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4. RESULTADOS

4.5 ANÁLISE FATORIAL

A análise fatorial analisa a estrutura das inter-relações (correlações) entre um grande número de variáveis (por exemplo, escores de testes, itens de testes, respostas de questionários), definindo um conjunto de dimensões latentes comuns, chamadas fatores. A análise fatorial obtém dimensões latentes que, quando interpretadas e compreendidas, descrevem os dados variáveis individuais originais (HAIR JR. et al., 2005).

Matematicamente, a análise fatorial é semelhante à análise de regressão múltipla, pelo fato de cada variável ser expressa como uma combinação linear de fatores subjacentes (MALHOTRA, 2001).

A (Tabela 5) mostra os valores dos testes KMO e Bartlett. O teste KMO é um indicador que compara a magnitude dos coeficientes de correlação observados com as magnitudes dos coeficientes de correlação parcial e varia entre 0 e 1. Pequenos valores de KMO (abaixo de 0,5) indicam que o uso da análise fatorial não é adequado. O valor do índice KMO encontrado (0,844) indica que a Análise Fatorial é apropriada, pois são valores aceitáveis entre 0,5 a 1,0 (HAIR et al., 1987). Também Kaiser e Rice (1977) apontam que, para a um modelo de análise fatorial, o valor de KMO deve ser maior que 0,8, que é o caso.

Por sua vez, o teste de esfericidade de Bartlett testa a hipótese nula de que a matriz de correlação é uma matriz identidade. Se essa hipótese não for rejeitada, o uso do modelo de análise fatorial deve ser reavaliado (HAIR et al., 2005). Para esse teste obteve-se um nível de significância sig. de 0,00 (<0,05), o que indica, conforme Corrar et al., (2009), que a análise fatorial pode ser aplicada (TABELA 05).

Tabela 5: Resultados do Teste de KMO e Bartlett.

Teste de KMO e Bartletta

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. ,844

Teste de esfericidade de Bartlett Aprox. Qui-quadrado 2877,118

Df 406

Sig. ,000

Fonte: Dados da pesquisa.

Procedeu-se a redução de fatores optando-se por quatro fatores (Tabela 06) com 49,205% da variância explicada pelo modelo.

Tabela 6: Variância total explicada

Componente Valores próprios iniciais Somas de extração de carregamentos ao quadrado Somas rotativas de carregamentos ao quadrado Total % de variância % cumulativa Total % de variância % cumulativa Total % de variância % cumulativa

1 8,396 28,951 28,951 8,396 28,951 28,951 4,384 15,117 15,117 2 2,256 7,779 36,73 2,256 7,779 36,73 3,523 12,15 27,267 3 1,928 6,649 43,379 1,928 6,649 43,379 3,459 11,926 39,193 4 1,69 5,826 49,205 1,69 5,826 49,205 2,904 10,012 49,205

Fonte: Dados da pesquisa.

O modelo fatorial tem por base a suposição de que variáveis podem ser agrupadas por suas correlações, ou seja, supõe-se que todas as variáveis, dentro de um grupo, sejam altamente correlacionadas, mas que possuam correlação relativamente pequena em relação às variáveis de grupos diferentes (JOHNSON; WICHERN, 2007).

De posse da solução fatorial, devem-se examinar todas as variáveis destacadas em cada fator e nomear um rótulo que melhor represente-o. As variáveis com maior carga fatorial são consideradas de maior importância e devem influenciar mais sobre o rótulo do fator (HAIR et al., 2005).

Assim, o fator 1 foi denominado Treinamento Técnico Agrícola (Tabela 07). Esse fator aborda questões relacionadas sobre o trabalho dos técnicos agrícolas com os associados da cooperativa, analisa o atendimento na propriedade, quantidades de visitas técnicas durante o ano, ajudando a sanar suas dúvidas em relação ao manejo na propriedade, além de considerar as experiências que os associados já possuem, adquiridas ao longo da vida (SCALABRIN et al., (2009).

Tabela 7: Resultado da Análise Fatorial

Componente

1 2 3 4

Q1 – A incorporação das cinco cooperativas foi fundamental para o crescimento de todos.

,364 ,477 ,240 ,285

Q2 – Considero a atual administração da cooperativa boa. ,349 ,459 ,354 ,046

Q3 - Tenho conhecimento dos direitos e deveres dos associados. -,035 ,139 ,226 ,255

Q4 - A estrutura atual da cooperativa está como eu imaginava que deveria estar atualmente.

,111 ,329 ,188 ,538

Q5 – A nova estrutura física da cooperativa está melhor. -,059 -,032 ,196 ,831

Q6- A nova estrutura física da cooperativa desenvolve e produz novos produtos. ,093 ,139 ,141 ,812 Q7 - O valor investido na matriz, beneficiou todos os setores da cooperativa. ,388 ,418 ,499 ,132 Q8 - Os cursos oferecidos relacionados a cooperativa possibilitam-me participar

mais da gestão da cooperativa.

,086 ,359 ,438 ,138

Q9 - O Consad e realizam seus trabalhos de acordo com as minhas expectativas.

