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Os dados foram submetidos à análise do coeficiente de assimetria e curtose para a verificação da normalidade dos dados, em que valores maiores que 2 e menores que -2, representam grande desvio da distribuição normal dos dados, portanto a hipótese de normalidade desses dados é desconsiderada (MONTGOMERY, 2004). Os coeficientes de assimetria e curtose para todas as variáveis analisadas estão apresentados em forma de gráfico em anexo.

Para as variáveis que apresentaram distribuição normal dos dados foi realizada a análise de variância (ANOVA) e quando significativos às médias foram comparadas pelo teste de Tuckey a 5% de probabilidade para as variáveis qualitativas e análise de regressão para as variáveis quantitativas, utilizando o programa estatístico SISVAR.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A normalidade dos dados (Apêndice A e Apêndice B) foi atestada pelos coeficientes de assimetria e curtose, em que segundo Montgomery (2004) os dados seguem distribuição normal quando os valores dos coeficientes de assimetria e curtose encontram-se dentro do intervalo de 2 a -2, dessa forma, pode-se realizar a análise de variância.

4.1 Desempenho operacional do conjunto trator-semeadora

Na Tabela 5, encontra-se a análise de variância para a velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora, patinamento dos rodados dianteiro e traseiro, consumo horário de combustível, consumo operacional de combustível e capacidade de campo operacional no processo de semeadura do milho no primeiro ciclo de produção.

Tabela 5 - Análise de variância e teste de médias para os parâmetros avaliados no desempenho operacional no processo de semeadura do milho no primeiro ciclo de produção.

Preparo Velocidade (km/h) Patinamento (%) (L/h) CH (L/ha) CO (ha/h) CCO

PTD PTT P1 4,64 a 5,90 7,88 7,73 7,41 1,04 c P2 4,12 c 6,99 7,41 8,75 9,44 0,93 a P3 4,45 b 8,36 6,00 8,90 8,89 1,00 b FV Análise de variância P 65,42* 0,75 NS 0,72 NS 1,35 NS 3,14 NS 58,19* CV 1,29 34,76 28,17 11,25 12,01 1,34

* - significativo ao nível de 5% de probabilidade (p<0,05); NS – não significativo ao nível de 5% de probabilidade;

médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). P1 - preparo convencional; P2 - cultivo mínimo; P3 - semeadura direta; PTD – patinamento do rodado dianteiro; PTT – patinamento do rodado traseiro; CH – consumo horário de combustível; CO – consumo operacional de combustível; CCO – capacidade de campo operacional; CV – coeficiente de variação.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Não houve resultado significativo (p<0,05) para os parâmetros patinamento nos rodados dianteiro e traseiro, e consumo horário e operacional de combustível, ou seja, os diferentes preparos de solo não interferiram nesses parâmetros. Porém, a velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora e a capacidade de campo operacional apresentaram diferença significativa para os diferentes preparos de solo avaliados.

A maior velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora foi observada no preparo convencional, esse fato pode ter ocorrido devido à homogeneidade do terreno nesse

sistema, pois a gradagem proporcionou o seu nivelamento. A menor velocidade de deslocamento ocorreu no preparo com escarificador, podendo ser justificado pela irregularidade do terreno e presença de microrrelevos na superfície do solo, dificultando o rolamento dos rodados.

Segundo Delafosse (1986) com o aumento da velocidade nos rodados perde-se qualidade na operação de semeadura, o autor atribui isso aos sistemas de dosagem de sementes e fertilizantes, aos mecanismos sulcadores e às condições de preparo do solo. O mesmo autor também afirma, que a qualidade na semeadura irá interferir no desenvolvimento das culturas, podendo acarretar em redução da produtividade.

A capacidade de campo operacional apresentou o mesmo comportamento da velocidade de deslocamento, devido à largura útil de trabalho ser a mesma em todas as parcelas, dessa forma, o melhor desempenho ocorreu no preparo convencional, sendo possível a realização de maior quantidade de trabalho em menor tempo. Entretanto, a maior capacidade operacional ocasionada devido à maior velocidade de deslocamento pode comprometer a qualidade de semeadura (LIU et al., 2004; CANOVA et al., 2007).

