meses e a duração da estação de arrefecimento é de 4 meses, com uma temperatura média exterior de inverno de 7,7 °C e de verão de 22,7 °C.

O edifício é composto por rés-do-chão destinado a estacionamento e entrada da habitação; piso 1 e piso 2 destinados a habitação; sótão destinado a arrumos. Os pisos de habitação são compostos por: Piso 0 com hall de entrada da habitação; Piso 1 com dois quartos, uma instalação sanitária e circulação; Piso 2 com uma sala, uma cozinha e circulação; sótão com circulação da caixa de escadas. A fração tem ao nível do piso 0 pavimento em contacto com o solo e parede interior com espaço não útil (garagem); ao nível do piso 1 tem parede interior com edifício adjacente e pavimento sobre espaço não útil (garagem); ao nível do piso 2 tem parede interior com edifício adjacente e cobertura interior sob espaço não útil (sótão); ao nível do sótão tem parede interior da caixa de escadas com espaço não útil (sótão) e a caixa de escadas tem cobertura exterior. As paredes exteriores da fração encontram-se orientadas a N, S, W e E. A inércia térmica da fração é média. Para climatização não tem equipamentos e para AQS dispõe de um esquentador.

Figura 5.11 Alçado principal (E) do caso de estudo 2.

Figura 5.12 Alçado esquerdo (S) e principal (E) do caso de estudo 2.

5.3.1.1 Delimitação de envolventes

As peças desenhadas foram efetuadas no local durante a inspeção à obra, com apoio da planta do edifício fornecida pelo proprietário, e regeu-se pela simbologia proposta pela ADENE (Tabela 4.1).

Figura 5.13 Delimitação da envolvente do rés-do- chão no caso de estudo 2

Figura 5.14 Delimitação da envolvente do piso 1 no caso de estudo 2.

Figura 5.15 Delimitação da envolvente do piso 2 no caso de estudo 2.

Figura 5.16 Delimitação da envolvente do sótão no caso de estudo 2.

Figura 5.17 Delimitação da envolvente da cobertura exterior no caso de estudo 2.

5.3.1.2 Coeficientes de redução de perdas

O Regulamento admite que para alguns tipos de espaços não úteis se possa assumir valores convencionais, devido a dificuldade em admitir o valor da temperatura do espaço não útil com precisão. Para elementos em contacto com ENU e para elementos em contacto com

edifícios adjacentes o regulamento considera valores convencionais para o coeficiente de redução de perdas (btr).

Foi aplicada a regra de simplificação relativa à determinação do coeficiente de redução de perdas de ENU. A envolvente interior deste edifício, conforme visualizamos anteriormente, separa a área útil do edifício adjacente, da garagem e do sótão destinado a arrumos.

Neste caso a ventilação nos ENU é considerada fraca porque as ligações entre elementos são bem vedadas, sem aberturas de ventilação permanente abertas.

Tabela 5.26 Coeficiente de redução de perdas (btr) do caso de estudo 2.

Espaço não útil Ai/Au [m2] Volume do ENU [m3] btr

Edifício adjacente - - 0,6

Garagem 2 ≤ Ai/Au < 4 50 < V ≤ 200 0,5

Sótão 0,5 ≤ Ai/Au < 1 50 < V ≤ 200 0,8

5.3.2 Identificação e caracterização de soluções construtivas

Os valores dos coeficientes de transmissão térmica superficial dos elementos identificados foram obtidos com base nos valores de condutividade térmica dos materiais, consultados no Anexo I da Publicação do LNEC: ITE 50.

Paredes de envolvente exterior:

O edifício em estudo tem três tipos de parede exterior:

PRE1 - Parede exterior com orientação a E, com 24 cm de espessura de alvenaria simples ou dupla rebocada (desconhecendo-se a espessura da alvenaria e materiais que a compõe), com coeficiente de transmissão térmica (U) de acordo com o quadro II.3 da Nota Técnica, NT-SCE- 01, U=1,3 W/(m2.ºC). Parede foi sujeita a obras recentemente com colocação de isolamento

térmico em EPS (capoto) de 5 cm de espessura com resistência térmica de 1,25 m2.ºC/W e

acabamento com cerca de 1 cm de reboco com resistência térmica de 0,0077 m2.ºC/W.

