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2.1 INTELECTUAIS: ITINERÁRIOS, GERAÇÃO

2.1.4 Antonio de Arruda Carneiro Leão

Antonio de Arruda Carneiro Leão119 nasceu em 1887, em Recife

(PE), filho de Antônio Carlos Carneiro Leão120 e Elvira Cavalcanti de

118 “Foram installadas 155 escolas isoladas ou singulares, 3 grupos escolares

(Marechal Mallete, Teixeira Soares e Afonso Camargo), 2 casas escolares (Mandirituba e João Eugenio), e as escolas complementares de Paranaguá e Rio Negro” (PARANÁ, 1926a, p. 681).

119 As seguintes referências tratam de aspectos da vida e obra de Antonio de

Arruda Carneiro Leão e auxiliaram na composição dos dados biográficos deste intelectual: Niskier (2001); Silva (2006); Paulilo (2007); Lima (2011). A partir daqui será referenciado como Carneiro Leão.

Arruda Câmara Carneiro Leão. Casou-se com “uma professora catedrática de Língua e Literatura Francesa da Faculdade Nacional de Filosofia – Madeleine Sathie Augustine Manuelle – respeitada pela grande erudição. Carneiro Leão nutriu pela mulher enorme afinidade cultural” (NISKIER121, 2001, p. 16).

Ainda como estudante do curso de Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, publicou seu livro Educação (1909), derivado da conferência feita no I Congresso Brasileiro de Estudantes, em São Paulo, no qual atuou como vice-presidente. De acordo com Niskier (2001, p. 17), nesse texto, ficaram evidenciadas “as influências do positivismo, do evolucionismo e das teorias raciais correntes, à época, na Europa e também aqui no Brasil”, que Carneiro Leão utilizou em sua composição122. Carneiro Leão bacharelou-se, em 1911, com distinção em todas as matérias e doutorou-se em Filosofia.

Após a sua formação na Faculdade de Direito do Recife, Carneiro Leão viajou (1912 a 1919) por Estados Brasileiros, dentre eles, Rio de

120 De família tradicional, “o pai foi intelectual e poeta e orientou os estudos do

filho, diversificando a literatura francesa de Victor Hugo, à inglesa, com Shakespeare, Pope, Swinburne, Macauly, entre outros” (SILVA, 2006, p. 111).

121 Niskier (2001, p. 16) faz deferências a Carneiro Leão no seu discurso de

posse para o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 31 de outubro de 2001: “Resolvi me deter com mais vagar, sem pressa e sem pausa, como queria Goethe, na figura iluminada de Antônio Carneiro Leão, escritor e advogado brasileiro, que em 30 de novembro de 1944 entrou para a Academia Brasileira de Letras, o que viria a ocorrer com o seu admirador aqui presente cerca de 40 anos depois. Temos essa afinidade”.

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Carneiro Leão (eleito em 30 de novembro de 1944), em seu discurso de posse para a Academia Brasileira de Letras, Cadeira 14, na sucessão de Clóvis Beviláqua, fez uma retomada das ideias que circularam entre discípulos e mestres da Escola de Recife. No discurso cita as ideias advindas do Positivismo, no começo sob a ação de Augusto Comte e logo depois de Littré. Cita também Clóvis Beviláqua, “positivista, com toda sua geração, se enfileira na corrente materialista e passa ao Monismo naturalista de Haeckel e daí ao evolucionismo monista de Herbert Spencer” (...). Mergulhamos em puro naturalismo. A hereditariedade e a adaptação são as duas grandes leis formadoras da vida, do espírito e da sociedade. E o evolucionista não se perturba com a impossibilidade de explicar como reduzir o movimento a fenômenos de consciência, de vontade, de liberdade no espírito e de personalidade, de associação e de solidariedade no grupo. Ele concebe os estados de consciência como processos nervosos reduzidos pela ciência a movimentos”. Fonte: Academia Brasileira de Letras. Paim (1997) analisa a Escola de Recife e as ideias filosóficas no Brasil.

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Janeiro, São Paulo e Paraná, proferindo conferências, publicando artigos em diversos jornais e divulgando a sua defesa acerca da necessidade urgente da difusão da educação em todo o país.

