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RESUMO

O sorvete é um produto amplamente consumido e aceito pela população, sendo que a descrição de seu perfil sensorial é importante para que a indústria saiba onde possa melhorar e minimizar características negativas nos produtos. O objetivo foi descrever sensorialmente os sorvetes de chocolate light simbiótico, com sacarose e diferentes edulcorantes (aspartame, sucralose, neotame, estévia com 60, 87, 95 e 97% de rebaudiosídeo A respectivamente) através de análise de aceitação e análise múltipla de Tempo – Intensidade, além de verificação da influência da presença da Inulina, L.

acidophilus e dos edulcorantes, nas características físico – químicas do sorvete. As

amostras que apresentaram maior aceitação foram as adoçadas com sacarose e estévia com 95 e 97% de rebaudiosídeo A. No mapa de preferência interno foi observada a influência direta do sabor na aceitação geral das amostras. Na análise de tempo intensidade múltipla juntamente com a Análise de Componentes principais, foi verificado que as amostras com maiores concentrações de rebaudiosídeo A, foram caracterizadas com maiores intensidades de doçura e as com menores concentrações de rebaudiosídeo A apresentaram maiores intensidades para o atributo residual amargo. Os sorvetes com inulina em sua formulação apresentaram um derretimento mais lento quando comparado a amostra sem Inulina e formulada com sacarose.

Palavras chaves: Inulina, Análise de aceitação, Sabor, Impressão global, Análise de

ABSTRACT

Ice cream is a product widely consumed and accepted by the population, the description of its sensory profile is important so that the industry knows where it can improve and minimize negative characteristics in the products. The objective was to sensorialy describe the light synbiotic chocolate ice creams with sucrose and different sweeteners (aspartame, sucralose, neotame, stevia with 60, 87, 95 e 97% de rebaudioside A respectively) through analysis of acceptance and multiple analysis of Time – Intensity, besides checking the influence of the presence of Inulin, L. acidophilus La-5 and sweeteners, on the physicochemical characteristics of the ice cream. The samples that presented greater acceptance were those sweetened with sucrose, 95 and 97% of rebaudioside A. In the internal preference map, the direct influence of the taste on the general acceptance of the samples was observed. In the multiple intensity time analysis, together with the Principal Component Analysis, it was verified that the samples with higher concentrations of rebaudioside A, were characterized with higher sweetness intensities and those with lower concentrations of rebaudioside A showed higher intensities for the residual bitter attribute. The inulin ice cream in their formulation showed a slower melting when compared to the sample without Inulin and formulated with sucrose.

INTRODUÇÃO

O sorvete é um produto que vem se renovando de tempos em tempos para agradar o consumidor. O sorvete que antes era visto com um alimento rico em gorduras e açúcares tem sofrido modificações na indústria a fim de seguir a exigência da população, que busca por uma opção saborosa, mas que também seja nutritiva (MINTEL, 2015).

Os sorvetes são classificados de acordo com a quantidade de gorduras e sólidos totais que apresentam, são eles: Ice Cream (mínimo 10 % de gordura e 20% de sólidos totais); Ice milk (2 – 7% de gordura e 11% de extrato seco, os sólidos não gordurosos); os Sherbet, atualmente conhecidos como “sorbets”, são os sorvetes a base de fruta e água respectivamente (MOSQUIM, 1999; ILCT, 2002).

O Brasil encontra-se em 6º posição mundial do volume de mercado de sorvetes, os cincos primeiros são, China, Estados Unidos, Rússia, Japão e Alemanha. Em relação ao consumo a Nova Zelândia é a maior consumidora de sorvetes consumido 28,3L/habitante/anualmente, seguido dos EUA (20,8), Austrália (18,1), Suécia (14,3) e Finlândia (14,3). No Brasil, o consumo anual por habitante foi de 6 litros, o que faz com que a indústria trabalhe em busca de mudanças culturais no consumidor brasileiro, fazendo com que o consumo de sorvetes ocorra durante o ano todo, não somente no verão (ABIS, 2016).

O investimento em mudanças de sabores e também nas formulações vem agradando o consumidor (SANDERS & MARCO, 2010). A substituição de gorduras hidrogenadas por gorduras de origem láctea, como é o caso do creme de leite, adição de aditivos funcionais como é o caso da Inulina e do Lactobacillus acidophilus, além da substituição da sacarose por edulcorantes naturais como a Estévia e Sintéticos como o Aspartame, Neotame e Sucralose, agregam valor ao produto e o torna mais atraente ao consumidor.