Coeficiente de transmissão térmica (U) de 0,49 W/(m2.ºC).

Através do coeficiente de transmissão térmica da parede exterior posterior a 1960 com uma espessura de alvenaria de 24 cm conseguimos determinar a resistência térmica da camada, R=0,6 m2.ºC/W, de acordo com as Equações (3.4) e (3.5).

PRE2 - Parede exterior anterior a 1960 com orientação a W (alçado posterior ao nível do piso 1), com 50 cm de espessura de alvenaria rebocada (desconhecendo-se a espessura da alvenaria e materiais que a compõe), com coeficiente de transmissão térmica (U) de acordo com o quadro II.2 da Nota Técnica, NT-SCE-01, U=2,0 W/(m2.ºC).

PRE3 - Parede exterior posterior a 1960 com orientação a W, N e S (alçado posterior ao nível do piso 2 e alçados laterais do piso 2), com 25 cm de espessura de alvenaria rebocada (desconhecendo-se a espessura da alvenaria e materiais que a compõe), com coeficiente de transmissão térmica (U) de acordo com o quadro II.3 da Nota Técnica, NT-SCE-01, U=1,3 W/(m2.ºC).

Tabela 5.27 Paredes de envolvente exterior do caso de estudo 2.

Paredes de envolvente interior:

O edifício em estudo tem um tipo de envolvente interior:

PRI1 - Parede interior com edifício adjacente ao nível do rés-do-chão e piso 1, com 50 cm de espessura de alvenaria simples rebocada (desconhecendo-se a espessura da alvenaria e materiais que a compõe), com coeficiente de transmissão térmica (U) de acordo com o quadro II.2 da Nota Técnica, NT-SCE-01, com correção das resistências térmicas superficiais, U=1,69 W/(m2.ºC).

PRI2 - Parede interior com edifício adjacente ao nível do piso 2, com 25 cm de espessura de alvenaria simples ou dupla (desconhecendo-se a espessura da alvenaria e materiais que a compõe), com coeficiente de transmissão térmica (U) de acordo com o quadro II.3 da Nota Técnica, NT-SCE-01, com correção das resistências térmicas superficiais, U=1,16 W/(m2.ºC).

PRI3 - Parede interior ao nível do rés do chão com espaço não útil (garagem), com 23 cm de espessura de alvenaria simples ou dupla (desconhecendo-se a espessura da alvenaria e materiais que a compõe), com coeficiente de transmissão térmica (U) de acordo com o quadro II.3 da Nota Técnica, NT-SCE-01, com correção das resistências térmicas superficiais, U=1,16 W/(m2.ºC).

Designação do

Tipo de Solução Orientação Área [m2]

U Solução [W/(m2 °C)]

U Referência [W/(m2 °C)]

PDE1 Este (E) 40,70 0,49 0,35

PDE2 Oeste (W) 1,31 2,00 0,35

PDE3 Oeste (W) 1,23 1,30 0,35

PDE3 Norte (N) 2,31 1,30 0,35

PRI4 - Parede interior ao nível do piso de sótão da caixa de escadas com espaço não útil (sótão), com 18 cm de espessura de alvenaria simples ou dupla (desconhecendo-se a espessura da alvenaria e materiais que a compõe), com coeficiente de transmissão térmica (U) de acordo com o quadro II.3 da Nota Técnica, NT-SCE-01, com correção das resistências térmicas superficiais, U=1,47 W/(m2.ºC).

Tabela 5.28 Paredes de envolvente interior do caso de estudo 2. Designação do

Tipo de Solução Espaço não útil btr Área [m2]

U Solução [W/(m2.˚C)] Área Efectiva [m2] URef [W/(m2.˚C)]

PDI1 adjacente Edifício 0,60 52,72 1,69 52,72 0,80

PDI2 adjacente Edifício 0,60 40,84 1,16 40,84 0,80

PDI3 Garagem 0,50 13,35 1,16 13,35 0,80

PDI4 Sótão 0,80 8,21 1,47 8,21 0,40

Vãos envidraçados exteriores:

O edifício em estudo tem dois tipos de envidraçados exteriores.

