• Nenhum resultado encontrado

ÌFormação de Mértola

DISTRIBUIÇÃO DOS ISOTEORES DE COBRE E DAS

4.5 ANÁLISE QUÍMICA

4.5.1. Solos e material originário

O tratamento químico que foi efectuado pelo Laboratório de Beja dos antigos SFM para os solos e sedimentos de corrente encontra-se descrito no ANEXO 1 (BORRALHO, 1970). Os valores das análises feitas na 1ª Campanha tal como a sua apresentação serviram neste trabalho apenas como suporte da metodologia de amostragem pois permitiram escolher as áreas de maior interesse.

As amostras da 1ª Campanha depois de escolhidas e homogeneizadas, visto que em arquivo as amostras tendem a heterogeneizar com o tempo (GARRETT, 1969), foram enviadas para o laboratório para fazer uma análise total multielementar (VAN LOON & BAREFOOT, 1988; CHAO & SANZOLONE, 1992), método que será adoptado também para as amostras da 2ª Campanha colhidas nos locais seleccionados. No sentido de obter resultados comparáveis nas duas campanhas foi necessário analisar os dois conjuntos de amostras à mesma granulometria (<0,18 mm). A metodologia utilizada pelo laboratório canadiano encarregue das análises (ACME Lab.) foi a seguinte:

-Pesaram-se 0,25 g de amostra à qual se adicionaram 10 ml de uma mistura de

quatro ácidos HClO4+HNO3+HCl+HF sendo em seguida aquecida a 200ºC, e depois

diluída em 10 ml de aqua regia. Esta extracção é parcial para magnetite, cromite, barite, óxidos de Al, W, Zr e Mn e para amostras de sulfuretos maciços. No caso de elementos como As, Cr, Sb e Au podem ser volatilizados parcialmente, por neste método a amostra atingir uma temperatura de 200ºC.

Nas soluções de extracção foram depois lidos os elementos Ag, Al, As, Au, Ba, Be, Bi, Ca, Cd, Ce, Co, Cr, Cu, Fe, Hf, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nb, Ni, P, Pb, Rb, Sb, Sc, Sn, Sr, Ta, Th, Ti, U, V, W, Y, Zn e Zr por Espectrometria ICP-EAS descrita na bibliografia por vários autores (e.g. JARVIS & JARVIS, 1992; PINTO, 1977).

Foi ainda determinado o pH numa suspensão solo/água na proporção 1/2,5 (p/p). No sentido de serem feitas as análises para extracção selectiva parcial as amostras foram sujeitas a um conjunto de cinco extracções elaboradas no Laboratório de

Geoquímica do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, estando os protocolos de análise descritos no ANEXO 2.

A escolha das amostras para análises parciais foi baseada na distribuição e tipo de solos, geologia, litologia presente e a existência de mineralizações abandonadas e, área coberta pelas estevas. Depois de uma observação cuidada de todos os elementos existentes foi possível escolher para um tratamento mais fino as seguintes amostras: 11A, 42A, 77A, 79A, 82A, 83A, 87A, 111A, 112A, 113A, 114A, 115A, 145A, 146A, 174A, 176A, 187A, 190A. As soluções obtidas nas extracções selectivas parciais foram depois enviadas para o Laboratório de Geoquímica do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro para leitura de Cu, Pb, Zn, Fe e Mn, por Espectrometria de Absorção Atómica.

As extracções selectivas mais vulgarmente utilizadas em estudos de geoquímica ambiental são as extracções sequenciais descritas na bibliografia por alguns autores (e.g. GATEHOUSE et al., 1977; TESSIER et al., 1979; CARDOSO FONSECA, 1982). No entanto para este estudo aplicaram-se as extracções selectivas parciais/ paralelas as quais são também descritas na bibliografia por vários autores (e.g. CALVET et al., 1990; GOMMY, 1997), sendo também designadas por GUPTA et al. (1990) como extracções simultâneas. A extracções parciais foram ainda designadas por outros autores como extracções simples (e.g. URE, 1996; McGRATH, 1996; TACK & VERLOO, 1996; GUPTA & VOLLMER, 1996).