Os prebióticos são definidos como ingredientes não digeríveis, podendo ser desde as fibras dietéticas (frutooligossacarídeo, inulina e galactoologossacarídeo), como os compostos fenólicos e o xylitol, que afetam beneficamente o hospedeiro agindo seletivamente, estimulando o crescimento de bactérias benéficas, no cólon intestinal ou

em outros lugares do hospedeiro como a boca, melhorando assim a saúde do indivíduo (GIBSON, 2017). A presença da Inulina e do L. acidophilus torna o sorvete um alimento simbiótico, que consiste na combinação dos prebióticos com os probióticos agindo em sinergismo (GIBSON E ROBERFROID, 1995).

Os principais substitutos de sacarose nos produtos são os edulcorantes, sendo que os mais habitualmente utilizados são os sintéticos, entre eles o Aspartame, a Sucralose e o Neotame. Porém a Estévia vem ganhando espaço e sendo muito estudada e utilizada em produtos com substituição total ou parcial de sacarose, pois se trata de um edulcorante natural, uma vertente bem vista pelos consumidores.

A análise sensorial é uma ferramenta de extrema importância para o desenvolvimento de um novo produto ou aperfeiçoamento de um já existente no mercado, pois é a única técnica capaz de caracterizar adequadamente uma substância edulcorante (UMBELINO E BOLINI, 2005).

Frente a esta necessidade o objetivo do trabalho foi o desenvolvimento de um sorvete light simbiótico sabor chocolate. Através da Análise de Tempo intensidade e teste de aceitação do sorvete, verificar a aceitação e influência que o sabor possui na aceitação geral do produto, juntamente com a quantificação das intensidades de sabor de leite e gosto doce e amargo nos sorvetes. Além de caracterização físico – químicas do sorvete de chocolate.

MATERIAL E MÉTODO

Material

Foram desenvolvidas oito amostras de sorvete de chocolate com Lactobacillus

acidophilus – micro encapsulados, a amostra padrão adoçada com sacarose não contem

Inulina em sua formulação e as amostras com substitutos de sacarose utilizaram Inulina em sua formulação os edulcorantes utilizados foram: Aspartame (Sweetmix, Sorocaba, Brazil), Sucralose, SPLENDA Tovani Benzaquen, São Paulo, Brazil), Neotame (Tovani Benzaquen, São Paulo, Brazil) e Estévia com 60%, 85%, 95%, 97% de Rebaudiosídeo A

(Steviafarma, Maringa, Brazil), Inulina Orafti® HSI (Beneo Latinoamericana Ltda., São Paulo, Brazil) e Lactobacilus acidophilus, La-5, CHR Hansen® (São Paulo, Brasil).

Os ingredientes utilizados nos sorvetes foram: leite em pó; Itambé® (São Paulo, Brazil), água, sacarose; União (Araras, Brazil), creme de leite Itambé® (São Paulo, Brazil), Estabilizante Starmixpremium; Kerry, (São Paulo, Brazil), Glucose; Nutre (São Paulo, Brazil), Cacau em pó Harald.

Processamento dos sorvetes de chocolate.

A formulação das amostras está descrita na Tabela 1. As concentrações dos ingredientes foram estabelecidas perante estudo prévio, sobre a concentração equivalente a doçura da sacarose por análise de tempo intensidade. A cultura de L. acidophilus micro encapsulados e liofilizados (0,03% w/v, 1010 log CFU/g), foi adicionada a calda do

sorvete previamente pasteurizada.

Tabela 1. Composição usada na formulação do sorvete tradicional e de baixo valor energético. Amostras dos sorvetes

Ingredientes (%) IC1 IC2 IC3 IC4 IC5 IC6 IC7 IC8

Leite em pó 14.5 15.5 15.5 15.5 15.5 15.5 15.5 15.5 Água 61.0 62.3 62.3 62.3 62.3 62.3 62.3 62.3 Adoçante 9.4 0,041 0,012 0,0017 0,075 0,075 0,075 0,075 Gordura 5.0 5.0 5.0 5.0 5.0 5.0 5.0 5.0 Estabilizante 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 Glucose 3.0 3.0 3.0 3.0 3.0 3.0 3.0 3.0 Cacau em pó 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 Inulina - 6.7 6.7 6.7 6.7 6.7 6.7 6.7

Sacarose: IC1, Sucralose: IC2, Aspartame: IC3, Neotame: IC4, Estévia 60: IC5, Estévia 80: IC6, Estévia 95: IC7, Estévia 97: IC8.