VE1 - Vãos envidraçados simples em caixilharia de alumínio com corte térmico e vidro duplo (4+12+4mm), com orientações a E (V1, V2 e V5)) e a W (V4 e V8). Localização dos Vãos, (V1- caixa escadas piso1, V2-instalação sanitária, V4-quarto2, V5-caixa escadas piso2 e V8- cozinha). Os vãos têm classificação de permeabilidade ao ar (classe 2), com fator solar de 0,78 com o sistema 100% ativo (sem proteções solares), Uw de 3,46 W/(m2.ºC). O coeficiente

de transmissão térmica superficial foi retirado do quadro III.2 B do anexo III da publicação do LNEC (ITE 50) para vidro duplo sem dispositivo de oclusão noturna.

VE2 - Vãos envidraçados simples em caixilharia de alumínio com corte térmico e vidro duplo (4+12+4mm), com orientação a Este (V3, V6 e V7). Localização do Vão, (V3-quarto1, V6 e V7- sala). Os vãos têm classificação de permeabilidade ao ar (classe 2), com fator solar de 0,04 com o sistema 100% ativo (estore exterior de plástico de cor branca) e Uw de 2,58 W/(m2.ºC).

O coeficiente de transmissão térmica superficial foi retirado do quadro III.2 B do anexo III da publicação do LNEC (ITE 50) para vidro duplo com dispositivo de oclusão noturna de permeabilidade ao ar baixa.

Tabela 5.29 Vãos envidraçados exteriores do caso de estudo 2.

Designação do Tipo de Solução [W/(mUwdn 2.˚C)] [W/(mURef 2.˚C)] Área [m2] g,vi gTvc

VE1 3,46 2,60 3,34 0,78 0,78

Tabela 5.30 Caracterização detalhada dos vãos envidraçados exteriores do caso de estudo 2. ID Vão Divisão Designação do tipo de solução

Orientação envidraçada Área [m2] gT corrigido Área do compartimento que serve [m2] Área de envidraçados do compartimento que serve [m2] Aenv < 5% Apav V1 Caixa escadas piso1

VE1 Este 0,90 0,70 8,87 0,90 Não

V2 Instalação Sanitária VE1 Este 0,45 0,62 3,68 0,45 Não

V3 Quarto1 VE2 Este 1,51 0,04 9,41 1,51 Não

V4 Quarto2 VE1 Oeste 0,51 0,70 10,51 0,51 Sim

V5 escadas Caixa piso2

VE1 Este 0,91 0,70 10,66 0,91 Não

V6 Sala VE2 Este 1,72 0,03 15,46 3,21 Não

V7 Sala VE2 Este 1,49 0,04 15,46 3,21 Não

V8 Cozinha VE1 Oeste 0,57 0,70 11,24 0,57 Não

Pavimentos térreos:

O edifício em estudo tem um tipo de pavimento térreo:

PAVterreo - pavimento térreo ao nível do rés-do-chão no hall de entrada da habitação, desconhecendo-se as espessuras dos materiais que o constituem, com coeficiente de transmissão térmica de acordo com o quadro III da Nota Técnica, NT-SCE-01. Coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo descendente) de 2,21 W/(m2.ºC), ao qual se retiram as

resistências térmicas superficiais, com uma resistência de 0,1125 m2.ºC/W.

Através do coeficiente de transmissão térmica do pavimento e das resistências térmicas superficiais Rsi = 0,17 e Rse = 0,17 conseguimos determinar a resistência térmica da camada, Rj= 0,1125 m2.ºC/W, de acordo com a Equação (3.4) e (3.5).

