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Atendendo ao conceito da sustentabilidade e de modo a poder ser feita uma escolha ponderada sobre qual dos dois sistemas é mais favorável, é imprescindível alienar uma componente financeira.

Para a realização da análise económica, foi considerado um custo de investimento de 359 547 € e 125 111 € para os sistemas 1 e 2, respetivamente. Anualmente, em operações de manutenção o sistema 1 tem um custo de 9 380 € e um consumo energético de 43 930 kWh, por outro lado o sistema 2 um custo de 2 680 € e um consumo de 56 843 kWh.

Na Figura 5.8 estão representados dois cenários para cada sistema. No primeiro, Figura 5.8a, foi considerado um preço de eletricidade resultante da média aritmética da tarifa de venda a clientes finais em média tensão, sendo esta 0,10 €·kWh-1. No segundo cenário, Figura 5.8b, foi

considerado o valor mais elevado praticado na tarifa de venda a clientes finais em média tensão, correspondendo assim a um cenário mais pessimista, sendo este 0,20 €·kWh-1. Na Tabela

Resultados e Discussão 37 Tabela 5.2 - Custos anuais de cada sistema e para cada cenário financeiro considerado.

É de notar que os custos de operação e manutenção para cada sistema são constantes em cada cenário. Analisando o cenário 1 na Tabela 5.2 é percetível que embora os custos da eletricidade sejam menores para sistema 1, os custos de OM para este sistema são muito superiores aos do sistema 2. Deste modo o somatório dos custos OM com os de eletricidade é maior para o sistema 1. No cenário 2 é considerado um panorama pessimista onde o preço da eletricidade é o dobro. Neste verifica-se que a diferença entre o custo da eletricidade do sistema 2 e do sistema 1 não é maior que a diferença entre os custos OM do sistema 1 e do 2. Este facto permite entender que mesmo para um cenário pessimista o custo total anual do sistema 1 é maior. Para que o custo total anual do sistema 1 fosse menor ao do sistema 2 era necessário considerar um cenário onde o preço da eletricidade fosse 0,52 €, o que não é um valor realista praticado nos mercados.

Cenário 1 Cenário 2 Sistema 1 OM 9 380 € 9 380 € Eletricidade 4 448 € 8 874 € Totais 13 828 € 18 254 € Sistema 2 OM 2 680 € 2 680 € Eletricidade 5 755 € 11 482 € Totais 8 435 € 14 162 € 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 0 20 40 60 80 100 Cu st o tot al (€) Periodo de cálculo Sistema 1 Sistema 2 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 0 20 40 60 80 100 Cu st o tot al (€) Periodo de cálculo Sistema 1 Sistema 2 a) b)

Figura 5.7 – Representação gráfica do custo total de cada sistema para diferentes períodos de cálculo considerando: a) valor médio para o preço de eletricidade; b) valor máximo para o

Resultados e Discussão 38

Portanto, por análise das Figuras 5.7 a) e b) é percetível, em ambos os cenários, que o sistema mais dispendioso corresponde ao sistema 1, mesmo quando considerado um preço de eletricidade mais elevado no cenário pessimista, sendo o sistema 1 o com menor gasto energético. Este resultado é explicado pelo facto dos custos de investimento e manutenção serem muito superiores face aos do sistema 2.

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6 Conclusões

O presente trabalho teve como objetivos não só avaliar o impacto ambiental que advém das emissões de gases com efeito de estufa das diferentes fases do ciclo de vida de dois sistemas AVAC como também estudar a viabilidade económica dos mesmos, possibilitando assim uma escolha ponderada. Para este estudo os dois sistemas AVAC considerados foram: sistema 1 – destinado a satisfazer as necessidades de aquecimento e arrefecimento e composto por bombas de calor ar-ar (unidades interior e exterior) e tubagem de cobre; sistema 2 – destinado apenas a satisfazer as necessidades de aquecimento e composto por radiadores elétricos.

A ferramenta utilizada para a implementação da metodologia de análise de ciclo de vida foi o ONE CLICK LCA. Esta ferramenta permitiu a o cálculo da quantidade de emissões de gases com efeito de estufa que advêm das diferentes etapas do ciclo de vida de um sistema AVAC.

Numa primeira análise foram estudadas as emissões de gases com efeito de estufa incorporadas para cada sistema um dos dois sistemas AVAC. Nesta foi concluído, que as fases de ciclo de vida que mais emitem gases com efeito de estufa são as fases A1 a A3 e B1 a B5, para os dois sistemas considerados. Foi também concluído que o sistema 2 corresponde àquele que apresenta maior potencial de aproveitamento aquando do fim de vida dos seus equipamentos. Por último, conclui-se que o sistema 1 apresenta um maior impacto ambiental associado as emissões de GEE incorporadas totais emitindo 476,6 kgCO2e ao fim de 100 anos,

face ao sistema 2 que emite 82,4 kgCO2e.

Uma segunda análise é direcionada para as emissões de gases com efeito de estufa operacionais. Nesta conclui-se que para as mesmas necessidades térmicas o sistema 1 menor quantidade de GEE que advêm do uso de eletricidade para o seu funcionamento. Para este sistema as emissões de GEE ao fim de 100 anos foram de 2393,6 kgCO2e, já para o sistema 2

foram 3097,2 kgCO2e.

Por fim, é possível tecer uma conclusão quanto às emissões de GEE totais dos dois sistemas conclui-se que para um período de operação inferior a 11 anos o sistema 1 é ambientalmente mais favorável, contudo a partir de dos 11 anos de operação o sistema 2 possui um menor impacto ambiental. Sendo que ao final de 100 anos o sistema 1 e o sistema 2 emitem uma quantidade de GEE correspondente a 2870,2 kgCO2e e a 3179,6 kgCO2e, respetivamente.

Quanto ao estudo de análise económica dos dois sistemas verificou-se que o sistema 1 apresenta custos de investimento e custos anuais de operação e manutenção maiores que o sistema 2. Sendo estes de 359 547 € e de 9 380 € para o sistema 1 e 125 111€ e 2 680 € para o sistema 2, respetivamente. Para um cenário onde o preço da eletricidade é o preço médio praticado no mercado, conclui-se que os custos anuais totais do sistema 1 e do sistema 2 são

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de 13 828 € e 8 435 €. Adicionalmente colocou-se a hipótese do custo da eletricidade ser o máximo praticado no mercado e neste cenário conclui-se que os custos anuais totais do sistema 1 e do sistema 2 são de 18 254 € e 14 162 €, respetivamente. Concluindo assim que o sistema 1 é uma solução mais dispendiosa que o sistema 2.

Em suma, de maneira a poder ser feita uma escolha refletida é necessário avaliar os sistemas em estudo quanto aos pilares da sustentabilidade. Assim o sistema 1 destaca-se por ser ambientalmente melhor e socialmente mais aceitável visto possibilitar a aquecimento e arrefecimento, logo maior conforto. Por outro lado, o sistema 2 destaca-se por ser economicamente mais vantajoso.

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