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O Relatório de Impactos Ambientais (RIMA 2014) define meio socioeconômico como sendo o conjunto de elementos que estão relacionados ao modo de vida do homem, nas suas relações sociais e econômicas.

Com base no quadro de Avaliação de impactos ambientais no meio socioeconômico será considerada para fins de análise a fase de implantação. São 13 tipos de impactos apontados nessa fase pelo EIA/RIMA, e dentre os mencionados iremos verificar apenas três impactos considerados de natureza negativa, com abrangência espacial localizado e probabilidade de ocorrência certa e permanente.

O relatório de impactos utilizou a Área de Influência Direta - AID para relacionar as diferentes alterações que possivelmente ocorrerão com a chegada do empreendimento nos municípios de Maricá e Saquarema.

A zona costeira fluminense tanto Maricá quanto Saquarema foi explorada intensamente por atividades agrícolas e mão de obra escrava no século XIX. Após a abolição da escravatura houve um grande desenvolvimento no século XX.

Como já mencionado no início deste trabalho, recentemente houve um crescimento da indústria petrolífera no Estado do Rio de Janeiro e segundo o RIMA

(2014) houve também uma consolidação da Baía de Sepetiba, como exportadora de minérios além das áreas de desenvolvimento industrial.

Em Maricá e Saquarema ao longo da década de 1990 veio ocorrendo um transbordamento metropolitano ocasionado pelo processo migratório. Maricá segundo o RIMA (2014) quase duplicou sua população, fatos ocasionados pela busca de moradia barata e não muito distante do centro empregador. Nesse período verificou-se a intensificação da especulação imobiliária com continuidade nas duas últimas décadas.

As características populacionais do município de Maricá e Saquarema segundo constam no RIMA (2014) são superiores às do Estado do Rio de Janeiro, isso mostra que essa característica não é fruto do crescimento vegetativo (segundo o IBGE é o crescimento natural da população), mas sim do ingresso de migrantes conforme testifica a tabela (2).

Tabela 2: População, variação absoluta, variação relativa e taxa de crescimento médio anual da população – Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro – 1980 a

2010.

Fonte: Relatório de Impactos Ambientais – RIMA (2014)

Outro dado socioeconômico que terá impacto no município de Maricá está relacionado ao número de empregos. Segundo o RIMA (2014) a porcentagem é baixa de emprego formal, em torno de 10% da população. Paralelo a isso existe um alto grau de informalidade que em conjunto caracteriza a “cidade dormitório”.

O RIMA (2014) aponta que essa dinâmica encontra-se em processo de mudança tanto devido aos efeitos dos novos investimentos produtivos no âmbito estadual, como da localização geográfica desses investimentos, mostrando assim

que Maricá e Saquarema estão na confluência destes grandes empreendimentos, com tendências de alteração no padrão das ocupações a partir de novos focos de urbanização que a nosso ver nem sempre são positivas.

A seguir vamos destrinchar três impactos socioeconômicos que o novo empreendimento possivelmente afetará na área influência direta.

O primeiro impacto social que gostaríamos de analisar é a Perda das áreas de pesca por conta das atividades de obra e possível diminuição do volume de pescado. O Relatório de Impactos menciona que a pesca artesanal ainda destaca-se como atividade tradicional da estrutura produtiva que irá compreender a AID do terminal de Ponta Negra.

Ainda segundo o RIMA (2014) essa atividade já era desenvolvida pelos Tupinambás (habitantes originais dessa porção do litoral) e continuou sendo desenvolvida pelos colonizadores portugueses. Esse processo ocasionou no surgimento de vilarejos de pescadores, que segundo relatos históricos da cidade deram origem à cidade de Maricá.

As informações disponibilizadas pelo RIMA (2014) são que embora as entidades representativas de pesca na área de influência direta (AID) não possuam cadastro atualizado com o número de pescadores, estima-se um montante de cerca de 1.300 associados, dentre os quais uma parte exerça a pesca cotidianamente e dependendo dela para subsistência familiar.

