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Análise Qualitativa

No documento A comunicação da Cidade do Porto (páginas 39-43)

Capítulo 3. – Estudo Empírico

3.3. Análise Qualitativa

3.3.1 Entrevistas

A análise qualitativa permite desenvolver conceitos e ideias a partir de padrões encontrados nos dados. Este tipo de método foca-se no entendimento dos problemas, analisando os valores, os comportamentos e as atitudes, não colocando problemas de validade e fiabilidade dos instrumentos e não se preocupando com a generalização dos resultados e com as dimensões das amostras. Para analisar o conjunto de entrevistas considerou-se importante realizar uma análise de conteúdo, que segundo Sousa (2006) é um dos métodos científicos mais usados em ciências sociais, em particular em Ciências da Comunicação.

Passaremos a descrever de seguida os aspetos relevantes no desenvolvimento da componente qualitativa deste trabalho (participantes, guião, procedimento de recolha e tratamento de dados). Assim sendo, face aos objetivos deste trabalho, definimos como participantes as seguintes entidades:

Participantes - Entrevistámos os líderes da CMP, doravante designados “Líderes

CMP” que melhor poderiam contribuir para esta investigação, de acordo com as áreas em que colocamos o foco:

 Diretor do Gabinete de Comunicação e Promoção – Dr. Nuno Santos

 Vereador do Turismo – Dr. Ricardo Valente

Entrevistámos personalidades intervenientes na dinamização da cidade do Porto e que doravante designamos por “Personalidades Cidade”:

 Pró-Reitor da Universidade do Porto - Dr. Carlos Brito

 Presidente da UPTEC - Dr. José Novais Barbosa

 Redator principal e ex-diretor adjunto do Jornal Público - Dr. Manuel Carvalho

 Coordenador de Comunicação e Marketing da Douro Azul - Dr. Bruno Ribeiro

 Coordenadora de Comunicação e Marketing da Casa da Música - Dr.ª Gilda

Veloso

 Diretora Comunicação do Turismo Porto e Norte Portugal - Dr.ª Isabel Ferreira

de Castro

Instrumentos de recolha de dados – Optamos pela modalidade de entrevista

semiestruturada e pela elaboração de dois tipos de guiões (Cf. Anexo 2) para as entrevistas, um para os Líderes CMP e outro para as Personalidades Cidade: seis questões foram cuidadosamente selecionadas para servirem ambos os grupos, as restantes serviram para complementar dados de cada grupo, duas questões apenas direcionadas aos Líderes CMP e uma apenas direcionada às Personalidades Cidade. A seleção de perguntas idênticas para ambos os grupos de entrevistados permitirá a obtenção de resultados, através da análise de conteúdo, passíveis de ser comparadas.

Recolha dos dados – Os entrevistados selecionados para este trabalho foram

contactados pela autora do mesmo, por correio eletrónico ou por telefone e todas as entrevistas foram presenciais. As nove entrevistas foram gravadas pela autora da presente investigação, após autorização dos participantes e efetuadas em locais escolhidos pelos entrevistados, entre agosto de 2017 e março de 2018. Foi igualmente solicitada autorização aos entrevistados para anexar as entrevistas à presente dissertação, após transcrição das mesmas. Os entrevistados apenas conheciam o âmbito do trabalho, não tiveram qualquer conhecimento prévio das perguntas efetuadas nas entrevistas. O tempo médio de duração de cada entrevista foi de 30 minutos, exceto a entrevista efetuada ao Dr. Nuno Santos, cujo tempo de duração foi de 1h22.