Tabela 5.31 Pavimento térreo do caso de estudo 2. Designação do Tipo de

Solução Área [m2] U [W/(m2 °C)] U Referência [W/(m2 °C)]

PVT1 8,65 1,00 0,50

Pavimentos de envolvente interior:

O edifício em estudo tem um tipo de pavimento de envolvente interior:

PAVint - Pavimento do piso 1 de habitação sobre espaço destinado a estacionamento, em laje pesada desconhecendo-se as espessuras dos materiais que a constituem, com coeficiente de transmissão térmica de acordo com o quadro III da Nota Técnica, NT-SCE-01, com correção das resistências térmicas superficiais. Coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo descendente) de 2,21 W/(m2.ºC).

Tabela 5.32 Pavimento da envolvente interior do caso de estudo 2. Designação do

Tipo de Solução Espaço não útil btr Área Total [m2] [W/(mUdesc 2.˚C)] [W/(mURef 2.˚C)]

PVI1 Garagem 0,50 25,68 2,21 0,70

Coberturas exteriores:

O edifício tem um tipo de cobertura exterior:

COBext - Cobertura exterior leve inclinada da caixa de escadas de acesso ao sótão, desconhecendo-se as espessuras dos materiais que a constituem, com coeficiente de transmissão térmica de acordo com o quadro III da Nota Técnica, NT-SCE-01. Coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de 3,8 W/(m2.ºC) e (fluxo descendente) de

3,0 W/(m2.ºC).

Tabela 5.33 Cobertura exterior do caso de estudo 2. Designação do Tipo de

Solução Tipo de solução Área total [m2]

U Solução

[W/(m2 °C)] U Referência [W/(m2 °C)]

Coberturas Interiores:

O edifício em estudo tem um tipo de cobertura interior:

COBint - Cobertura interior do piso 2 da habitação sob espaço não útil destinado a arrumos do sótão, cobertura pesada horizontal, desconhecendo-se as espessuras dos materiais que a constituem, com coeficiente de transmissão térmica de acordo com o quadro III da Nota Técnica, NT-SCE-01, com correção das resistência térmicas superficiais. Coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de 2,25 W/(m2.ºC) e (fluxo descendente)

de 1,71 W/(m2.ºC).

Tabela 5.34 Cobertura interior do caso de estudo 2. Designação do Tipo

de Solução Espaço não útil btr

Área por btr

[m2] [W/(mU Solução 2 °C)] U Referência [W/(m2 °C)]

COBint Sótão 0,80 31,54 2,25 0,35

5.3.3 Levantamento dimensional

No caso de estudo 2, foi utilizado no levantamento dimensional alguns elementos de apoio como a planta do edifício em estudo. As medições das dimensões efetuadas foram realizadas no local, e traduzidas em peças desenhadas que incluem informação relativa às áreas e dimensões dos diferentes elementos construtivos, recorrendo sempre à melhor informação disponível de modo ao levantamento dimensional corresponder à realidade construída.

Para a obtenção das devidas dimensões recorreu-se a um dispositivo de precisão a laser, uma fita métrica tradicional e uma régua capaz de medir a espessura do vidro.

As medições foram efetuadas pelo interior, e algumas das regras de simplificação propostas pelo ITeCons foram utilizadas no edifício, de acordo com o Despacho (extrato) n.º 15793- E/2013.

Figura 5.18 Levantamento dimensional do rés-do-chão do caso de estudo 2.

Figura 5.20 Levantamento dimensional do piso 2 do caso de estudo 2.

Figura 5.21 Levantamento dimensional do sótão do caso de estudo 2.

Na Tabela 5.35 e na Tabela 5.36 é apresentado detalhadamente o levantamento das diferentes áreas úteis e dos vãos envidraçados exteriores referentes ao caso de estudo 1,

necessários para posterior evidência na determinação do desempenho energético do edifício, como tal, o seu registo foi executado com o maior rigor possível.

Tabela 5.35 Levantamento dimensional das áreas úteis do caso de estudo 2.

Divisão Área [m2] Pé Direito [m] Área [%] Volume [m3] Hall piso 0 8,65 2,96 10,0 25,60 Quarto 1 9,41 2,41 10,9 22,68 Quarto 2 10,51 2,43 12,2 25,54 Sala 15,46 2,40 17,9 37,10 Cozinha 11,24 2,40 13,0 26,98

Caixa escadas piso 1 8,87 2,44 10,3 21,64

Caixa escadas piso 2 10,66 2,43 12,3 25,90

Instalação Sanitária 3,68 2,42 4,3 8,91

Circulação piso 1 2,08 2,44 2,4 5,08

Caixa escadas sótão 5,82 1,51 6,7 8,79

TOTAL 86,380 2,410 100,0 208,22

Tabela 5.36 Levantamento dimensional dos vãos envidraçados do caso de estudo 2.

