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Análise da variância da Qualidade de Vida de acordo com as variáveis de controlo

Indice de Qualidade de Vida

5.5. Análise da variância da Qualidade de Vida de acordo com as variáveis de controlo

No sentido de analisarmos de que forma as variáveis de controlo (sócio- demográficas e de saúde) condicionam a percepção de Qualidade de Vida das pessoas portadoras de ostomia de eliminação, foi utilizada a estatística paramétrica para estudo da sua variância com o teste t de student e a ANOVA. Para o estudo das variáveis idade e tempo de cirurgia, dado tratar-se de duas variáveis quantitativas, realizou-se uma

regressão linear.

A análise dos dados através das diferenças estatisticamente significativas, permite- nos inferir se essas diferenças encontradas entre os dois grupos de sujeitos (Q.V.) ou a correlação observada entre duas ou mais variáveis não podem ser atribuídas meramente ao acaso (Almeida & Freire, 1997).

Serão apresentados os resultados encontrados em tratamento estatístico, para um nível de significância dep< 0.05. Para uma melhor visualização dos resultados obtidos, serão apresentadas em gráfico, as médias individuais por domínio, bem como os níveis de significância. Essas médias foram unidas por uma linha, para obtenção de um perfil de qualidade de vida dos indivíduos portadores de ostomia de acordo com as diferentes

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variáveis de controlo. Os domínios de carácter global não foram incluídos nos gráficos. Salientamos ainda que os gráficos de regressão linear são apresentados em anexo.

5.5.1. Idade

Para a variável de controlo idade foi realizada uma regressão linear simples, tendo- se obtido os seguintes resultados:

O domínio que representa a percepção sobre a imagem corporal apresentou uma correlação negativa significativa, r (211)= -0,40, £<0,05. A linha de regressão correspondente pode ser interpretada como uma diminuição nos scores de percepção sobre a sua imagem corporal com o aumento da idade. O mesmo acontece com os domínios que dizem respeito à actividade sexual, r (202)= -0,71, £<0,001; alimentação,

r (211)= -0,39, £<0,05; preocupações sociais, r (211)= -0,29, £<0,05; como enfrenta a situação, r (211)= -0,44, p< 0,05 bem como os de natureza global, como o índice de qualidade de Vida, r (202)= -0,35, p< 0,05 e o correspondente às Questões Gerais, r

(211)= -0,32, p< 0,05 (anexo 5). 5.5.2. Sexo

No que se refere ao sexo, foi aplicado o teste estatístico t de Student por se tratar de uma variável com duas categorias. Os resultados obtidos indicam que os elementos da nossa amostra pertencentes ao sexo feminino apresentam uma percepção sobre a sua

imagem corporal significativamente inferior à dos elementos do sexo masculino,

/(209)= 2,15, dif M= 7,32, £<0,05. Em contrapartida, no que se refere à percepção sobre a sua actividade sexual, encontramos uma média significativamente superior nos

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indivíduos do sexo feminino em relação ao masculino, t (200)- 2,78, dif. M_= 14,86, £<0,05.

Gráfico 7 - Perfil de Qualidade de Vida da amostra (grupo A) em relação ao sexo

100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - Sexo 100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - i ■;::-jk'■::::.-" -7:'7::i2:Wilf£'\fi'I'Sî;»^ 100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - ^ m ^ \ ■Jr --- T t ^ ^ v ' '. :-■-;-• ":?3 100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - -—■«—s^ \

B f

100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - 100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - 100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - ■ — ;:;::r - — i * bep bef ic d * £ < 0 , 0 5 i i * as i ai ■1 1 ps es s d me ex asu a a ap an a 100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - ■ — ;:;::r - — i * bep bef ic d * £ < 0 , 0 5 i i * as i ai —•— feminino 100 -i 80 - 60 - 40 - 20 - 0 - ■ — ;:;::r - — i * bep bef ic d * £ < 0 , 0 5 i i * as i ai —•— feminino

Legenda: bep - bem-estar psicológico; bef - bem-estar físico; ic - imagem corporal; d - dor, as - actividade sexual; ai - alimentação; ps - preocupações sociais; es - como enfrenta a situação; sd - satisfação do doente; me - melhoria; ex - experiência; asu - auto-suficiência; aa - ajuda e assistência; ap - adaptação positiva; an - adaptação negativa; a - apoio.