Fonte: acervo pessoal (tirada em 04/11/2018)

Entre os principais problemas apontados pelos pescadores artesanais segundo o RIMA (2014) destaca-se o da concorrência da pesca industrial, fazendo com que diversos pescadores procurem outros serviços como: construção civil, pintores, vigias, etc. a fim de complementar a renda familiar.

Embora o RIMA (2014) tenha reservado uma parte do estudo para explicar uma breve história da pesca no Brasil e sua importância desde do “descobrimento” para a subsistência de famílias até os dias atuais, é evidente também a “preocupação” em destacar no mesmo relatório a carência de informações, mostrar a situação dos pescadores e sua relação com acessos a leis de trabalhos e previdências, tudo ao nosso ver para diminuir a gravidade do impacto que será causado na região AID correlacionado a pesca.

Esse interesse em destacar o trivial nos mostra a falta de respeito por parte dos interessados na construção do TPN Ponta – Negra. A DTA Engenharia quando informa no quadro de impactos socioeconômicos que ocorrerá a perda de área de pesca devido à construção do empreendimento, já nos mostra que a comunidade pesqueira saíra perdendo, ainda que na visão da DTA não seja de grandes proporções segundo as observações e pesquisas de campos deles.

A seguir reunimos as (Figuras 13,14,15 e 16) com os dados utilizados no RIMA da DTA Engenharia para minimizar os danos e procurar convencer os ganhos, fazendo crer que a comunidade que até hoje se beneficia da pesca na região não seria tão expropriada do espaço quanto parece. Os títulos utilizados nas figuras foram extraídos na integra do RIMA (2014) coletados em pesquisas de campo da DTA Engenharia na elaboração do EIA/RIMA.

Figura 13 - Pescadores artesanais e embarcações por entidade

Fonte: Relatório de Impactos Ambientais – RIMA (2014)

Figura 14 - Frequências de idas ao mar pelos pescadores. Maricá e Saquarema, RJ, 2012

Fonte: Relatório de Impactos Ambientais – RIMA (2014)

Figura 15 - Outras atividades ou fonte de renda além da pesca artesanal

Fonte: Relatório de Impactos Ambientais – RIMA (2014)

Figura 16 – É possível viver somente da pesca (?)

O tipo de pesquisa utilizado acima para levantar dados para elaboração do RIMA da DTA Engenharia, a nosso ver se mostraram tendenciosas na medida em que os responsáveis se apropriaram de informações baseadas no cotidiano dos pescadores e transformaram em dados, tentando convencer o leitor, as entidades de fiscalização e licenciamento que a futura perda de área de pesca pode ser direcionada para outra região sem causar grandes danos como podemos visualizar na figura (16). Como se por não viver somente da pesca reduziria a questão de perda de área devido à construção do TPN.

No Anexo I deste trabalho encontra-se o mapa com as áreas de pesca e possíveis rotas de pesca, o mapa foi confeccionado pela DTA Engenharia, mostrando as localidades preferenciais pelas colônias e associações de pescadores. Em síntese, o mapa mostra as dinâmicas de rotas de pesca e a localização do TPN releva que o mesmo influenciará negativamente a nosso ver nas dinâmicas naturalmente estabelecidas como: áreas de berçários, migrações reprodutivas sazonais, migração de espécies locais.

Na Figura (17) podemos observar os principais pescados capturados em Maricá. Outro tipo de atividade mencionada pelos pescadores no RIMA (2014) foi o extrativismo de mexilhão realizado nos costões da Ponta Negra, em Maricá que também pode ser observado no anexo III deste trabalho. Atividade importante, que com a construção do TPN será diretamente afetada, potencializando impactos sociais relevantes não somente para comunidades locais.

Figura 17: Principais pescados capturados em Maricá e Saquarema, RJ, 2012

Desse modo, entendemos que existe no entorno dessa região, incluindo a área de construção do TPN processos marinhos responsáveis pela manutenção do equilíbrio ecossistêmico, além de garantir e aumentar o rendimento pesqueiro, contribuem para potencializar outras atividades econômicas, dentre as quais, o turismo. Por isso concordamos que não deve ser construído o Porto de Jaconé, pelo menos nessa região de grande importância e riqueza ambiental.

