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Análises da concentração de cloro livre

2.3 Resultados e Discussão

2.3.1 Análises da concentração de cloro livre

Para a desinfecção e manutenção da qualidade da água potável um agente bactericida é adicionado, o cloro é um dos principais agentes utilizados e deve estar presente para que a água mantenha-se segura e livre de microrganismos patogênicos durante todo o abastecimento (CRUMP et al., 2004). Segundo a Portaria nº 518 do Ministério da Saúde a concentração de cloro livre na água deve estar na faixa de 0,2 a 2,0 mg.L-1 em qualquer ponto da rede de distribuição. Para avaliar esta condição realizaram-se análises em todas as amostras no momento da coleta, através do método colorimétrico, por um funcionário especializado do SEMAE – Piracicaba, que acompanhou todos os procedimentos de coleta das amostras.

A avaliação das amostras coletadas nas estações de bombeamento constatou que todas as amostras de entrada e armazenadas, apresentaram resultado dentro do limite exigido, conforme mostra a Tabela 3. Segundo o SEMAE – Piracicaba em todas as estações de bombeamento da cidade existe um controle na dosagem de cloro onde se o mesmo estiver abaixo do limite este é imediatamente adicionado para que a concentração seja mantida no abastecimento das residências ao redor. A análise de significância realizada nas variações dos teores de cloro obtidos na água de distribuição e da água armazenada revelou que apesar de existirem variações, a médias dos resultados não foi significativo aos níveis de 1% e 5% no Teste F (GOMES, 2000), como demonstrado na Tabela 4.

Tabela 3 - Variação da concentração de cloro livre nas estações de bombeamento

Primeira Coleta Segunda Coleta

Estações de

Bombeamento Distribuição Armazenada % redução Distribuição Armazenada % redução

01 - 2,0 - - 1,43 - 02 - - - - 1,23 - 03 - 1,5 - - 1,0 - 04 1,0 1,0 0 1,26 1,0 20 05 1,0 0,7 30 1,3 1,12 13 06 2,0 1,5 25 0,9 0,8 11 07 1,5 1,5 0 1,5 1,5 0 08 - 1,5 - - 1,5 - 09 1,5 1,5 0 1,0 0,93 7 10 1,5 1,5 0 1,5 1,25 16 11 - 1,5 - - 1,3 - 12 1,5 1,5 0 1,0 0,8 20 13 - 2,0 - - 1,2 -

Tabela 4 – Teste de significância entre as concentrações de cloro da água de distribuição e da armazenada nas estações de bombeamento

Primeira coleta Segunda coleta

Distribuição Armazenada Distribuição Armazenada

Média 0,769231 1,361538 0,650769 1,158462 Variância 0,608974 0,282564 0,423508 0,058597 Observações 13 13 13 13 GL 12 12 12 12 f 2,155172 7,22741 F crítico 2,686637 2,686637 F<f 0,09897 0,000862

Tabela 5 - Variação da concentração de cloro nas residências

Primeira Coleta Segunda Coleta

Residências

Distribuição Armazenada % redução Distribuição Armazenada % redução

01 2,0 0,9 55 1,23 0,4 67 02 2,0 0,5 75 1,35 1,03 23 03 1,5 0,4 73 1,0 0 100 04 1,5 0,8 46 1,2 0,7 41 05 0,7 0,1 85 1,29 0,4 68 06 0,6 - - 1,0 - - 07 1,5 0,5 66 0,9 0,2 77 08 2,0 0,0 100 1,13 0,1 91 09 1,5 1,5 0 2,0 0,2 90 10 1,5 1,0 33 1,17 0,2 82 11 2,0 0,05 97 1,2 0 100 12 2,0 1,0 50 1,3 0 100 13 1,5 1,0 33 1,0 0,9 10 14 1,5 1,0 33 1,0 1,0 0

Tabela 6 - Tabela 4 – Teste de significância entre as concentrações de cloro da água de distribuição e da armazenada nas residências

Primeira coleta Segunda coleta

Distribuição Armazenada Distribuição Armazenada

Média 1,557143 0,625 1,197857 0,366429 Variância 0,204176 0,223365 0,072095 0,148548 Observações 14 14 14 14 GL 13 13 13 13 f 0,914089 0,485332 F crítico 0,388059 0,388059 F<f 0,436901 0,102898

O teor de cloro encontrado em amostras residenciais, conforme Tabela 5, demonstra que a água quando chega à residência possui a concentração de cloro dento da faixa exigida, contudo em três residências na primeira coleta e em quatro na segunda, a concentração de cloro da água armazenada apresenta resultado abaixo do limite mínimo exigido. Nas residências 5 e 8 este resultado se repete nas duas coletas, nestas os moradores informaram que a caixa d’ água não era limpa a muito tempo e também foi observada a presença de filtro de carvão ativado na entrada da água de distribuição na residência, mesmo que algumas residências tenham apresentado o resultado dentro do limite exigido, pode-se observar que existe a redução da concentração de cloro quando a água está sendo armazenada no domicilio. Na análise de significância aplicada nos resultados obtidos nas concentrações de cloro revelou que na média a variação é significativa aos níveis de 1% e 5% no Teste F (GOMES, 2000), como demonstrado na Tabela 6.

O fato principal constatado durante as coletas é o de que a maioria dos moradores informou desconhecer a necessidade de limpeza das caixas de armazenamento. A falta de manutenção nos reservatórios residenciais pode ter contribuído para a redução na concentração de cloro, e no caso de alguns domicílios, a presença de filtro de carvão ativado na entra da água potável também. Uma avaliação realizada por D’Aguila et al. (2000) demonstra que a água distribuída no município de Nova Iguaçu - RJ, não possui a mesma concentração de cloro da água armazenada na residência, e também sugerem que principal causa seria a falta de manutenção nos reservatórios. Segundo van der Kooij et al. (1999), os resíduos de cloro livre na água são fundamentais para inibir o crescimento microbiano durante o abastecimento ou armazenamento da água tratada. A limpeza periódica principalmente nos reservatórios residenciais é muito importante para assegurar a qualidade da água consumida pelo morador, pois a presença de matéria orgânica, o acumulo de poeira, insetos mortos, consomem todo o cloro livre

comprometendo a sua ação bactericida. Os Sistemas de Abastecimento de Água, não só da cidade de Piracicaba, analisam neste caso, a concentração de cloro, somente na entrada da água de distribuição na residência, não avaliando a água exatamente no ponto de consumo, não havendo o controle da água verdadeiramente consumida. Mas se as amostragens fossem estendidas até as torneiras internas das residências haveria dados mais amplos em relação à água consumida, demonstrando o perigo e assim conscientizando a população da importância da limpeza nas caixas de armazenamento de água.

A presença de compostos na água clorada pode resultar na formação de compostos como trihalometanos, que são considerados altamente prejudiciais a saúde, os filtros de carvão ativado contribuem para a redução de compostos na água de consumo, mas ao mesmo tempo eliminam consideravelmente a concentração de cloro (MEYER, 1994). Diante deste fato o uso destes filtros ajuda na manutenção da qualidade da água no ato do consumo, mas dependendo de sua localização na residência, pode comprometer a qualidade da água que ficara armazenada, sendo assim o ideal seria que os filtros de carvão ativado, fossem posicionados na saída do armazenamento do domicílio, ao invés da entrada da água na residência, como foi constatado, para assim ter uma ação mais efetiva não comprometendo a qualidade da água a ser consumida pelo morador.

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