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O anel, ou camada de crescimento é definido pela desaceleração de crescimento na estrutura lenhosa explicado como uma reação à condição desfavorável ao seu crescimento. A formação de anéis ocorre por adensamento de parênquima, quando o engrossamento da planta e o aumento de células desaceleram (Priestley, 1930; Tomlinson & Craighad, 1972; Morey, 1980; Roth, 1981) e a produção de auxinas declina, na época de desfolha ou quando a planta é submetida à condição climática adversa, como estiagem ou frio.

Quanto a metodologia para determinação de anéis de crescimento é estudo tradicional, diversos métodos foram estabelecidos, sendo dividido em dois tipos de observação. Como os métodos estáticos, a leitura através de análise de amostra, são; 1) Densitometria, 2) Densitometria de Raio Gama e X, 3) Registmeter e 4) Radiocarbono. Outros tipos, método dinâmicos são através do; 1) marcação de câmbio e do 2) Increment band (Fritts, 1976; Schweingruber, 1988).

Nos trópicos, a maioria das espécies é perenifólia e não possuem mudanças drásticas no seu crescimento durante o ano e isso é a principal razão de não distinguir os anéis de crescimento anual (Fahn et al., 1981).

Na região Amazônica, os principais trabalhos de caracterização de anéis sazonais são de floresta de várzea e igapó que possuem a inundação periódica como condição adversa que registra no crescimento vegetativo (Huber, 1909; Worbes, 1985; Worbes & Leuschner, 1987).

Apesar de se aceitar comumente a não formação do anel anual nas árvores dos trópicos, as maiorias das espécies nos trópicos certamente caracterizam o anel de crescimento como estrutura. Existem diversos trabalhos sobre descrição macro- microscópica sobre espécies florestais da Amazônia que consta demarcação de camada de crescimento (Loureiro & Silva, 1968; Loureiro, et al., 1979; Silva et al., 1996; Lisboa et al., 1984; Mainieri & Chimelo, 1989). Laboratório de Produção Florestal do IBAMA (IBDF 1988) caracterizou as madeiras da Amazônia, e nisso classificou camada de crescimento em três níveis de visibilidade; distintos, pouco distintos e indistintos. Ainda a definição e classificação de camada de crescimento e demais parâmetros macro-microscópicas foram estabelecidas como norma para organizar as informações técnicas (Coradin & Muniz, 1992).

Na Amazônia, Worbes (1985) afirmou que a formação do anel ocorre mais pela mudança de precipitação do que de temperatura e estação anual.

O mesmo autor destacou a presença de anéis de crescimento nas espécies de rápido crescimento e nos indivíduos de idade juvenil, em florestas tropicais. Isso pode induzir a diferença de formação de anéis por grupo ecológico, de sucessão primaria, tardia e também pela etapa de crescimento. O mesmo autor acrescentou que a variação dessa tendência depende da condição lumínica nas florestas onde os indivíduos se encontram. Os anéis de árvores de idade juvenil, sob dossel fechado, são menos distintos do que os de indivíduos adultos que recebem mais radiação pela copa. Considerando essa afirmação, a avaliação nas clareiras pode distinguir mais as formações de anéis nos indivíduos.

No clima temperado, floresta decídua, semi decídua e até nos trópicos, na floresta estacionalmente inundada (várzea e igapó), as árvores tendem a possuir distinta demarcação de anéis de crescimento devido à desaceleração de atividade cambial por forte variação climático (Worbes, 1985; Schongart et al., 2002).

Ao contrário, na Amazônia, em floresta de terra-firme o trabalho cientifico de determinação de periodicidade de crescimento continua ter dificuldade de esclarecer. Diante dessa dificuldade, existem diversos trabalhos que abordam esta tarefa. Vetter & Botosso (1989) determinaram camada de crescimento de 29 espécies florestais de terra-firme da bacia Amazônica por método comparativo por densitometria, carbono 14 e marcação de câmbio com acompanhamento de dados climáticos. Worbes (1995) observou a tendência de marcação de periodicidade de crescimento nos trópicos que é firmado quando a precipitação na estação chuvosa atinge menor do que 50mm.mês-1.

Tomazello & Cardoso (1999) utilizaram Tectona grandis monitoradas seu plantio com dados fenológicos determinaram a periodicidade com marcação de câmbio, segundo janela de Mariaux (1967).

Maria (2002) aplicou marcação de câmbio nas 23 espécies tropicais e subtropicais, com acompanhamento de faixas dendrométricas, determinaram ritmo de crescimento e idade das árvores, em relação as fenofases e condição climáticas. A autora observou melhor crescimento na fase inicial de sucessão, em relação à menos competição na circunvizinhança.

Callado et al. (1998) em Mata Atlântica, verificaram 3 espécies decíduas (Alchornea, Tabebuia cassinoides e T. umbelata) a presença de anéis de crescimentos distintos, demarcados pelo espessamento e achatamento das fibras. “No entanto, pela análise macroscópica da secção transversal de sua “bagueta”, é possível vermos uma região mais escura como se fossem zonas fibrosas e na análise microscópica em lamina histológica constatou camadas de crescimento distintas individualizadas pela variação do lume das fibras.”

Os tipos de anéis de crescimento no clima temperado foram classificadas entre; 1) diferença de Adensamento de parênquima, 2) diferenciação de raios, 3) de fibras, 4) de diâmetro de vasos e 5) de lenho inicial e tardio (Priestley, 1930; Morey, 1980; Roth, 1981).

Para região Amazônica, entre diversidade de anéis Vetter & Botosso (1989) classificaram em quatro tipos de divisa; (1) fibra, (2) vaso, (3) parênquima e (4) raio.

Sobre a variação entre espécies, os anéis de crescimento variam com o seu tipo de formação, dentro de uma mesma família. Pode-se atribuir a isso como sendo particularidade de cada espécie. Enquanto isso, dentro de um gênero pode ser similar o modo de formação de anéis e estrutura lenhosa (Worbes, 1985).

Quanto à variação de anatomia das espécies, pode ocorrer pela classificação de altura final das espécies dentro do estrato da floresta. De fato, foi observado que a largura do anel, que representa o crescimento anual foi de quatro a cinco vezes maior nas espécies de dossel do que nas de estrato inferior (Tuchiya & Izawa, 1999).

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