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Análise química das raízes

4. Resultados e Discussões

4.2. Efeitos dos tratamentos nas raízes de alface

4.2.2. Análise química das raízes

A análise de variância e as comparações entre as médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5%

de significância, referentes aos teores de matéria orgânica, ferro, fósforo, cálcio e magnésio

nos diferentes tratamentos estão representadas na Tabela 14. De acordo com o teste F, foram

encontradas diferenças significativas ao nível de 1% de probabilidade para o Fe, P e Mg e não

houve evidências de diferenças entre os tratamentos com relação aos teores de MO e Ca.

Tabela 14. Análise de variância e valores médios dos teores de MO, Fe, P, Ca e Mg das raízes de alfaces obtidas no

ensaio: testemunha (T0), água da vinhaça (T1), água do queijo (T2), lama da vinhaça (T3) e lama do queijo (T4)

Análise de variância Orgânica Matéria

(%)

Ferro

(g/kg)

Fósforo

(g/kg)

Cálcio

(g/kg)

Magnésio

(g/kg)

F tratamentos 1,50 7,78 ** 4,85 ** 1,20 4,93 **

Média geral 91,33 0,42 1,80 3,83 3,16

Desvio-padrão 1,88 0,10 0,32 0,98 0,99

CV (%) 2,06 23 17,86 25,59 31,18

Teste de Tukey a 5%:

T0 92,83 a 0,41 b 1,71 ab 3,96 a 1,84 b

T1 90,66 a 0,34 b 1,34 b 3,59 a 3,98 a

T2 90,67 a 0,42 b 1,89 ab 4,37 a 2,41 ab

T3 90,36 a 0,29 b 1,87 ab 4,14 a 3,84 a

T4 91,92 a 0,62 a 2,22 a 3,14 a 3,85 a

Nível de significância: **: 1%; *: 5%.

CV: coeficiente de variação.

Letras iguais indicam que, no nível de 5% de significância, não há diferença entre as médias, pelo teste de Tukey.

Relativamente ao ferro, os resultados foram mais elevados do que os apresentados pela parte

aérea. O tratamento T4 (lama do queijo) apresentou valores superiores, com um aumento

percentual de 51% comparativamente à testemunha, havendo diferenças significativa, pelo

teste de Tukey com todos os demais tratamentos. Os tratamentos T1, T2 e T3 não

apresentaram diferenças significativas em relação ao tratamento testemunha. Porém os

tratamentos que receberam tanto a água da vinhaça (T1), quanto a lama da vinhaça (T3)

apresentaram os menores valores médios, com reduções na ordem dos 17% e 29%,

relativamente à testemunha.

Quanto aos teores de fósforo, diferentemente do que ocorreu na parte aérea, onde os maiores

valores foram obtidos pelo tratamento T3 (lama da vinhaça), nas raízes a média superior foi

encontrada no tratamento T4 (lama do queijo), com 2,22 g/kg. Embora tenha sido o melhor

resultado, não houve diferenças significativas pelo teste de Tukey, em comparação com os

tratamentos T0, T2 e T3, que obtiveram teores médios de 1,71 g/kg; 1,89 g/kg e 1,87 g/kg. O

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tratamento com água da vinhaça obteve menor teor médio (1,34 g/kg), porém diferiu

estatisticamente apenas do tratamento T4.

Os teores de cálcio encontrados nas raízes, não apresentaram diferenças significativas para os

diferentes tratamentos. Porém, os teores mais altos foram obtidos no tratamento T2 e não no

T3 como aconteceu na parte aérea. Houve um incremento de 10% do tratamento T2 em

comparação com a testemunha, ao passo que o tratamento T3 obteve um aumento percentual

de 4% em relação à testemunha. Os menores valores foram obtidos no tratamento T4 e T1,

com valores médios de 3,14 g/kg e 3,59 g/ kg, caracterizando uma redução de 20% e 9%,

respetivamente, em relação à testemunha.

Os resultados referentes ao magnésio mostram que o T1 foi o tratamento com valores

superiores, tendo um incremento de 109% em relação à testemunha, constatando-se assim,

pelo teste de Tukey, que houve diferença significativa entre esses tratamentos. O teor mais

baixo (1,84 g/kg) foi verificado no tratamento testemunha, que entretanto não diferiu

estatisticamente do tratamento T2, tendo este último alcançado teor médio de 2,41 g/kg. Entre

os tratamentos T1, T2, T3 e T4 não houve diferenças significativas, ao nível de 5 % de

significância, pelo teste de Tukey. A Figura 24 mostra os resultados dos teores médios de P,

Fe, Ca e Mg encontrados nas raízes de alfaces cultivadas com os diferentes tratamentos.

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Figura 24. Teores médios de fósforo, ferro, cálcio e magnésio de raízes de alfaces submetidas a diferentes tratamentos:

T0 testemunha; T1 água da vinhaça; T2 água do queijo; T3 lama da vinhaça; T4 lama do queijo

Os teores de matéria orgânica encontrados em todos os tratamentos não diferiram entre si

estatisticamente, pelo teste de Tukey. Entretanto, os melhores valores médios foram obtidos

no tratamento testemunha, alcançando 92,83%. Assim como na parte aérea da planta, o menor

teor (90,36%) pode ser verificado no tratamento T3 (lama da vinhaça), que apresentou

reduções mínimas (aproximadamente 2%) em relação à testemunha. Os tratamentos T1, T2 e

T4 obtiveram teores na ordem dos 90,66%; 90,67% e 91,92%, respetivamente (Figura 25).