Na figura (18) concentramos algumas fotos do acervo do próprio EIA/RIMA da DTA Engenharia para enfatizar a importância de se preservar a atividade pesqueira na região, são culturas vivenciadas por aqueles que há muito tempo se apropriaram legalmente do espaço tratado nesse estudo.

Figura 18: Atividade Pesqueira na região de Jaconé

Fonte: Estudos de Impactos Ambientais (EIA)- DTA Engenharia

Outro impacto social de relevância nesse estudo foi a interferência com imóveis localizados na ADA com a consequente realocação da população residente. Segundo dicionário português online, o significado de realocar é: “atribuir uma nova localização”. O título desse impacto social nos fornece pistas do que possivelmente ocorrerá com a população residente na Área Diretamente Afetada pela construção

do TPN Maricá.

O RIMA (2014) informa que as áreas destinadas à construção precisam ser liberadas para a implantação do empreendimento, para tanto a construtora descreve em seu relatório de impactos que promoverá um processo de interação com os proprietários desses imóveis que se encontram localizados próximos às áreas de construção do porto, com intuito de realizar um cadastro preliminar e uma posterior comunicação do interesse do empreendimento na aquisição desses imóveis caso assim “desejarem” os proprietários.

Trata-se de um impacto negativo tendo como causador direto o TPN, estimado para acontecer na fase de implantação, sendo considerado pelo EIA/RIMA de efeito permanente, de ocorrência imediata e sua proporção está atrelada ao Distrito de Ponta Negra no Município de Maricá. É considerado também irreversível, de ocorrência certa. Por esses aspectos pode-se considerar que este impacto é de magnitude média.

Nesse quadro informativo dos atributos dos impactos existe o espaço para as medidas mitigadoras e para isso são relacionadas apenas pela construtora do empreendimento o Desenvolvimento de um Programa de Acompanhamento das Negociações e Assessoria para a Aquisição de novos imóveis, tendo em vista proporcionar apoio às famílias de proprietários e residentes que assim o desejarem.

As famílias que “desejarem” fazer negociações terão como opção o programa de desenvolvimento e acompanhamento prometido no RIMA, mas e as famílias que mesmo tendo todo o esclarecimento da chegada do empreendimento e a oferta de uma realocação pela construtora como menciona o quadro de impactos, essas terão que tipo de acompanhamento? Serão acompanhadas de que forma? Essas respostas talvez não sejam respondidas com as leituras que fizemos do EIA/RIMA.

Segundo o quadro de descrição de medidas não consta nenhum programa ou assistência àquelas famílias que permanecerão nas localidades próximas a construção do empreendimento. Isso revela a falta de comprometimento com aqueles que optarão em não sair das suas residências e que terão que permanecer com as consequências caso o Porto de Jaconé venha ser instalado na região.

É interessante notar no RIMA (2014) que os idealizadores de certa forma mencionam alguns possíveis impactos para aqueles que desejam permanecer na área imediatamente vizinha ao empreendimento, que estes sofrerão incômodos provocados pelos movimentos de implantação e operação do terminal, e caso essas

permanências ocorram obrigará o empreendedor a mudar o arranjo do projeto. O Fato dos moradores serem permanentes ou de veraneio isso não minimiza os danos sociais gerados para os mesmos. Quando nos deparamos com a leitura do EIA/RIMA para esse ponto de realocação da população residente, é facilmente notado a intenção de convencimento pelos argumentos adotados de que se desfazer do imóvel seria a melhor opção para aqueles ali residem. E se essa realocação não ocorrer, a construtora teria que mudar o arranjo do projeto, como se essa mudança no projeto fosse pior do que para aqueles que ali residem há muito mais tempo e tem direito sobre o espaço.

Mesmo o EIA/RIMA considerando que o impacto de realocação da população residente seja em sua maior parte de casas de veraneio e não de moradores permanentes, é de se esperar a correlação desses impactos com outros impactos sociais, como o próprio relatório de impactos nos revela, como por exemplo, as Alterações na Paisagem e no uso e ocupação do solo que será visto logo abaixo.

