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4. Análise dos Dados

4.2.1 Analise da Dimensão Ambiental

Para a análise detalhada dos dados foram observadas as ações associadas às dimensões. Em especial, foi adotada para a dimensão ambiental uma divisão em sub-dimensões, que agregam ações que contribuem para minimizar um mesmo impacto ambiental. A decisão de detalhar mais a dimensão ambiental foi definida durante a análise dos projetos.O método (lista das ações) foi baseado nos sistemas de avaliação discutido na seção 2.5 que tem um viés ambiental. Para contornar este viés foram utilizados critérios do instituto Ethos e Agenda 21 para incluir ações sociais e econômicas. Essa tendência então foi atenuada, mas não eliminada.

Tabela 4.1 Participação da Dimensão Ambiental e suas Sub-dimensões Detalhadas por País

Sub-dimensão América

Latina Argentina Brasil Colômbia México

Total 87% 87% 88% 83% 85% Água 43% 34% 51% 26% 62% Energia 60% 63% 59% 46% 64% Materiais 57% 55% 56% 60% 46% Redução de Perdas 32% 37% 31% 23% 28% Gestão de Resíduos 16% 11% 19% 14% 10% Durabilidade 19% 26% 12% 26% 18% Impacto Canteiro 10% 5% 7% 6% 21%

A Tabela 4.1 apresenta as freqüências da presença das dimensão ambiental e sub- dimensões relativas, detalhadas para a América Latina e para os quatro países com maior participação no concurso. Nota-se que a inserção das sub-dimensões acontece em graus diferentes. Ao analisar os dados globalmente para a América Latina, percebe-se que as sub-dimensões energia, materiais, e água são as com maior presença nos projetos. Já as sub-dimensões redução de perdas, durabilidade, gestão de resíduos e o impacto no canteiro foram os menos citados.

Nos quatro países analisados, as sub-dimensões de maior presença também são aqueles relacionados à energia, aos materiais e à água. A Argentina é uma exceção, apresentando a sub-dimensão redução de perdas com maior freqüência nos projetos que a sub-dimensão água. As duas discrepâncias chamam a atenção, porém o presente trabalho não possui meios de investigar o motivo por trás destes números. Pode-se apenas especular que este comportamento demonstra uma despreocupação com a sub-dimensão água; ou uma falta de conhecimento; ou que esta sub-dimensão já está tão fortemente incorporada que não vale a pena ser mencionado nos projetos. Com relação à redução de perdas, pode-se especular que a coordenação modular já é uma prática consolidada no mercado argentino.

Para análise das sub-dimensões ambientais por país, optou-se por agrupar as informações dos países em tabelas separadas.

Tabela 4.2 Sub-dimensões e ações ambientais nos projetos Argentinos Sub-dimensão %Argentina Ações Mais Freqüentes

Água 34% 11% sita educação do usuário, 8% coleta da água da chuva 8% reuso de água

53% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Energia 63% 45%Arquitetura bioclimática,

26% cita uso de energia renovável,

26% cita utilização de isolamento e inércia térmica 21% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Materiais 55% 39% Uso de materiais locais,

21% uso de material reciclável

24% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Redução de Perdas 37% 26% projeto modular

11% treinamento de mão de obra

42% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Gestão de Resíduos 11% 8% redução de perdas

5% reciclagem ou reutilização de resíduos em canteiro, 63% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Durabilidade 26% 16% Projeto flexível

8% Planejamento da vida útil

53% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Impacto Canteiro 5% 3% Controle de erosão

3% Controle de ruído 3% Controle de poeira

66% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

A Argentina, conforme a Tabela 4.2, se diferencia dos demais países com a presença de redução de perdas dentre as sub-dimensões mais freqüentes. O projeto modular, com 26% de participação, é a ação que dá a presença desta sub- dimensão.