Tratamento dos dados (Procedimento) – Após transcrever cada entrevista, a

autora desta investigação procedeu à análise de conteúdo, considerando para o efeito apenas as questões idênticas colocadas nas entrevistas. Foram definidas as categorias de análise, que são dos pontos mais importantes da análise de conteúdo, que neste caso correspondem às questões colocadas aos entrevistados. Assim, aplicando a análise de conteúdo a duas tabelas, cada uma correspondente a cada grupo, foram criadas as seguintes categorias:

 Objetivos da Comunicação Municipal

 Alteração das Estratégias de Comunicação da CMP

 Aspetos Salientes da Comunicação da CMP

 Influência dos Aspetos Comunicacionais na Reputação da Cidade

 Estratégia para o Turismo, Inovação e Universidade

 Evolução das Estratégias Comunicacionais

Para cada uma das categorias foram identificadas e classificadas subcategorias, comuns a vários discursos dos entrevistados, com base nas ideias expostas. Estas subcategorias constituem-se como os elementos explicativos do pensamento dos entrevistados, ou seja cada subcategoria resume exposições de ideias, que podem ser expostas por um ou vários entrevistados e que organizadas possibilitam a análise dos dados de forma mais simples e objetiva.

Definiu-se a “referência” como a unidade de análise (unidades de texto, frases, parágrafos) para construir a tabela, sem nenhum tipo de limitação ao número de referências ou fontes, por subcategoria. Foi construída a respetiva grelha de codificação da tabela, que permite perceber a organização das subcategorias existentes para cada categoria de análise. Esta grelha constitui-se como uma espécie de manual. A Tabela de análise de conteúdo, bem como a respetiva Grelha de Codificação, podem ser consultados nos Anexos.

Seguindo a base descrita para a análise de conteúdo, recorreu-se ao software WebQDA (Web Qualitative Data Analisys) para tratar os dados recolhidos nas entrevistas de forma organizada e apurada, sendo que esta opção de recurso a um software teve igualmente o intuito de conhecer esta ferramenta, aprender o seu

funcionamento e as suas valências, tentando assim valorizar e enriquecer este trabalho, bem como contribuir para a aprendizagem da própria autora.

Esta ferramenta é dirigida a investigadores, no contexto académico ou empresarial, que precisam analisar dados qualitativos, dados não numéricos e não estruturados (texto, imagem, vídeo, entre outros), individual ou colaborativamente. “Os benefícios do WebQDA residem principalmente na sua interface intuitiva, mecanismos de armazenamento, pesquisa e recuperação de dados, tudo isto num ambiente distribuído que propícia a investigação colaborativa” (Souza, Costa, & Moreira, 2011, p. 52). Dando uma perspetiva geral da estrutura deste software podemos dizer que se divide em três áreas: 1) fontes 2) codificação 3) questionamento. Na primeira parte (fontes) o investigador introduz os dados de que dispõe (texto, imagem, vídeo) para tratamento, na segunda área (codificação) o investigador cria as dimensões, os indicadores ou categorias que podem ser descritivas ou interpretativas, tendo em mente que a configuração estruturada do seu projeto vai resultar da interligação entre as fontes e a codificação. Na terceira área (questionamento) procura-se, dentro do sistema de categorias e subcategorias já codificado pelo utilizador, padrões e relações entre os dados, permitindo a criação de matrizes, Souza (2011, p. 54) explica “ A construção de matrizes, modelos e relatórios com as unidades de texto codificadas e relacionadas constitui elementos que irão auxiliar o investigador a construir o seu relatório final, artigo, dissertação ou tese”.

3.3.2 Visita com entrevista ao Gabinete de Comunicação e Promoção da CMP

Para se compreender como é construída e processada a comunicação da CMP efetuamos uma visita com entrevista ao Gabinete de Comunicação e Promoção da CMP. Esta visita afigura-se igualmente muito importante no âmbito deste projeto, na medida em que para além de complementar informação muito útil quanto aos dados recolhidos nas entrevistas aos três líderes da CMP, também teve um papel essencial para a preparação e construção do inquérito por questionário.

A preparação desta visita ao Gabinete de Comunicação e Promoção obedeceu à elaboração de um Guião (Cf. Anexo 5), que foi estruturado com base em algumas

pesquisas sobre Gabinetes de Comunicação e também em questões que surgiram naturalmente durante a reflexão sobre o tema do presente estudo.

A visita ao Gabinete de Comunicação e Promoção da CMP teve lugar no dia 27 de Março de 2018, após agendamento da mesma com a devida antecedência e de acordo com a disponibilidade do seu responsável para nos receber.

No documento A comunicação da Cidade do Porto (páginas 39-43)

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