Iniciou a carreira no magistério em Recife. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, e prosseguiu na área da educação, sendo sua atuação no magistério intercalada pelos cargos e funções públicas que exerceu ao longo de sua carreira: foi professor no Colégio Pedro II; professor de Administração da Escola do Instituto de Educação do Distrito Federal; professor na Universidade do Rio de Janeiro e na Universidade do Brasil (ministrando a cadeira de Administração Escolar e Educação Comparada, na Faculdade Nacional de Filosofia, e foi diretor desta no período de 1945 a 1957).

Também no Rio de Janeiro, a partir de 1918, exerceu o jornalismo (Jornal do Brasil) a convite do diretor-presidente, o Conde Pereira Carneiro. Na imprensa foi ainda colaborador de outros jornais do Rio de Janeiro, de Recife, de São Paulo, fundador e diretor de O

Economista, de 1920 a 1927.

Em 1921, compôs, junto com outras personalidades, a comissão responsável em organizar a CIEP-RJ – evento que é destaque nesta pesquisa e será retomado – como representante da União. No ano seguinte assumiu a Direção Geral da Instrução Pública, no Rio de Janeiro, cargo que ocupou de novembro de 1922 a novembro de 1926, no Governo Artur Bernardes, promovendo reforma neste ramo da administração pública do Distrito Federal.

As bases da reforma para o Distrito Federal, defendidas por Carneiro Leão, foram expressas no Projeto de n. 238123, abarcando defesas já expressas em outros posicionamentos acerca da educação popular – nas conferências que realizou em diversos Estados brasileiros e na publicação de artigos em jornais e livros, a exemplo de O Brasil e a

educação popular (1917) – e de uma estrutura administrativa na esfera

educativa. Este último aspecto também havia sido problematizado por ele em outros momentos, inclusive, na CIEP-RJ (1921) quando sua tese tratou de defender a criação de um conselho nacional de educação.

123 Este Projeto não teve a aprovação do Conselho Municipal, registrando que as

ações de Carneiro Leão não tiveram o respaldo do Conselho. Silva (2006, p. 125-130) apresenta em seus anexos uma cópia digitada do conteúdo do Projeto n. 238, elaborado por Carneiro Leão. Esta cópia será utilizada como referência nesta tese, identificada por: Projeto n. 238 (RIO DE JANEIRO, 1926).

Outrossim, o Projeto n. 238 pretendia uma reorganização que compreendia o ensino infantil (jardins de infância); subvenção de escolas; ensino noturno; serviços de inspeção médico-escolar, com previsão de visitas familiares por enfermeiro ou assistentes de médicos e fichas sanitárias para controle das medidas uteis à higiene e saúde. Em sua gestão, contribuiu com a Reforma da Instrução Pública e fundou a Escola Portugal (1924) e outras vinte escolas com os nomes das vinte Repúblicas americanas.

Foi sucedido por Fernando de Azevedo no cargo de Diretor Geral da Instrução Pública do Rio de Janeiro, o que também ocorreria anos mais tarde em relação à Academia Brasileira de Letras, quando em 10 de agosto de 1967, Fernando de Azevedo ocupou a Cadeira 14 que fora de Carneiro de Leão.

Mesmo com as medidas adotadas, Carneiro Leão não escapou às críticas do seu sucessor, Fernando de Azevedo. Paulilo124 (2007) informa que os pontos convergentes entre os dois reformadores e o modo comedido e até de certa forma elogioso125 com que Fernando de Azevedo se refere, no seu discurso de posse na Direção da Instrução Pública, em 1929, às ações de Carneiro Leão (1922-1926), não deve iludir a interpretação, fazendo crer que o primeiro estava em pleno acordo com a gestão feita pelo segundo na capital do país, pois apenas dez dias após a sua posse,

reuniu os jornalistas que cobriam o funcionamento da Prefeitura para transmitir-lhes suas impressões sobre a organização da instrução no Distrito Federal. Desta vez, nas revelações que Fernando de Azevedo fez sobre a situação em que encontrou

124 Paulilo (2007) analisa as reformas da instrução pública na capital do país

entre os anos de 1922 a 1935, envolvendo Carneiro Leão, Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira e afirma ser “surpreendente notar quantas das estratégias foram comuns” aos três reformadores. Considera apropriado no procedimento de análise que envolva estas personalidades, ações e o período sinalizado, porém considerando-se as aproximações, ambiguidades e particularidades pertinentes.

