• Nenhum resultado encontrado

4.2 Análise dos dados Estudo 1

4.2.6 Análises complementares

De forma complementar, realizou-se algumas outras análises a fim de identificar novos achados que fossem relevantes para o tema estudado.

Por meio de teste T de Student, a nível de 95% de confiança (Tabela 14), foi possível observar que o fato de o participante conhecer a marca do notebook apresentada no anúncio (Dell), e ter uma experiência positiva ou negativa com essa marca, apresentou impacto nos construtos estudados (atitude, avaliação e intenção de compra). Esse achado se deve ao fato de que houve diferença significativa (sig<0,05) como resultado do teste analisado, sendo que a média dos construtos para quem declarou uma experiência positiva foi maior se comparado aos que declararam possuir uma experiência negativa com a marca.

Tabela 14 - Análise teste T para experiência de consumo com a marca no estudo 1.

Construto Experiência marca N Média Levene (Levene) Sig (Teste T) Sig

Atitude Experiência positiva Experiência negativa 90 12 5,1728 3,7550 0,383 0,538 0,000

Avaliação Experiência positiva Experiência negativa 90 12 4,7556 3,0167 0,000 0,990 0,000

Intenção de compra Experiência positiva Experiência negativa 90 12 3,9815 2,6389 0,15 0,904 0,028

Intensidade de

comunicação boca a boca

Experiência positiva 90 3,4472

0,298 0,586 0,687 Experiência negativa 12 3,2500

Quanto à análise sobre a experiência com a loja (submarino), percebeu-se, por meio de teste T de Student a nível de 95% de confiança (Tabela 15), que a experiência positiva ou negativa não apresentou influência nos construtos estudados (atitude, avaliação, intenção de compra e intensidade de comunicação boca a boca), uma vez que não houve diferença significativa (sig > 0,05) em nenhum dos casos.

Tabela 15 - Análise do teste T para experiência de consumo com a loja no estudo 1. Construto Experiência

Loja N Média Levene Sig (Levene)

Sig (Teste T) Atitude Positiva 154 5,1631 2,403 0,123 0,990 Negativa 5 5,1556 Avaliação Positiva 154 4,7506 4,088 0,045 0,089 Negativa 5 4,2800 Intenção de compra Positiva 154 4,0368 2,118 0,148 0,850 Negativa 5 3,8667 Intensidade de comunicação boca a boca Positiva 154 3,5422 3,425 0,066 0,663 Negativa 5 3,2000

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A fim de realizar análises complementares ao que já foi apresentado, optou-se pela criação de agrupamentos nas variáveis de caracterização demográfica com o intuito de ter o mínimo de 30 observações para cada variável (HAIR JR. et al., 2009). Feito isso, analisou-se a influência da escolaridade nos construtos estudados para cada cenário analisado, novamente utilizando-se ANOVA com confiabilidade de 95%. Como resultado, observou-se que não houve diferença significativa para nenhum construto e cenário. O mesmo ocorreu ao se analisar o estado civil e a renda dos entrevistados.

Analisou-se também a idade em relação aos construtos estudados para cada cenário, por meio de ANOVA com nível de significância de 0,05. Foi possível observar uma diferença significativa (sig < 0,05) somente com relação ao construto de intenção de compra em que a diferença significativa foi entre a faixa de 18 a 24 anos (X=4,50) e 30 a 34 anos (X=3,30), mostrando que, nesse caso, a intenção de compra dos mais jovens é maior, de acordo com os dados da Tabela 16.

Tabela 16 - Análise do teste Anova para os construtos estudados e a variável idade. Construto Modelo N Média Sig

(anova)

Construto Modelo N Média Sig (anova) Atitude De 18 a 24 anos 53 5,38 0,389 Intenção de compra De 18 a 24 anos 53 4,50 0,020 De 25 a 29 anos 90 5,19 De 25 a 29 anos 90 3,84 De 30 a 34 anos 34 4,91 De 30 a 34 anos 34 3,30 Acima de

35 anos 47 5,15 Acima de 35 anos 47 4,29

Avaliação De 18 a 24 anos 53 4,93 0,093 Intensidade de comunicação boca a boca De 18 a 24 anos 53 3,48 De 25 a 29 anos 90 4,79 De 25 a 29 anos 90 3,63 0,0893 De 30 a 34 anos 34 4,13 De 30 a 34 anos 34 3,39 Acima de

35 anos 47 4,71 Acima de 35 anos 47 3,48

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Outra análise foi realizada por meio do teste Qui-Quadrado χ² (Tabela 17), que tem o objetivo de testar se duas ou mais populações (ou grupos) independentes diferem relativamente a uma determinada característica (MAROCO, 2007). O teste foi realizado visando analisar a inclusão do priming de autocontrole e a sua efetividade, ou seja, se o efeito de autocontrole realmente foi ativado nos participantes que foram expostos ao priming. O teste foi realizado entre a variável autocontrole (presença - ausência) e as questões 2 e 3 do questionário (instrumento utilizado para avaliar a efetividade do priming).

