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Mahler e Peyton (1955) publicaram um artigo sobre fotoelasticidade como técnica de pesquisa, para analisar o estresse nas estruturas dentais. O método experimental da fotoelasticidade foi descrito na teoria e na prática. Foram apresentados dois exemplos para demonstrar esse método, particularmente aplicável em condições dentais, ao envolver estruturas irregulares. Segundo os autores, no entanto, outros métodos que utilizam a teoria analítica matemática se aplicam às fo rmas regulares.

Kratochvil e Caputo (1974) comprovaram a necessidade do ajuste fisiológico da armação metálica da PPREL, utilizando a análise fotoelástica. O ajuste fisiológico tem grande influência na direção da força exercida nos dentes suportes, membrana periodontal e rebordo residual, conforme afirmaram os autores. A ausência de ajuste

da armação exerceu uma ação de torque sobre os dentes e osso de suporte, já que, desta forma, não ocorreria a rotação da PPREL. Com o ajuste, as forças seriam transmitidas pelo descanso mesial, axialmente coincidente com o longo eixo do dente. Segundo este estudo, as estruturas que foram ajustadas apresentaram melhor distribuição de tensões no dente suporte e no rebordo residual.

Conforme afirmaram Fisher et al. (1975), um aspecto favorável do método da fotoelasticidade é a possibilidade de se fazer análise da distribuição de forças em corpos de morfologia complexa. Segundo esses autores, para esses casos, métodos analíticos puramente matemáticos, como o método do elemento finito, são de difícil aplicação ou até mesmo impraticáveis.

Com a aplicação da análise fotoelástica, White (1978) estudou o padrão de tensão produzido nas estruturas de suporte de PPR de extremidade livre, sob aplicação de carga vertical, utilizando dois encaixes. Os resultados mostraram que: 1) PPR unilateral não produziu mais tensão do que a bilateral; 2) nenhum dos encaixes apresentou distribuição de tensões ao longo do rebordo residual; 3) o uso de dois dentes suportes para cada encaixe resultou numa maior concentração de tensões no suporte mais distal do que um dente suporte único para cada encaixe.

Farah, MacGregor e Miller (1979) analisaram três tipos de próteses, pelo método da fotoelasticidade tridimensional: dento-suportada, muco-suportada e muco-dento-suportada. O estudo detectou e mediu a distribuição das tensões sobre a PPREL com disjunção entre as partes da resina e da armação metálica. A sela apresentava-se unida aos grampos por meio de pinos e juntas, os quais permitiam um movimento vertical, quando a força era aplicada na prótese. Os tipos de carga aplicada foram: 1) aplicação de carga bilateral na sela da extremidade livre na região

de primeiros molares; 2) aplicação unilateral na região de segundo pré-molar; 3) aplicação de carga bilateral desigual. A tensão de compressão para uma carga bilateral na região dos primeiros molares foi 18,2% maior para as dento-suportadas em relação aos outros dois tipos de prótese. A tensão de compressão para a prótese dento-suportada com carga unilateral, na região de primeiro molar e segundo pré- molar, foi 26,3% e 17,9% maior do que nas próteses muco-suportada e na muco- dento-suportada, respectivamente. Com base nos resultados obtidos, os autores puderam concluir que a maior concentração de tensões foi observada na prótese dento-suportada e que não houve diferença significativa na distribuição de tensões das próteses muco-suportada e dento-muco-suportada.

Sulik e White (1981), com o auxílio da análise fotoelástica tridimensional, estudaram as tensões produzidas no periodonto de dentes suportes de prótese parcial fixa. Três modelos foram construídos, cada um representando diferentes níveis de suporte periodontal (100%, 80% e 60% de suporte periodontal). Os dentes suportes foram submetidos a forças oclusais, e examinados antes e após a colocação das próteses. Os resultados mostraram que a distribuição de tensões foi favoravelmente alterada com a colocação das próteses nas três situações, sendo mais perceptível no caso de 20% de perda de suporte periodontal do que com 40%.

Ko, McDowell e Kotowicz (1986) estudaram a distribuição de forças sobre o dente suporte e rebordo residual de PPREL bilateral, com apoios oclusais mesial e distal, quando uma carga vertical unilateral (5Kg) foi aplicada na região de primeiro molar. O método da análise fotoelástica tridimensional foi empregado neste estudo. Não foram colocados os braços de retenção e reciprocidade do retentor direto, nem o retentor indireto. Foi realizado um alívio sob o conector menor do apoio oclusal,

para evitar contato axial com o dente suporte e conseguir uma avaliação verídica da posição dos descansos oclusais. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa na distribuição das tensões ao redor do dente suporte, quando da mudança da localização dos descansos oclusais de mesial para distal.

Pezzoli, Rossetto e Calderale (1986) estudaram diversos sistemas de retenção para PPREL sob aplicação de carga, por meio da fotoelasticidade. Conforme os resultados, concluíram que a menor concentração de estresse nas estruturas de suporte foi gerada pela coroa telescópica e a maior por um sistema de rompe-forças. Os demais sistemas, sejam grampos circunferenciais ou encaixes, apresentaram resultados similares.

Um estudo comparativo do comportamento biomecânico das PPREL e das próteses parciais fixas em cantilever foi realizado por Laganá (1992), numa análise fotoelástica das reações das estruturas de suporte. Os objetivos foram avaliar: 1) qual o tipo de prótese, fixa ou removível de extremidade livre transmitia maiores tensões aos dentes suportes; 2) se existia diferença de comportamento das estruturas de suporte, ao se aplicar a carga no primeiro, segundo ou em ambos os pônticos. Segundo os resultados estatísticos, os dentes suportes da prótese parcial removível suportaram uma carga quatro vezes maior que a da prótese parcial fixa. Não foi estatisticamente significante a diferença entre a carga a ser aplicada no primeiro, segundo ou ambos os pônticos.

Ito et al. (1998) por meio de análise fotoelástica, estudaram o estresse induzido às estruturas de suporte em uma PPREL bilateral retida pelo grampo à barra I, com variados graus de envolvimento periodontal do retentor distal. Concluíram que, sob a mesma condição de carregamento, o modelo que

desenvolveu maiores tensões foi o que tinha o maior defeito ósseo. O aumento do número de dentes envolvidos na distribuição de carga da estrutura metálica não reduziu proporcionalmente o nível de estresse sobre o modelo.

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