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4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

4.1 CASUÍSTICA

4.2.4 Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas utilizando o pacote estatístico SPSS – Statistical Package for Social Sciences (v16.0).

Os achados clínicos e imaginológicos dos dois grupos estudados foram descritos e depois comparados quantitativa e qualitativamente através das seguintes análises:

 Para comparação de variáveis qualitativas, ou seja, freqüências e proporções,foi utilizado o Teste de Qui-Quadrado.

 Para comparação de dados quantitativos foi utilizado o teste Mann-

Whitney, para dados não paramétricos.

5 RESULTADOS

Dentre os 36 pacientes do GE, 20 (55,5%) pacientes apresentaram disfunção ou algum sinal ou sintoma de DTM. Nenhum destes pacientes havia procurado orientação médica em relação ao problema até o momento do diagnóstico. Dos 20 pacientes, 14 (70%, 14/20) apresentaram deslocamento de disco com redução (DDcR) (grupo IIa e IIb – RDC/TMD), sendo 6 (42,8%) do gênero masculino e 8 (57,1%) do feminino; 5 (25%, 5/20) pacientes apresentaram bruxismo, sendo 2 (40%) do gênero masculino e 3 (60%) do gênero feminino; e 1 (5%, 1/20) paciente do gênero masculino apresentou DDcR (IIb – RDC-TMD) e bruxismo concomitantemente. Ainda dentre os 20 pacientes com DTM, 4 (11,1%) referiram dor espontânea na ATM, sendo que 2 pacientes referiram dor recorrente e 2, dor esporádica. A escala visual analógica (EVA) variou de 2 a 5 nesses pacientes. Nenhum paciente do GE referiu algum tipo de travamento mandibular nem limitação na função mastigatória, mas 15 (75%) pacientes apresentavam estalido na ATM durante a abertura e fechamento da boca e na lateralidade (Figura 4.1 - Diagrama do protocolo de pesquisa).

A abertura bucal dos 36 pacientes do GE variou de 28 milímetros (mm) a 54 mm com uma média de abertura de 38,5±6,7 mm. A média de protrusão mandibular foi de 5,5±2,2 mm com a menor protrusão medida de 2mm e a maior de 10mm. A lateralidade direita da mandíbula teve média de 5,8±2,4 mm, sendo a menor 2mm e a maior 11,5mm. Na análise da lateralidade esquerda a média foi de 5,6±2,3mm variando de 2mm a 12,5mm (Tabela 5.1).

Em relação à dor na palpação da musculatura mastigatória do GE, 6 pacientes (16,6%, 6/36) referiram dor que envolveram os músculos temporal e masseter.

A análise da oclusão segundo Angle foi realizada em 25 pacientes do GE. Um (4%, 1/25) paciente apresentou classe III de Angle, e 24 (96%, 24/25) apresentaram

padrão classe II. Destes, todos com mordida profunda anterior e 3 pacientes apresentaram além da mordida profunda anterior, mordida cruzada posterior.

No GC, dentre os 65 pacientes examinados, 8 (12,3%) pacientes apresentaram DTM ou sinal e sintoma de DTM. Destes, 6 (9%) apresentaram DDcR (grupo IIa – RDC/TMD) e 2 (3%) pacientes apresentaram bruxismo, sendo todos do gênero do feminino (Figura 4.1 - Diagrama do protocolo de pesquisa).

Nenhum paciente do GC referiu dor espontânea na ATM e nenhum apresentou travamento mandibular nem limitação na função mastigatória. Dos 8 pacientes acometidos, 6 apresentaram estalido na ATM durante a abertura e fechamento da boca e na lateralidade.

A abertura bucal dos 65 pacientes do GC mostrou uma média de 52,7±6,5 mm, sendo a menor 37mm e a maior de 72,7mm. A média de protrusão foi de 6,9±1,4 mm com a menor protrusão medida de 3,37mm e a maior de 10,68mm. A lateralidade direita teve média de 7,8±1,5 mm, sendo a menor 3,43mm e a maior 10,67mm. Na análise da lateralidade esquerda a média foi de 7,4±1,2 mm com a menor medida de 3,6mm e a maior de 10,2mm. A tabela 5.1 abaixo correlaciona as variáveis quantitativas nos GE e GC, sendo os valores da média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo medidos em milímetros.

