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Mesa 01 Observe os cromossomos focalizados no microscópio e desenhe em seguida:

2. o ano – 3 a aula

Tema: Cultivo e observação de micro-organismos e fungos fitopatogênicos.

A referira aula consta na preparação de meios de cultura pelos alunos, para isso o professor explica o que é e para que serve um meio de cultura.

Nessa aula também ocorrerá a observação dos fungos fitopatogênicos cedidos pela Embrapa Floresta, especializada no trabalho com fungos fitopagênicos destinados ao controle biológico.

Para melhor entendimento, o professor mostra as placas com tais fungos e demonstra algumas placas onde uns fungos fitopatogênicos atuam como controle biológico para outros fungos fitopatogênicos. Essa abordagem conduz os alunos a questionarem sobre o que é um fungo fitopatogênico e como podem atuar no controle biológico e o que é tal controle.

Outro enfoque importante dessa aula foi a observação das placas de petri contaminadas pelos próprios alunos; dessa forma, eles atuam na construção do meio, contaminação e observação dos micro-organismos que cresceram (levando para isso o tempo de 15 dias no mínimo; tal período foi utilizado para confecção, esterilização, inoculação, desenvolvimento dos micro-organismos e observação).

Considera-se de fundamental importância esse envolvimento dos alunos no trajeto de todo processo, desde a confecção do meio até a observação dos micro-organismos que proliferaram em tais meios, não somente para o processo de envolvimento do trabalho que está sendo realizado, mas também para a compreensão do desenvolvimento bacteriano e fúngico, assim como o entendimento da contaminação do mesmo no ambiente como um todo (aquático, aéreo, terrestre), compreendendo que não há

ambiente estéril. Os alunos podem, assim, inferir a necessidade de esterilização em equipamentos hospitalares, cirúrgicos, alimentos industrializados, minimizando o processo de contaminação que pode ocasionar infecção hospitalar, alimentar.

Tais entendimentos são vistos como necessários para um futuro profissional da área da saúde ou até mesmo ao adotar medidas adequadas de armazenamento de alimentos acondicionando em geladeira etc. correlacionando tais processos à conservação da vida, pois conseguiram visualizar a presença desses micro-organismos (fungos e bactérias) em todas as partes do ambiente do qual também fazemos parte.

Essa concepção de ensino-aprendizagem é defendida por Chassot (2014), que menciona a necessidade de ensinar Ciências a fim de formar cidadãos autônomos, críticos e responsáveis, dotados da capacidade de ler o mundo e decodificá-lo de maneira melhor, não adotando uma posição de detentora da verdade, mas possibilitando indagações, levando a uma educação sem restrições de verdades, possibilitando a construção do conhecimento, em que há relação e envolvimento de todos no processo, tornando assim o ensino mais politizado e promotor da alfabetização científica.

3.o ano – 1.a aula

Tema: Síndromes cromossômicas.

A abordagem da aula foi enfocada na identificação de doenças genéticas a partir de lâminas com sangue de pacientes portadores de síndromes. Esses materiais foram doados pela Clínica Genétika (localizada em Curitiba).

Cada mesa recebeu uma lâmina e a descrição clínica do paciente, então eles deveriam localizar os cromossomos, desenhar o campo de visão observado, com a figura do cariótipo ao lado e a descrição das características de cada paciente, deveriam identificar as síndromes.

O trabalho foi realizado nas bancadas, em cada bancada havia uma lâmina com os cromossomos a ser focalizada, observada, desenhada e assim deveriam relacionar ao cariótipo do lado, observando número de cromossomos, par sexual, características do paciente e então descrever o laudo do paciente.

Como já descrito, no laboratório onde o trabalho se realizou há oito mesas (bancadas) e cada aluno tem o seu lugar preestabelecido, então a dinâmica da aula deverá ser

conduzida da seguinte maneira: os alunos começam o trabalho pela sua bancada já preestabelecida, após conseguirem verificar os cromossomos, observá-los, desenhá-los e correlacioná-los ao cariótipo do lado e posteriormente emitir o laudo, deverão então seguir para a próxima mesa, sendo que os alunos da mesa 1 passam para 2, os alunos da mesa 2 passam para 3, os alunos da mesa 3 passam para 4 e assim sucessivamente até chegarem à mesa 8, que passam para mesa 1.

Ao final da observação, os alunos conseguiram observar e identificar 8 síndromes diferentes, e emitir o laudo.

