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3 ESTUDO DE CAMPO

3.4 ANÁLISES DE DADOS E DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS

Concluído o diagnóstico, toda a análise e coleta de dados foram transmitidas à Diretoria a fim de relatar a realidade da companhia e de definir novas diretrizes para a segunda fase do projeto, que contou com as seguintes atividades:

a) Alinhar foco com os funcionários:

Para que uma implantação de novos projetos ou mentalidades seja efetuada com sucesso, são necessários pelo menos dois fatores: a aceitação pela alta administração e o alinhamento com as pessoas que trabalham no dia a dia da empresa em suas atividades. Como o projeto estava sendo apoiado pela Diretoria, restava então alinhar o novo foco da empresa com os funcionários. Para tanto foram desenvolvidos treinamentos sobre os conceitos de manufatura sustentável e outras práticas de gestão ambiental.

Dentre os conceitos apresentados na revisão da literatura, aqueles melhores aplicados pela empresa foram as cinco estratégias para o desenvolvimento da manufatura sustentável fundamentadas no modelo proposto por Platts (2007) e a Produção Mais Limpa. Apresenta-se no Quadro 8 um resumo dos conceitos e a forma com que foram utilizados pela empresa.

Além disso, divulgações internas através de jornal da empresa, banners, cartazes, informativos foram espalhados a fim de realmente divulgar a implantação do projeto para que todos ficassem cientes e multiplicassem esforços para esse bem comum.

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Quadro 8 – Conceitos aplicados na empresa

CONCEITO COMO FOI APLICADO PARTICIPANTES

As cinco estratégias de Platts (2007)

Inserido nas operações da empresa por meio de treinamentos, análises e reuniões periódicas.

Diretoria, Coordenação do projeto e Funcionários

Produção Mais Limpa

Utilizado “Guia técnico ambiental da indústria gráfica” elaborado pela CETESB e SINDIGRAF a partir dos conceitos da Produção Mais Limpa, para incrementar a identificação de aspectos e impactos ambientais da empresa.

Coordenação do projeto

Ecodesign

Participação em treinamentos e feiras de negócios, promovidas por instituições e fornecedores, para pesquisa de novas tecnologias para lançamentos de novos produtos.

Diretoria e Coordenação do projeto

Avaliação do Ciclo de Vida

Participação em treinamentos e palestras para análise das tendências de mercado e novas demandas de clientes.

Diretoria e Coordenação do projeto

Fonte: Produção do autor (2011).

b) Analisar as informações obtidas no diagnóstico e definir prioridades:

Por meio de reuniões e ferramentas para análise como brainstorming (levantamento de ideias), gráfico de pareto e diagrama de causa e efeito, foram realizadas inúmeras análises sobre as informações coletadas no diagnóstico. Como ilustração do passo-a-passo dessas análises, a seguir será apresentada a análise referente à busca de redução do uso da água para a obtenção do produto.

Na unidade fabricante de formulários, impressos promocionais e impressos personalizados com impressão digital (considerada a unidade Matriz das empresas do Grupo), foi realizada a análise do histórico de consumo de água: uma medição detalhada utilizando instrumentos de medição (hidrômetro) dos pontos de consumo de água da fábrica e identificado o ponto que demandava a maior quantidade, conforme ilustrado no Gráfico 3.

Entre os pontos de uso de água da fábrica, foi verificado que o maior consumo estava na etapa de revelação das chapas, ou seja, na revelação das matrizes de impressão necessárias para transferência das imagens e informações para o papel. O consumo de água neste ponto representava 69% do consumo de água de toda a fábrica, e esta análise



possibilitou a priorizaçã do consumo deste recurs

Gráfico 3

Na Figura 34 es sendo destacada a operaç

69% 0 20 40 60 80 100 120 140 Reveladora Chapas B

Identifi

ão das ações e a otimização dos investimentos so.

– Gráfico com identificação dos pontos de consumo

Fonte: Empresa pesquisada (2009).

stão representadas as operações do processo ção onde ocorre a gravação das matrizes de im

Figura 35 – Operações da fábrica

Fonte: Empresa pesquisada (2009).

84% 92%

96% 100%

Banheiros Pré Impressão

Produção Refeitório

cação dos pontos de consumo d

água

ϭϭϬ

s para buscar a redução

de água o produtivo da fábrica, mpressão (chapas). 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% Total

de

ϭϭϭ 

Para a obtenção da matriz de impressão – a chapa – deve-se primeiramente juntá-la ao fotolito (filme fotográfico) para que, ao expô-los à luz, grave-se a imagem contida no fotolito. A imagem gravada ficará à mostra após a chapa ser revelada. A reveladora de chapas usada em 2008 utilizava uma grande quantidade de água que não era aproveitada. Após as análises, o equipamento sofreu uma modificação, e nele foi instalado um dispositivo de reaproveitamento da água do próprio processo, reciclando a água que agora tem seu fluxo num circuito fechado fazendo com que o consumo seja significativamente reduzido. Após a implantação desta melhoria, que demandou dois meses para aquisição do reciclador, instalação e treinamento do operador, foi realizada uma nova medição dos pontos de uso de água nas operações e foi verificada uma considerável redução do consumo de água na gravação das matrizes, proporcionando uma redução de 18% no consumo de água em toda a fábrica.

No Gráfico 4 estão representados os pontos de consumo de água da empresa após a implantação da melhoria na gravação de chapas.

Gráfico 4 – Gráfico com identificação dos pontos de consumo de água após melhoria

Fonte: Empresa pesquisada (2009).



Por meio do Gráfico 4, pode-se verificar que a reveladora de chapas que antes era responsável por 69% do consumo de água da fábrica, após a melhoria, passou a representar

34% 66% 83% 91% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 0 10 20 30 40 50 60 70 Banheiros Reveladora de chapas Pré Impressão

Produção Refeitório Total

Identificação dos pontos de consumo de

ϭϭϮ 

32% do consumo de água, proporcionando um ganho significativo principalmente para a dimensão ambiental e econômica da empresa.

O processo de análise e implementação desta melhoria foi concluído um ano depois, quando a empresa, repensando a proposta do negócio, adquiriu uma gravadora de chapas conhecida como CTP (Computer to Plate), que faz a gravação do arquivo do computador diretamente para a matriz de impressão (chapa) e o CTP adquirido tem mais um diferencial, dispensa o uso da água para a revelação da chapa, trata-se de uma tecnologia denominada

processless, trazida da Bélgica, o que praticamente reduziu a zero o consumo de água nesta

operação da empresa.

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