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3. Projeto luminotécnico integrado: iluminação natural e artificial

4.4 Considerações sobre os resultados

4.4.3 Análise MACKENZIE

Analisando a sala de projeto da Fau-Mackenzie, percebemos que na maior parte do tempo a luz natural não atende a norma NBR ISO/CIE 8995-1, que recomenda 500 lux para um ambiente de ensino, a utilização da luz natural de forma individual, cria uma grande incidência de iluminância nas proximidades das aberturas, criando dessa forma uma baixa uniformidade de luz no ambiente, sendo necessário suplementar a luz natural com a iluminação artificial, onde se faz necessário.

No projeto integrado, percebemos que na maior parte do tempo a iluminância média da sala atende a recomendação da norma, que recomenda 500 lux para um ambiente de ensino, os piores meses onde a iluminância fica abaixo da recomendação na maior parte do tempo são: março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro chegando a 83%. O mês de janeiro, novembro e dezembro são os melhores meses, chegando a 100% do tempo. Podemos afirmar que esse percentual relacionado ao tempo onde a iluminância atende a norma, representa uma verdadeira oportunidade de redução de economia de energia, uma vez que toda iluminância que ultrapassa os 500 lux, poderia ser dimerizada e assim garantir o aumento da redução do consumo de energia.

171 Segundo análise, em alguns pontos onde a iluminância é maior que 500 lux, o sistema de controle da automação poderá dimerizar as fontes de luz para que haja um nível constante de iluminância, seguindo as variações do comportamento da luz natural, garantindo uma redução do consumo de energia, diminuição da carga térmica no ambiente e um maior conforto visual por meio do controle do ofuscamento.

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5 Considerações Finais

De acordo com a pesquisa apresentada, concluímos que a eficiência energética e a conservação de energia no ambiente de ensino, depende de várias variáveis e não somente a integração dos sistemas, como: posição do edifício em relação ao norte, dimensão do ambiente como largura, comprimento e altura, tipo de abertura, tipo de sistema de luz natural (lateral ou zenital), transmitância do vidro e as refletâncias em relação a cor do piso, paredes e teto. O mobiliário e as texturas, também influenciam no resultado em relação à iluminância média do ambiente. O sistema de iluminação artificial integrado à automação tem o objetivo de suplementar as oscilações no nível de iluminação natural no projeto arquitetônico, mantendo constante o nível de iluminância prescrito para cada ambiente, que permite a redução do consumo de energia, cada vez que o sistema de controle entra em ação, de acordo com suas variações no decorrer do ano.

Para que ocorra esta integração é necessário que o sistema da luz natural, dimerize e controle a luz artificial de forma que ela seja ajustada para suplementar os níveis disponíveis pela luz natural, sendo a melhor estratégia a utilização de zonas de iluminação e acordo com a atividade que será exercida, levando em consideração o desenho arquitetônico do ambiente e a função do espaço, de forma a alcançar a iluminância desejada no ambiente projetado de forma eficiente, resultando na redução do consumo de energia elétrica do sistema de iluminação artificial.

Conforme o estudo apresentado, de três edifícios de ensino, o objetivo principal não é o controle da luz artificial e sim o controle da luz natural, como o exemplo apresentado do estudo de caso da FAU-USP, onde a iluminação artificial continua acionado durante todo o período em uso contínuo, mesmo que os níveis de iluminação natural possam suprir parcialmente ou totalmente a quantidade necessária para a realização das tarefas, além do desligamento da luz artificial, se faz necessário o uso de zonas de iluminação e o controle da iluminação natural, seja por meio de brise ou sistemas automáticos de controle da luz natural. Para que ocorra economia de energia, a iluminação artificial deve ser desligada ou dimerizada, de acordo com a luz natural disponível.

173 A conservação de energia está intimamente relacionada com a disponibilidade de luz natural, as características do edifício, a tipologia da abertura e do entorno. Além destes aspectos deve-se considerar um sistema de iluminação artificial projetado para complementar a luz natural, com circuitos independentes e sistema de controle elétrico apropriado para cada caso, assim como o uso de zonas e o controle individual das zonas por meio da automação ou a intervenção direta do usuário. O sistema de comando da iluminação artificial, corresponde às formas de acionamento ou dimerização das lâmpadas existentes no projeto, por meio de equipamentos que ligam e desligam, chamados de sistemas de controle elétrico. Podendo ser usado, timers, acionamento programado ou sensores de ocupação.

Existem vários tipos de comando, os comandos da iluminação artificial, também conhecidos como sistemas de controle elétrico ou automação, podem ter duas formas de acionamento: manual e automático. O acionamento manual é realizado pelo usuário, que tem a responsabilidade de ligar ou desligar o sistema. Porém mesmo sendo manual e possível dimerizar a fonte de luz, por meio de um relê de acionamento, esse tipo de acionamento é considerado um pré-automação. O acionamento automático é acionado por meio de uma programação do sistema de controle, podendo ser ligado ou desligado de acordo com o nível de iluminação proveniente da luz natural e/ou devido a presença ou ausência de usuários no ambiente, por meio de uso de sensores de presença e movimento.

O controle automático por meio de acionamento corresponde à sensores que detectam ou identificam a incidência de lua natural em determinados pontos do ambiente e ajustam o fluxo luminoso das lâmpadas ou o seu desligamento para atingir um nível pré-determinado nível de iluminância no ambiente. Para que isto ocorra além da lâmpada ser dimerizável é necessário que o equipamento auxiliar também seja dimerizável, sendo ele um transformador, reator ou fonte/driver. Lembrando que no caso dos Leds, mesmo a fonte de luz sendo dimerizavel é necessário verificar e testar que o sistema de controle é compatível com a fonte de luz especificada.

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REFERÊNCIAS

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