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Aplicar em larga escala a progressividade representa o perfeito ajuste da cobrança à capacidade contributiva, em respeito às condições e circunstâncias peculiares a cada contribuinte. Por esta razão, alíquotas mais elevadas poderiam ser compensadas com maiores e mais justas deduções, evitando assim o confisco, que nada mais é que a absorção pelo Estado de valores que suplantam a capacidade de pagar imposto do contribuinte. A legislação carece deste ajuste ser, de fato, um instrumento de justiça social.

Atualmente, as deduções permitidas por lei são irrisórias. Não há qualquer possibilidade de deduzir valores referentes a medicamentos, e a importância que se pode deduzir a título da educação, na grande maioria das vezes, não cobre nem um mês do valor da anuidade escolar do contribuinte ou de seus dependentes. Quanto à habitação e moradia, a lei não admite a dedução de aluguéis pagos ou prestações para aquisição de casa própria, que sabidamente consome boa parte do orçamento das famílias e faz movimentar a economia.

Adequar o perfil de cada tributo ao Sistema Constitucional, para se fazer Justiça, não é só uma carência da nossa legislação. Tal atualização vai ao encontro da nossa realidade atual, haja vista que isso traria mais recursos para a economia, o que geraria consumo e, conseqüentemente mais impostos pagos. É assim que a economia gira e, de forma inteligente, beneficiar uma parcela da população que necessita de mais atenção. O IRPF parece passar longe desta máxima.

A progressividade deve ser ampla para que, assim, seja feita uma tributação justa, conforme a Constituição determina. A precisa aplicação deste primado traz vários benefícios, tanto para o Estado como para os cidadãos. Ou seja, a União arrecadará maiores valores, poderá conceder mais abatimentos ou deduções e facilitará o cumprimento dos principais direitos sociais dos administrados, tais como educação, saúde e moradia, consagrados no artigo 6º da Carta Maior.

8 CONCLUSÃO

Por fim, concluo que a exação imposta fere os princípios constitucionais vigente, assim deve-se buscar efetivar ao máximo a progressividade, principio balizador do imposto de renda.

Assim, devem os juristas e os juízes utilizar-se dos princípios operadores do direito para a efetivação da progressividade imposta ao tributo em estudo, procurando observá-la na elaboração de novas Leis, e na solução de casos concretos, como, por exemplo, na ampliação da progressividade do imposto, através do maior número das deduções e de maiores isenções as pessoas desvalidas e às pequenas empresas e empresas em dificuldades financeiras, a possibilidade de acordos entre o fisco e os contribuintes, entre outras medias que podem ser efetivadas visando ampliar o conceito.

Diante das considerações feitas, considera-se que o imposto de renda não é devido sobre as despesas realizado relativas à educação. Portanto, não deve existir a incidência do tributo, do Imposto de Renda, pois o valor está sendo despendido, não sendo produto do capital ou do trabalho e nem representa qualquer acréscimo ao patrimônio, benéfico, vantagem ou rendimentos.

Nesse panorama, não há que se cogitar em incidência do tributo no caso presente, isto porque o Imposto de Renda e Proventos de qualquer natureza alcança acréscimo ao patrimônio, benéfico, vantagem ou rendimentos, fato inexistente nas despesas realizadas com educação.

O imposto sendo cobrado, o artigo 5º, inciso XXIV da Constituição Federal não estará sendo respeitado, pois estará violando o principio constitucional da legalidade e da progressividade, tendo em vista que o valor despendido com gastos educacionais pelo contribuinte não gera nenhum ganho. Portanto, na efetuação do pagamento do imposto devido, o contribuinte estará sendo obrigado a pagar sobre uma base de calculo inconstitucional, ficando assim injusto o valor pago.

Não há de convir, que as despesas referentes aos gastos educacionais seriam acréscimos patrimoniais, devido à própria natureza. Gasto nunca poderá ser tido como acréscimo patrimonial ou aquisição de disponibilidade jurídica, porque o contribuinte ao gastar na educação está promovendo uma redução do seu patrimônio. Logo, os gastos com

educação não podem ser vistos como um sinal de riqueza, nem devem criar desigualdades entre diferentes pessoas físicas ou jurídicas.

Finalmente, entendem que o exercício de um direito fundamental, inclusive positivado na Constituição Federal, não pode ser fonte de receita para o Estado. Ilustrando, transcrevemos o artigo 6º e 205 da Carta Magna:

Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta constituição.

Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (Alterado pela EC-000.019-1998)

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (Alterado pela EC-000.014-1996).

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Alterado pela EC-000.014-1996)

§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

A educação é dever do Poder Público e de toda a sociedade, logo não podem ser criadas barreiras para implementação desse direito.

Logo, o trabalhou logrou êxito, pois foi capaz de explorar o tema com maestria, bem como servir de base teórica para novos estudos, além de ser importante na elaboração de políticas de tributação justas.

REFERÊNCIAS

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