Figura 25. Matéria orgânica de raiz de alfaces submetidas a diferentes tratamentos: T0 testemunha; T1 água da

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A análise de variância e as comparações entre as médias pelo teste de Tukey ao nível de 5%

de significância referentes aos teores de azoto, cloretos, sódio e potássio nos diferentes

tratamentos está representado na tabela 15, onde pode ser constatado que, de acordo com o

teste F, houve diferenças significativas ao nível de 1% de probabilidade entre os tratamentos,

com relação aos teores em questão.

Tabela 15. Análise de variância e valores médios dos teores de N, Cl, Na e K das raízes de alfaces obtidas no ensaio:

testemunha (T0), água da vinhaça (T1), água do queijo (T2), lama da vinhaça (T3) e lama do queijo (T4)

Análise de variância Azoto (g/kg) Cloretos (g/kg) (g/kg) Sódio Potássio (g/kg)

F tratamentos 10,83 ** 92,62 ** 162,82 ** 9,97 **

Média geral 7,02 11,20 2,78 33,07

Desvio-padrão 1,00 1,96 0,56 4,02

CV (%) 14,23 17,47 20,15 12,15

Teste de Tukey a 5%:

T0 5,64 b 4,54 c 0,94 b 25,25 c

T1 8,82 a 11,60 b 1,03 b 39,73 a

T2 7,30 ab 25,20 a 8,41 a 33,90 ab

T3 8,10 a 9,52 b 2,05 b 37,21 ab

T4 5,45 b 4,80 c 1,30 b 30,09 bc

Nível de significância: **: 1%; *: 5%.

CV: coeficiente de variação.

Letras iguais indicam que, no nível de 5% de significância, não há diferença entre as médias, pelo teste de Tukey.

Observou-se que os resultados, referentes aos teores de azoto nas raízes, apresentaram valores

superiores no tratamento T1 (água da vinhaça), contrariando o que ocorreu na parte aérea, no

qual o T1 alcançou os resultados inferiores. O tratamento T1 diferiu estatisticamente do

ensaio testemunha, com incremento de 56% e do T4 (lama do queijo) com incremento de 61%

no teor de azoto. Entretanto, comparativamente aos tratamentos T2 (água do queijo) e T3

(lama da vinhaça), não houve diferenças significativas pelo teste de Tukey, sendo que estes

obtiveram incrementos na ordem dos 29% e 45% em relação à testemunha.

Os dados médios relacionados aos cloretos mostram que, assim como observado na parte

aérea, o maior (25,20 g/kg) e menor (4,54 g/kg) resultados foram obtidos nos tratamentos T2

(água do queijo) e T0 (testemunha), respetivamente. Pelo teste de Tukey, verificou-se que

houve diferenças significativas entre o T2 e os demais tratamentos, constatando-se um

aumento de cerca de 4,5 vezes no teor de cloretos desse tratamento em detrimento ao da

testemunha. Os tratamentos que receberam a água e a lama da vinhaça (T1 e T3) não

diferiram estatisticamente entre si, alcançando teores médios de 11,69 g/kg e 9,52 g/kg,

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respetivamente. Já a lama do queijo (T4) obteve um teor médio de 4,80 g/kg, não diferindo

estatisticamente do tratamento testemunha (T0), pelo teste de Tukey.

O sódio presente nas raízes obteve valor superior (8,41 g/kg) no tratamento T2, semelhante ao

que ocorreu na parte aérea da planta. O valor médio alcançado nesse tratamento foi cerca de 8

vezes maior do que o encontrado no tratamento testemunha, diferindo significativamente de

todos os demais tratamentos. Entre os tratamentos T0, T1, T3 e T4 não houve diferenças

estatísticas entre si, sendo que o menor teor médio foi obtido no tratamento testemunha com

0,94 g/kg. As médias referentes aos tratamentos T1, T3 e T4 foram na ordem de 1,03 g/kg;

2,05 g/kg e 1,30 g/kg, respetivamente.

Relativamente ao potássio, os valores superiores continuam sendo dos tratamentos que

receberam a vinhaça, entretanto, nas raízes, a água da vinhaça é que obteve maiores teores, e

não a lama da vinhaça, como aconteceu na parte aérea. Porém, não houve diferenças

significativas entre esses dois tratamentos, uma vez que o T1 alcançou média de 39, 73 g/kg e

o T3 de 37,21 g/kg, sendo estes valores superiores 57% e 47% em relação ao T0 (testemunha)

O menor teor médio foi verificado no tratamento testemunha com valor de 25,25 g/kg,

constituindo semelhança estatística apenas com o tratamento T4. A Figura 26 mostra os teores

médios de Cl, Na, N e P encontrados nas raízes de alfaces cultivadas com os diferentes

tratamentos.

Figura 26. Teores médios de cloretos, sódio, azoto e potássio de raízes de alfaces submetidas a diferentes tratamentos:

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