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LISTA DE SÍMBOLOS i corrente elétrica

5 CONCLUSÃO 16 REFERÊNCIAS

1.1 ANALITOS DE INTERESSE DESTE TRABALHO

Para o desenvolvimento do trabalho foram escolhidos os agrotóxicos 2,4-D, diuron, thiram, carbofurano e o fármaco diclofenaco que podem ser considerados potenciais poluentes ambientais.

1.1.1 Diuron

O diuron [3-(3,4-diclorofenil)-1,1-dimetiluréia] é um agrotóxico pertencente ao grupo das feniluréias. As principais características desta molécula estão relacionadas à sua baixa solubilidade em água, 40 mg L-1 a 25 ºC e sua persistência

no solo que pode variar de alguns meses a 1 ano, dependendo da quantidade de diuron aplicado.17 O diuron 3-(3,4-diclorofenil)-1,1-dimetilureia (Figura 3) é

amplamente usado no controle de ervas daninhas em campos de cultivo de soja, algodão, cana-de-açúcar, frutas cítricas, trigo e café em sistema de pré e pós- emergência. Apesar de seu uso proporcionar maior rendimento nas colheitas e consequentemente maiores lucros, o diuron promove grande impacto ambiental em algas, fungos, plantas, animais e até mesmo ao homem.18 Estudos realizados por

órgãos competentes, como a agência de proteção ambiental norte-americana (EPA), provaram que esse herbicida promove a formação de tumores em ratos e, dessa forma, pode ser classificado como provável agente cancerígeno/mutagênico à espécie humana. O diuron em contato direto com o homem provoca a irritação nos olhos, pele, mucosa e perturba o funcionamento do sistema imunológico. Provoca também anormalidades no sangue, fígado e baço e atua como disrruptor endócrino.19

Figura 3 - Estrutura química do diuron.

Cl Cl NH N CH3 CH3 O

1.1.2 Ácido diclorofenóxiacético (2,4-D)

O ácido diclorofenoxiacético conhecido como 2,4-D (Figura 4), pertence à classe química dos fenoxiacéticos, sendo o primeiro herbicida usado no controle de plantas daninhas latifoliadas. É um dos herbicidas mais usados no mundo, sendo recomendado seu uso em pastagens, gramados e culturas gramíneas (arroz, cana- de-açúcar, milho, trigo, etc). O 2,4-D apresenta uma degradação lenta, com baixa absorção no solo e por isso, sua presença no meio ambiente é comum.20 O herbici- da 2,4-D foi desenvolvido a partir do ano de 1940, durante a segunda guerra mundial, sendo um dos componentes do agente laranja (junto com o 2,4,5-T, na guerra do Vietnã). É um produto que foi usado como arma química, causando a morte e malformações em milhares de pessoas. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classificou o 2,4-D como Extremamente Tóxico para a saúde (Classe I) e perigoso para o meio Ambiente (Classe III). Apresenta solubilidade de 0,6 mg L-1, toxicidade moderada para mamíferos, sendo absorvido

pela pele, por via digestiva e por inalação, promovendo agudamente, alterações da glicemia de forma transitória, simulando um quadro clínico de diabetes, alterações neuromusculares por neurite periférica, problemas renais, cardiovascular e muscular e em longo prazo podem causar distúrbios reprodutivos e alguns tipos de câncer como linfoma.21,22

Figura 4 - Estrutura química do 2,4-D

1.1.3 Carbofurano

O carbofurano (2,3-diidro-2,2-dimetil-7-benzofuranil-N-metil carbamato) (Figura 5) apresenta um dos mais elevados efeitos tóxicos para os seres humanos que qualquer outro agrotóxico utilizado.23 É um agrotóxico sistêmico, no qual a

Cl

Cl

O

OH

O

planta o absorve através das raízes, e o distribui para todas as partes do vegetal. Sua presença em alimentos tem recebido atenção mundial devido à sua solubilidade de 0,7 mg L-1 de água a 25°C, e devido ao fato de que pode causar toxicidade aguda

no homem.23 Em animais os principais sintomas verificados foram perda de

equilíbrio, lacrimejamento, dispnéia e tremores. A dose letal de carbofurano realizada em ratos foi de 7 a 10 mg / kg.23,24

O carbofurano apresenta curta persistência no ambiente e pequeno deslocamento em regiões adjacentes. É utilizado para controle de insetos em uma grande variedade de culturas como algodão, amendoim, arroz, milho, trigo, feijão, banana, batata, café, cana-de-açúcar, cenoura, repolho e tomate. Seu uso tem aumentado nos últimos anos, porque é um dos poucos inseticidas eficazes contra os pulgões de soja.24

Figura 5 - Estrutura química do carbofurano.

É um composto relativamente solúvel em água e é hidrolisado com facilidade em meio básico formando dióxido de carbono, 7-hidroxicarbofurano e 7-metilamina. O principal metabólito do carbofurano tanto em plantas quanto por ação microbiológica é o produto de oxidação, 3-hidroxicarbofurano. No ambiente, a permanência do carbofurano é controlada por processos de degradação que, dependendo do meio (solo, planta ou água), pode ser química ou biológica.25 A sua

solubilidade em água e o baixo coeficiente de adsorção no solo, Kow = 1,52, a 20º C,

facilitam seu transporte para rios e lençóis freáticos. O CH3 CH3 O NH O C H3

1.1.4 Thiram

O thiram ou dissulfeto de tetrametilthiuram (Figura 6) é um dimetilditiocarbamato usado como fungicida comum para prevenir danos de culturas no campo e proteger às colheitas da deterioração na estocagem ou transporte. O thiram também é usado como protetor de sementes e para proteger frutas, vegetais e plantas ornamentais de uma variedade de doenças causadas por fungos sendo aplicado em meios de cultura como soja, arroz, algodão, milho, feijão, ervilha e trigo.26 Esse fungicida é prejudicial ao ambiente e após sua aplicação, processos físico-químicos como dessorção/adsorção e outros fenômenos químicos e biológicos podem ocorrer.27 Existem relatos sobre os efeitos adversos no sistema hepático, no

sistema reprodutivo e no processo de desenvolvimento do homem.O thiram possui a característica de formar complexos metálicos e considerando essa interação pode alterar a toxidade do composto, podendo diminuir ou até aumentar.28

Figura 6 - Estrutura química do thiram

1.1.5 Diclofenaco

O diclofenaco conhecido quimicamente como 2-[(2,6-diclorofenil)amino] sal monossódico ou benzenoacético monopotássico (Figura 7) é um antiinflamatório não-esteróide (AINE) com ação principalmente analgésica e antiinflamatória, não sendo usado especificamente como antipirético, embora também tenha esta ação.29

Devido ao uso extensivo, resíduos de diclofenaco têm sido detectados em águas superficiais como rios e lagos. O diclofenaco e seus produtos de degradação podem causar alguma persistência ambiental e efeitos fisiológicos, devido à sua reatividade e pelo poder da combinação com outras substâncias que podem promover uma maior toxicidade para os seres humanos e ao meio ambiente.30 Há evidências que a exposição prolongada em concentrações ambientalmente relevantes de diclofenaco

N

S

S

N

S

leva ao comprometimento da saúde geral dos peixes, induzindo lesões renais e alteração das brânquias. A intoxicação de diclofenaco no homem provoca vomito, hemorragia, diarréia, convulsão, insuficiência do figado, lesões renais e estomacais.

31,32

Figura 7 - Estrutura química do diclofenaco de sódio

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