,262 ,436 ,522 ,014

Q10 - O Consad e Confisc esclarecem todas as minha dúvidas. ,100 ,521 ,551 ,123

Q12 - Nas reuniões de núcleo consigo expor todas as minhas ideias. ,271 ,013 ,734 ,207 Q13 - Minhas contribuições nas reuniões de núcleo são executadas na

cooperativa.

,234 ,094 ,773 ,141

Q14 – Os delegados de cada núcleo realizam suas obrigações de acordo com as minhas expectativas.

,561 ,077 ,315 -,061

Q15- Estou satisfeito com o processo de safra e entrega da produção. ,294 ,558 ,035 ,282 Q16 - Estou satisfeito com a cooperativa em relação ao preço pago pela

produção.

,147 ,737 ,036 ,025

Q17 - Estou satisfeito com a cooperativa em relação a forma de pagamento da safra.

,196 ,652 -,028 ,062

Q18 - A credito que o preço pago pela produção é o principal critério para a fidelização do cooperado.

,393 ,075 ,341 -,208

Q19 -A forma de pagamento da safra em 12 vezes é adequada. -,058 ,313 ,076 -,061

Q20 - Quando necessito de adiantamento, a cooperativa me proporciona este benefício.

,291 ,148 -,053 ,466

Q21 - O trabalho realizado pelos técnicos agrícolas da cooperativa é bom. ,851 ,116 ,190 ,153 Q22 - As visitas técnicas atendem a todas as minhas necessidades. ,849 ,118 ,123 ,128 Q23 - A quantidade de visitas técnicas realizadas durante o ano é suficiente

para esclarecer minhas dúvidas.

,705 ,183 ,284 -,084

Q24 - Participo do programa de compras coletivas de insumos da cooperativa. ,368 -,107 ,249 ,508

Q25 - Sigo as recomendações técnicas da área agrícola. ,576 -,035 -,011 ,363

Q26 – Considero o atendimento da cooperativa bom. -,072 ,283 -,068 ,182

Q27 – Os associados que agem de forma oportunista com a cooperativa, são punidos e eliminados do quadro social.

,589 ,200 -,030 ,180

Q28 - Sou ainda a favor da incorporação das cooperativas na formação da Nova Aliança.

,263 ,490 ,336 ,260

Q29 - Meu nível de satisfação com a cooperativa atualmente. ,452 ,478 ,338 ,039

Fonte: Dados da pesquisa.

O fator 2 denominado como Gestão cooperativista (Tabela 07), correlaciona a satisfação do associado de modo geral com os aspectos relacionados ao processo de incorporação das cooperativas, à administração, ao pagamento da produção e ao atendimento. Além disso, a cooperativa deve ponderar os interesses de cada associado e os objetivos coletivos (BOESCHE ; MAFIOLETTI 2005).

Conforme Machado (2006), na gestão das cooperativas prevalece a autogestão, o que significa que a tomada de decisão é realizada pelos próprios associados por meio da Assembleia Geral. Porém, para uma gestão eficiente é necessário que os dirigentes da cooperativa tenham conhecimento dos limites legais, da diversidade, de definições, da evolução histórica e dos princípios cooperativistas.

O fator 3 denominado como Associado (Tabela 07). Esse fator aborda sobre o conhecimento de seus direitos e deveres dentro da cooperativa, participação em reuniões de núcleo, satisfação em relação ao Consad e Confisc, como também avaliação sobre suas contribuições dentro da cooperativa.

A eficiência dos associados da cooperativa também confere eficiência à própria cooperativa, pois não há como dissociar essas duas organizações. Cada associado é uma empresa que possui o papel de crescer forte em conjunto com o seu empreendimento cooperativo (BIALOSKORSKI NETO, 2000). É fundamental a participação do associado para garantir o sucesso e a perenidade da cooperativa, para assim acompanhar e fiscalizar as ações de gestores, podendo ser por meio da participação em reuniões de núcleo e assembleias ou através da atuação do Consad e Confisc.

Fator 4 denominado como infraestrutura (Tabela 07), aborda a questão da nova estrutura da cooperativa, os benefícios que trouxe para a cooperativa em termo de qualidade no processamento e também no desenvolvimento de novos produtos. Em função da globalização, assim como outras empresas, as cooperativas também tiveram que buscar soluções em relação a mudanças estruturais para garantir a competitividade (PINHO, 2004).

Analisando as cargas fatoriais, possibilitou verificar qual possui a maior carga. Os coeficientes das cargas fatoriais podem ser interpretados como os coeficientes de correlação entre as variáveis e os respectivos fatores, que podem ser tanto positivos quanto negativos. A (Tabela 7) mostra que a Q21 (O trabalho realizado pelos técnicos agrícolas é bom) teve a maior carga fatorial de 0.851, e a questão com menor carga refere-se a Q3 (Tenho conhecimento dos direitos e deveres do associado) com carga fatorial de 0,255, representando como uma variável inobservável entre o grupo analisado.

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