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PARTE I – ANÁLISE A PRIORI

CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO DE MEDIDAS MITIGADORAS

4.3. RESULTADOS

4.3.2. Análise econômica das medidas mitigadoras

A fim de comparar a eficácia das medidas propostas pelo plano diretor de São Carlos (PMSC, 2005) e pelo plano de drenagem ambientalmente sustentável do município de São Carlos (PMSC, 2011) quanto à mitigação dos prejuízos econômicos, foram elaboradas simulações econômicas para cada cenário e TR, apresentados nas Figuras 4.6 e 4.7.

As linhas apresentadas nas Figuras 4.8 e 4.9 mostram as variações do potencial de mitigação decorrente da implantação das medidas mitigadoras com relação aos cenários atual e futuro.

Figura 4.6 - Prejuízo total nos cenários propostos com distribuição Huff 1º quartil3

Figura 4.7 - Prejuízo total nos cenários propostos com distribuição blocos alternados

Figura 4.8 - Percentual de redução do prejuízo das medidas mitigadoras com a distribuição Huff 1º

quartil

Figura 4.9 - Percentual de redução do prejuízo das medidas mitigadoras com a distribuição temporal

blocos alternados

As simulações sugerem que as medidas estruturais propostas pelo plano diretor de drenagem de São Carlos, de forma isolada, não serão suficientes para conter os prejuízos em cenários futuros, principalmente para TR acima de 10 anos na distribuição blocos alternados e TR acima de 25 anos na distribuição Huff 1º quartil, já que o prejuízo observado no cenário

3

Cenário 1 - atual; Cenário 2 - atual + reservatórios de detenção; Cenário 3 - futuro; Cenário 4 - futuro + reservatórios de detenção; Cenário 5 - futuro + medidas não estruturais; Cenário 6 - futuro + reservatórios de detenção e medidas não estruturais.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 TR 3 TR 10 TR 25 TR 50 TR 75 TR 100 P re ju íz o (m ilh õe s R $)

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6

0 1 2 3 4 5 6 7 8 TR 3 TR 10 TR 25 TR 50 TR 75 TR 100 P re juí zo ( m ilhõ es R $) Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% TR 3 TR 10 TR 25 TR 50 TR 75 TR 100 % re d u ção d o p re ju íz o

Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% TR 3 TR 10 TR 25 TR 50 TR 75 TR 100 % re d u ção d o p re ju íz o

modelado com medidas estruturais aproximou-se daquele em que não houve a implementação dessas; porém serão capazes de mitigá-los

Já para o cenário atual, o maior potencial de mitigação foi para o TR de 75 anos - distribuição Huff 1º quartil - e TR 25 anos para a distribuição blocos alternados. Neste cenário, os maiores aumentos ocorrem próximos ao tempo de retorno de 75 anos, com aumento do prejuízo ocorrido no cenário atual entre os TR de 50 e 75 anos da ordem de R$ 1,4 milhão para R$ 4,5 milhões. Aumentos do valor de prejuízos semelhantes são observados no cenário atual com medidas estruturais; porém, essa situação é observada entre os TR de 75 a 100 anos, demonstrando assim o efeito do amortecimento da vazão com relação ao prejuízo.

Para o cenário futuro (3), cenário futuro com medidas estruturais (4) e cenário futuro com medidas não estruturais (5), esse efeito é observado entre os TR de 10 a 25 anos e verifica- se o dobro do valor do prejuízo no TR de 10 anos - quando não são implementadas as medidas mitigadoras.

Além disso, percebe-se que nesses cenários, a eficácia das medidas compensatórias tem efeito desprezível a partir do TR de 25 anos. Para o cenário futuro com medidas estruturais e não estruturais, verifica-se que o aumento mais substancial ocorre entre os TR 25 a 50 anos, demonstrando assim a eficácia da implementação conjunta das medidas na mitigação dos prejuízos.

Para os blocos alternados, observa-se uma linearidade dos prejuízos acumulados ocorridos nos cenários 1 (atual) a 3 (futuro) para eventos com TR acima de 25 anos, com uma variação de 26,2% entre os prejuízos do cenário 2 para TR de 25 anos e cenário 3 com TR de 100 anos.

Observa-se a grande influência que as medidas estruturais exercem no TR 25 anos, já que os danos verificados com as medidas mitigadoras neste cenário representaram 54% do prejuízo sem as medidas, com uma redução de vazão de apenas 16 m3/s entre os métodos. Porém, conforme apresentado na Figura 3.28, a região próxima da vazão de 80 m3/s é um divisor quantitativo da profundidade de submersão e da área da mancha de inundação, o que provoca tamanho impacto em relação a mitigação do prejuízo.

Para os cenários futuros, percebe-se que as medidas mitigadoras de forma isolada (cenário 4) apresentam maior eficácia entre os menores tempos de retorno (entre 3 e 10 anos). Porém, quando implantadas em conjunto com as medidas não estruturais, sua eficácia é estendida para até 25 anos, sendo que a partir desta frequência, os prejuízos entre este cenário e o atual ficam equiparados nos TR subsequentes.

O custo máximo adotado para os cenários pesquisados com TR de 100 anos (probabilidade de 0,01) possuem valores muito próximos de prejuízo. A proximidade dos valores sugere que a sensibilidade do modelo econômico é baixa para altos TR, tendo em vista a alta profundidade de submersão a que os imóveis estão submetidos nessa situação.

Para analisar o conjunto das variáveis aplicadas a análise econômica dos prejuízos, são apresentados um conjunto de gráficos que inter-relacionam a frequência de excedência, vazão, profundidade e prejuízo. Nas Figuras 4.10 a 4.15 são relações tais valores para a distribuição temporal Huff 1º quartil (curva azul) e blocos alternados (curva vermelha) nos respectivos cenários analisados, sendo que as linhas pontilhadas entre os gráficos representam a análise de dados para o TR 25 anos.

Figura 4.10 - Método da curva nível-prejuízo para estimativa dos prejuízos por inundação aplicado a região de estudo para o cenário 1 (atual)

Figura 4.11 - Método da curva nível-prejuízo para estimativa dos prejuízos por inundação aplicado a região de estudo para o cenário 2 (atual com medidas mitigadoras)

Figura 4.12 - Método da curva nível-prejuízo para estimativa dos prejuízos por inundação aplicado a região de estudo para o cenário 3 (Futuro)

Figura 4.13 - Método da curva nível-prejuízo para estimativa dos prejuízos por inundação aplicado a região de estudo para o cenário 4 (Futuro com medidas estruturais)

Figura 4.14 - Método da curva nível-prejuízo para estimativa dos prejuízos por inundação aplicado a região de estudo para o cenário 5 (Futuro com medidas não estruturais)

Figura 4.15 - Método da curva nível-prejuízo para estimativa dos prejuízos por inundação aplicado a região de estudo para o cenário 6 (Futuro com medidas estruturais e não estruturais)

As diferenças obtidas entre as curvas podem ser consideradas como incertezas referentes quanto ao método de distribuição temporal de chuvas adotado, demonstrando que a utilização da frequência de excedência como única forma de análise pode trazer incertezas consideráveis na análise econômica dos prejuízos.

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