A relação da área acrescida de telhado verde na cidade com estudos de emissão de particulados, poluentes, gases do efeito estuda e de escoamento superficial, além da criação dos mapas temáticos elaborados em software livre visaram atendem ao seguinte objetivo específicos, evidenciar a inserção do uso de
4.3.1 Estudos Base
Para o levantamento dos dados para comparação, foi possível utilizando os estudos de Johnston e Newton (1996); de Rowe, (2010); de Righi et al. et al. (2016); de Yang et al. (2008); e de Leandro (2011). Todos os cálculos elaborados foram efetivados por meio do processo matemático, regra de três simples, que é capaz de descobrir uma medida de duas grandezas proporcionais quando se tem três de suas medidas.
Para Johnston e Newton (1996), a própria vegetação cria naturalmente uma armadilha para captura do material particulado, segundo o estudo, 2000m² de vegetação sem ser aparada em um telhado verde teria o potencial de retirar 4000 kg de material particulado por ano. Já para Rowe (2010), sobre a emissão do CO2, foi aplicado um estudo na Universidade Estatal do Estado do Michigan onde os resultados mostraram que 1,1km² de telhados planos com vegetação no campus da universidade seria capaz de evitar 3.640.263 kg de CO2.
Sobre o cálculo do escoamento superficial, foi utilizada a metodologia de Righi et al. (2016), onde a relação entre 100m² de cobertura verde leva para 1400 litros de água de chuva deixam de ser enviados para a rede pública. Para Yang et al. (2008), um hectare de telhado verde tem o potencial de retirar da atmosfera cerca de 85kg por ano de poluentes, a partir de um modelo de resistência de folhas grandes que foi utilizado para quantificar a deposição seca de poluentes atmosféricos, realizado do na cidade de Chicago onde foram estudados 71 telhados verdes, totalizando uma área de 19,8ha. Os dados levantados por meio do modelo incluíam, NO2, SO2, O3 e material particulado. O estudo elaborado por Leandro (2011), foi imprescindível para comparação dos dados, visto que o trabalho objetivou avaliar a capacidade de instalação de telhados verdes na cidade de Lisboa através da utilização das ferramentas de detecção remota e Sistema de Informação Geográfica (SIG) aplicados a imagem de satélite QuickBird-2. Além de demonstrar que telhados verdes podem ser considerados corredores ecológicos dentro do planejamento urbano para o Plano Verde da cidade de Lisboa.
O programa escolhido para a elaboração dos mapas atendeu aos seguintes critérios levantados previamente: capacidade de processamento, simplicidade na interface e na inserção das camadas, vetores, conexão com banco de dados externos, geração de mapas no formato shapefile (.shp) e na possibilidade de exportação no formato de imagem (PNG). Por fim, foi levado em consideração os conhecimentos obtidos durante o curso nos softwares QGIS e ARCHGIS. Finalmente, o programa utilizado foi o Quantum QGIS na versão 3.12.0. O QGIS é um Sistema de Informação Geográfica (SIG) de Código Aberto licenciado segundo a Licença Pública Geral GNU, além de ser um projeto oficial da Open Source Geospatial Foundation (OSGeo). Para a elaboração dos mapas foram necessários os seguintes dados:
• A localização exata dos projetos com telhados verdes: os endereços oficiais foram levantados dos projetos analisados e inseridos primeiramente no Google Earth e extraídos em KML para importação como camada no QGIS. Além disso, foi realizado um recorte com a localização dos projetos por RPA, sendo assim, resultando em 6 camadas extras.
• A área urbanizada do Recife: a camada com a área urbanizada do recife foi recortada do mapeamento das manchas urbanas das cidades brasileiras realizado pelo IBGE (2015), objetivando o acompanhamento do estágio de urbanização no território brasileiro. O mapeamento das manchas se deu com o emprego de imagens de satélite gerando uma camada vetorial que delimitou as áreas construídas das cidades, atendendo a demanda crescente da sociedade e do Estado entender o histórico a expansão das cidades e compreender as dinâmicas geográficas recentes em curso no território. • Os pontos de alagamento crítico de Recife: foram obtidos por meio do
levantamento de dados secundários em entrevista com o Instituto da Cidade Pelópidas Silveira, os dados foram resultados de estudo realizado pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife34(EMLURB) em 2018. Os dados foram utilizados no formato KML para o software.
4A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) foi criada em 26 de abril de 1979 para cuidar da preservação da cidade. Vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos da Prefeitura, é responsável pela manutenção e conservação do sistema viário, com a implantação da rede de drenagem e a execução de pavimentação, entre outras atividades.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A cidade do Recife assim como outros centros urbanos brasileiros passa por processos de mudanças de comportamento diariamente, a inclusão de novas iniciativas e atitudes que visem o desenvolvimento sustentável dentro da cidade é sempre muito importante ser implantada, porém é necessário a consciência de que a cultura é um dos principais pontos a ser trabalhado além da integração entre os órgãos que tomam a iniciativa e a população do território a ser impactada.
O presente capítulo está dividido em cinco seções. A primeira seção aborda o processo de urbanização ocorrido na cidade do Recife, além da caracterização climatológica da cidade, com o objetivo de criar um cenário real para basear a problemática alvo dessa pesquisa; a segunda seção apresenta o antes e o depois da cidade do Recife com a promulgação da legislação municipal 18112/2015; a terceira seção se constitui na apresentação e na análise do texto da legislação municipal; a quarto ponto aborda o levantamento realizado dos projetos aprovados a partir de 2015, em meio físico, frutos de tal pesquisa, e o levantamento realizado por meio digital, por (CAVANI, 2019); e a quinta seção apresenta considerações para um recife mais sustentável visando a inserção de alternativas sustentáveis na busca da construção de um Recife mais resiliente e ambientalmente mais saudável.