Análise sensorial

Análise tempo intensidade

As análises foram conduzidas em cabines individuais sob temperatura de 20°C, os provadores recebiam água para que a limpeza do palato fosse realizada.

Os testes foram realizados no Laboratório de Ciências Sensoriais e Estudo do Consumidor na Faculdade de Engenharia de Alimentos (Universidade Estadual de

Campinas), e as amostras foram apresentadas em copos plásticos descartáveis de 30mL codificados com três dígitos de números previamente balanceados.

A pré-seleção dos provadores ocorreu através da Análise Sequencial de Wald’s utilizando teste triangular (Amerine et al., 1965; Meilgaard et al., 1999), foram selecionados os provadores que apresentavam alto potencial de discriminação. Duas amostras de calda de chocolate foram preparadas em laboratório e previamente testadas, paara obter 0,1% de diferença mínima significativa. O teste triangular foi aplicado para 30 provadores utilizando as amostras de calda de chocolate (Cadena & Bolini, 2011; Cardoso and Bolini, 2007; Cavallini and Bolini, 2005). Após a pré-seleção 20 provadores foram selecionados.

Treinamento dos assessores

A análise tempo intensidade (TI) foi realizada para os atributos que são afetados devido a substituição de sacarose no sorvete, sendo que os atributos analisados foram os gostos doce e amargo e o sabor de leite. Os três atributos foram analisados em momentos diferentes. O treinamento tem como finalidade a formação da memória sensorial nos provadores, através de contato direto com as referências de estímulo máximo para cada atributo. As referências foram determinadas através do consenso de todos provadores, apresentados na Tabela 2. O treinamento para formação da memória sensorial foi realizado através de contato direto dos indivíduos com as referências de intensidade máxima para cada estímulo (doçura, amargor e sabor de leite), os provadores foram treinados em seis sessões de treinamento de 1h, para realizar os ensaios de tempo intensidade (Cadena & Bolini, 2011).

Tabela 2: Descritores, definição e referência utilizada pelos provadores.

Descritor Definition

Leite Mais forte

Solução de 83% de água e 17% de leite em pó.

Amargo Mais forte

Solução de 0,1% Estévia 60% de rebaudiosídeo em água.

Doce Mais forte

Solução de 0,05% de Aspartame em água.

Para a seleção dos provadores da análise TI, foi aplicada análise de variância (ANOVA) para cada provador, cada parâmetro e em cada estímulo separadamente. Quatorze de vinte provadores foram escolhidos para participarem do teste devido a capacidade de discriminação (p < 0,30) e repetibilidade (p > 0,05). Um consenso individual também foi considerado (Damásio & Costell, 1991).

Os testes foram realizados utilizando uma escala linear de zero a dez (0 = nenhum estímulo, 4,5 = estímulo moderado e 9 = estímulo forte) (Palazzo & Bolini, 2009). Após ouvir o primeiro sinal o provador colocou na boca toda a amostra apresentada a ele (20g) e indicou a intensidade do atributo sensorial particular na escala, em seguida o segundo sinal soou, o provador engoliu a amostra e o quando o terceiro sinal tocava indicava que o teste havia terminado. As amostras foram apresentadas de forma monádica utilizando blocos completos balanceados em quatro repetições, utilizando o mouse para gravar a intensidade do atributo de acordo com o tempo gasto na escala (Walkeling & Macfie, 1995).

A coleta de dados da análise de tempo intensidade utilizou o software Time Intensity Analysis of Food and Tastes – TIAF, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2012.

O software TIAF analisou os dados coletados em cada sessão de avaliação sensorial e forneceu os seguintes parâmetros: Imax (Intensidade máxima sentida pelo provador), Timax (Tempo que a intensidade máxima foi sentida), Area (área do tempo x curva de intensidade) e Ttot (tempo total de percepção do atributo) (Palazzo & Bolini, 2009).