Tabela 5.1- Análise descritiva das variáveis quantitativas, e respectivos valores de p e do teste de Mann Whitney (U). Existe uma diferença estatística entre a média das variáveis: Protrusão, Lateralidade Direita, Lateralidade Esquerda e Abertura Média no GE versus GC (p<0,05) – Resultado a partir do teste de Mann-Whitney

Desvio Fisher Exact

N Média Padrão Mediana Mínimo Máximo U Test (p) IDADE Grupo Controle 65 10,09 3,71 10,00 3,00 18,00 1156,50 0,92 Grupo de Estudo 36 9,97 4,44 10,00 3,00 18,00 PROTRUSÃO Grupo Controle 65 6,90 1,43 7,00 3,37 10,68 732,00 0,002 Grupo de Estudo 36 5,55 2,28 5,73 2,00 10,00 LAT DIREITA Grupo Controle 65 7,81 1,52 7,72 3,43 10,67 594,00 <0,001 Grupo de Estudo 36 5,80 2,44 6,07 2,00 11,51 LAT ESQUERDA Grupo Controle 65 7,41 1,20 7,51 3,60 10,25 555,50 <0,001 Grupo de Estudo 36 5,60 2,32 5,95 2,00 12,54 ABERTURA MÉDIA Grupo Controle 65 52,71 6,58 51,98 37,02 72.79 158,50 <0,001 Grupo de Estudo 36 38,58 6,71 38,05 25,88 54,00

Nenhum paciente do GC referiu dor na palpação dos músculos da mastigação. Na avaliação da oclusão, dentre 57 pacientes avaliados, 46 (80,7%) pacientes apresentaram classe I de Angle, 8 (14%) apresentaram classe II e 3 (5,26%) apresentaram padrão classe III. A tabela 5.2 abaixo correlaciona as variáveis qualitativas (achados clínicos) no GE e GC.

Tabela 5.2 - Análise descritiva das variáveis qualitativas e o valor de p correspondente para comparação entre os grupos, através do Teste Exato de Fisher. Foi observada diferença estatística entre Grupo Controle e Grupo de Estudo nas variáveis: Estalido na ATM, Presença de DTM e DDcR (p<0,05)

SEXO

Masculino Feminino Total P

Grupo Controle N 36 29 65 0,31

% 55% 45% 100%

Grupo de Estudo N 16 20 36

% 44% 56% 100%

ESTALIDO NA ATM

Sim Não Total P

Grupo Controle N 6 59 65 <0,001

% 9% 91% 100%

Grupo de Estudo N 15 21 36

% 42% 58% 100%

DOR ESPONTÂNEA

Sim Não Total P

Grupo Controle N 4 61 65 1,00

% 6% 94% 100%

Grupo de Estudo N 2 34 36

% 6% 94% 100%

PRESENÇA DE DTM

Sim Não Total P

Grupo Controle N 8 57 65 <0.001

% 12% 88% 100%

Grupo de Estudo N 20 16 36

% 56% 44% 100%

DDcR

Sim Não Total P

Grupo Controle N 6 59 65 0,001

% 9% 91% 100%

Grupo de Estudo N 14 22 36

% 39% 61% 100%

BRUXISMO

Sim Não Total P

Grupo Controle N 2 63 65 0,09

% 3% 97% 100%

Grupo de Estudo N 5 31 36

% 14% 86% 100%

DDcR + BRUXISMO

Masculino Feminino Total P

Grupo Controle N 0 65 65 0,36

% 0% 100% 100%

Grupo de Estudo N 1 35 36

Os achados tomográficos dos pacientes do GE revelaram graus de degeneração articular que variaram de incipientes a moderados e na maioria dos casos envolvendo ambas as ATMs dos pacientes. Também hipomobilidade ou hipermobilidade parafuncional dos côndilos mandibulares foram observadas.

O achados tomográficos no GC revelaram degeneração articular que variaram de incipiente a moderado bilateralmente em todos os pacientes, 3 pacientes também apresentaram hipermobilidade e um paciente hipomobilidade. As tabelas 5.3 (GE) e 5.4 (GC), abaixo mostram as alterações ósseas e estruturais encontradas nas tomografias dos pacientes.

