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Avaliar e comparar os métodos de medição do conforto das batas cirúrgicas tem sido práticas realizadas, nas últimas décadas, tanto pela indústria como por pesquisadores da área (Abreu, 2004 e Cao, 2007) com a finalidade de evoluir na investigação e no controlo das propriedade de conforto deste vestuário. Como as possibilidades de avaliação dos diferentes tipos de conforto são vastas, este estudo deteve-se na avaliação térmica das batas através de utilização de equipamento específico de ensaio (avaliação objectiva), como através da utilização de pessoas que testaram as batas em estudo e responderam a um inquérito específico (avaliação subjectiva), com a finalidade de obter dados relevantes à medição do isolamento térmico de cada modelo de bata e assim desenvolver um novo modelo que atenda a todos os requisitos de um conforto térmico ideal.

4.1 – Análise dos dados da avaliação subjectiva

A realização destes inquéritos à saída e “in loco” com os médicos, utilizadores das batas, permite a obtenção de informação relevante e que não está referenciada nas questões do próprio inquérito, indo além da informação pedida.

A análise deste inquérito permitiu retirar informações importantes, referentes ao conforto térmico dos três modelos de bata testados.

Constata-se que as batas de uso único reforçadas apresentam condições de conforto ideal, dentro das exigências dos médicos inquiridos, pois todos os dados apresentados indicam que todas as expectativas de uso foram atendidas com este produto. O mesmo se pode afirmar para as batas de uso único simples, excepto no requisito de segurança. Esta bata, por não possuir camada de reforço, os médicos sentiram-se realmente mais inseguros, mas em todas as outras propriedades comportou-se de forma a proporcionar conforto ao utilizador.

Os resultados também mostraram que as batas reutilizáveis necessitam passar por inúmeros reajustes, pois as observações feitas pelos médicos apresentam vários índices de desconforto.

As indicações iniciam na questão 2, referente à facilidade em vestir a bata cirúrgica testada, em que apontam as más condições do sistema de fecho. Os médicos afirmaram que não conseguem despir sozinhos o vestuário e que precisam sempre do auxílio de enfermeira para tirar as batas.

Na questão a seguir, referentes às condições de liberdade dos movimentos (questão 3), o modelo reutilizável, não permite a movimentação do corpo de forma ideal, a alguns médicos. Estes, sentem-se presos nas costas e na zona do peito.

Outra questão avaliada com valores desfavoráveis ao conforto, foi a questão térmica (questão 6). O modelo reutilizável, permite a formação de suor e causou sensação de calor. Além de que, absorve o suor do corpo, deixando as regiões do peito, costas e braços humedecidas.

A propriedade barreira a líquidos, não existe, no caso das batas reutilizáveis, pois para se realizar as cirurgias, os médicos utilizam um avental plástico sob esta bata. Tal condição proporciona insegurança aos médicos, pois há casos em que ao fim da cirurgia estão com o vestuário cirúrgico totalmente molhados. A última observação feita à bata reutilizável, refere-se à questão do odor, pois devido à reutilização da bata e possivelmente com as inúmeras lavagens, reforçam no uso de produtos químicos para a esterilização do material, causando um odor químico intenso e incomodativo.

Podem assim salientar que o modelo actual das batas de uso único, testadas, está a atender de forma satisafatória aos requisitos de segurança e conforto dos médicos inquiridos.

Entretanto, informações adquiridas nas respostas referentes às considerações finais, optou-se pelo desenvolvimento do novo modelo da bata de uso único reforçado requisitado pelos médicos inquiridos.

4.2 – Análise dos dados da avaliação objectiva

Através dos resultados apresentados do estudo das propriedades térmicas das batas cirúrgicas por meio de medições objectivas é importante a variação entre os modelos de batas analisados e comparar os métodos de cálculo aplicados.

Avaliando os métodos de cálculo aos diferentes modelos de batas é relevante observar que em todos os modelos seguiram a mesma sequência de apresentação de resultados, em que o método paralelo

apresenta maior valor, e que o método em série e os valores expressos pelo método global são sempre inferiores aos dois primeiros.

Somente o modelo de bata reforçada apresenta dados diferentes, pois os resultados dos valores de isolamento térmico, no método global, apresenta maiores resultados que os métodos série e paralelo, enquanto que nas outras batas o valor do método global é sempre o menor.

Outra observação a ser feita em relação à bata reforçada é que esta, em todos os testes com o manequim e todos os valores, nos diferentes métodos de cálculos foram sempre superiores aos outros modelos de batas, até mesmo dos valores da bata reutilizável.

As batas reutilizáveis e as batas simples apesar de serem confeccionadas de forma distinta, não apresentam diferenças em relação às suas propriedades térmicas, pois como pode observar-se, apresentaram neste estudo valores de isolamento térmico próximos, quando aplicados os vários métodos de cálculo. Os valores de isolamento térmico somente demonstraram ser muito diferentes quando a bata reutilizável apresentou um Icl, básico, de 0.96 clo e a bata simples de somente 0.62 clo.

Ao fazer a comparação dos dados da bata reforçada antiga com os dados apresentados pela bata nova, observa-se que a bata antiga possui maior isolamento térmico em todos os métodos de cálculo e em todos os tipos de isolamento térmico.

O que se observa é que a bata nova apesar das modificações realizadas no tamanho da área do reforço frontal e dos braços e em utilizar outro tipo de material do reforço na região dos braços, permitiu que esta bata tornar-se-á mais leve e com menor isolamento térmico, comparativamente ao modelo reforçada antes utilizada.

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