Análise múltipla de tempo intensidade

A análise de tempo intensidade múltipla é a representação gráfica e de forma simultânea e dinâmica de dois ou mais atributos sensoriais de uma mesma amostra (Cadena & Bolini, 2011). O modo tradicional analisa individualmente cada atributo agrupando todas amostras em um único gráfico. A representação múltipla facilita a representação das sensações percebidas nas amostras. O TI – múltiplo foi realizado

partindo do princípio onde a coleta de dados foi realizada de forma minuciosamente padronizada, onde o atraso para levar o alimento a boca, o tempo para engolir a comida e a quantidade de amostra servida ao provador, foram realizados exatamente no mesmo tempo.

Análise de aceitação

Cento e vinte provadores consumidores de sorvete de chocolate foram recrutados na Universidade de Campinas para participarem do teste de aceitação. Os consumidores tinham entre 17 e 65 anos entre homens e mulheres.

O teste foi conduzido no laboratório, as amostras foram apresentadas de forma monádica. Vinte gramas de sorvete de chocolate eram oferecidos na temperatura de -2°C em copos plásticos codificados com três dígitos de número. A análise de aceitação foi determinada utilizando uma escala hedônica linear de 9 pontos, ancoradas na esquerda “desgostei extremamente” a direita “gostei extremamente” (Stone & Sidel, 2003). Os consumidores avaliavam os atributos de aparência, aroma, sabor, textura e impressão global. Todas amostras foram apresentadas utilizando blocos completos balanceados (Walkeling & MacFie, 1995). Foi orientado que os provadores, tomassem água entre as amostras, para que o palato fosse limpo e o efeito do frio fosse minimizado (Guinard et

al., 1997).

Caracterização físico – químicas

Overrun

Em béqueres de 100 mL foram pesadas às caldas e posteriormente os sorvetes depois do congelamento. O Overrun foi determinado a partir do cálculo da equação 1 de Marshall, Goff e Hartel (2003), as análises foram feitas em triplicata.

% Overrun = (peso da calda – peso do sorvete) x 100 Eq. 1 Peso do sorvete

Velocidade do derretimento

A medida da velocidade de derretimento foi realizada de acordo com o procedimento descrito por Marshall, Goff e Hartel (2003). A análise foi feita em triplicata para as 8 amostras de sorvete previamente pesadas, contendo aproximadamente 250 g. As amostras foram acondicionadas em oito peneiras com MESH 14, apoiadas em suportes para bureta com anel cíclico contendo um funil. Abaixo do funil havia uma proveta de 250 mL para coleta do sorvete derretido e avaliação da quantidade obtida através do tempo.

pH

O pH foi medido de acordo com metodologia proposta por (PARK, 2006), utilizando 100 mL de cada amostra homogeneizada, as análises foram feitas em triplicata.

Análise Estatística

Os resultados obtidos das análises físico – químicas e os dados retirados da análise de aceitação e os parâmetros obtidos das curvas na análise de tempo intensidade foram analisados a partir da análise estatística multivariada (ANOVA) e as médias foram comparadas através do teste de Tukey com 5% de significância. As análises estatísticas foram analisadas a partir do Software Statistical Analysis System – SAS 9.4.

RESULTADOS

Análise de tempo intensidade: estímulo amargor

A Tabela 3, apresenta os resultados obtidos a partir da análise de variância e teste de médias de Tukey. Através da análise dos resultados notamos que as amostras não apresentaram diferença significativa em relação ao tempo onde a intensidade máxima de amargor foi percebida (Timax), já em relação a intensidade máxima (Imax), notamos que as amostras adoçadas com sacarose e sucralose são estatisticamente iguais, as amostras

adoçadas com neotame e as estévias em todas as concentrações de rebaudiosídeo são semelhantes entre si, e o sorvete adoçado com aspartame é diferente de todas as amostras. O tempo total de percepção dos estímulos variou bastante entre os sorvetes, onde as amostras adoçadas com estévia e neotame apresentaram os maiores tempos de percepção, o que nos faz perceber que possuem um residual amargo mais acentuado que as demais amostras (Nofre & Tintil, 2000). No estudo feito por Palazzo & Bolini (2013) no chocolate ao leite também foi encontrado os maiores valores de tempo total de percepção nas amostras adoçadas com neotame e estévia, comprovando a relação de maior residual amargo em produtos formulados com estévia.

