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Antologia para o colégio: exemplares da história literária luso-brasileira

3. O texto literário em evidência: O idioma nacional, de Antenor Nascentes

3.4 O idioma nacional: antologia para o ginásio e O idioma nacional: antologia para o

3.4.2 Antologia para o colégio: exemplares da história literária luso-brasileira

Os textos selecionados para compor O idioma nacional: antologia para o colégio são organizados em três seções: a primeira apresenta “modelos literários”; a segunda, textos literários de autores portugueses, e a terceira, de autores brasileiros. Estando em conformidade com as prescrições do programa de português dos cursos clássico e científico, de 1943, a seleção e organização desses textos teriam o propósito de subsidiar as atividades de literatura, leitura e escrita, também preconizadas pelo documento oficial.

A primeira parte da Antologia para o colégio, a qual se reservava à 1ª série, reúne “modelos literários”, segundo designação dada pelo próprio autor na abertura da seção. Inicialmente, sob o enunciado “o mesmo assunto tratado por dois escritores”, são apresentados o excerto “O estouro à boiada”, do romance Os sertões, de Euclides da Cunha 1866-1909), e um trecho, de título homônimo, de uma crônica de Rui Barbosa (1849-1923). Em seguida, aproveitando-se o tema do indianismo, são transcritos um excerto do romance Iracema, de José de Alencar (1829-1877), como modelo de “prosa poética”, e o excerto “Morte de Lindoia”, extraído do poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama (1741-1795). E, a fim de ilustrar “o mesmo assunto, tratado em prosa e verso”, nos dizeres do autor/organizador da antologia, são dispostos um fragmento de uma crônica de Rui Barbosa, e um poema de Alberto de Oliveira (1857-1937), ambos intitulados “As andorinhas de Campinas”.

Na mesma seção, oferecem-se ainda exemplos de tipos de poesia, como ode, elegia, modinha, sátira, écloga, soneto, triolé, balada antiga, balada moderna, madrigal, endecha, xácara, solau e poesia moderna; de modo que, para cada tipo de poesia citada, figuram um ou dois textos modelares: “Ode aos baianos”, de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), e “Ode XLIII”, de Anacreonte, traduzida por Antonio Feliciano de Castilho (1800-1875); “Elegia de uma noite de junho”, de Ribeiro Couto (1898-1963); “Modinha”, de Brito Mendes

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(?); “Descrição de um nariz”, de Gregório de Matos (sátira) (1623-1696); “Écloga”, de Bernadim Ribeiro (1482?-1552?); “Soneto”, de Olavo Bilac (1865-1918); “Triolé”, de Fontoura Xavier (1856-1922); “Balada antiga” e “Canto real da noiva”, de Goulart de Andrade (1881-1936); “A luva”, de Schiller, traduzido por Tobias Barreto (1839-1889) (balada moderna); “Madrigal”, de Fontoura Xavier; “Endecha”, de Júlio Dantas (1876-1962); “Xácara”, de Orlando Teixeira (?); “Solau do desamado”, de Manuel Bandeira (1886-1968); e “Meninos carvoeiros”, também de Manuel Bandeira (poesia moderna).

Em se tratando da oratória (sagrada e profana) esta é contemplada, ainda na seção da 1ª série, com modelos de “eloquência deliberativa”, com a apresentação de um discurso de Rui Barbosa, proferido no Senado em 12 de janeiro de 1892 numa questão com o senador Ramiro Barcelos; de “eloquência judiciária”, exemplificado por outro discurso de Rui Barbosa, proferido no Supremo Tribunal Federal em 1893 no pedido de habeas-corpus em favor dos deportados de Cucuí; de “eloquência demonstrativa”, com uma peroração do discurso de Rui Barbosa a José Bonifácio; de “panegírico”, com o “Panegírico de São Pedro de Alcântara”, pronunciado na Capela Imperial em 19 de outubro de 1854, por Frei Francisco de Monte Alverne (1784-1858); e de sermão, com o exórdio do “Sermão de Santo Antonio”, “Vos estis sal terrae”, pregado por Padre Antonio Vieira (1608-1697) na cidade de São Luís do Maranhão em 1854.

