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CAPÍTULO 2: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.6 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

A análise econômico-financeira tem sua origem na administração financeira e na contabilidade, sendo possível encontrar diversas produções literárias. O principal objetivo de realizar um estudo de análise econômico-financeira é definir se o projeto analisado é rentável ou não, ou seja, se o projeto irá proporcionar retorno positivo ao investidor (ABREU, STEPHAN, 1982; BUARQUE, 1984; GARTNER, 1995; GITMAN, 2002; PUCCINI et al, 1992).

Para realizar análise de índices econômico-financeiros faz-se necessário utilizar as demonstrações contábeis com resultados esperados para cada exercício e sua receita liquida anual para que seja possível construir o fluxo de caixa do projeto (PUCCINI et al, 1992). Este demonstrativo considera todas as movimentações de capital ao longo do ano, ou seja, todas as entradas e saídas, incluindo-se as receitas diretas e indiretas, os custos de investimento, custos operacionais fixos e variáveis, a depreciação dos equipamentos e as deduções dos impostos, além de permitir a aplicação de diferentes análises (PUCCINI et al, 1992).

Segundo Gartner (1995), os indicadores podem ser utilizados de duas formas: comparando-os entre outras empresas ou analisando a evolução temporal dos mesmos. Quando é realizada a comparação entre os valores encontrados com os de outras corporações é possível verificar os pontos fortes e fracos de forma a promover ações indispensáveis para melhorar ou manter o desempenho da companhia. Já a evolução temporal deles é utilizada para identificar o desempenho da empresa ao longo dos anos e com base nestes dados projetar resultados futuros.

Tendo como base o fluxo de caixa, outras análises econômicas e financeiras podem ser aplicadas para quantificar a rentabilidade do projeto. Diferentes indicadores podem ser utilizados para realizar a análise de viabilidade econômica, dentre eles, podemos destacar: o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Tempo de Retorno do Investimento (Payback simples e descontado) e Margem de Contribuição (ABREU, STEPHAN, 1982; BUARQUE, 1984; GITMAN, 2002), melhor descritas a seguir.

2.6.1 Principais indicadores de análise econômica

a) Valor Presente Líquido (VPL)

O Valor Presente Líquido (VPL) é um método de avaliação de capital realizado pela subtração dos fluxos de entrada e saída de caixa, descontados a uma determinada taxa de juros (GITMAN, 2002). Esse método é um importante indicador, pois ele reconhece o aumento da riqueza provenientes da implantação do projeto, ou seja, ele identifica o valor do dinheiro no espaço de tempo analisado (CORRÊA NETO, RAMON, 2002; FARRA, 2004).

Para que o investimento seja aprovado o VPL deve ser maior que zero. Se o VPL for negativo, significa que o retorno do investimento é inferior ao mínimo esperado; assim sendo, o projeto não deve ser aceito. Caso o VPL seja igual a zero, significa que o retorno do investimento é igual à Taxa Mínima de Atratividade (TMA), ou no caso, ao custo de capital da empresa, o que não torna o projeto atrativo. Se o VPL for maior que zero, tal investimento deve aumentar o valor de mercado da empresa (NOGUEIRA, 2001; CORRÊA NETO, 2002; FARRA, 2004; ANDRIOLLI, 2009). A TMA é uma taxa de juros, que ao se fazer um investimento o investidor espera um retorno pelo menos igual a essa taxa. A TMA é única para cada investidor e não existe fórmula matemática para calculá-la, pois ela pode variar com o tempo (ANDRIOLLI, 2009).

b) Taxa Interna de Retorno (TIR)

Taxa Interna de Retorno (TIR) é taxa de desconto que iguala a zero o valor presente líquido dos fluxos de caixa do projeto, ou seja, é a taxa de desconto que torna os recebimentos e os desembolsos equivalentes na data presente. O objetivo da TIR é determinar se a rentabilidade do projeto excede uma mínima taxa de retorno aceitável, frequentemente chamada de taxa de atratividade (CORRÊA NETO, RAMON, 2002; FARRA, 2004; NOGUEIRA, 2001).

Para que o investimento seja viável a TIR deve ser maior do que o custo do capital, caso a TIR seja menor do que o custo do investimento, o projeto não é viável. Desta

forma, é possível garantir que o projeto tenha pelo menos seu retorno exigido pela TMAR ou pelo custo do capital. A vantagem da TIR é que seus resultados de porcentagem permitem comparar projetos de tamanhos diferentes com facilidade (ANDRIOLLI, 2009; CORRÊA NETO, RAMON, 2002; FARRA, 2004; NOGUEIRA, 2001)

c) Tempo de Retorno do Investimento (Payback simples e econômico)

O Tempo de Retorno do Investimento (payback) compara o lucro com os custos e determina o período de tempo mínimo para recuperar o investimento inicial. O Payback Simples é o número de períodos tal que a soma do fluxo de caixa diferencial seja igual a zero, normalmente sem considerar o valor no tempo. O Payback Econômico é o número de períodos tal que a soma do fluxo de caixa diferencial descontado a uma taxa igual à do custo de capital da empresa seja igual a zero (CORRÊA NETO, RAMON, 2002; FARRA, 2004).

O payback é comumente utilizado para analisar oportunidades de investimento que proporcionam benefícios incrementais e aplicações de uso final, ou seja, consideram o fluxo de caixa ao invés do lucro, além da facilidade de cálculos. Como desvantagens do indicador podemos citar a necessidade de se estabelecer um período máximo aceitável e não considerar os fluxos de caixa após o período de payback (período de recuperação do investimento) (GITMAN, 2002).

d) Margem de Contribuição (MC)

A Margem de Contribuição é obtida através da diferença entre o preço de venda e o custo variável. o valor que permanece em que cada produto, mercadoria ou serviço, contribui para a cobertura dos custos e despesas fixos e para a formação do lucro. Martins (2003) defende que MC é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e que lhe pode ser imputado sem erro.

A soma das margens de contribuição de cada produto possibilita aos gestores saber o quanto que eles precisam vender para cobrirem os custos fixos, e gerar lucro na

empresa. (MAHER, 2001). Desta forma, Wernke (2004) afirma que é importante que as empresas procurem obter uma MC superior aos custos fixos, pois caso ela seja menor que os custos fixos apurados no período haverá prejuízo.

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