5.5.3. Coabitação

No que diz respeito à coabitação, dado tratar-se de uma variável com quatro categorias, utilizamos a estatística F (ANOVA). Os resultados indicaram-nos diferenças significativas na percepção de qualidade de vida em diferentes domínios específicos e globais, com médias inferiores para os indivíduos da nossa amostra que vivem sozinhos em relação a todos os outros. Os valores encontrados em cada domínio foram os que em seguida se enumeram:

Análise e interpretação de dados • Bem-estar psicológico - Encontramos uma diferença significativa, F (3, 207)= 4,61,

£<0,05 com médias inferiores para os indivíduos que vivem sozinhos (M = 39,33) e superiores para os que vivem em família restrita (M = 61,07).

• Preocupações sociais - Os indivíduos que vivem sozinhos apresentaram os valores inferiores (M = 64,58), enquanto que os que vivem com o cônjuge/companheiro apresentaram as médias mais altas neste domínio (M = 84,12), com uma diferença significativa, F (3, 207)= 5,37,£<0,05.

• Apoio - Também neste domínio se encontrou uma diferença muito significativa, F (3, 207)= 7,01, £<0,001, desfavorável aos indivíduos que vivem sozinhos (M^ 60,83). As médias mais altas foram atribuídas às pessoas que vivem em família

alargada (M = 87,50). índices Globais:

• índice de Qualidade de Vida - Reflecte a mesma tendência desfavorável para os indivíduos sozinhos (M = 52,16) com F (3, 198)= 2,78, £<0,05, com médias superiores nos indivíduos que vivem com o cônjuge / companheiro (M - 65,73 ). • Questões Gerais - Reflecte a percepção do indivíduo relativamente ao processo de

adaptação à situação de doença/alteração de saúde, apresentando a mesma tendência nos resultados. Os indivíduos que vivem sozinhos (M =51,75) apresentam valores

significativamente inferiores em relação às restantes categorias, favorável aos que vivem em família alargada (M = 69,60), com F (3, 207)=3,65,£<0,05.

Análise e interpretação de dados

Gráfico 8 - Perfil de Qualidade de Vida da amostra (grupo A) em relação à coabitação Coabitação

**

* *

bep bef ic d as al ps es sd m e ex asu aa ap an a *£<0,05 **£<0,001

Com família alargada Com família restrita Com o cônjuge / companheiro —•— Sozinho

Legenda: bep - bem-estar psicológico; bef - bem-estar físico; ic - imagem corporal; d - dor, as - actividade sexual; ai - alimentação; ps - preocupações sociais; es - como enfrenta a situação; sd - satisfação do doente; me - melhoria; ex - experiência; asu - auto-suficiência; aa - ajuda e assistência; ap - adaptação positiva; an - adaptação negativa; a - apoio.

5.5.4. Emprego

Relativamente à variável de controlo emprego, através da ANOVA foram encontradas diferenças significativas em relação às médias de qualidade de vida, nos seguintes domínios:

• Bem-estar psicológico, desfavorável aos indivíduos em situação de desemprego (M = 46,40) e favorável aos que se encontram em regime laboral de tempo parcial (M= 77,54 ), com F (3, 196)= 5,29,£<0,05.

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• Bem-estar físico, desfavorável aos indivíduos em situação desemprego (M = 44,40 ) e

favorável aos que se encontram em tempo parcial (M= 76), com F (3, 196)= 5,94, £<0,001.

• Imagem corporal, desfavorável aos indivíduos reformados (M = 59,60) e favorável também aos que se encontram em tempo parcial (M = 75,77), com F (3, 196)= 4,01, £<0,05. De notar que os que se encontram em situação de desemprego apresentam

também médias baixas (M = 66).

• Alimentação, com uma diferença altamente significativa, de prejuízo para os indivíduos em situação de desemprego (M= 55,60) seguidos dos que se encontram em situação de reforma (M = 69,59), favorável aos que se encontram em tempo parcial (M= 86), com F (3, 196)= 8,64, p< 0,0001.

• Melhoria, como domínio que reflecte a satisfação com os cuidados médicos, apresenta-nos valores semelhantes, com uma diferença estatística significativa entre os que mantêm a sua actividade laboral em tempo parcial (M = 64,62) e os que se encontram em situação de reforma, que apresentam as médias inferiores (M = 41,04), com F (3, 195)= 2,92,£<0,05.

• índice de Qualidade de Vida como índice global, reflecte a mesma tendência para valores mais elevados nas pessoas a exercerem a sua actividade laboral em regime de tempo parcial (M =76,75) em relação aos desempregados que apresentam as médias mais baixas (M= 52,32), com valores de F (3, 188)= 5,50,£<0,05.