Tabela 3: Médias das curvas da análise de tempo intensidade para o atributo amargor.

Amostras Timax Imax Area Ttot

IC1 15,3ª 4,0c 84,7e 26,3d IC2 15,1ª 5,2b 115,9c,d 30,6c,d IC3 15,0a 4,0c 73,1e 24,9d IC4 15,9ª 6,2ª 144,9b,c 37,7ª,b IC5 15,9ª 6,8ª 161,1ª,b 36,7ª,b,c IC6 15,4ª 6,3ª 151,7b 37,2ª,b IC7 15,5ª 7,2ª 188,6ª 41,7ª IC8 15,9ª 6,4ª 142,8b,c 34,8b,c DMS 0,9 2,5 5,73 6,3

Médias com a mesma letra nas colunas, não são significativamente diferentes (p > 0.05)

IC1: Sacarose, IC2: Aspartame, IC3: Sucralose, IC4: Neotame, IC5: Estévia 60, IC6: Estévia 85, IC7: Estévia 95, IC8: Estévia 97.

Análise de tempo intensidade: Estimulo doce

Na Tabela 4 estão apresentados os resultados para o estímulo de doçura das amostras de sorvete de chocolate. Em relação ao tempo (Timax) em que o estímulo máximo de doçura foi percebido as amostras não apresentaram diferença estatística ao nível de 5% de significância. No parâmetro Imax – Intensidade máxima percebida pelos provadores, percebemos que as amostras formuladas com sacarose, sucralose, e as com estévias em todas as concentrações rebaudiosídeo estudadas não apresentaram diferença entre elas, a amostra formulada com aspartame é diferente de todas as outras e as amostras com estévia 85 e 97% de rebaudiosídeo são estatisticamente semelhantes.

Analisando o tempo máximo de percepção do estímulo doce, notamos que as amostras adoçadas com estévia apresentaram as maiores médias de tempos de percepção

do estímulo doce, ou seja, apresentando um residual doce muito acentuado. Ferraz & Bolini (2013) encontraram valores semelhantes para tempo de percepção de residual doce nos sorvetes de creme adoçados com estévia, neotame e sucralose. Palazzo & Bolini (2013) no estudo feito em chocolate ao leite, também encontrou os maiores valores de percepção de residual doce para as amostras adoçadas com estévia e neotame. Cadena & Bolini (2011), encontrou valor semelhante de residual doce no sorvete de creme adoçado com sucralose.

Tabela 4: Médias das curvas da análise de tempo intensidade para o atributo doçura.

Amostras Timax Imax Area Ttot

IC1 16,7ª 6,7ª,b 133,0a,b,c 31,6ª,b IC2 11,6ª 4,2c 76,7d 25,6b IC3 13,1ª 6,4ª,b 126,4b,c 31,4ª,b IC4 11,9ª 6,1b 107,5d,c 28,0b IC5 14,8ª 7,0a,b 161,8ª,b 36,3ª IC6 13,1ª 7,3ª 158,3ª,b 36,1ª IC7 15,9ª 7,0a,b 156,6ª,b 37,7ª IC8 13,6ª 7,4a 172,3ª 37,1ª DMS 5,8 1,0 44,8 7,0

Médias com a mesma letra nas colunas, não são significativamente diferentes (p > 0.05)

IC1: Sacarose, IC2: Aspartame, IC3: Sucralose, IC4: Neotame, IC5: Estévia 60, IC6: Estévia 85, IC7: Estévia 95, IC8: Estévia 97.

Análise de tempo intensidade: estimulo sabor de leite

Foi analisado o perfil de sabor de leite nos sorvetes de chocolate a Tabela 5 apresenta as médias obtidas para cada parâmetro. No Timax, tempo onde a intensidade máxima de sabor de leite é percebida as amostras não apresentaram diferença. Em relação ao parâmetro Imax, as amostras adoçadas com sacarose e sucralose não apresentaram diferença estatística entre elas, as amostras com 85 e 95 % de rebaudiosídeo na estévia, ambas adoçadas com estévia, são iguais estatisticamente. Em relação ao tempo total de percepção do estímulo, a amostra adoçada com sacarose apresentou a maior média entre as amostras e as amostras com aspartame, estévia 60 e 85% de rebaudiosídeo as menores médias sendo estatisticamente iguais, e sorvetes formulados com sucralose, neotame e estévia com 95% de rebaudiosídeo são iguais ao nível de 5% de significância.

