• Nenhum resultado encontrado

Neste capítulo é proposta uma revisão do estudo desenvolvido por Gastal e Osmainschi (2017) para compreender a importância dos fatores dos índices de cidades globais em relação ao turismo urbano e estabelecer novos indicadores para a atratividade turística em ambientes urbanos. No total foram elencados 81 fatores, muitos deles utilizam os mesmos critérios com nomenclaturas diferentes, constatando-se que apesar das várias de terminologias, utilizam-se de critérios similares. Portanto propõe-se a reunião dos critérios conforme interesses em comum, onde a partir da análise dos índices em relação aos principais tópicos abordados pela JLL (2015) foram determinadas quatro dimensões de abordagem: qualidade de vida (representados pela cor verde na imagem), economia (com os tópicos na cor azul), capital humano (em amarelo) e urbanidade (na cor vermelha), conforme apresentado em sequência na figura 20.

Figura 20 – Compilação dos índices e de seus fatores

Para abranger os diversos critérios desenvolvidos pelas doze instituições investigadas constituíram-se onze indicadores para elencar todos os aspectos definidos pelas instituições pesquisadas, e foram classificados dentro das quatro dimensões de análise: 22 baseados em potencialização da qualidade de vida, 13 focados em capacitação do capital humano, 26 relevantes para a dinamização da economia e 20 com destaque para o desenvolvimento e qualificação da urbanidade. Como os temas são correspondentes, e muitas vezes utilizados em mais de uma área, propôs-se uma subdivisão em critérios de análise com temáticas de estudo que serão investigadas em profundidade no decorrer deste trabalho.

Na dimensão qualidade de vida foram determinados três indicadores: ambiental, social e cultural (fig. 21). Nesta dimensão as questões do bem- estar estão vinculadas à qualidade ambiental e aos aspectos culturais, sociais e de lazer.

Figura 21 – Dimensão Qualidade de Vida

Na dimensão economia foram elaboradas duas classificações: o indicador que aborda as questões de governança e finanças, envolvendo os aspectos políticos e econômicos com relação aos temas de sustentabilidade econômica e questões sociais e de administração pública, e o indicador de negócios e turismo, que corresponde aos diversos fatores relacionados com os assuntos de geração de divisas, publicidade, divulgação e conectividades internacionais, atração de turistas e empresas (fig. 22).

Figura 22 – Dimensão Economia

Fonte: Do Autor

Na dimensão de capital humano foram agrupados os fatores que abordam sobre tecnologia, educação e possibilidades de inovação e atração de conhecimento para a cidade (fig. 23).

Figura 23 – Dimensão Capital Humano

Fonte: Do Autor

Na dimensão da urbanidade os indicadores elaborados foram de infraestrutura e mobilidade, habitabilidade e saúde e assistência médica, possibilitando avaliar os indicadores importantes para o desenvolvimento do turismo urbano em associação às ações públicas e privadas (fig. 24).

Figura 24 – Dimensão Urbanidade

A dinâmica de uma cidade é determinada pelo fluxo de pessoas em suas vias e espaços públicos. Os moradores são os principais usuários, mas para almejar uma posição de relevância frente ao Turismo Urbano, cada vez mais globalizado, é necessário que o compartilhamento destes ambientes com os visitantes seja, cada vez mais, planejado pelas cidades. No âmbito desta amplitude global, a potencialidade turística deve ser uma das principais estratégias de desenvolvimento social, econômico e ambiental de uma cidade. No entanto, é indiscutível que as cidades globais, além de sua intensidade de geração de conhecimentos e finanças possuem (em sua maioria) séculos de história e de vivências, que cidades mais jovens não apresentam ainda, e esta reunião de fatores acaba limitando a competitividade entre as cidades mundiais e cidades menos relevantes.

Nesse aspecto, entende-se que as cidades em geral podem apropriar- se de exemplos positivos demonstrados pelos centros urbanos globais que possam ser aplicados ou para inspirar novos modelos de planejamento urbanístico, considerando a realidade econômica e valorizando as questões culturais e socioambientais de cada localidade. Ou seja, é preciso analisar relações e tendências são originadas nas cidades mundiais que podem ser utilizadas por cidades em busca de maior destaque no contexto internacional. E sob este ponto de vista, acredita-se que as dimensões de potencialidade podem utilizar o Turismo como amálgama que as vincula e que multiplica suas ações, favorecendo, assim, os interesses da comunidade, a imagem da cidade e a experiência dos visitantes, ou seja, uma espécie de ciclo virtuoso de potencialidades criativas, culturais, econômicas, intelectuais, recreativas e sociais.

Na sequência deste trabalho serão apresentadas as dimensões com os seus indicadores de potencialidade turística, retomando a análise de como os indicadores são relacionados nos relatórios das cidades globais e apresentando através de iniciativas de cidades que já estão incorporando em suas administrações públicas estratégias de atratividade de turistas e em busca de novas divisas. Também se propõe apresentar alternativas para que cidades em geral possam se espelhar e também reivindicar por seu espaço dentro da cena urbana global.

4 AS DIMENSÕES DE POTENCIALIDADE TURÍSTICA

A potencialidade turística de uma cidade pode se apresentar em diversos fatores de relevância ambiental, arquitetônica, cultural, econômica, histórica, entre outros, e muitas vezes estas características não são devidamente empreendidas pela comunidade, Poder Público e setor terciário locais, deixando de investir no turismo em detrimento de outras fontes de mercado. Este capítulo objetiva, através da análise das dimensões propostas na seção anterior, fazer uma compilação das informações e das particularidades dos indicadores elencados pela pesquisa e demonstrar, através de ilustrações em exemplos, modelos de aplicação destas dimensões com qualificação mútua da atividade turística e da urbanidade.