ID Vão Divisão tipo de solução Designação do Orientação Área envidraçada [m2] Espessura do vidro [m]

V1 Caixa escadas piso 1 VE1 Este 0,90 0,004

V2 Instalação Sanitária VE1 Este 0,45 0,004

V3 Quarto 1 VE2 Este 1,51 0,004

V4 Quarto 2 VE1 Oeste 0,51 0,004

V5 Caixa escadas piso 2 VE1 Este 0,91 0,004

V6 Sala VE2 Este 1,72 0,004

V7 Sala VE2 Este 1,49 0,004

5.3.4 Contabilização de pontes térmicas

Pontes térmicas planas:

Neste caso de estudo não foram consideradas pontes térmicas planas devido a dificuldade em determinar com exatidão a localização onde se dão as perdas térmicas.

Pontes térmicas lineares:

O levantamento dimensional efetuado e as plantas do edifício em estudo são fundamentais na quantificação das pontes térmicas lineares, apresentadas na Tabela 5.37.

Tabela 5.37 Pontes térmicas lineares do caso de estudo 2.

Identificação do Tipo

de Solução Tipo de Solução Comprimento [m]

Psi solução [W/(m.˚C)] Psi referência [W/(m.˚C)]

PLA pavimentos térreos Fachada com 2,00 0,70 0,50

PLC Fachada com pavimento de nível intermédio 20,09 0,70 0,50

PLB

Fachada com pavimento sobre o exterior ou local

não aquecido 6,80 0,70 0,50

PLE Fachada com varanda 13,50 0,70 0,50

PLD Fachada com cobertura 16,38 0,70 0,50

PLG Zona de caixa de estores 3,58 0,30 0,20

PLH

Fachada com caixilharia e o isolante térmico da

parede não contacta com a caixilharia

27,41 0,30 0,20

5.3.5 Ventilação

O sistema de ventilação da fração é natural - não tem aberturas de admissão de ar na fachada - condutas de ventilação natural - os vãos da fração face à sua distribuição permitem o arrefecimento noturno.

Na determinação do balanço de energia do edifício e do caudal mínimo de ventilação, recorreu-se a uma folha de cálculo desenvolvida pelo LNEC designada ‘’APLICAÇÃO LNEC – VENTILAÇÃO REH E RECS’’. A documentação encontra-se no Anexo B-1.

Os resultados do caudal mínimo de ventilação e do balanço de energia do edifício são apresentados na tabela seguinte.

Tabela 5.38 Balanço de energia e caudal mínimo de ventilação do caso de estudo 2.

Balanço de Energia – Edifício Rph,i (h

-1)- Aquecimento 0,47

Rph,v (h-1)- Arrefecimento 0,60

Balanço de Energia – Edifício de referência 0,47

Caudal mínimo de ventilação

Rph estimada em condições

nominais (h-1) 0,47

Requisito mínimo de ventilação

Edif. Novos (h-1) 0,40

Critério Rph mínimo Satisfatório

5.3.6 Fração envidraçada, fatores de obstrução e de

seletividade angular

Na determinação do produto Fs x Fg para o cálculo das necessidades de aquecimento e para o

cálculo das necessidades de arrefecimento em edifícios existentes, foram aplicadas as regras de simplificação de acordo com as regras de aplicação.

Tabela 5.39 Condições de sombreamento na estação de aquecimento e arrefecimento no caso de estudo 2.

