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Antena e Placa Refletora Vazadas

3.3 Antena da Banda P

4.3.2 Antena e Placa Refletora Vazadas

Após se chegar a uma configuração antena-refletor que atende aos requisitos desejados, iniciativas foram tomadas com o objetivo de deixar a antena mais leve e aerodinâmica, já que esta é a antena de maiores dimensões do projeto devido às suas baixas frequências de operação. Para tanto, os elementos da antena log-periódica foram vazados, removendo as partes centrais das chapas metálicas que compõem cada elemento de dipolo, deixando apenas as bordas dos elementos com uma largura de 6 mm. Resultados de simulação mostraram que esta alteração não prejudicou o desempenho da antena. A antena com os elementos vazados é mostrada na Figura 4.42.

Figura 4.42: Antena log-periódica da banda P com os elementos vazados.

No refletor a estratégia também foi torná-lo vazado, substituindo a chapa metálica por uma grade de mesmas dimensões construída a partir de tubos metálicos de 5 mm de diâmetro. Como a antena é de polarização horizontal, existe um número de tubos horizontais que devem ser inseridos na grade para que os mesmos estejam próximos o suficiente, teoricamente distâncias da ordem de um décimo de comprimento de onda, a fim de promover a reflexão das ondas nas frequências em que irá operar. Várias configurações de grade foram testadas a fim de encontrar o número mínimo de tubos horizontais necessários e algumas delas podem ser vistas na Figura 4.43.

(a) Modelo com 4 tubos horizontais.

(b) Modelo com 3 tubos horizontais

Figura 4.43: Grades refletoras simulados.

O menor número de tubos horizontais que ainda resultou em uma rejeição acima de 20 dB foi três (Figura 4.43b), então esta configuração de grade mínima para ser fabricada, sendo que o número de tubos pode ser maior, caso se verifique a necessidade de uma maior robustez mecânica da grade. A antena com a grade refletora pode ser vista na Figura 4.44.

Figura 4.44: Visão em perspectiva da antena log-periódica da banda P com a grade refletora.

Esta é a configuração mínima para a primeira versão de fabricação da antena da banda P. O gráfico da perda de retorno desta antena pode ser visto na Figura 4.45. A antena tem uma perda de retorno abaixo de -10 dB em toda a banda de operação.

Figura 4.45: Perda de retorno da versão de fabricação da antena log-periódica da banda P. A Carta de Smith é mostrada na Figura 4.46, onde é possível ver que a antena

apresenta uma impedância próxima de 50 Ω na banda de operação.

Figura 4.46: Carta de Smith com o S11 da versão de fabricação da antena log-periódica da banda P.

Na Figura 4.47 é mostrado o padrão de radiação na frequência central. A antena apresenta um ganho de 8,15 dB e uma largura de feixe de 69,3 graus no plano E e 105,1 graus no plano H.

(b) Ganho efetivo no plano H.

Figura 4.47: Padrão de radiação da versão de fabricação da antena log-periódica da banda P.

A rejeição em elevação (plano H) pode ser observada na Figura 4.48. Mesmo com as modificações, a antena apresenta uma rejeição superior a 20 dB na faixa angular de operação do radar.

O modelo final da antena atingiu a especificação de frequência de operação, largura de banda e também o requisito de rejeição em elevação.

4.3.3

Protótipo da Antena

Após a etapa de simulações a antena foi fabricada e pode ser visualizada na Figura 4.49. Algumas modificações foram feitas na antena durante o processo de fabricação e a primeira delas foi aumentar a espessura dos booms da antena para conferir maior resistência estrutural ao dispositivo, mas, como a distâncias entre os booms e entre os elementos da antena foram mantidas, isto não deve ter uma grande impacto no desempenho da antena. Outra modificação foi feita na quantidade de tubos metálicos verticais e horizontais utilizados no refletor, um número maior de 5 tubos na horizontal e 3 tubos na vertical foi necessário para prover maior rigidez, visando fixar a antena no centro do refletor.

Figura 4.49: Protótipo da antena log-periódica da banda P.

O gráfico da perda de retorno medida do protótipo é mostrado na Figura 4.50 e a antena fabricada apresenta uma perda de retorno abaixo de -10 dB em toda a banda de operação.

Figura 4.50: Perda de retorno do protótipo da antena log-periódica da banda P. Na Carta de Smith da Figura 4.51, pode-se notar que a antena tem uma impe- dância próxima de 50 Ω na banda de operação.

Figura 4.51: Carta de Smith com o S11 do protótipo da antena log-periódica da banda P. O padrão de radiação da antena não foi medido, então o requisito de rejeição em elevação será verificado no emprego da antena com o radar.

4.3.4

Teste com o Radar

Um teste com um carro semelhante ao realizado na banda C, ilustrado na Figura 4.13, também foi realizado com a antena da banda P, porém com o veículo se movendo a uma velocidade de aproximadamente 3 m/s. Os dados gravados no teste foram processados e uma imagem alcance-doppler foi gerada. O refletor de canto pode ser facilmente encontrado na imagem, como pode ser visto na Figura 4.52.

Figura 4.52: Imagem alcance-doppler gerada a partir do teste.

O gráfico em uma dimensão, mostrando que a velocidade detectada do alvo é próxima de 3 m/s, pode ser visto na Figura 4.53.

Capítulo 5

Conclusão

Os esforços despendidos ao longo deste trabalho tiveram como objetivo o desen- volvimento de três antenas para serem empregadas em um radar de abertura sintética embarcado em drone multirrotor. O desafio era projetar as antenas de forma que, além de serem eletricamente eficientes, fossem leves o suficiente para permitir que pudessem, juntamente com o radar, serem transportadas como carga útil do drone DJI Matrice 600 Pro que tem uma capacidade de carga de 6 kg.

Na Tabela 5.1 é mostrado que os pesos das antenas somados com o radar resultaram em 1962 gramas, um peso adequado para o uso do sistema embarcado no drone, permitido inclusive o uso de dois sistemas ao mesmo tempo, de forma a coletar dados em dois lados do drone simultaneamente, reduzindo assim o número de voos necessário para imagear uma determinada área.

Tabela 5.1: Pesos dos componentes do sistema SAR. Componente Peso [gramas]

Placas do radar 260 Carcaça do radar 400 Antenas da banda C 105 Antena da banda L 463 Antena da banda P 734 Peso total 1962

Embora o padrão de radiação das antenas fabricadas não tenha sido medido, os testes em voo do sistema drone-SAR revelarão se os primeiros protótipos atingiram os requisitos de rejeição e largura de feixe.

Para a próxima versão da antena da banda C, devem ser verificadas as causas do desvio em frequência e uma correção precisa ser aplicada. Quanto a antena da banda P, etapas preliminares da homologação do sistema mostraram que a banda de operação terá de ser reduzida para o intervalo entre 420 MHz e 450 MHz, o que significa que a antena

poderá ser reprojetada para ter suas dimensões reduzidas numa próxima versão. Por fim, a antena da banda L horizontal ainda precisa de alguns ajustes para melhorar o casamento.

Neste trabalho foram demonstradas três antenas adequadas para serem utilizadas em um sistema de radar de abertura sintética embarcado em drone. As antenas para este sistema foram projetadas, simuladas, fabricadas e testadas e futuros testes de voo com o radar permitirão uma melhor análise sobre em que pontos as antenas podem ser melhoradas.

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