No sentido de fazer a especiação do As nas amostras colhidas em alguns locais foram escolhidas as amostras 82A e 145A. Assim, abriram-se os perfis de solo e, foram seleccionados nestes, o horizonte C (material originário do solo) e o horizonte superficial e foi ainda analisada a raíz e a folha das estevas que cresciam no mesmo local. Além disso, foram ainda escolhidos um conjunto de amostras superficiais correspondentes aos solos 134A, 159A, 12A, 132A, 137A, 195A e 174A, escolhidos de acordo com o seu teor em As total analisado nos solos colhidos na 2ª Campanha. Esta selecção pode ser observada na Figura 4.5.1. Foram analisadas o conjunto das amostras atrás descritas para as formas As (III) e As (V) de acordo com as metodologias preconizadas por (QUEVAUVILLER, 1998, BARRA et al., 2000a; BARRA et al., 2000b) que se descrevem no ANEXO 3. Para as amostras dos solos 82A e 145A foi ainda determinado o Carbono Orgânico Total (COT) por via húmida.

Fig. 4.5.1- Distribuição das isolinhas dos teores de As (mg kg –1) nos solos superficiais e localização dos solos para colheita das amostras que foram sujeitas a especiação do As.

4.5.2. Análise química das estevas

As amostras das plantas préviamente secas e moídas foram reduzidas a cinza a cerca de 475 ºC. Foram pesadas 0,25 g de cinzas da amostra à qual foi adicionada uma solução constituída por 10 ml de quatro ácidos (HCLO4+HNO3+HCl+HF) conforme descrito anteriormente para os solos. Para serem comparados os resultados da planta e do solo foi utilizado o mesmo método para ambos e os resultados obtidos nas cinzas foram convertidos no peso seco da amostra de esteva.

Nas soluções de extracção foram depois determinados os elementos Ag, Al, As, Au, Ba, Be, Bi, Ca, Cd, Ce, Co, Cr, Cu, Fe, Hf, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nb, Ni, P, Pb,

Rb, Sb, Sc, Sn, Sr, Ta, Th, Ti, U, V, W, Y, Zn e Zr tendo ainda sido analisado o S que não havia sido analisado nas amostras de solo pelo ACMELab, por Espectrometria (ICP-EAS).

O limite máximo de detecção para os elementos Ag, Au, W foi de 200 mg kg-1;

para os elementos Mo, Co, Cd, Sb, Bi, Th e U foi de 4000 mg kg-1; para os elemento Cu,

Pb, Zn, Ni, Mn, As, V, La, Cr foi de 10000 mg kg-1. A digestão das amostras pode ter sido

parcial para alguns minerais e pode ter ainda volatilizado elementos já referidos anteriormente para os solos.

4.5.3. Análise química dos sedimentos

Foram analisadas 57 amostras de sedimentos das três áreas atrás referidas.

A análise foi feita por Espectrometria (ICP-EAS) e as extracções foram feitas com os mesmos métodos utilizados para os solos e os elementos determinados nas soluções foram: Ag, Al, As, Au, Ba, Be, Bi, Ca, Cd, Ce, Co, Cr, Cu, Fe, Hf, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nb, Ni, P, Pb, Rb, S, Sb, Sc, Sn, Sr, Ta, Th, Ti, U, V, W, Y, Zn e Zr.

O termo “sedimentos de corrente” não será aqui empregue no que diz respeito aos sedimentos colhidos e analisados para este estudo, pois que nem sempre os sedimentos colhidos corresponderam a sedimentos de corrente. A área de influência destes sedimentos, na qual o transporte de materiais é possível, é muito restrita e apresenta também um declive muito suave. O transporte, em muitos destes casos, foi episódico e a curta distância, permitindo para esses, um comportamento mais próximo dos solos. Em muitos casos os sedimentos colhidos são materiais coluvionares com um transporte ao longo da vertente pouco declivosa e de pequena dimensão. Assim o termo genérico de “sedimentos” pareceu mais adequado neste caso.

Documentos relacionados