4

0

PACIENTES GE – N = 15

N Achados (TCs) N Achados (TCs) N Achados (TCs) N Achados (TCs)

CÔNDILOS 3 Deslocado p/ pólo anterior 12 Normal

LADO SUPERFICIES ARTICULARES 15 Aplainamento

DIREITO (D) CORTIFICAÇÃO OSSEA 15 Normal

EIXO TERMINAL DE ROTAÇÃO 4 Mesializado 2 Distalizado 9 Centralizado

ESPAÇO ARTICULAR ANTERIOR 3 Diminuição 2 Aumentado 10 Normal

MIC CÔNDILOS 5 Deslocado p/ pólo anterior 9 Normal

LADO SUPERFICIES ARTICULARES 2 Normal 13 Aplainamento

ESQUERDO (E) CORTIFICAÇÃO OSSEA 15 Normal

EIXO TERMINAL DE ROTAÇÃO 10 Mensializado 2 Centralizado 03 Distalizado

ESPAÇO ARTICULAR ANTERIOR 10 Diminuição 2 Normal 3 Aumentado

LADO) CÔNDILOS NO VÉRTEX DA 11 Sim 4 Não

ABERTURA DIREITO (D) EMINÊNCIA ARTICULAR

MÁXIMA LADO CÔNDILOS NO VÉRTEX DA 03

Sim

(Maior ranslação) 1 Ultrapassa 4 Não 7 Sim

4

1

PACIENTES GC – N = 6

N Achados (TCs) N Achados (TCs) N Achados (TCs) N Achados (TCs)

CÔNDILOS 4 Deslocado p/ pólo anterior 2 Normal

LADO SUPERFICIES ARTICULARES 5 Aplainamento 1 Normal

DIREITO (D) CORTIFICAÇÃO OSSEA 6 Normal

EIXO TERMINAL DE ROTAÇÃO 2 Mesializado 1 Distalizado 3 Centralizado

ESPAÇO ARTICULAR ANTERIOR 2 Diminuição 3 Aumentado 1 Normal

MIC CÔNDILOS 2 Deslocado p/ pólo anterior 4 Normal

LADO SUPERFICIES ARTICULARES 4 Normal 2 Aplainamento

ESQUERDO (E) CORTIFICAÇÃO OSSEA 6 Normal

EIXO TERMINAL DE ROTAÇÃO 1 Mensializado 4 Centralizado 1 Distalizado

ESPAÇO ARTICULAR ANTERIOR 2 Diminuição 2 Normal 1 Aumentado

ABERTURA LADO DIREITO (D) CÔNDILOS NO VÉRTEX DA EMINÊNCIA ARTICULAR 4 Sim 2 Sim (Maior Translação) MÁXIMA LADO ESQUERDO (E) CÔNDILOS NO VÉRTEX DA EMINÊNCIA ARTICULAR 2 Sim (Maior Translação) 1 Ultrapassa 1 Não 2 Sim

As figuras 5.1, 5.2, 5.3, 5.4, 5.5, 5.6 e 5.7 mostram as alterações ósseas e estruturais vistas na TC das ATMs dos pacientes do GE e GC.

Figura 5.1 - Aplainamento das superfícies articulares do côndilo e assimetria côndilo fossa e cortificação óssea normal.

Figura 5.4 – Hipomobilidade condilar na

Máxima abertura. Figura 5.5 – Hipermobilidade condilar na Máxima abertura. Figura 5.2 - Aplainamento das superfícies

articulares do côndilo e assimetria côndilo fossa e cortificação óssea normal.

Figura 5.3 - Aplainamento das superfícies articulares do côndilo e assimetria côndilo fossa e cortificação óssea normal.

Figura 5.6 – Relação côndilo-fossa e

6 DISCUSSÃO

A DTM em crianças é mais rara que em adultos e seu diagnóstico é um desafio ao cirurgião dentista. Em populações pediátricas com síndromes de mal- formações esse desafio pode ser ainda maior, uma vez que sinais e sintomas podem se sobrepor. Nosso estudo foi pioneiro em analisar a DTM em uma casuística representada por pacientes com SM. O grande número de pacientes com SM referidos ao nosso serviço e nosso engajamento em estudos odontológicos e multidisciplinares nos motiva a gerar conhecimentos que tenham impacto na prevenção e tratamento destes pacientes.