A nosso ver esse impacto revela a falta de estrutura para mitigar os impactos que serão possivelmente gerados com a chegada do empreendimento no Distrito de Jaconé. A criação de um programa com o objetivo de facilitar apenas as negociações para aqueles aceitaram vender seus imóveis não exime a responsabilidade de criação de outras medidas para aqueles que decidirão ficar na área. Essa preocupação informativa não foi percebida por nós nos momentos de leitura do EIA/RIMA para esse ponto específico.

Para finalizar é importante compreender que os moradores e usuários desse território criam expectativas sobre diversões aspectos como: alterações da paisagem local, da desvalorização imobiliária, como enfrentar os transtornos durante a execução das obras relacionadas ao porto. Eles merecem o comprometimento e responsabilidade dos idealizados de ações que minimizem os possíveis impactos tanto sociais, quanto ambientais, e para tanto é necessário a criação de diferentes programas, não apenas para aqueles que desejaram negociar.

A figura (19) foi extraída do EIA/RIMA e sintetiza a impressão que tivemos sobre as “facilidades” que a construtora coloca na realocação da população residente por considerar baixa área urbanizada

Figura 19: Cobertura urbana da ADA: casas com estrutura de lazer, casas de primeira residência, igreja e comércio.

Fonte: Estudos de Impactos Ambientais (EIA)- DTA Engenharia

O impacto social descrito no quadro de impactos do EIA/RIMA referente a Alteração na Paisagem e no Uso e Ocupação do Solo nos chamam a atenção para as influências que serão possíveis de ocorrer naquela paisagem.

O Estudo de impactos Ambientais definiu paisagem como sendo uma representação da combinação da morfologia do relevo, da fisionomia da vegetação e da interação humana no espaço, e constitui a percepção visual do ambiente e seu significado para o observador, formando uma identidade do espaço. E no caso do nosso estudo esta identidade espacial está atrelada ao apreço dos moradores e usuários local, no caso a Praia de Jaconé.

O aspecto cultural de acordo com Schier (2003) tem desempenhado um papel importante na determinação do comportamento das pessoas em relação ao ambiente. Determinadas paisagens apresentam, na sua configuração, marcas culturais e recebem, assim, uma identidade típica.

ambientais e sociais na região segundo consta no RIMA (2014). Essas modificações são esperadas como a perda de área de mata, alterações na paisagem e aumento de dinâmica na rotina diária, entre outros. Perdendo assim marcas culturais e identidade típica.

Estima-se que na fase de implantação a alteração da paisagem deverá ocorrer devido à supressão de vegetação acompanhada de terraplanagem (tornar um terreno plano enchendo de terra) e pela própria implantação da estrutura operacional do terminal portuário. Na figura (20) abaixo vemos que recentemente foi liberada um projeto de monitoramento para implantação do Gasoduto Rota 3, já possuindo licença de instalação liberado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA).

Figura 20: Placa Informativa com Licença de instalação

Fonte: acervo pessoal (tirada em 04/11/2018)

Segundo o quadro de impactos contido no EIA/RIMA, o resumo para este impacto socioeconômico será de probabilidade certa, de ocorrência local, de ordem direta, considerável irreversível, e duração permanente. Os atributos desse impacto são dimensionados como sendo de grande magnitude pelo estudo de impactos.

representa a materialização das relações socioeconômicas vigentes nas cidades, em função de condicionantes ambientais, legais e de características de infraestrutura instalada. Desta maneira, políticas urbanas de mobilidade (transporte urbano e sistema viário), saneamento básico, aproveitamento dos recursos hídricos, preservação ambiental, habitação, rede de saúde, segurança, desenvolvimento socioeconômico, entre outras, produzem repercussões diretas no território e, por isso, tem na regulação do uso e da ocupação do solo um de seus principais instrumentos.