No decorrer da aula pode-se observar o quão motivados os alunos se mantêm, e alguns chegam a afirmar que querem seguir o ramo da citogenética, um deles antes pensava em fazer jornalismo, mas agora se descobriu geneticista.

O objetivo foi o de estimular o pensamento científico, raciocínio e interpretações de situações aqui colocadas como identificação de doenças genéticas e também o de despertar os alunos para uma possível profissão, para que eles se posicionam autonomamente nas suas escolhas.

Além de despertar o pensamento científico, ao se posicionarem como pesquisadores ao colocarem as lâminas nos microscópios, ao manusearem corretamente o aparelho, ao conseguirem mudar as objetivas e ao procurarem por um campo de visão que contemplasse cromossomos agrupados de uma forma que possibilitasse sua identificação, transpõem-se para esses alunos conteúdos conceituais e procedimentais, pois abordam a teoria e os mecanismos adequados de manuseio nos aparelhos com a interpretação da teoria fornecida na produção do laudo.

Essas descrições dependem de conhecimento teórico e correlação dos cromossomos vistos no microscópio com a figura do cariótipo ilustrada ao lado e, assim, com auxílio das características fornecidas sobre o paciente os alunos conseguem fornece o laudo. Esse conhecimento teórico foi reelaborado ao serem novamente transmitidos conferem um conteúdo conceitual abordado de maneira eficaz, assim como o conteúdo procedimental envolveu os métodos utilizados para uma boa focalização das lâminas no microscópio, aumento de objetivas, postura de cientista que analisa todas as informações para fornecer sua interpretação passível de diálogos e novas interpretações, por fim, e não menos importante, as atitudes de compartilhar a imagem, ajuda no momento de focalização, as ideias de organização e valores que são

adotados durante as aulas experimentais focalizam e proporcionam o desenvolvimento dos conteúdos atitudinais, formando assim o necessário para o desenvolvimento do conhecimento científico.

Ao finalizar, pode-se dizer que os alunos conseguiram entender os métodos necessários para o diagnóstico completo de síndrome genética e conseguirão se posicionar perante a sociedade se em algum momento houver uma discussão sobre crianças portadoras de síndromes, diagnósticos de síndromes, enfim entendendo as tecnologias nas interpretações de questões e podendo correlacioná-las no dia a dia, promovendo a Alfabetização Científica.

3.o ano – 2.a aula

Tema: Corpúsculo de Barr / Cromatina sexual.

A proposta da aula consiste na análise de uma questão-problema que enfoca o sexo genético, que pode às vezes em algumas disfunções diferir do sexo aparente.

Tal situação foi notícia de jornais e revistas sobre casos de mulheres que, aparentemente normais, descobriram que geneticamente possuem sexo oposto. Ao se deparar com tal situação, o questionamento aborda se existe algum exame preliminar ao cariótipo que possa dar orientação e subsídio à situação.

A fim de esclarecer tal questão, foi proposta a análise da cromatina sexual através da mucosa bucal, porém como não é possível realizar com os alunos, analisamos lâminas doadas pela Clínica Genétika. Em cada mesa (bancada) existia um caso a ser analisado a partir da observação da lâmina, do cariótipo ilustrado ao lado e da descrição do paciente.

A sequência de análise ocorreu com cinco amostras, e os alunos percorreram as mesas observando as lâminas com ausência ou existência de cromatina sexual, e com auxílio da descrição dos pacientes procederam à identificação das síndromes que poderiam ter, e com o auxílio da figura do cariótipo conseguiram chegar a uma conclusão. O teste da cromatina é rápido e eficaz para detectar a presença ou ausência de cromossomos X, após determinada análise, o citogeneticista procede à procura de determinadas síndromes amparado pelo resultado de tal teste.

Após a observação das lâminas e do transcorrer da aula, os alunos entenderam o procedimento de análise e ficaram surpresos ao ver que é um teste muito fácil, rápido, seguro e que pode servir de subsídios para a identificação do sexo genético.

O entendimento do sexo genético é de fundamental importância para a compreensão de reportagens como as mencionadas na questão-problema, na qual se observa que aparentemente se tem um sexo e geneticamente outro.

Apesar de uma situação impactante, é de suma importância mostrar aos nossos alunos uma Ciência imparcial e sem mistério, possibilitando o entendimento de questões cotidianas.

REFERÊNCIAS

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