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2-REVISÃO DA LITERATURA

4.6.2-ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA

Para observar a efetividade da Terapia Miofuncional no músculo orbicular da boca superior e mentual foi utilizada a eletromiografia de superfície por ser menos invasiva e de resultados fidedignos.

Equipamentos, Materiais e Procedimentos:

Condicionador de Sinais:

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Para o registro da atividade elétrica dos músculos estudados foram utilizados sistema de aquisição de sinais (Módulo condicionador de Sinais, MCS-V2 da

B A

Lynx Eletrônica Ltda.) de 16 canais, com 12 bites de resolução de faixa dinâmica;

filtro analógico de segunda ordem Butterworth, de passa-baixa de 509 Hz e passa-alta de 10,6 Hz, ganho de 600 vezes.

Placa conversora de sinal Analógicos para Digital (A/D) de 12 bites de resolução de faixa dinâmica e freqüência de amostragem de 1 KHz, modelo CAD 12/36 da

Lynx Eletrônica Ltda., “Software” Aqdados versão 4.18.

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Para apresentação simultânea dos sinais de vários canais e tratamento do sinal (valor de RMS, média, mínimo, máximo e desvio padrão) com freqüência de amostragem de 1000Hz.

Gaiola de Faraday:

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Possui a função de isolar o campo eletromagnético do ambiente e assim reduzir a interferência do ruído, permitindo uma análise mais fidedigna do sinal eletromiográfico. É constituída por um cubo com estrutura de madeira e caibro 5x5 cm, com dimensão interna de 2,3m de altura, 2,8 m de largura e 2,6m de comprimento, revestida por uma tela de cobre (malha 1x1 mm). A estrutura é aterrada em seus quatro vértices, por cabo de cobre nu de 25 mm2, o qual é

conectado em hastes de aterramento. O aterramento é composto por seis hastes de cobre 5/6’’ por 2,40 metros pareadas, formando um triângulo. Todas as conexões foram realizadas com fundição e o aterramento tratado com sologel.

Filtro de linha, “nobreak” e estabilizador:

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Utilizados para minimizar a interferência de componentes de 60Hz e suas harmônicas (120, 180, 240...) presentes na rede elétrica de alimentação dos equipamentos, foram conectados dois filtros de linha ligados em série, “nobreak” e estabilizador, o qual foi ligado a uma tomada elétrica de 110V. Esta tomada também estava aterrada no mesmo aterramento da gaiola de Faraday.

Eletrodo de referência:

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O eletrodo de referência retangular (33x31 mm) de aço inoxidável, pertencente ao Laboratório de Eletromiografia da FOP/Unicamp, utilizado para reduzir ruído durante a aquisição do sinal eletromiográfico (Figura 7).

Eletrodos de superfície passivos:

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Foram escolhidos para o experimento eletrodos de superfície por serem capazes de captar a atividade elétrica de várias unidades motoras ao mesmo tempo, e não provocarem desconforto ao paciente.

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Os eletrodos usados foram do tipo passivo de Ag/AgCl Meditrace® Kendall- LTP (Chicopee, MA 01), para ECG infantil com condutor adesivo por terem melhores condições para se adequarem ao menor tamanho do músculo estudado, por se tratar de crianças de quatro anos de idade (Figura 2).

FIGURA 02- Eletrodos passivos Ag/AgCl, recortado (A) e original (B)

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Estes foram conectados à placa por cabos condutores de 1,5 metro de comprimento, confeccionados para o estudo.

Para captação dos sinais foram utilizados:

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Canudo sanfonado com 5 mm de diâmetro

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Água mineral

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Iogurte de morango (Bliss®- Nestlé)

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Creme de chocolate (Chandelle® – Nestlé)

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Copos descartáveis de 20 ml, sem tampa

FIGURA 03 – Eletrodos passivos, canudo e materiais usados para sucção.

Procedimentos para coleta do sinal eletromiográfico

Os procedimentos para coleta obedeceram a normas preconizadas pelo SENIAM (Surface Electromyograph for NonInvasive Assessment of Muscles).

POSICIONAMENTO: Os voluntários eram colocados sentados em posição habitual, olhando para frente, com as mãos apoiadas sobre os membros inferiores e palmas viradas para cima.

LIMPEZA DA PELE: Para favorecer a fixação dos eletrodos de superfície, nos músculos estudados, e diminuir a impedância da pele, fez-se a limpeza com algodão e álcool etílico hidratado 92,8° G.L., na região de filtro labial, mento e pulso (Figura 4).

