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Neste subcapítulo efetua-se a análise das respostas obtidas na entrevista realizada ao chefe da SCF. A apresentação da sinopse das respostas obtidas consta no Apêndice L.

Através da entrevista realizada, procurou-se tomar conhecimento do ponto de vista institucional, na pessoa do chefe da SCF, acerca do estado de implementação do Módulo

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CO, bem como do papel que este módulo deverá ter na satisfação das recomendações que constam na instrução n.º 1/2019 do TdC e nos pontos 33 e 34 da NCP 27.

As respostas às perguntas do Grupo I permitiram constatar que apesar da intenção de implementar um sistema de Contabilidade Analítica, revertida na instrução número 05/2011 da DFin, a concretização do projeto de implementação da Contabilidade Analítica no Exército Português através do módulo CO ficou muito aquém do esperado.

No entanto, entre 2012 e o ano corrente (2020) ocorreram desenvolvimentos importantes para a implementação da CG no Exército, através do módulo CO. O entrevistado apenas faz referência à integração e entrada em produtivo do módulo RHV no ano de 2019, possivelmente por ser o mais recente. Mas, da análise anterior, já se percebeu que a implementação dos módulos AA e MM também se enquadra nestes desenvolvimentos, na medida em que veio permitir a integração dos gastos relativos a aquisições centralizadas. Não obstante, pelas respostas do entrevistado, confirmamos que as despesas com pessoal ainda não estão a ser consideradas nos ciclos de transferência periódica, distribuição ou de rateio. E isto acontece não por limitações ou falhas do SIG, mas porque ainda não foi desenvolvido o trabalho necessário no sentido de criar os ciclos de transferência periódica e os respetivos índices estatísticos.

Pelas respostas do chefe da SCF, o objetivo operacional 1.6 “Implementação e Expansão do Módulo CO do SIG/DN” foi precisamente traçado com o intuito de implementar um sistema de CG no Exército, tendo em conta esta limitação no processamento de vencimentos, na medida em que a sua execução passará pela criação de um modelo de CG, partindo do modelo criado em 2011, que contemple, entre outros aspetos, a “reafectação das despesas com pessoal processadas e pagas centralmente”. De acordo com o mesmo, a resolução deste problema poderá passar por “carregar toda a despesa num Centro de custo genérico da Direção de Finanças para depois, com base em informação recolhida no módulo RHV, criar um modelo de transferência destes custos para cada uma das UEO do Exército”. Da análise anterior verificou-se que estes custos, tal como os gastos com aquisições centralizadas, já estão a ser carregados num centro de custo genérico. No entanto, julga-se ser possível poupar o esforço na criação de um ciclo de transferência, através da afetação direta dos mesmos aos CC de apoio e operacionais, sendo apenas necessário criar ciclos de distribuição e de rateio, para que esses gastos se reflitam no custo das atividades. As figuras n.º 5 e 6 (Apêndice M) procuram precisamente ilustrar, respetivamente, a situação atual e a situação desejável no que concerne a afetação dos gastos em questão aos CC responsáveis, com base na informação inserida nos módulos RHV, MM e AA.

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Neste momento, apesar de se registar um atraso na taxa de execução do objetivo acima mencionado em relação ao que estava previsto para 2019, prevê-se que a meta para 2020 – “ter definido o planeamento do projeto de implementação de um sistema de CG, perfeitamente alinhado com as necessidades de apoio do Exército” – seja cumprida. Porém, não deixa de ser importante registar que na origem deste atraso estão as dificuldades relacionadas com a implementação da Contabilidade Orçamental e Contabilidade Financeira, resultantes da entrada em vigor do SNC-AP. Assim, na opinião do entrevistado, este atraso revelou que, perante um cenário de falta de recursos humanos “para colocar em andamento todos os projetos ao mesmo tempo”, a CG perde importância face aos outros dois subsistemas da CP, devido ao facto destes desempenharem “um papel primordial nas operações do Exército”, nomeadamente no fornecimento de informação e elaboração de mapas para a prestação de contas, e no que respeita a execução do orçamento e consequente realização de pagamentos. Observa-se, portanto, que pelo menos neste aspeto, o Exército não é alheio às dificuldades sentidas por outras entidades do Setor Público que, conforme assinalado no capítulo 2, têm visto a implementação da CG adiada por “falta de recursos humanos, e a menor prioridade no aperfeiçoamento atribuído à contabilidade de Gestão por comparação com a contabilidade Orçamental e Financeira”.

As respostas às perguntas do grupo II, ainda que bastante curtas, não deixam de ser um importante contributo para a satisfação dos objetivos desta investigação. Por um lado, o entrevistado deixa muito claro que o Exército, não consegue, neste momento, dar resposta às recomendações que constam nos parágrafos 33 e 34 da NCP 27 porque não tem um sistema de CG implementado. Por outro lado, assegura que esse sistema estará plenamente implementado até ao final do ano de 2021, permitindo elaborar, em 2022, um relatório de gestão relativo ao ano anterior, nos termos dos parágrafos mencionados. E que essa implementação será materializada pela “plena utilização do módulo de CO, o que se consubstanciará na total Implementação e Expansão do Módulo CO do SIG/DN”.

Contudo, o chefe da SCF considera que ainda não é possível afirmar ao certo o que falta fazer para atingir a total implementação e expansão deste módulo, acrescentando que apenas será possível fazê-lo quando for aprovado o projeto de implementação da CG no Exército. Projeto esse que resultará do trabalhado realizado pela RGFC até ao final do ano corrente, no sentido de “propor um modelo de contabilidade de custos apropriado à informação determinada como relevante para o apoio à tomada de decisão, [o que passará por] rever o anterior projeto Implementação de Contabilidade Analítica no Exército (…) e

47 também perceber junto do Comando do Exército que informação relevante para a gestão gostaria que a implementação do módulo CO ajudasse a obter”.

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