Por fim, a parte destinada à série inicial do colégio também traz um modelo de fábula, composta em verso, intitulada “Temores”, de Anastácio Luís do Bonsucesso (1833-1899); um exemplo de carta, escrita pelo Padre Antonio Vieira ao marquês de Gouveia; e uma amostra de epigrama, “Epigrama”, de Laurindo Rabelo (1826-1864).

A seleção e organização dos textos da primeira parte da Antologia para o colégio, na medida em que lidam com o oferecimento de “modelos literários”, buscam atender às prescrições do programa de português dos cursos clássico e científico relativas ao ensino de literatura, leitura e escrita. Segundo o documento oficial, em se tratando da literatura, nesta série, deveriam ser ministrados conteúdos de teoria literária, os quais englobariam também a Poética e a Retórica clássicas, como o conceito de gêneros literários e os elementos da Oratória. No que tange à leitura, esta deveria ser feita “em páginas de autores de língua portuguesa, desde trovadores medievais até escritores do século XX” (BRASIL, 1943, p. 488). E quanto à escrita, esta consistiria em “exercícios de redação e composição sob a forma de cartas, documentos oficiais, narrativas, descrições e dissertações” (p. 488).

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A segunda seção do livro, reservada à 2ª série, divide os textos de autores portugueses em três categorias: “época medieval”, “era clássica” e “era moderna”. Da “época medieval”, além de duas crônicas históricas – “A Dona Pee de Cabra”, extraída do Livro de Linhagens, e “Como o mestre tornou a Lisboa, e de que guisa matou o conde Joham Fernandes”, de Fernão Lopes (138-?-1460) –, são agrupadas pelo autor, de um lado, as poesias de “lirismo de inspiração provençal”, e, de outro, as de “lirismo de inspiração espanhola”.

Quadro 16 – Poesias de lirismo de inspiração provençal e espanhola, da época medieval da seção destinada à 2ª série em O idioma nacional: antologia para o colégio

Lirismo de inspiração provençal

Título do excerto/texto completo Autor Cantiga d’amor Bernardo de Bonaval (12--?-12--?) Alba; Pastorela; Tenção D. Dinis (1279-1325)

Barcarola Martin Codax (12--?-13--?)

Balada portuguesa antiga Airas Nunes (12--?-12--?)

Romaria Airas Corp’ancho (12--?-12--?)

Cantiga de estrofes paralelísticas Pero Gonçalves de Portocarreiro (12--?-12--?) Cantiga de escánio Rui Paez de Ribela (12--?-12--?)

Cantiga de mal dizer Martin Soares (12--?-12--?)

Pranto Pero da Ponte (12--?-12--?)

Lirismo de inspiração espanhola

Título do excerto/texto completo Autor

Esparsa Garcia de Resende (1470-1536)

Acróstico Diogo Brandão (14--?-1529)

Glosa Jorge de Rezende (?)

A “era clássica” reúne textos lusitanos dos séculos XVI, XVII e XVIII. Entre os textos do século XVI, encontram-se, por exemplo, o excerto “Batalha de Aljubarrota”, extraído do poema épico Os Lusíadas, os sonetos “Alma minha gentil, que partiste”, e “Sete anos de pastor Jacó servia”, do poeta Luís de Camões (1524-1580); “Vilancete XI” e “Soneto XX”, de Sá de Miranda; “Mofina Mendes”, do teatro de Gil Vicente. Do século XVII, agrupam-se, entre outros textos, “O não”, do sermão do Padre Antonio Vieira (1608-1697), e “O monge e o passarinho”, crônica do Padre Manuel Bernardes (1644-1710). Do século XVIII, selecionam-se textos, como o soneto “Ditado entre as agonias do seu trânsito final”, de Bocage (1765-1805), e “Ode ao amigo Brito”, de Filinto Elísio (1734-1819).