Pela definição acima e pela leitura do EIA/RIMA facilmente entende-se que ocorrerá alteração socioeconômica no uso e ocupação do solo para o conjunto da Área diretamente Afetada do TPN. As alterações baseadas no EIA/RIMA serão a substituição de amplas áreas verdes, ações antrópicas (causadas pelo homem) e ações naturais, ocupação residencial, estrutura portuária e industrial, ou seja, que atrairão para seu entorno uma série de usos correlacionados ao porto, muito diferente do uso e ocupação que tem hoje.

A construção do TPN para nós é inviável uma vez que em seu próprio estudo de impactos contabiliza as alterações que esse empreendimento acarretará na paisagem natural e socioeconômica. O impacto é considerado negativo, principalmente por se tratar de uma alteração permanente. A paisagem local será alterada, com a substituição das características naturais por instalações portuárias. Entendemos que a paisagem sofrerá mudanças nos aspectos do relevo, vegetação e de uso e que nesse caso medidas mitigadoras são ineficientes.

O próprio relatório da construtora DTA Engenharia informa que o uso e ocupação do solo terá sua ocorrência localizada na ADA, mas que consequentemente afetará também a AID.

Mesmo os moradores que são contra a implantação do porto e o ministério público do Estado do Rio de Janeiro relatando aos órgãos licenciadores que os impactos na natureza serão irreversíveis porque a paisagem natural não será refeita, continua sendo emitido licenças prévias para instalação dada pelo órgão INEA, por este considerar junto a outras esferas públicas como a prefeitura de Maricá que o desenvolvimento que ocorrerá será de forma “sustentável”.

Para finalizar é importante ressaltar que de acordo com o grau de alteração da paisagem, o desenvolvimento nunca foi estudado de forma sustentável, apenas mercadológica e política, e por entendermos que sempre foi informado no próprio

relatório de impactos que a alteração na paisagem e uso do solo é de alta magnitude e irreversível, não temos como achar que as marcas e alterações na paisagem serão desenvolvidas de maneira sustentável.

Figura 21: Limite da propriedade onde deve ser implantado o empreendimento

Fonte: Estudos de Impactos Ambientais (EIA)- DTA Engenharia Legenda:

Acesso terrestre favorável pelas rodovias RJ-104,RJ-114 e RJ-118.

Área de Unidades de Conservação ou Áreas Protegidas (não será afetada pelo empreendimento).

6-Conclusão

Devido a esse novo contexto de transformações portuárias no país, foi que o Estado do Rio de Janeiro recebeu nos últimos anos, enormes investimentos destinados à instalação de novos portos destinados principalmente à exploração de petróleo.

O Porto de Jaconé é visto por muitos sem dúvida pelo viés econômico, sendo atribuído como a menina dos olhos da cidade de Maricá, por ser um futuro gerador de empregos diretos e indiretos.

Contudo a futura instalação do TPN está passível de impactos de diferentes ordens, o objetivo deste trabalho foi procurar verificar os possíveis impactos sociais para melhor conscientizar a população direta e indiretamente afetada pela implantação do empreendimento. Entendendo que os estudos de impactos ambientais que são feitos pelos idealizadores nem sempre contemplam de maneira focada os impactos socioeconômicos de forma a sanar todas as medidas para mitigar os impactos causados.

No entanto, uma região que recebe investimentos desse porte precisa oferecer ações mitigadoras como: recursos para novas áreas de pesca, promover ajuda para qualificar mão-de-obra, prestação de serviços de apoio e novas medidas de uso e ocupação do solo no viés social. Estas características dificilmente são encontradas na cidade de Maricá, por ser tratar de um município com características ainda de infraestrutura básica em modificação, como é o caso do distrito de Jaconé.

Contudo, os resultados desse estudo mostram que mesmo Maricá sendo uma cidade que recebe recursos dos royalties de petróleo, ainda precisa de maiores investimentos para atender algumas demandas do TPN.

Tendo em vista as informações acima, entre os resultados, análises e discussões produzidas e desenvolvidas por este estudo, conclui-se que o empreendimento trará impactos socialmente graves e irreversíveis para a população da área

,

mesmo que adotadas e gerenciadas todas as ações preventivas, mitigadoras e compensatórias propostas para os impactos sociais identificados e avaliados no Estudo de Impacto Ambiental.

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