O sinais e sintomas da DTM na população pediátrica são na maioria das vezes amenos, mas uma pequena, porém, desafiadora parcela de crianças poderão cursar, com o avançar da idade, com dor, perda de função e até problemas emocionais decorrentes desta doença (MOHLIN et al., 2004).

Nossos resultados mostraram maior incidência de DTM em crianças com SM em relação ao grupo controle, 56% e 12%, respectivamente (P<0,05). É bem estabelecido que dentre os fatores etiológicos das DTMs estão incluídas as alterações estruturais, metabólicas e/ou psicológicas que possam vir a afetar o aparelho mastigatório. O papel da maloclusão na etiologia da DTM é controverso, mas alguns autores postulam que a mordida aberta anterior, a discrepância entre relação cêntrica e máxima intercuspidação habitual superior a 2mm, a ausência dentária e a mordida cruzada podem aumentar o risco de desenvolvimento de DTM (McNEILL, 1983). Em nosso estudo, a maioria dos pacientes com SM tinha maloclusão, apresentando microtraumas oclusais com cargas adversas no aparelho estomatognático e discrepância entre a maxila e mandíbula, caracterizada na grande maioria por retrognatia.

Em relação às alterações ósseas e estruturais obtidas a partir da análise das TCs, ambos os grupos demonstraram um padrão de processo degenerativo semelhante na maioria dos dados observados.

Quando analisados os lados direito em MIC nos GE e GC respectivamente, dos 5 quesitos observados (posição do côndilo, superfícies articulares, grau de cortificação óssea, eixo terminal de rotação e espaço articular anterior), vimos que somente nos quesitos posição condilar e espaço articular anterior houve divergência dos resultados, pois enquanto a maioria dos pacientes no GE apresentaram posição normal do côndilo mandibular (12/15) e espaço articular normal (10/15), no GC também a maioria dos pacientes (4/6) apresentaram côndilos com o pólo anterior deslocado para anterior e 3 pacientes com espaço articular aumentado (Tabelas 5.3 e 5.4).

Quando analisado os lados esquerdo em MIC as divergências ocorreram apenas nos quesitos superfícies articulares e eixo de rotação terminal do côndilo mandibular. No GE 13 de 15 pacientes apresentaram aplainamento das superfícies articulares e 10 de 15 com eixo de rotação condilar mesializado, contra 2 de 6 pacientes no GC com superfície articular aplainada e 4 de 6 com eixo de rotação condilar centralizado (Tabelas 5.3 e 5.4).

Na análise tomográfica em abertura bucal máxima, constatamos alterações semelhantes em ambos os grupos estudados, pois na maioria dos pacientes tanto do GE quanto do GC, na avaliação de ambos os lados das ATMs, os côndilos estavam no vértex da iminência articular, em outros casos o côndilo ultrapassava a vertente da eminência anterior levando a hipermobilidades (Tabelas 5.3 e 5.4).

Dos 15 pacientes do GE que tinham DDcR e que foram submetidos à TC, todos exibiram alterações degenerativas na ATM que variaram de discretas à moderadas, semelhantes às alterações encontradas nos 6 pacientes do GC que também realizaram TC. Isto nos sugere que o padrão do processo degenerativo encontrado em pacientes com SM não é diferente do encontrado na população sem a síndrome.

Acreditamos que a retrognatia, desequilíbrio e atrofia da musculatura da mímica facial tenha contribuído para o aumento de ocorrência de DTM nos pacientes com SM. Este desequilíbrio é provocado pela paralisia do VII par, condição básica da síndrome, e do V que leva a enfraquecimento dos músculos da mastigação.

Como conseqüência ocorre limitação da abertura bucal, fato constatado na maioria dos pacientes do GE (média 38,5mm). No GC a média de abertura bucal observada nos pacientes foi bem maior (média 52,7mm).