138 Quadro 17 – Textos e autores portugueses da era clássica

da seção destinada à 2ª série em O idioma nacional: antologia para o colégio

Título do excerto/texto completo Autor Batalha de Aljubarrota (Os Lusíadas, c. V);

Endechas a bárbara escrava; Alma minha gentil, que partiste; Sete anos de pastor Jacó servia; Écloga I; Ode XII; Canção VIII

Luís de Camões (1524-1580)

Saudades; Trovas Bernadim Ribeiro (1482-1552) Vilancete XI; Soneto XX; Gonçalo; Canta em

oitava rima

Sá de Miranda (1481-1558)

Mofina Mendes Gil Vicente (1465-1536?) Súplica de Inês de Castro Antonio Ferreira (1528-1569) Embaixada de D. Manuel I ao Papa Leão X Damião de Góis (1502-1574) Da velocidade e inconstância da vida, e dos

erros dos que cuidam que estão, e tem anos de vida (Imagem da vida cristã)

Frei Heitor Pinto (1528-1584)

Contente com a sorte Rodrigues Lobo (1580-1622)

A gramática (Apólogos dialogais) D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666) O arcebispo e o pastorinho (Vida do

arcebispo)

Frei Luís de Sousa (1555-1632)

O não Padre Antonio Vieira (1608-1697)

O monge e o passarinho (Pão partido em

pequeninos)

Padre Manuel Bernardes (1644-1710)

Cantata Dido Correia Garção (1724-1772) Conselho reunido pelo gênio das bagatelas (O

Hissope, c. I)

Antonio Dinis (1731-1799)

Ditado entre as agonias de seu trânsito final; Ode anacreôntica; A raposa e as uvas (traduzido de La Fontaine); Epigrama

Bocage (1765-1805)

Ode ao amigo Brito Filinto Elísio (1734-1819) Deitando um cavalo à margem Nicolau Tolentino (1740-1811) Ode a existência de Deus Sousa Caldas (1762-1814) Guerras do alecrim e da manjerona Antonio José (1705-1739)

Na parte da “era moderna”, figuram textos do Romantismo, Realismo e Parnasianismo portugueses, do século XIX, como as poesias “Saudade” e “Barca Bela”, de Almeida Garrett (1799-1854); os excertos “A esfolhada”, do romance As pupilas do Senhor Reitor, de Júlio

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Dinis (1839-1871); “A morte do Lobo”, do romance Eusébio Macário, de Camilo Castelo Branco (1825-1890); as poesias “Na mão de Deus”, de Antero de Quental (1842-1891), e “Aves marias”, de Cesário Verde (1855-1886); e o conto “Suave milagre”, de Eça de Queiroz (1845-1900).

Quadro 18 – Textos e autores portugueses da era moderna da seção destinada à 2ª série em O idioma nacional: antologia para o colégio

Título do excerto/texto completo Autor Saudade; Barca Bela Almeida Garret (1799-1854) O poeta (Eurico) Alexandre Herculano (1810-1877) Cântico da noite (Estreias poético-musicais) Antonio F. de Castilho (1800-1875) A lua de Londres João de Lemos (1819-1890) A doida de Albano Rodrigues Cordeiro (1819-1896)

Partida Soares dos Passos (1826-1860)

A judia Tomás Ribeiro (1831-1901)

O teu lenço José Simões Dias (1844-1899) Beijo (Campo de flores) João de Deus (1830-1896) Na mão de Deus; A casa do coração

(traduzido de Rückert)

Antero de Quental (1842-1891)

Aves marias Cesário Verde (1855-1886)

Os sinos (Só) Antonio Nobre (1867-1900)

Quimeras Gonçalves Crespo (1846-1883)

A lágrima Guerra Junqueiro (1850-1923)

Pálida e loira Antonio Feijó (1859-1917) Soneto (Oaristos) Eugênio de Castro (1869-1944) Última corrida de touros em Salvaterra

(Contos e lendas)

Rebelo da Silva (1822-1871)

A palavra (tradução da Oração da Coroa, de Demóstenes)

Latino Coelho (1825-1891)