125 Paulilo (2007, p. 64) destaca, dentre outros, os seguintes aspectos, citados

por Fernando de Azevedo: a remodelação dos programas das escolas primárias em bases novas; o cuidado com os problemas de higiene social e de educação física, que não haviam sido resolvidos, mas pelos quais conseguiu suscitar a atenção e os cuidados dos educadores; a preocupação em projetar sobre o meio a ação educativa e reformadora da escola.

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o ensino primário municipal houve até mesmo quem identificasse material para provocações (PAULILO, 2007, p. 65).

Essa contenda e outras divergências de ideias entre os dois, segundo algumas interpretações126, contribuíram para que, em 1932, da

Diretoria empossada na ABE, somente Carneiro Leão não assinasse o

Manifesto dos Pioneiros127, entretanto, ele teria aceitado permanecer na

presidência da Associação promotora da ação que não avalizara. Warde (2004, p. 225) interpretou a resistência como de oposição não somente ao teor do documento, mas da não aceitação de Carneiro Leão ao seu redator – Fernando de Azevedo128.

Além de contribuir com a reforma129 no Rio de Janeiro (1922-

1926), colaborou no ano de 1924, ao lado de outros educadores, com a fundação da ABE, permanecendo como presidente de 1924 a 1925. Ainda, no final dos anos de 1920 assumiu a Secretaria da Justiça e Negócios Interiores em Pernambuco, em 1928, e promoveu a Reforma da Instrução, permanecendo nessa função até 1930.

Com a Revolução de 1930, perdeu o cargo, juntamente com o governador deposto, Estácio Coimbra. Nas décadas subsequentes exerceu atividades voltadas às áreas educacionais, sociais e políticas.

126 Cita-se: Warde (2004) e Paulilo (2007).

127 Assinaram o manifesto, em acordo com a ordem que aparece nas fontes:

Fernando de Azevedo, Afrânio Peixoto, A. De Sampaio Dória, Anísio Spinola Teixeira, M. Bergström Lourenço Filho, Roquette-Pinto, J. G. Frota Pessoa, Julio de Mesquita Filho, Raul Briquet, Mário Casasanta C. Delgado de Carvalho, A. Ferreira de Almeida Jr., J. P. Fontenelle Roldão Lopes de Barros, Noemy M. da Silveira, Hermes Lima, Attílio Vivacqua, Francisco Venâncio Filho, Paulo Maranhão, Cecília Meireles, Edgar Sussekind de Mendonça, Armanda Álvaro Alberto, Garcia de Rezende, Nóbrega da Cunha, Paschoal Lemme, Raul Gomes (AZEVEDO, 2010b, p. 66).

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Em carta datada de 14 de março de 1932, Fernando de Azevedo declara suas preocupações a Anísio Teixeira: “Insisto sobre as assinaturas do Afrânio e do Carneiro Leão. Informe-me com urgência sobre se eles nos deram a sua solidariedade, para eu mandar incluir, com tempo, os seus nomes entre os que assinaram o nosso manifesto”. Esta carta, na íntegra, se encontra nos anexos da seguinte referência: Silva (2006, p. 119).

129 O Projeto de Reforma do Distrito Federal, elaborado por Carneiro Leão,

encontra-se no seu livro O ensino na capital do país, publicado em 1926. Sobre Carneiro Leão e suas propostas de reformas educativas nos anos de 1920, consultar também: Paulilo (2001; 2007); Silva (2006).

Foi diretor do Ministério da Agricultura, Indústria e Comercio (1931- 1933); diretor do Instituto de Pesquisas Educacionais da Prefeitura do Distrito Federal (1934) – na administração de Anísio Teixeira130 junto à

Diretoria Geral de Instrução Pública –; criador e diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Pedagógicas da Universidade do Brasil, dentre outras atuações.

Como é possível conferir em notas desta tese, Carneiro Leão dedicou-se a diversos temas ligados à educação, à cultura e à política.