FIGURA 04 – Procedimento de limpeza da pele

FIXAÇÃO DE ELETRODOS:

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Os eletrodos passivos foram recortados para se adequarem ao tamanho dos músculos estudados e fixados com TRANSPORE ®- 3M, mantendo-se à distância de 20 mm intereletrodos.

FIGURA 05 – Colocação e fixação de eletrodos em voluntário

o Músculo orbicular da boca superior: 2 mm acima da borda livre do lábio, ficando o centro dos pares a 20 mm de distância entre si, um de cada lado da linha mediana do lábio (Figura 6).

o Músculo mentual: um pouco acima da borda livre do mento, ficando o centro dos pares a 20 mm de distância entre si, um de cada lado da linha mediana (Figura 6).

FIGURA 06 – Esquema de localização de fixação de eletrodos

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O eletrodo de referência, após aplicação de gel condutor foi colocado no pulso do voluntário e fixado com fita de velcron (Figura 7).

Músculo Mentual

Músculo orbicular da boca superior

FIGURA 07 – Colocação e fixação de

COMANDOS:

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O voluntário era orientado a olhar para frente, com a cabeça reta, e não fazer movimentos com o corpo.

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Para a coleta de repouso o paciente era solicitado para que ficasse imóvel até que a pesquisadora finalizasse a coleta.

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Para as provas de sucção deveria sugar sem parar e somente deglutir quando lhe fosse solicitado.

CAPTAÇÃO DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO

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Os canais de entrada dos eletrodos foram calibrados e gravados para que fosse utilizado sempre o mesmo para todas as coletas, para obtenção de padronização de captação de sinal eletromiográfico. Esse procedimento foi realizado para atribuir como valor zero de referência à voltagem registrada durante o curto-circuito do eletrodo passivo e o eletrodo de referência.

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Foram utilizados 2 canais de entrada dos eletrodos, para captação de sinais dos músculos estudados (orbicular da boca superior e mentual).

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Os sinais foram captados dentro da gaiola de Faraday, situada no laboratório de Eletromiografia da FOP/UNICAMP .

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Os sinais foram captados em 3 situações:

As coletas dos sinais eletromiográficos foram realizadas nos músculos orbicular oris superior e mentual de todos os voluntários em três tempos distintos:

Tempo 1 - pré – tratamento;

Tempo 2 - 60 dias após a remoção dos hábitos de sucção; Tempo 3 - 180 dias após a remoção dos hábitos de sucção;

As coletas foram realizadas durante 5 segundos cada, em três situações que foram repetidas 3 vezes:

Situação A – Repouso;

Situação B – Sucção de iogurte Bliss® (Nestlé); Situação C- Sucção de água;

Situação D- Sucção de creme de chocolate (Chandelle® – Nestlé);

Para a sucção foi utilizado canudo sanfonado de 5 mm de diâmetro e 21,5 cm de comprimento e copo descartável de 20 ml.

ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta dos sinais mioelétricos brutos, estes tiveram sua amplitude avaliada pelos valores de RMS. Para cada canal, ou seja, para o músculo orbicular da boca superior e para o músculo mentual, foram escolhidas janelas de 1 segundo, dentro do período de 5 segundos coletados, onde os sinais brutos se apresentavam com menores interferências. Este procedimento foi realizado para cada uma das três coletas realizadas em cada prova. Por exemplo: Utilizou-se as médias provenientes das três coletas de repouso (repouso 1, repouso 2 e repouso 3), para o músculo orbicular da boca e para o músculo mentual, nos três diferentes tempos (pré-tratamento, 60 e 180 dias após).

Os dados foram normalizados conforme sugestão de Ervilha et al. (1998) e Portney (1993) para reduzir a variabilidade inerente aos procedimentos de eletromiografia, diferença entre sujeitos e assim propiciar um referencial comum aos diferentes dados eletromiográficos. Utilizaram-se os valores de RMS obtidos pela contração máxima como preconizada por Portney (1993) para efetuação do procedimento, porém este procedimento não foi efetivo para visualização real do sinal eletromiográfico fato também citado por Gadotti (2003), além de Biasotto (2002) que afirmou que este procedimento não é recomendado quando há intenção de observar eficácia de um determinado tratamento. Portanto preferiu-se utilizar os dados brutos

apenas retificados para posterior análise estatística, ou seja, sem a normalização como em estudos realizados por Biasotto (2002) e Gadotti (2003).

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