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6.1 ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS POR MEIO DA APLICAÇÃO DA EEA AOS ALUNOS

6.1.1 Análise Relativa aos Fatores da EEA

Como descrito no subitem 5.3 – Instrumentos para a coleta de dados, a Escala utilizada, neste estudo, é constituída por sete fatores.

Os resultados obtidos a partir da aplicação da Escala foram, inicialmente, submetidos a uma análise descritiva, que possibilitou verificar: os valores mínimos e máximos atribuídos pelos participantes-alunos para cada um dos

sete fatores da Escala, a média e o desvio padrão, conforme apresentado na Tabela 6.

Tabela 6 – Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (dp) obtidos para cada Fator da EEA

Fatores N=532

Mínimo Máximo Média dp

1. Controle da emoção 0,8 10 7,52 1,78

2. Busca de ajuda interpessoal 0,5 10 8,23 1,64

3. Repetição e organização 3,5 10 9,02 1,10

4. Controle da motivação 1 10 8,95 1,22

5. Elaboração 5 10 9,44 0,89

6. Busca de ajuda ao material didático 1 10 9,06 1,32

7. Monitoramento da Compreensão 0 10 8,11 2,02

Fonte: Autora (2015)

Legenda: dp=desvio padrão

Os dados evidenciaram que as respostas dos participantes variaram de 0 a 10, apresentando intervalo menor de resposta no Fator 5 – Elaboração (mínimo: 5 e máximo 10); o qual apresentou maior média e menor Desvio Padrão quando comparado aos demais.

Sobre as médias, observa-se que estas variaram de 7,52 a 9,44, o que demonstra, de acordo com a classificação realizada por Zerbini e Pilati (2012), que os participantes deste estudo informaram utilizar, com frequência, estratégias de aprendizagem.

Pesquisas anteriores, como as de Abbad, Corrêa e Meneses (2010), Borges e Junior (2012) e Martins (2012), registraram médias inferiores às encontradas no presente estudo. As médias encontradas por Abbad, Corrêa e Meneses (2010) variaram de 3,72 a 7,76, resultado este que indicou pouca e moderada frequência no uso de estratégias de aprendizagem. Borges e Junior (2012) ao investigarem o uso de estratégias de aprendizagem entre alunos de um curso à distância encontraram resultados divergentes do observado na presente pesquisa. Os resultados do estudo classificaram os participantes da pesquisa, como de nível médio quanto ao uso de estratégias de aprendizagem. Entretanto, esses autores reconhecem que, embora o uso de estratégias não tenha se apresentado em nível alto, parece apropriado às necessidades de aprendizagem em EaD (BORGES; JUNIOR, 2012). Os resultados obtidos por Martins (2012) também são

divergentes dos encontrados no presente estudo, pois a autora constatou o uso de estratégias de aprendizagem de forma moderada, mas com uma tendência de aumento da frequência (Médias variaram entre 4,76 e 7,80).

Ao se analisar as estratégias de aprendizagem que compõem o Fator 1 – Controle da Emoção (Média: 7,52; dp: 1,78), verificou-se que essas estratégias apresentaram a menor média, quando comparadas às dos demais fatores. Resultado semelhante foi encontrado por Martins (2012), que observou em seu estudo que este Fator apresentou as médias mais baixas. Sobre isso, Paul (1990 apud BELLONI, 2009, p.45) afirma que, frequentemente, as dificuldades que os alunos da EaD apresentam são mais de ordem psicológica do que relativas ao conteúdo propriamente dito. Considera-se que, se as estratégias do Fator 1 fossem utilizadas com maior frequência, talvez, os participantes-alunos da pesquisa pudessem ter um melhor rendimento acadêmico, pois possivelmente superariam as questões emocionais.

Sobre o Fator 2 - Busca de Ajuda Interpessoal (Média: 8,23; dp: 1,64), observou-se que as estratégias que compõem este Fator não se enquadram também entre as mais utilizadas pelos participantes da pesquisa. Resultados da pesquisa de Martins (2012) apontam que este Fator obteve a média mais baixa, quando comparado aos demais fatores.

Como pode ser verificado no Fator 3 – Repetição e Organização (Média: 9,02; dp: 1,10) os participantes apresentaram uma média intermediária em relação aos demais fatores. Resultado este semelhante ao identificado por Martins (2012).

Da mesma forma, no Fator 4 – Controle da Motivação (Média: 8,95;

dp: 1,22) também indicou foi apresentada uma média intermediária, considerando os

valores obtidos neste estudo. Resultado semelhante foi encontrado por Martins (2012), que verificou que a média deste fator também foi uma média intermediária dentre as demais.

No contexto da EaD, o controle da motivação é essencial para um melhor desempenho acadêmico, pois os alunos, nesta modalidade, não têm contato direto com os professores e com outros alunos, que podem lhes servir como elementos motivadores. Neste sentido, o incentivo para o uso de estratégias de controle da motivação é essencial (ZERBINI; ABBAD, 2008)

Nesse contexto, ressalta-se a importância do tutor, agente mais próximo do aluno na EaD, pois cabe a ele motivar o aluno, de todas as formas possíveis, e incentivá-lo a utilizar estratégias de aprendizagem que trabalhem com o controle de sua própria motivação.

