• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 2- O estágio no Jornal de Notícias

2.4 Análise quantitativa

Durante os três meses na redação do Jornal de Notícias, tive sempre a liberdade para realizar inúmeros trabalhos de diversas modalidades do mundo do desporto. Os editores da secção deram-me desde o primeiro dia “asas para voar” e desta forma consegui ter a oportunidade de desafiar as minhas próprias capacidades. O objetivo era aprender com os meus erros e tentar, a cada dia, fazer mais e melhor.

Figura 1- Gráfico com as unidades de texto produzidas durante o período de estágio

Através do gráfico 1, é possível observar que no total, produzi ao longo do estágio 78 unidades de textos entre setembro e o fim de novembro. No volume total referido anteriormente, estão inseridas: as notícias, breves, antevisões de jogos e fichas de jogo, que serão analisadas mais em profundidade no decorrer deste relatório.

O mês de novembro para além de carregar a pressão de ser o último período de estágio, abarcou igualmente um grande número de desafios e oportunidades. Motivo pelo qual se verifica que foi o mês mais produtivo a nível quantitativo, com 49% do volume total de unidades de texto que equivale a 38 unidades de texto.

Em contraste, em outubro registou-se apenas 19% (15 unidades de texto) do volume total, representando o mês com o valor mais baixo dos três. Foi o único mês em que passei alguns dias sem trabalho algum; nesses períodos parados aproveitava para ajudar alguns jornalistas no que precisassem e observava o trabalho realizado pelos mesmos. A inércia do mês pode-se explicar pelo facto de as páginas reservadas para a secção de desporto estarem envoltas, na sua grande maioria, em polémicas e assuntos que preencheram as páginas da secção.

Entre eles, a Liga dos Campeões; a polémica em volta da acusação de Cristiano Ronaldo; a Liga das Nações, com Portugal a conseguir ficar na final four; e o caso E-

setembro; 25; 32% outubro; 15; 19% novembro; 38; 49%

toupeira, foram os temas que se destacaram em outubro e que, dado o carácter de importância dos assuntos, os estagiários não podiam tratar este tipo de assunto, resumindo-se o meu trabalho a breves e noticias com baixo número de caracteres.

No prelúdio do meu trabalho na secção foi percetível que havia muito trabalho a fazer, e desde o primeiro dia foram-me destinadas tarefas a realizar. Consistiu então em 32% do volume total, representando assim o segundo mês com maior volume de unidades de texto, que se refere a 25 no total.

Figura 2- Gráfico com as unidades de texto pelas diferentes categorias.

De forma a detalhar as unidades de texto mencionadas anteriormente, dividi por cada mês: “Breves”, “Notícia”, “Antevisão” e “Ficha de jogo”. Desta forma verificamos que o número de breves em todos os meses é sempre mais elevado do que as restantes categorias, com pico mais alto no mês de novembro. Este facto justifica-se, uma vez que, normalmente os estagiários ficam responsáveis pelas breves da secção, também por

16 11 31 8 4 4 1 0 2 0 0 1 S E T E M B R O O U T U B R O N O V E M B R O

conter um menor número de caracteres relativamente aos restantes espaços que encontramos no jornal.

No que diz respeito a “Notícias”, setembro teve o maior destaque, contabilizando um total de oito. Em novembro tive oportunidade de fazer uma “Ficha de jogo”, tendo que me deslocar ao local para realizar o trabalho. Em setembro já tinha realizado uma “Antevisão de jogo”, onde tive que falar de ambas as perspetivas das equipas.

Figura 3- Gráfico com as unidades de texto divididas por Modalidades

Para consolidar de forma mais clara as informações, e dado que se trata de uma secção de desporto, considerei importante dividir por modalidades o conjunto das unidades de texto redigidas, a fim de compreender qual foi a categoria mais dominante em cada um dos três meses. De referir que, foi utilizado o “Não aplicável” para todas as notícias que não abordam nenhuma modalidade em específico, constituindo-se assim notícias com assuntos não-desportivos.

0 2 4 6 8 10 12

Modalidades em cada mês

O ciclismo foi o primeiro desafio dado pelos editores, sendo que tive de acompanhar a La Vuelta, que representa a volta à Espanha em bicicleta, que decorreu durante o mês de setembro. Isso justifica o grande número de notícias sobre a modalidade nesse período.

Em outubro, o futebol destacou-se relativamente aos outros. Sendo que, muitas unidades de texto, em grande parte “Breves” foram sobre o futebol.

Já em novembro, destaque para o atletismo que registou um maior número de unidades de texto logo abaixo, sem muita discrepância de valores, o “Judo”, o “Ténis” e o “Ciclismo” também estiveram em realce.

2.5- Considerações sobre o estágio

Três meses, foi o período de tempo ideal para conseguir ter uma ideia, de forma mais clara, de como seguia e em que parâmetros se constrói, atualmente, o jornalismo desportivo. É inegável que o mundo do deporto, em especial o futebol, gera e move muito dinheiro e tem um grande peso na vida de muitas pessoas, e como tal, aprendi que a forma como um jornalista leva a informação ao público requer um cuidado maior no futebol do que em qualquer outra modalidade, uma vez que incita um misto de emoções.

Apercebi-me desde cedo que o futebol, no Jornal de Notícias, usufruía de uma especial atenção, tanto que as primeiras páginas da secção de desporto eram destinadas normalmente aos “três grandes” do futebol português: Benfica, Porto e Sporting.

O futebol é sem dúvida o desporto “rei” das redações de desporto, com os três grandes do futebol português- Benfica, Porto e Sporting- a abrirem sempre as primeiras páginas destinadas ao desporto. As outas modalidades, normalmente, ficavam com espaços mais pequenos, com um número de caracteres muito mais reduzido.

No que concerne a outras modalidades, existia sempre a preocupação por parte do jornal em informar sobre competições desportivas, resultados e classificações que fossem importantes, nomeadamente para leitores amantes das diferentes modalidades. Aqui, era óbvia a necessidade de tentar chegar ao máximo de pessoas possíveis, ponto assente para qualquer jornal generalista atual.

A preocupação com os títulos das notícias era constante. Os editores alteravam geralmente todos os títulos na hora de verificação das notícias. O processo era recorrente, e o intuito é fazer com que a ligação entre as palavras causasse interesse no ato de leitura. Seguindo a linha de ideia de captar o nosso leitor, dei por mim muitas vezes, a escrever notícias que não pertenciam diretamente ao núcleo daquilo que considerava ser a linha desportiva. Eram utilizadas informações extra-desportivas, como casos da vida íntima e pessoal dos diferentes protagonistas desportivos, sejam eles atletas, treinadores e até mesmo dirigentes.

Foi através desse mesmo assunto, que surgiu o tema central do presente relatório de estágio, pela necessidade de entender se realmente existia ou não uma abundância de assuntos não-desportivos, em relação aos desportivos, no caso do Jornal de Notícias.

Aprendi que o jornalismo atual é escravo da rapidez. O importante é ser o primeiro a dar a chegar às pessoas. As notícias de última hora têm que ser difundidas com rapidez e eficácia.

A pressão da parte do online era obvia, e fazia-se sentir por toda a redação. Contudo, como não tive nenhum tipo de trabalho feito para a plataforma online, não consegui verificar pessoalmente o impacto das notícias no mundo online, dos comentários, e da rapidez em entender a posição de cada pessoa através dos seus comentários.

Capítulo 3. A presença de assuntos não desportivos na secção

Documentos relacionados