A análise de variância para velocidade de deslocamento do conjunto trator- semeadora, patinamento dos rodados dianteiro e traseiro, consumo horário de combustível, consumo operacional de combustível e capacidade de campo operacional no processo de semeadura do milho no segundo ciclo de produção, encontra-se na Tabela 6.

Tabela 6 - Análise de variância e teste de médias para os parâmetros avaliados no desempenho operacional no processo de semeadura do milho no segundo ciclo de produção.

Preparo Velocidade (km/h) Patinamento (%) CH (L/h) CO (L/ha) CCO (ha/h) PTD PTT P1 4,83 a 6,10 a 3,30 7,64 7,04 1,09 a P2 4,32 b 2,70 b 4,38 7,95 8,15 0,97 b P3 4,58 ab 7,18 a 7,07 9,35 9,07 1,03 ab FV Análise de variância P 13,24* 19,71* 3,09 NS 2,99 NS 5,06 NS 11,57* CV 2,65 17,13 38,91 10,96 9,70 2,80

* - significativo ao nível de 5% de probabilidade (p<0,05); NS – não significativo ao nível de 5% de probabilidade;

médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). P1 - preparo convencional; P2 - cultivo mínimo; P3 - semeadura direta; PTD – patinamento do rodado dianteiro; PTT – patinamento do rodado traseiro; CH – consumo horário de combustível; CO – consumo operacional de combustível; CCO – capacidade de campo operacional; CV – coeficiente de variação.

É possível observar que não houve diferença significativa para o consumo horário e operacional de combustível e patinamento do rodado traseiro. A velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora, patinamento do rodado dianteiro e capacidade de campo operacional apresentaram diferença significativa.

A maior velocidade de deslocamento do conjunto foi observada nos preparos convencional e semeadura direta, esse resultado pode ser justificado devido à homogeneidade do terreno nesses dois sistemas, pois a gradagem irá proporcionar o nivelamento do terreno no preparo convencional e o não revolvimento do solo no sistema de semeadura direta, também, acarretará em maior homogeneidade da superfície do solo, possibilitando melhor rolamento dos rodados. Chioderoli et al. (2010), verificaram maior velocidade de deslocamento na operação de semeadura do milho emárea semeadura direta atingindo 5,8 km h-1.

O maior patinamento do rodado dianteiro do trator ocorreu no preparo convencional e na semeadura direta, sendo de 6,10 e 7,18 %, respectivamente. Esses patinamentos se encontram fora da faixa definida pela ASABE (2006) que para solos não mobilizados o patinamento dever ser estar entre 8 a 10% e em solos mobilizados entre 11 a 13%, esse resultado pode ser justificado devido ao peso do conjunto não se encontrar adequado à operação.

Salvador, Benez e Mion (2008) afirmam que o menor índice de patinamento dos rodados proporciona menor compactação do solo, menor desgaste dos pneus e do mecanismo de transmissão, além de reduzir os gastos com combustíveis.

Em trabalho realizado por Furlani et al. (2008) os autores citam que o tipo de preparo do solo pode influenciar no desempenho operacional do conjunto. No mesmo trabalho, foi encontrado valores de patinamento menores para em área com cobertura vegetal na superfície do solo, porém com maior consumo de combustível quando comparado ao preparo de solo convencional. Nesse sentido, Mahl (2006), ressalta que a palhada presente na superfície do solo atrapalha a aderência dos rodados do trator, aumentando, assim, o patinamento.

A maior capacidade de campo operacional foi verificada no preparo convencional e na semeadura direta, ou seja, será realizada maior quantidade de trabalho em menor tempo, influenciando diretamente no custo de produção. Segundo Trintin, Pinheiro Neto e Bortolotto (2005) com o incremento da velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora, ocorre aumento na capacidade operacional, tendo obtido aumento de 54% quando passaram de 4,2 para 6,5 kmh-1.

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