ID do vão

Condições de sombreamento na estação de aquecimento

Condições de sombreamento na estação de arrefecimento

Tipo de solução Fs x Fg Tipo de solução Fs x Fg

V1 Sombreamento Normal 0,32 Sem Sombreamento 0,63 V2 Sombreamento Normal 0,32 Sombreamento Normal 0,56 V3 Sombreamento Normal 0,32 Sem Sombreamento 0,63 V4 Fortemente Sombreado 0,19 Sem Sombreamento 0,63 V5 Sombreamento Normal 0,32 Sem Sombreamento 0,63 V6 Sombreamento Normal 0,32 Sombreamento Normal 0,56 V7 Sombreamento Normal 0,32 Sem Sombreamento 0,63 V8 Fortemente Sombreado 0,19 Sem Sombreamento 0,63

5.3.7 Classe de inércia

Para a determinação da classe de inércia térmica interior foram utilizadas as regras de simplificação aplicáveis à quantificação, descrita na Tabela 3.21.

Desta forma, a classe de inércia térmica interior é média porque os requisitos que definem a classe de inércia térmica Forte ou Fraca, não se verificam cumulativamente.

5.3.8 Sistemas de climatização e preparação de AQS

O edifício em estudo não possui sistemas de climatização. Apenas um esquentador a combustível gasoso (gás butano), da marca "VULCANO" modelo W250 KV3, de 11 litros de capacidade. Caudal térmico nominal de 20,9 KW, Potência útil de 17,4 KW, com eficiência a 100% da carga nominal de 83 % (rendimento final reduzido em 10%, pelo facto da rede de águas quentes sanitárias não ter isolamento térmico – 75%).

Figura 5.22 Esquentador VULCANO, modelo W250 KV3, no caso de estudo 2.

5.3.9 Determinação da classe energética

A análise do desempenho energético deste edifício foi efetuada com recurso a uma folha de cálculo automática do REH, com a consideração das regras de simplificação previstas na Nota Técnica para a obtenção de dados.

Tabela 5.40 Análise do desempenho energético do caso de estudo 2.

Sigla Descrição Valor Referência

Nic Necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento

[kWh/(m2.ano)] 143,71 70,12

Nvc Necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento

[kWh/(m2.ano)] 20,44 16,13

Qa Energia útil para preparação de água quente sanitária (kWh/ano) 1783 1783

Wvm Energia elétrica necessária ao funcionamento dos ventiladores

(kWh/ano) - -

Eren Energia produzida a partir de fontes renováveis (kWh/ano) 0 -

Eren,ext Energia exportada proveniente de fontes renováveis (kWh/ano) - -

Ntc Necessidades nominais anuais globais de energia primária

[kWhep/(m2.ano)] 405,15 213,71

Cálculo da classe energética:

5.3.10 Identificação de oportunidades de melhoria

As propostas de melhoria têm como objetivo aumentar a eficiência do edifício ou fração e, consequentemente reduzir o consumo de energia e melhorar as condições de conforto térmico. No entanto, estas medidas não devem ser muito invasivas e em muitos casos por via da existência de constrangimentos de natureza técnica ou funcional decorrentes da sua implementação, não são propostas quaisquer medidas de melhoria para algumas soluções construtivas.

Tabela 5.41 Solução inicial para propostas de melhoria no caso de estudo 2. Solução inicial

Nic

[kWh/(m2.ano)] 143,71 [kWh/(mNvc 2.ano)] 20,44 [kWh/(mQa/A2.ano)] p 20,64 [kWh Ntc

ep/(m2.ano)] 405,14

Ni

[kWh/(m2.ano)] 70,12 [kWh/(mNv 2.ano)] 16,13 [kWh/(mQa/Ap ref. 2.ano)] 20,64 [kWh Nt

ep/(m2.ano)] 213,71

Classe Energética D

Proposta de melhoria 1:

Aplicação de teto falso no teto do rés-do-chão (pavimento do piso 1 de habitação sobre garagem), constituído por isolante térmico do tipo XPS com 6 cm de espessura, placas de gesso cartonado e espaçamento de ar com uma resistência térmica de R=0,22 m2.°C/W.

O coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de U=2,25 W/(m2.ºC) e

(fluxo descendente) de U=1,71 W/(m2.ºC) permite determinar a resistência térmica da

camada, R=0,244 m2.°C/W, de acordo com as Equações (3.4) e (3.5).