Tabela 4.3 Sub-dimensões e Ações Ambientais dos Projetos Brasileiros Sub-dimensões

Ambientais

%Brasil Ações Mais Freqüentes Água 51% 38% Coleta e uso de água da chuva

21% reuso de água servida 12% educação dos usuários

25% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Energia 59% 38% Arquitetura bioclimática

28% isolamento térmico e inércia térmica 22% energia renovável

21% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Materiais 56% 37% Uso de materiais locais

22% utilizar materiais recicláveis 19% uso de solo estabilizado ou taipa

29% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Redução de Perdas 31% 18% Treinamento da mão de obra

12% controle de perdas 9% projeto modular

41% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Gestão de Resíduos 19% 15% Reciclagem ou reutilização de resíduos no canteiro

9% redução de perdas

7% segregação de resíduos no canteiro

54% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Durabilidade 12% 4% Projeto flexível

4% proteção dos materiais 3% projeto para manutenção

53% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Impacto Canteiro 7% 3% Economia de água

3% Tratamento de esgoto 1% controle de erosão

59% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Total 88%

Os dados referentes ao Brasil presentes na Tabela 4.3 serão analisados com detalhe na Seção 4.2.5.

Tabela 4.4 Sub-dimensões e Ações Ambientais dos Projetos da Colômbia Sub-dimensão

Ambiental % Colômbia Ações Mais Freqüentes

Água 26%

17% coleta e uso de água da chuva 11% reuso de água servida

11% retenção de água da chuva

43% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Energia 46%

37% arquitetura bioclimática 17% energia renovável 6% aquecimento solar

6% inércia térmica e isolamento térmico

40% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Materiais 60%

51%Uso de materiais locais

17% uso de madeira de reflorestamento 14% uso de solo estabilizado ou taipa

31% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Redução de Perdas 23%

17% Projeto modular

6% seleção de materiais com baixa perda 6% treinamento da mão-de-obra

54% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Gestão de Resíduos 14%

6% Reciclagem ou reutilização de resíduos no canteiro 3% redução de perdas

3% segregação de resíduos no canteiro 3% destinação responsável dos resíduos

57% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Durabilidade 26%

14% projeto flexível

9% planejamento da vida útil 3% projeto para manutenção 3% projeto para desmonte

40% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Impacto Canteiro 6%

6% controle de poeira 3% controle de ruído

63% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Total 83%

Os projetos colombianos, conforme a Tabela 4.4, diferentemente dos outros países, dão a mesma ênfase à sub-dimensão água que à sub-dimensão durabilidade, ambos com 26% de freqüência nos projetos.

Tabela 4.5 Sub-dimensões e Ações Ambientais dos Projetos Mexicanos Sub-dimensão

Ambiental % México Ações Mais Freqüentes

Água

62% 31% coleta e uso de água da chuva 21% retenção de água de chuva 18% permeabilidade do solo

23% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Energia

64% 46% Arquitetura Bioclimática

23% isolamento térmico e inércia térmica 23% energia renovável

18% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Materiais

46% 41% uso de materiais locais 8% uso de materiais recicláveis 8% uso de solo estabilizado ou taipa

36% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Redução de Perdas

28% 21% projeto modular

8% seleção de materiais de baixa perda 8% treinamento da mão de obra

44% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Gestão de Resíduos

10% 8% redução de perdas

5% reciclagem ou reutilização de resíduos no canteiro 3% segregação de resíduos no canteiro

51% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Durabilidade

18% 10% projeto flexível

8% planejamento da vida útil 3% proteção de material 3% projeto de desmontagem

54% não especifica a ação que visa a ecoeficiência

Impacto Canteiro

21% 8% Tratamento de esgoto 8% Economia de água 5% controle de poeira

51% não especifica a ação que visa a ecoeficiência Total 83%

Os projetos mexicanos, conforme a Tabela 4.5, destacam-se pela grande preocupação com as sub-dimensões enérgica, com 64%, e água, com 62%. No primeiro caso, a ação mais freqüente é a utilização de arquitetura bioclimática e no segundo caso, a ação mais freqüente é o uso de água da chuva.

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