130 Anísio Spínola Teixeira (1900-1971): teve sólida formação em colégios

católicos jesuítas, bacharelou-se em Direito (1922), e obteve o título de Master of Arts pelo Teachers College da Columbia University, em 1929. Ainda na década de 1920 Anísio Teixeira realiza a Reforma de Instrução Pública na Bahia (1924-1929). Data desse período a publicação de Aspectos americanos da

educação (1928) que, além das observações de viagem, traz o primeiro estudo sistematizado das ideias de Dewey. Em 1930, Anísio Teixeira publicou a primeira tradução de dois ensaios de Dewey que, reunidos, receberam o nome de Vida e educação. Com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública foi (1931) membro da comissão encarregada dos estudos sobre à reorganização do ensino secundário. Em 1935, foi nomeado secretário de Educação e Cultura do Distrito Federal e exonerou-se ao final desse ano, por motivos políticos. Recolheu-se no interior da Bahia e, junto com os irmãos, gerenciou a Sociedade Importadora e Exportadora (SIMEL). Voltou ao cenário educacional em 1946, quando foi convidado por Julian Huxley para Conselheiro de Educação da Organização Educacional Científica da ONU e exerceu a função de Conselheiro para o ensino superior da UNESCO (1946-1947). Foi secretário de Educação e Saúde do Estado da Bahia (1947-1951). Atuou junto à CAPES e ao INEP (1952 e 1964). No ano de 1958 vem a público o Memorial dos Bispos Gaúchos, contra Anísio Teixeira. Em apoio a ele, os intelectuais e cientistas sociais lançam um novo manifesto: Mais uma vez convocados. Faleceu trágica e misteriosamente na cidade do Rio de Janeiro, em 1971. Nunes (2000a; 2000b; 2001; 2010) aborda questões relacionadas à vida e obra (biobibliografia) de Anísio Teixeira, percorrendo um período de 1900 a 1971 e demarca momentos de ruptura dessa trajetória. A primeira ruptura, que se iniciou no princípio dos anos de 1920, é interpretada como sendo de caráter religioso e de referencial teórico e bibliográfico, que se estabeleceu quando Anísio Teixeira encontrou-se com sua atitude laica – desvinculando-se, em proporção, da sua formação jesuítica – e com as ideias de John Dewey. Estes fatores constituem a sua “plataforma de lançamento para o mundo” (NUNES, 2000b, p. 156). Entre 1927 e 1928 Anísio Teixeira realizou duas viagens aos Estados Unidos e, em ambas, teve a chance de observar diversos sistemas escolares, bem como travou contato com a obra do filósofo americano Dewey que marcou decisivamente sua trajetória intelectual. Desse marco Anísio Teixeira, passou a eleger Dewey como seu referencial teórico – do qual foi seu primeiro tradutor no Brasil.

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No campo educacional, além da docência e das reformas empreendidas, cita-se à defesa e articulação para ver contemplada a Sociologia da Educação como disciplina nos cursos de formação de professores.

Lima (2011) investigou as contribuições de Carneiro Leão e as obras131 sociológicas do mesmo, em especial as que se referem às produções das décadas de 1940 e 1950, na consolidação da disciplina de Sociologia da Educação no Brasil e suas implicações para a formação de professores. A autora considerou que a concepção sobre tal disciplina, foi entendida como especificidade de uma ciência maior, a Sociologia.

Carneiro Leão representou132 diversas instituições, destacando-se o Instituto de França, onde substituiu John Dewey. Essa referência foi

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Lima (2011) utilizou como principais fontes os seguintes livros de Carneiro Leão: Tendências e Diretrizes da Escola Secundária: Aspectos da Sociologia

Educacional (1936); Fundamentos de Sociologia (1940/1963); Panorama

Sociológico do Brasil (1958). O assunto relacionado à sociologia e Carneiro Leão será retomado nesta tese.

