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ANTECEDENTES SEMANAS DE AÇÃO SOCIAL

No documento História da PUCRS (páginas 86-89)

Desde 1930 um grande movimento sensibilizou os líderes católicos - as Semanas de Ação Social, em que se estudavam os problemas mais salientes na sociedade para os quais se procuravam soluções.

No dizer da Prof.ª Dr.ª Leônia Capaverde Bulla em sua tese:

“As Semanas Sociais do Brasil foram promovidas pelo grupo de Ação Social, fundado em 15 de junho de 1936, no Rio de Janeiro, por iniciativa do Cardeal Arcebispo Dom Sebastião Leme e do líder católico Hanibal Porto, que presidiu a entidade por vários anos. A partir de 1940 a presidência das Semanas de Ação Social foi assumida por Roberto Sabóia de Medeiros, sacerdote jesuíta, fundador da Ação Social de São Paulo.

“As Semanas Sociais mobilizaram grande público local e regional, acorrendo personalidades de todo o País, preocupados com as questões sociais, o que exigia intenso trabalho preparatório. Com esse objetivo, esteve em Porto Alegre, nos dias 6 e 7 de janeiro de 1944, o presidente das Semanas, Roberto Sabóia de Medeiros. Obteve a aprovação do Arcebispo Dom João Becker e o apoio de Ernesto Dorneles, Interventor Federal no Estado do Rio Grande do Sul. Na ocasião foi constituída a comissão executiva local, encarregada de organizar a Semana nos próximos meses. Entre outros líderes gaúchos, compuseram a comissão: Armando Pereira da Câmara, Adroaldo Mesquita da Costa, Ernani Maria Fiori, Carlos de Brito Velho, Daniel Faraco e Mario Goulart Reis, todos católicos militantes, empenhados na vivência da Doutrina Social da Igreja.”.

Assim continua a Drª Leônia Capaverde Bulla:

“As sessões de estudos da V Semana Social se desenvolveram em Porto Alegre, na sede da Associação dos Professores Católicos, no período de 24 de setembro a 1° de outubro de 1944. Houve, também, atividades externas, de visitas a obras sociais da cidade. A sessão de encerramento foi realizada no Teatro São Pedro, com a particiação de grande platéia.

“Além das elites católicas, estiveram presentes nas reuniões da V Semana, autoridades estaduais e municipais, expressivo número de militantes e de instituições católicas que atuavam no campo social, tais como o presidente da Federação dos Círculos Operários Católicos do Rio Grande do Sul, Belmonte Macedo, funcionário da Viação Férrea do Rio Grande do Sul.

“A Semana de Ação Social merece um destaque especial, não só por aquilo que muitos católicos presentes fizeram, mas pelo papel importante que tiveram na Fundação da Escola de Serviço Social de Porto Alegre. Os discursos proferidos na ocasião são reveladores da visão de mundo do grupo fundador da Escola.

Nas conclusões implícitas da V Semana de Ação Social de Porto Alegre, está a resolução de fundar o Curso de Serviço Social à semelhança do Instituto Social do Rio de Janeiro cujos representantes tiveram projeção significativa nas conferências e debates do evento. “Por esse motivo, conclui Leônia Capaverde BulIa, a V Semana de Ação Social é considerada um marco histórico na fundação da Escola de Serviço Social de Porto Alegre”.

A história da Escola de Serviço Social teve o início na semente lançada no dia 28 de setembro de 1944 na 5ª sessão das “Semanas de Ação Social” do Brasil. As “Semanas de Ação Social” eram promovidas no Brasil pelo grupo de ação social dirigido pelo P.e Roberto Saboia, SJ. A 5ª sessão realizou-se em Porto Alegre de 24 a 30 de setembro de 1944 na sede da Associação dos Professores Católicos, à Rua Marechal Floriano.

Encerrados os trabalhos da Semana de Estudos de Ação Social, realizaram-se várias reuniões na casa do Dr. Carlos de Brito Velho, com o

objetivo de examinar as possibilidades da fundação imediata da Escola. Entre os participantes das reuniões estavam, entre outros, o Dr. Laudelino Teixeira de Medeiros, o Dr. Ernani Maria Fiori e o Dr. Victor de Brito Velho.

Aylda Pereira, personalidade importante na Semana de Ação Social, dias mais tarde escreveu para saber das possibilidades da fundação da Escola de Serviço Social em Porto Alegre. O Prof. Eloy José da Rocha, Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, recebeu com simpatia e entusiasmo a idéia de Mario Goulart Reis de abrir a Escola, anexa à Faculdade de Filosofia. Exposta a idéia ao Irmão Afonso, este desde logo quis ter conhecimento do material existente: os Estatutos e o Regulamento da Escola de Serviço Social de São Paulo e o artigo de Aylda Pereira sobre Aspectos do Serviço Social no Rio de Janeiro, em 1943. Novamente a Congregação dos Irmãos Maristas abria as portas para a fundação de novo instituto superior de ensino, dessa vez atendendo a demanda de formação de mão-de-obra especializada na assistência social dos funcionários da Viação Férrea do Rio Grande do Sul.

A Prof.ª Aylda Pereira, em carta escrita a 23 de outubro de l944 à Madre Benícia, Diretora do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, manifestou a satisfação em saber que o Dr. Eloy José da Rocha era favorável à fundação; “Se isso se realizasse, ficaríamos absolutamente tranqüilas, pois solução melhor não haveria para garantir ao Serviço Social a orientação católica. E conclui:

“Estamos certas de que a senhora Madre juntamente com a Irmã Evódia saberão escolher as melhores candidatas, sob todos os pontos de vista, para que o trabalho de Assistentes sociais e Educadores familiares se inicie em Porto Alegre, orientado por pessoas capazes intelectualmente e moralmente”.

O Irmão Faustino João escreveu ao Irmão Afonso longa carta em que relatava o encontro com o grupo de Ação Católica interessado em criar a Escola de Serviço Social fornecendo valiosas sugestões de como organizá-la

e indicando professores e assistentes sociais que poderiam colaborar com a Escola desde o começo.

No documento História da PUCRS (páginas 86-89)