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4 Caracterização das Áreas de Estudo e Resultados

4.1 Área 1 – Rio Grande do Norte

4.1.7 Análise Morfométrica

A análise geomorfométrica consistiu na elaboração de mapas temáticos a partir de modelos digitais de elevação. Estes mapas foram sobrepostos ao relevo sombreado visando destacar as feições de relevo com características semelhantes e anomalias relevantes que possibilitam auxiliar diretamente no refinamento da delimitação dos domínios geomorfológicos

Mapa Hipsométrico

Para possibilitar a melhor visualização da amplitude topográfica da área foi efetuada uma classificação hierárquica das cotas do terreno representadas no mapa hipsométrico (Figura 12). Analisando essa base foi possível estabelecer uma divisão da área em dois compartimentos que apresentam classes altimétricas com intervalos distintos.

As maiores elevações da área estão localizadas em sua porção oeste. Ocorrem altitudes superiores a 200 metros em duas áreas distintas, uma a sudoeste e outra a noroeste, separadas por uma planície com níveis topográficos inferiores. Na porção sudoeste, as elevações atingem altitudes superiores a 400 metros, maior elevação da área de estudo, apresenta uma transição abrupta com as áreas vizinhas e possui uma orientação NNE-SSW bem demarcada. Na porção noroeste ocorre uma forma alongada, difusa, com altitudes superiores aos 200 metros, uma transição gradual para os terrenos em níveis topográficos inferiores e uma leve orientação ENE-WSW Estas altitudes mais elevadas estão relacionadas as serras que ocorrem ao norte e as feições do Planalto da Borborema, a sul.

As elevações inferiores a 200 metros são predominantes ocupando quase integralmente a área de estudo. Relacionadas às feições geomorfológicas costeiras que ocorrem por todo o litoral nordeste brasileiro. Observa-se que as elevações diminuem gradativamente para leste, no sentido do litoral, onde as formas de relevo começam a sofrer influência marinha. Este compartimento representa as feições geomorfológicas descritas como Faixa Litorânea, Tabuleiros Costeiros e Depressão Sertaneja.

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Figura 12 Mapa hipsométrico da área de estudo, elevação em metros. Projeção UTM, Datum SAD 1969.

Mapa de Declividades

O mapa de declividades da área apresenta os valores em graus de inclinação do terreno (Figura 13). É possível observar que na área de estudo há a predominância de valores de declividade baixos, normalmente inferiores aos 5 graus, isto ocorre devido as formas de relevo normalmente planas e levemente onduladas que existem na área, relacionadas aos Tabuleiros Costeiros e Depressão Sertaneja, e também devido ao posicionamento litorâneo da área de estudo que tende a apresentar feições planares conforme aproxima-se do litoral.

53 É possível observar a ocorrência de um aumento gradual da declividade de leste para oeste, quanto mais se afasta do litoral maiores são as declividades. As maiores declividades, que não ultrapassam os 25 graus, ocorrem isoladamente na porção sudoeste da área estando diretamente relacionadas as maiores altitudes, representam a porção da área que engloba as feições serranas do Planalto da Borborema. Ocorrem de forma abrupta sendo discordantes do restante da área.

Figura 13 Mapa de declividade da área de estudo, em graus. Projeção UTM, Datum SAD 1969.

Mapa de Curvaturas

Foram gerados dois mapas de curvatura da região em estudo, um referente à curvatura vertical, ou em perfil, (Figura 14) e o outro a curvatura horizontal, ou em planta, (Figura 15). Estes mapas estão diretamente relacionados à superfície do terreno e possibilitam identificar

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se estas possuem formas côncavas ou convexas em relação a uma superfície horizontal e vertical.

No mapa de curvatura vertical, em que o terreno é analisado em perfil, podemos observar que há uma predominância de formas côncavas e planas, o que está relacionado com um relevo mais dissecado, de certa forma. As formas côncavas estão comumente relacionadas a vales encaixados, formados pela intensa ação hidrológica da área. Na porção sudoeste da área as formas convexas estão bastante evidentes, diretamente relacionadas com as maiores elevações e declividades da área. Nesta região ocorre o relevo de serras relacionado ás rochas intrusivas da Suíte Dona Inêz, apresenta topos mais proeminentes e agudos, fortemente orientados e suscetíveis a ocorrência de movimentações de massa.

O mapa de curvatura horizontal, por sua vez, apresenta a formas convexas e planas como predominantes. As formas convexas em planta estão normalmente relacionadas a eventos de espalhamento, normalmente representados por morros com declives mais suaves e um comprimento de rampa maior. Na porção sudoeste da área as formas côncavas são preponderantes, relacionadas com as maiores elevações e declividades. Indicam a presença de um relevo fortemente escarpado, que devido aos altos declives tendem a concentrar material em suas encostas.

55 Figura 14 Mapa de curvatura vertical da área de estudo. Projeção UTM, Datum SAD 1969.

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Figura 15 Mapa de curvatura horizontal da área de estudo. Projeção UTM, Datum SAD 1969.

Mapa de Lineamentos

Segundo o mapa de lineamentos regional produzido para área de estudo (Figura 16), os principais lineamentos extraídos apresentam grande disparidade. Na porção Leste da área ocorre uma predominância de lineamentos nas direções NNW-SSE e W-E, estas direções são concordantes com as estruturas responsáveis pela formação da Bacia Potiguar durante o evento de ruptura do Gondwana. As unidades da Faixa Litorânea e dos Tabuleiros Costeiros são os mais marcados por estas direções de lineamentos provavelmente devido à influência da separação continental na formação das principais feições morfológicas da área, como as planícies fluviais e os tabuleiros.

Na porção centro-sul e principalmente na porção sudoeste, ocorrem lineamentos com direções NNE-SSW e NE-SW que podem estar relacionados as estruturas do arcabouço

57 estrutural da Bacia Potiguar. Estas direções de lineamentos estão bem evidentes na porção sudoeste onde ocorrem feições de Serras, fortemente orientadas sendo possível observar uma continuidade desta orientação para norte, quando adentra a unidade da Depressão Sertaneja.

Figura 16 Mapa de Lineamentos. Projeção UTM, Datum SAD 1969.

Para uma melhor interpretação dos lineamentos da área de estudo, foi elaborada uma roseta com as principais direções dos lineamentos identificados (Figura 17). Na roseta é possível observar que predominam os lineamentos com direções NW-SE, que estão provavelmente relacionados ao evento de separação continental e formação de bacias na costa norte e nordeste brasileira (Zalán, 2012), no caso especifico da área os lineamentos

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estão relacionados à formação da Bacia Potiguar. Estruturas com direções W-E estão também relacionadas com a abertura das bacias.

Uma expressiva quantidade de lineamentos ocorre nas direções NE-SW e NNE-SSW, estas estruturas se relacionam com o arcabouço estrutural da Bacia Potiguar, e são anteriores aos eventos de abertura do oceano Atlântico.

Figura 17 Roseta com principais direções dos lineamentos.

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