Segundo Verzijl et al. (2003), além do prejuízo na abertura bucal, o acometimento do V par pode levar ao enfraquecimento dos músculos mastigatórios e consequentemente ao hipo desenvolvimento da mandíbula. Em 25 pacientes do GE encontramos 24 com retrognatia e oclusão classe II de Angle. Segundo Schellhas et al. (1993) crianças retrognatas, apresentam desarranjo interno da ATM mais frequentemente que crianças não retrognatas, na maioria das vezes em estágios avançados da doença.

Dentre todos os pacientes analisados neste estudo, os pacientes do GE apresentaram mais frequentemente os fatores predisponentes e perpetuantes para DTM, dentre estes o tipo de oclusão, trespasse vertical e horizontal de oclusão, limitação excursiva dos movimentos durante a função e discrepância na relação entre a maxila e a mandíbula.

Atualmente é bem aceito que as DTMs sejam condições adquiridas e não congênitas. A fim de comprovar essa hipótese, Paesani et al. (1999) realizaram ressonância nuclear magnética em 30 crianças de 2 meses a 5 anos de idade normorreativas. Os autores não encontraram nenhum caso de deslocamento de disco e concluíram que esta condição, mesmo quando encontrada em crianças, seria adquirida e não congênita. Em nosso estudo o DDcR foi encontrado em 41,6% (15 de 36) pacientes do grupo de estudo, contra apenas 9,2% (6 de 65) dos pacientes do GC. Nossos resultados nos mostraram que não houve diferença no padrão de desgaste articular em ambas as populações acometidas por DTM. Como nosso estudo não foi longitudinal, não podemos afirmar o curso da DTM nos dois grupos de pacientes.

Nenhum trabalho na literatura até então mencionou o risco aumentado de desenvolvimento de DTM em pacientes com SM. A detecção deste risco é de fundamental importância na prevenção e na intervenção precoce da doença. Embora a paralisia facial, com acometimento variável dos músculos mastigatórios,

seja irreversível nos pacientes com a síndrome, muitas das condições que contribuem para o aparecimento da DTM podem ser minorizadas. Por exemplo, o hipodesenvolvimento mandibular pode ser minorizado por meio de ortopedia funcional dos maxilares, em fases de surto de crescimento esquelético e também por técnicas de distração osteogênica. Além disso, conforme preconizaram McNamara (1997), Bodner e Miller (1998) a própria terapia ortodôntica poderá minimizar as possibilidades de desenvolvimento de DTM quando obtém-se equilíbrio oclusal a partir do alinhamento, nivelamento e intercuspidações dentais.

Para diminuir sua morbidade, a DTM precisa ser diagnosticada precocemente, logo após sua instalação. Bodner e Miller (1998) preconizaram dois períodos: de 1 a 5 anos onde há crescimento mandibular associado a crescimento condilar e de 10 a 15 anos em que é preponderante o crescimento mandibular, quando a função muscular tem papel mais importante que o centro de crescimento. Nestas etapas da infância o tratamento é conservador e inclui fisioterapia, terapia oclusal e splints oclusais. O tratamento cirúrgico deve ficar restrito aos casos de anquilose, luxação recidivante do côndilo mandibular e hiperplasia de côndilo. Atualmente os pacientes de nossa amostra com DTM estão sob tratamento conservador, ortodôntico.

7 CONCLUSÕES

• A prevalência de DTM em pacientes com SM é alta, maior que em pacientes sem a síndrome, e o diagnóstico em idade tenra pode representar uma oportunidade de prevenção e tratamento precoce da doença evitando seqüelas futuras. Por esta razão a avaliação da ATM deve ser incluída no exame clínico odontológico rotineiro de pacientes com a SM.

• Pacientes com SM apresentam risco aumentado para desenvolver DTM pois a maioria dos pacientes apresenta características crânio maxilo faciais que podem ser consideradas como fatores predisponentes e perpetuantes para DTM.

• O padrão do processo degenerativo encontrado em pacientes com a SM é semelhante ao encontrado na população sem a síndrome na mesma faixa etária, no entanto esta metodologia não nos permite prever se a DTM cursará da mesma forma nos dois grupos de pacientes com o avançar da idade.

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