A morgadinha de Val-Flor Pinheiro Chagas (1842-1895) A esfolhada (As pupilas do Senhor Reitor) Júlio Dinis (1839-1871)

A morte do lobo (Eusébio Macário) Camilo Castelo Branco (1825-1890) Batalha de Aljubarrota Oliveira Martins (1845-1894) Suave milagre Eça de Queiroz (1845-1900) A lapidação dos diamantes (A Holanda) Ramalho Ortgão (1836-1915)

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A terceira seção do livro, reservada à 3ª série, apresenta textos de autores brasileiros, organizando-os segundo três divisões: “era colonial”, “era nacional” e “continuação da era nacional”. Da “era colonial”, são selecionados textos pertencentes aos séculos XVI, XVII e XVIII, como o auto “Santa Úrsula”, de José de Anchieta (1534-1597) (século XVI); os poemas “A Jesus Cristo Nosso Senhor”, “Soneto” e “Aos caramurus da Bahia”, do poeta barroco Gregório de Matos (1623-1696) (século XVII); e os excertos “Morte de Moema” e “Morte de Lindoia”, extraídos dos poemas épicos Caramuru e O Uruguai, escritos, respectivamente, por Santa Rita Durão (1722-1784) e Basílio da Gama (1741-1795); além de poesias do Arcadismo, como “Lira VII” e “Lira XXIV”, da obra Marília de Dirceu, composta por Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810), e “Temei penhas...”, de Claudio Manuel da Costa (1729-1789) (século XVIII).

Quadro 19 – Textos e autores brasileiros da era colonial

da seção destinada à 3ª série em O idioma nacional: antologia para o colégio

Título do excerto/texto completo Autor Santa Úrsula José de Anchieta (1534-1597) A Jesus Cristo Nosso Senhor; Aos caramurus

da Bahia; Soneto; A mais fermosa, que Deus; A um livreiro, que havia comido um canteiro de alfaces com vinagre

Gregório de Matos (1623-1696)

Do nome do Brasil (História do Brasil) Frei Vicente do Salvador (1564-1639?) Província do Rio de Janeiro (História da

América Portuguesa)

Rocha Pita (1660-1738)

A Ilha da Maré (Música do Parnaso) Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711) Morte de Moema (Caramuru) Santa Rita Durão (1722-1784)

Morte de Lindoia (O Uraguai) José Basílio da Gama (1741-1795)

Estela e Nise Inacio José de Alvarenga Peixoto (174-?-179-? Temei, penhas... Claudio Manuel da Costa (1729-1789)

Glaura dormindo Manuel Inacio da Silva Alvarenga (1749-1814) Lira VII; Lira XXIV (Marília de Dirceu) Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810)

Moda de Tirce (Viola de Lereno) Domingos de Sousa Caldas (?)

A “era nacional” agrupa textos do Romantismo brasileiro, produzidos no século XIX. Nela figuram os poetas Gonçalves Dias (1823-1864), com o poema “O canto do guerreiro”, Álvares de Azevedo (1831-1852), com “Se eu morresse amanhã”, Casimiro de Abreu (1839-

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1860), com “Uma história”, e Castro Alves (1847-1871), com “Vozes d’África”; além dos romancistas José de Alencar (1829-1877), com o excerto “Final de Iracema”, Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com o trecho “Conferência médica”, do romance A moreninha, e Manuel Antonio de Almeida (1831-1861), com o extrato “Prisão do Leonardo”, da obra Memórias de um sargento de milícias.