Tabela 5: Médias das curvas da análise de tempo intensidade para o atributo sabor de leite.

IC1 14,1a 5,9a 103,9a 28,6a

IC2 13,4a 3,9d 52,0c 21,6b

IC3 14,5a 5,6a 90,3a,b 24,6a,b

IC4 14,5a 5,1a,b 75,2b,c 24,4a,b

IC5 14,0a 4,2c,d 65,2b,c 23,3b

IC6 13,0a 4,9c,b 63,9b,c 21,1b

IC7 13,8ª 4,9c,b 76,0b,c 24,8ª,b

IC8 13,7ª 4,5b,c,d 65,7b,c 21,7b

DMS 3,4ª 0,9 26,4 5,2

Médias com a mesma letra não são significativamente diferentes (p > 0.05)

IC1: Sacarose, IC2: Aspartame, IC3: Sucralose, IC4: Neotame, IC5: Estévia 60, IC6: Estévia 85, IC7: Estévia 95, IC8: Estévia 97.

Análise de tempo intensidade múltipla

As Figuras de 1 a 8 apresentam o perfil sensorial de cada amostra de sorvete de chocolate a partir das curvas obtidas pelos três atributos, através de análise de tempo intensidade múltipla. A análise de TI- múltiplo é a forma utilizada para interpretação dos dados obtidos a partir das médias dos parâmetros, analisando dois ou mais estímulos que foram analisados sob as mesmas condições de padronização (Palazzo & Bolini, 2013).

As amostras adoçadas com sacarose e sucralose apresentaram curvas com perfis semelhantes, ambas amostras possuem um sabor de leite e uma doçura acentuada e um residual amargo pequeno.

As amostras adoçadas com estévia com diferentes concentrações de rebaudiosídeo apresentaram um perfil muito semelhante, as concentrações de rebaudiosídeo não influenciaram no perfil das curvas das amostras nos três estímulos, doçura, amargor e sabor de leite, ou seja, mesmo em maiores concentrações de rebaudiosídeo como é o caso da amostras adoçadas com 95 e 97% de rebaudiosídeo respectivamente o residual doce e residual amargo mantiveram-se acentuados nas amostras, em estudos feitos em produtos adoçados com estévia o residual doce e amargo também aparecem acentuados (Giri; Ramachandra; Ramesh, 2012). O sorvete adoçado com aspartame foi caracterizado pelo estímulo amargor e pequenas curvas para doçura e sabor de leite. A amostra adoçada com neotame apresentou um residual amargo acentuado semelhante ao das amostras adoçadas com estévia.

Figura 1: Perfil tempo intensidade do sorvete adoçado com sacarose sabor chocolate de amargor, doçura e sabor de leite.

Figura 2: Perfil tempo intensidade do sorvete adoçado com aspartame sabor chocolate de amargor, doçura e sabor de leite

Figura 3: Perfil tempo intensidade do sorvete adoçado com sucralose sabor chocolate de amargor, doçura e sabor de leite 0 5 10 0 10 20 30 40 In ten si d ad e Tempo (s)

Sacarose

Amargor Doçura Leite

0 5 10 0 10 20 30 40 In ten si d ad e Tempo (s)

Aspartame

Amargor Doçura leite

0 5 10 0 10 20 30 40 In ten si d ad e Tempo (s)

Sucralose

Figura 4: Perfil tempo intensidade do sorvete adoçado com neotame sabor chocolate de amargor, doçura e sabor de leite

Figura 5: Perfil tempo intensidade do sorvete adoçado com estévia 60% de rebaudiosídeo sabor chocolate de amargor, doçura e sabor de leite

Figura 6: Perfil tempo intensidade do sorvete adoçado com estévia 85% de rebaudiosídeo sabor chocolate de amargor, doçura e sabor de leite

0 5 10 0 10 20 30 40 In ten si d ad e Tempo (s)

Neotame

Amargor Doçura Leite

0 2 4 6 8 10 0 10 20 30 40 In tensi da de Tempo (s)

Estévia 60% rebaudiosídeo

Amargor Doçura Leite

0 5 10 0 10 20 30 40 In ten si d ad e Tempo (s)

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