A maior média obtida entre os fatores da Escala foi a do Fator 5 – Elaboração (Média: 9,44; dp: 0,89). Estudos anteriores, como os de Zerbini e Abbad (2008) e Abbad, Corrêa e Meneses (2010) convergem para o resultado encontrado neste estudo, pois indicam que as estratégias de elaboração são utilizadas com maior frequência, quando comparadas às dos demais fatores. Entretanto, este resultado divergiu do estudo realizado por Martins (2012), no qual foram identificadas médias inferiores para as estratégias deste Fator

A média obtida pelo Fator 6 - Busca de Ajuda no Material Didático (Média: 9,06; dp: 1,32) indicou que os participantes buscam, com frequência, estas estratégias, pois este fator encontra-se entre os que apresentaram as médias mais altas. Pesquisas anteriores, com as de Abbad, Corrêa e Meneses (2010) e Martins (2012), indicaram uso moderado das estratégias que compõem este Fator.

Sobre o Fator 7 – Monitoramento da Compreensão (Média: 8,11; dp: 2,02), constatou-se que neste Fator foi registrada uma das médias mais baixas. Este resultado indica a necessidade dos participantes deste estudo, utilizarem por meio da autorreflexão verificar se aprenderam determinados conteúdos para que possam monitorar sua própria compreensão.

Como os dados se distribuem em torno das médias, o cálculo do desvio padrão faz-se necessário para medir a dispersão dos mesmos em relação às médias (VIEIRA, 2003). Desta forma, ao se observar os valores obtidos para o desvio padrão, constata-se que o mesmo apresentou uma variação de 0,89 para o Fator 5 – Elaboração a 1,78 para o Fator 1 – Controle da Emoção. Os valores apresentados podem ser atribuídos ao fato de que os valores mínimos julgados pelos participantes variaram bastante, considerando-se as estratégias apresentadas e avaliadas, as quais envolvem fatores subjetivos e suscetíveis a grande variabilidade, bem como a complexidade das estratégias empregadas.

Com o objetivo de analisar se as médias de cada fator que compõe a EEA apresentam ou não diferença estatisticamente significativa, os dados foram submetidos ao teste não paramétrico de Kruskal Wallis (SIEGEL, 1981) por meio do qual se verificou se as diferenças nas médias obtidas nos fatores são

estatisticamente significativas ao valor definido de p=0,001. A fim de identificar, especificamente, onde estavam localizadas as diferenças, foi aplicado o teste pós Kruskal Wallis Dunn (SIEGEL, 1981).

Os resultados obtidos a partir dessa análise estatística demonstraram que, ao se comparar a média do Fator 1 – Controle da Emoção com as médias dos demais fatores, são constatadas diferenças estatisticamente significativas, o que indica que as estratégias que compõem o Fator 1 são de fato utilizadas com menor frequência, quando comparadas às dos demais fatores.

Sobre o Fator 2, verificou-se que a média deste apresentou diferenças significativas em relação aos demais fatores, o que indica que as estratégias relacionadas a este fator são utilizadas com maior frequência, quando comparadas com as dos Fatores 1 e 7, e com menor frequência, em relação às dos Fatores 3, 4, 5 e 6.

A média obtida pelo Fator 3 demonstrou diferenças estatisticamente significativas em relação aos Fatores 1, 2, 5 e 7, indicando que o Fator 3 é utilizado com mais frequência em relação às dos Fatores 1, 2 e 7, e com menor frequência, quando comparadas com a do Fator 5.

No que diz respeito ao Fator 4, foi evidenciado que este apresenta diferenças significativas em relação aos Fatores 1, 2, 5 e 7, sendo as estratégias que compõem este fator utilizadas com maior frequência em relação às estratégias dos Fatores 1, 2 e 7, e com menor frequência, em relação às estratégias do Fator 5. Ao se analisar a média obtida pelo Fator 5 - Elaboração, verificou-se que este apresentou diferenças significativas em relação aos demais, o que indica que as estratégias que o compõem são utilizadas com maior frequência pelos participantes deste estudo em relação às dos demais.

O Fator 6 evidenciou diferenças significativas, quando comparado aos Fatores 1, 2, 5 e 7, o que indica que as estratégias deste fator são utilizadas com maior frequência em relação às dos Fatores 1, 2 e 7, e com menor frequência, em relação às do Fator 5.

Por fim, a análise realizada indicou que as estratégias do Fator 7 são utilizadas com maior frequência, quando comparadas às do Fator 1, e com menor frequência, em relação às dos Fatores 3, 4, 5 e 6.

A Tabela 7 sumariza os resultados das comparações estabelecidas entre os Fatores descritas acima.

Tabela 7 – Comparações entre os Fatores da EEA

Fonte: Autora (2015)

Legenda: (*) = diferenças estatisticamente significativas (p=0,001)

6.1.2 Análise Relativa às Estratégias Autorregulatórias, Comportamentais e