Quadro 20 – Textos e autores brasileiros da era nacional da seção destinada à 3ª série em O idioma nacional: antologia para o colégio

Título do excerto/texto completo Autor O canto do guerreiro Gonçalves Dias (1823-1864) Se eu morresse amanhã Álvares de Azevedo (1831-1852) Meu filho no claustro Junqueira Freire (1832-1855)

O Vagalume Fagundes Varela (1841-1875)

Uma história Casimiro de Abreu (1839-1860) Vozes d’África Castro Alves (1847-1871) Final de Iracema José de Alencar (1829-1877)

Conferência médica (A moreninha) Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) Prisão do Leonardo (Memórias de um

sargento de milícias)

Manuel Antonio de Almeida (1831-1861)

A apresentação (Inocência) Visconde de Taunay (1843-1899) Os irmãos das almas (Comédias) Martins Pena (1815-1848)

Por fim, a “continuação da era nacional” apresenta textos brasileiros, do final do século XIX e primeiras décadas do século XX, pertencentes ao Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo e Modernismo, abarcando, por exemplo, textos como o excerto “O delírio”, da obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1839-1908); “O cortiço”, do romance homônimo de Aluísio de Azevedo (1857-1913); os poemas “Soneto”, de Olavo Bilac (1865-1918), e “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

142 Quadro 21 – Textos e autores brasileiros da continuação da era nacional

da seção destinada à 3ª série em O idioma nacional: antologia para o colégio

Título do excerto/texto completo Autor O delírio (Memórias póstumas de Brás

cubas); A Carolina (Relíquias da casa velha)

Machado de Assis (1839-1908)

As três formigas Alberto de Oliveira (1857-1937)

Saudade Raimundo Correia (1859-1911)

Soneto; O crepúsculo da beleza Olavo Bilac (1865-1918)

Olhos encantados, olhos cor do mar Vicente de Carvalho (1866-1924) O cortiço (O cortiço) Aluísio de Azevedo (1857-1913) O incêndio de Ateneu (O Ateneu) Raul Pompeia (1863-1895)

Vida obscura Cruz e Souza (1861-1898)

Soneto Mário Pederneiras (1867-1915)

Soneto Alphonsus Guimaraens (1870-1921)

No meio da caminho Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

A apresentação, em ordem cronológica, de textos literários de autores portugueses na seção da 2ª série, e de autores brasileiros na seção da 3ª série, da Antologia para o colégio, ao abranger o passado literário luso-brasileiro desde o período medieval até as primeiras décadas do século XX, parece ter os seguintes objetivos: (i) auxiliar nos estudos de história da literatura portuguesa e história da literatura brasileira, preconizados pelo programa de português dos cursos clássico e científico para a 2ª e 3ª série, respectivamente, e teorizados na Gramática para o colégio; (ii) amparar as atividades de leitura, também previstas nas disposições do documento oficial, as quais determinavam que esta “far-se-[ia] em páginas de autores portugueses de várias eras literárias”, na 2ª série, e “em páginas de autores brasileiros de uma ou de outra era”, na 3ª série (BRASIL, 1943, p. 489-490); (iii) servir de modelo aos exercícios de redação e composição, os quais deveriam consistir, tanto na 2ª como na 3ª série, em “biografias de grandes vultos da literatura portuguesa e brasileira, pequenos estudos de fases e escolas literárias, ensaios de crítica e análise literária”66 (BRASIL, 1943, p. 489-

66 As instruções contidas no livro escolar Português – 2º ciclo. 3ª série, de Newman José Barroso Campinhos, publicado em 1941, podem ser indicativas do modo como os trabalhos de análise e crítica literária seriam realizados no colegial: “1. Análise (...). 1º Sob o ponto de vista da invenção. Procuraremos a ideia principal, a qual, geralmente, está resumida no título da obra (...). 2º Sob o ponto de vista da disposição: (...) É o exame da unidade da obra e de sua variedade, isto é, verifica tudo quanto disse ou escreveu o autor para o desenvolvimento da ideia principal. 3º Sob o ponto de vista da elocução: Sendo a elocução o próprio estilo, a análise vai pesquisar sobre a forma de apresentação da peça literária, isto é, o estilo em que está vasada. Não se derramará em considerações sobre esse estilo do autor, se conveniente, se não. Esse ainda não é o trabalho da crítica, mas da

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490); (iv) subsidiar o estudo da gramática, uma vez que, “[a leitura] ser[ia] acompanhada de comentário filológico-gramatical” (BRASIL, 1943, p. 488, 489 e 490).

3.4.3 Antologia para o ginásio, Antologia para o colégio: relações entre leitura e