Tabela 17 - Análise do teste Qui-quadrado para a variáveis autocontrole no estudo 1. Valor Df Asymp. Sig. (bilateral)

Qui-quadrado Person 1,772ª 3 0,621

Lokelihood Ratio 1,177 3 0,620

Linear-by-Linear

Association 0,012 1 0,913

N 224

Nota: a – 0 células (0,0%) com contagem esperada menor que 5. A contagem mínima esperada é 9,64. Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os resultados, apresentados na Tabela 17, mostram que não houve diferença entre o priming e o instrumento utilizado para medir a sua ativação, dessa forma, os resultados não foram significativos (sig = 0,621 > 0,05).

4.2.6.1 Análise de correlação

Realizou-se também uma análise de correlação, a fim de verificar a relação entre as variáveis de intensidade de comunicação boca a boca e os outros construtos (atitude, avaliação e intenção de compra), conforme apresentado na Tabela 18.

De acordo com Hair Jr. et al. (2005), esse pressuposto verifica se as variáveis estão associadas, ou seja, se uma variável muda em relação à outra sistematicamente. Para a análise do coeficiente de correlação de Pearson (r), é necessário a observação de alguns parâmetros, sendo que o valor deve estar entre -1 e +1 e quanto mais próximo de 1, significa que existe uma forte correlação entre as variáveis. Assim, um coeficiente +1 indica que as duas variáveis são perfeitamente correlacionadas de modo positiva, enquanto um coeficiente -1 demonstra que as variáveis apresentam relacionamento negativo, desse modo, se uma aumenta, a outra diminui proporcionalmente (FIELD, 2009). O coeficiente de correlação de Pearson (r) pode ser classificado em intervalos (negativos ou positivos): 0,00 a 0,20 = correlação muito fraca; 0,20 a 0,40 = correlação fraca; 0,40 a 0,70 = correlação moderada; 0,70 a 0,90 = correlação forte; e 0,90 a 1,00 = correlação muito forte (FRANCISCO, 1995).

Considerando a intensidade de comunicação boca a boca e a intenção de compra quando não há comentários, o coeficiente de correlação foi de aproximadamente 0,386, ao nível de 99% de confiabilidade, ou seja, é uma correlação positiva e fraca na medida de Pearson. Quanto a intensidade de comunicação boca a boca e a intenção de compra, quando o comentário é positivo, o coeficiente de correlação foi de aproximadamente 0,268, considerando 95% de confiabilidade, sendo positiva e fraca na medida de Pearson. Em relação à intensidade de comunicação boca a boca e à intenção de compra quando o comentário é negativo o coeficiente de correlação foi de aproximadamente 0,232, para 95% de confiabilidade, sendo positiva e fraca na medida de Pearson. Sendo assim, se a medida de comunicação boca a boca cresce, a intenção de compra também cresce, mas em uma medida menor.

Tabela 18 - Análise de correlação das variáveis do estudo 1. Modelo Site sem comentário Site com comentário

positivo Site com comentário negativo Construto

Atitude 0,190 0,117 0,204

Avaliação 0,236* 0,155 0,200

Intenção de compra 0,386** 0,268* 0,232*

Nota: * significante ao nível de 0, 05 ** significante ao nível de 0, 01 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Além da intenção de compra, somente o construto de avaliação, no cenário de site sem comentário apresentou correlação, considerando uma confiabilidade de 95%, sendo o seu coeficiente de 0,236, ou seja, uma correlação positiva e fraca.

Além dessas análises, verificou-se também, por meio dos resultados de uma ANOVA, que a intensidade de comunicação boca a boca não possui diferença significativa (sig = 0,529 > 0,05) quando analisada em relação aos modelos de questionário com e sem comentários (positivo e negativo), ou seja, a intensidade de comunicação boca a boca não sofreu influência nos diferentes cenários.