Aplicando o teto falso com isolante térmico, obtém-se um coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de U=0,43 W/(m2.ºC) e (fluxo descendente) de U=0,40

W/(m2.ºC). O valor das necessidades nominais anuais globais de energia primária (N

tc) reduz

significativamente, o custo desta solução ronda os 1100 €.

Tabela 5.42 Proposta de melhoria 1 no caso de estudo 2.

Medida de Melhoria 1 Nic [kWh/(m2.ano)] 133,35 Nvc [kWh/(m2.ano)] 21,67 Qa/Ap [kWh/(m2.ano)] 20,64 Ntc [kWhep/(m2.ano)] 380,35 Ni

[kWh/(m2.ano)] 70,12 [kWh/(mNv 2.ano)] 16,13 [kWh/(mQa/Ap ref. 2.ano)] 20,64 [kWh Nt

ep/(m2.ano)] 213,71

Proposta de melhoria 2:

Aplicação de isolamento térmico tipo XPS de 6 cm de espessura no pavimento do sótão sobre piso 2 de habitação com regularização de cerca de 4 cm de betonilhas. Coeficiente de transmissão térmica (U) de 0,48 W/(m2.ºC).

O coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de 2,25 W/(m2.ºC) e

(fluxo descendente) de 1,71 W/(m2.ºC) permite determinar a resistência térmica da camada,

R=0,244 m2.ºC/W, de acordo com a Equação (3.4) e (3.5).

Aplicando o isolamento sobre a laje obtém-se um coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de 0,48 W/(m2.ºC) e (fluxo descendente) de 0,45 W/(m2.ºC). O

valor das necessidades nominais anuais globais de energia primária (Ntc) reduz

significativamente. O custo desta solução ronda os 1100 €.

Tabela 5.43 Proposta de melhoria 2 no caso de estudo 2.

Medida de Melhoria 2 Nic

[kWh/(m2.ano)] 132,94 [kWh/(mNvc 2.ano)] 16,11 [kWh/(mQa/A2.ano)] p 20,64 [kWh Ntc

ep/(m2.ano)] 350,71

Ni

[kWh/(m2.ano)] 70,12 [kWh/(mNv 2.ano)] 16,13 [kWh/(mQa/Ap ref. 2.ano)] 20,64 [kWh Nt

ep/(m2.ano)] 213,71

Proposta de melhoria 3:

Aplicação de isolamento térmico pelo interior da cobertura exterior inclinada leve da caixa de escadas de acesso ao sótão, constituído por placas de isolamento tipo XPS de 6 cm e acabamento a placas de gesso cartonado.

O coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de 3,8 W/(m2.ºC) e (fluxo

descendente) de 3,0 W/(m2.ºC) permite determinar a resistência térmica da camada, R=0,063

m2.ºC/W, de acordo com a Equação (3.4) e (3.5).

Aplicando o isolamento sobre a laje obtém-se um coeficiente de transmissão térmica superficial (fluxo ascendente) de 0,52 W/(m2.ºC) e (fluxo descendente) de 0,48 W/(m2.ºC). O

valor das necessidades nominais anuais globais de energia primária (Ntc) reduz

significativamente. O custo desta solução ronda os 300 €.

Tabela 5.44 Proposta de melhoria 3 no caso de estudo 2.

Medida de Melhoria 2 Nic [kWh/(m2.ano)] 134,25 Nvc [kWh/(m2.ano)] 18,86 Qa/Ap [kWh/(m2.ano)] 20,64 Ntc [kWhep/(m2.ano)] 380,10 Ni

[kWh/(m2.ano)] 70,12 [kWh/(mNv 2.ano)] 16,13 [kWh/(mQa/Ap ref. 2.ano)] 20,64 [kWh Nt

ep/(m2.ano)] 213,71

Aplicação de todas as propostas de melhoria:

Com a aplicação de todas as oportunidades de melhoria a classe energética melhora substancialmente conforme se pode observar na Tabela 5.45.

Tabela 5.45 Aplicação de todas as propostas de melhoria no caso de estudo 2.

Todas as medidas de melhoria