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Instituições das quais fez parte, representou ou teve alguma ligação: Instituto de França (Sucessor de John Dewey); Academia das Ciências Morais e Políticas de França; Real Academia Espanhola; Academia das Ciências de Lisboa; Instituto Internacional de Sociologia; Instituto Americano de Direito Internacional; Associação Latino-Americana de Sociologia; Sociedade de Geografia de Lisboa; Instituto Arqueológico Geográfico e Histórico de Pernambuco; Sociedade Estímulo de Belas Artes de Buenos Aires; Doutor

Honoris Causa em Filosofia e Letras pela Universidade de Paris; Doutor

Honoris Causa pela Universidade-Autónoma do México. Membro Honoris

Causa de universidades argentinas de Buenos Aires, La Plata, Cordoba, Tucuman, Cuyo, Litoral. Professor visitante nas Universidades de Vanderbilt, Virgínia, Luisiânia, Pensilvânia, em 1948; conferencista nas Universidades de Colômbia, Tulane (Estados Unidos); de Montevideu, Uruguai; de Buenos Aires, de La Plata e de Cuyo na Argentina, entre 1941 e 1949; professor visitante da Universidade de Paris (Sorbonne) em 1950; conferencista nas universidades de Bordeaux, Toulouse e Montpellier, na França, em 1954. Presidente do 2.° Congresso Latino-Americano de Sociologia, realizado no Rio de Janeiro, em 1953; membro Honoris Causa da Sociedade Boliviana de Sociologia; membro

Honoris Causa do Instituto Argentino de Sociologia; presidente Honoris Causa da Conferência de Educação em Quito (1951); vice-presidente de honra do 4.° Congresso latino-americano de Sociologia, reunido no Chile, em julho de 1957. Presidente dos Institutos de Cultura Brasil-Perú e Brasil-Uruguai; vice- presidente do Instituto de Cultura Brasil-Chile; vice-presidente do Instituto de Cultura Brasil-Grécia; vice-presidente do Instituto de Cultura Brasil-Guatemala;

Society for the Advancement of Education (Washington); National Education

lembrada na ocasião da morte de Carneiro Leão, em 30 de outubro de 1966, em sessão de saudade dedicada à memória do mesmo, pelo então presidente da Academia Brasileira de Letras – Austregésilo de Athayde – quando pronunciou um discurso de despedida, por ocasião da saída do sepultamento da sede da Academia. Dentre outras referências lembrou:

Srs. Acadêmicos, Antônio Carneiro Leão foi o sucessor do homem que é, universalmente, considerado como o maior filósofo da educação do século XX: John Dewey. De fato, tem despertado, não só aqui no Brasil como mesmo fora, certa curiosidade em torno de quem era Carneiro Leão, para merecer tão alta honra, de suceder no Instituto de França, que é, sem, dúvida, um dos órgãos culturais de maior prestígio do mundo inteiro, àquele que tinha afinal conseguido apresentar-se aos seus contemporâneos como o maior intérprete do pragmatismo, aplicado aos problemas da educação do nosso século (ATHAYDE apud NISKIER, 2001, p. 17).

National Geographical Society (Washington); Rural Sociological Society (Kentucky); American Sociological Society (New York City); "American

Association for lhe Advoncement of Sciences" (Estados Unidos). Foi integrante: Instituto Peruano de Sociologia; Sociedade Chilena de Sociologia; Sociedade Venezuelana de Sociologia; Associação Brasileira de Higiene Mental; Instituto Brasileiro de Relações Internacionais; Sociedade Brasileira de Direito Internacional; Associação Brasileira de Educação; Sociedade Brasileira de Sociologia; Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnografia; Associação Brasileira de Imprensa; Associación Internacional de Prensa; Instituto de Cultura Brasil-Estados Unidos; Instituto de Cultura Brasil-Argentina; Instituto Brasil-Holanda; Instituto Brasil-Finlândia; P. E. X. Clube do Brasil. Membro da Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa; membro da Comissão Organizadora da Conferência Interestadual de Ensino em 1921; convidado Especial do Congresso Científico de Washington, em 1940; membro da Missão Cultural Brasileira no Uruguai, em 1941; designado pelo Governo Brasileiro para representante do Brasil no 1º Congresso da UNESCO cm Londres, em 1945; Delegado do Brasil no Congresso da UNESCO no México, em 1947; convidado e hóspede do Departamento de Estado e de cinco universidades norte- americanas, em 1948; Delegado do Brasil no Congresso de Filosofia na Argentina, em 1949. Observa-se que as nomenclaturas foram mantidas em acordo com a redação da fonte de pesquisa (CARNEIRO LEÃO, 1958).

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Erudito e cosmopolita, Carneiro Leão ainda recebeu outras condecorações133 no Brasil, no exterior e teve seus textos134 publicados

em português, francês, inglês e espanhol.