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Aplicação de técnicas e instrumentos

No documento INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA (páginas 45-49)

PARTE III – METODOLOGIA DE TRABALHO DE CAMPO

3. Aplicação de técnicas e instrumentos

Segundo Sousa (2009) a validação não é algo que se rege pelo tudo ou nada. Desta forma, “Um instrumento poderá ser válido para certos fins e determinada população e não ser para outros fins e outra população. A validade não depende do instrumento em si, mas da aplicação que se lhe dá. Não se poderá dizer que existe uma validade, porque se trata de uma característica bastante complexa e depende de uma pluralidade de fatores. No mesmo instrumento poderão coexistir diferentes tipos de validade, interligando-se para formar um todo, podendo ou não haver um ou outro mais proeminente.” (Sousa, 2009, p.197)

É importante ter em conta este aspeto, pois a mesma aplicação dos instrumentos em situações, populações diferentes pode levar a resultados diferentes. A aplicabilidade de cada instrumento é o que torna a validade do mesmo exequível. Não existe uma validade mas sim um conjunto, que tornam o instrumento viável, por forma a ser utilizado.

Pardal e Lopes (2011) também defendem que não se pode validar, do mesmo modo, uma investigação quantitativa e uma investigação qualitativa. Dependendo do tipo de investigação que se trate, assim, é elaborada a validação da mesma.

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Para Sousa (2009) os procedimentos que usualmente são desenvolvidos, consistem na elaboração de uma planificação de ações e uma calendarização predefinida e divida por fases.

Quivy e Campenhoudt (2003) acrescentam que “um procedimento é uma forma de progredir em direção a um objetivo. Expor o procedimento científico consiste, portanto, em descrever os princípios fundamentais a pôr em prática em qualquer trabalho de investigação.” (pp.22-23).

Segundo Quivy e Campenhoudt (2003) “do ponto de vista técnico, é indispensável gravar a entrevista. […] É claro que a gravação está subordinada à autorização dos interlocutores. Mas esta é geralmente dada sem reticências quando os objetivos da entrevista são claramente apresentados” (p.76).

3.1.Validação

O presente trabalho foi elaborado de acordo com a metodologia de abordagem qualitativa, com recurso a entrevista, onde cada interveniente expôs a sua opinião sobre o tema, em que a validação assentou em generalizações «analíticas». Segundo os mesmos autores: “Com maiores ou menores fragilidades de cada paradigma, duas grandes preocupações são manifestadas por parte dos investigadores no tocante à valorização da validade da investigação, independentemente da metodologia que mais se orienta: a credibilidade e a transferibilidade dos resultados, ou seja, a possibilidade da sua aplicação a outras situações.” (Pardal & Lopes, 2011, p.25)

Existe uma preocupação por parte do investigador, o de tornar a sua investigação credível, e de os resultados obtidos poderem ser aplicados a outras situações.

Desta forma, para dar credibilidade e validação à investigação, desde o princípio que todo o processo foi elaborado com a maior ética, rigor e responsabilidade possível.

3.2.Procedimentos

Como foi mencionado, tendo em conta o objetivo do trabalho, apresentam-se os procedimentos esclarecendo a forma como foram usadas as técnicas e instrumentos de recolha de dados:

47 Escolheu-se os instrumentos de recolha de dados, nomeadamente a entrevista. Existem diversos tipos de entrevista, mas pelas características do estudo e também por orientação de profissionais experientes optou-se por entrevista semi-estruturada;

Selecionaram-se os participantes mais significativos para o estudo – Terapeuta Ocupacional, Educadora Intervenção Precoce, Mãe e aluno, dado que se pretendia conhecer e apurar as suas opiniões;

Solicitou-se a autorização para o estudo junto do Conselho de Administração da Fundação António Silva Leal – Apêndice 1 ;

A autorização foi concedida por unanimidade em Conselho de Administração –

Solicitou-se a autorização da Mãe da criança para se poder aceder à informação constante no processo da mesma; - Apêndice 2

A autorização foi concedida pela Mãe.

Solicitou-se a autorização para o estudo junto da Equipa de intervenção precoce que acompanha a criança; - Apêndice 3

A autorização foi concedida pela Coordenadora da Equipa;

No sentido de atingir os objetivos específicos foram elaborados dois guiões de entrevista. Um para a equipa de intervenção precoce que acompanha a criança (Apêndice 4) e outro para O Diretor Técnico da Instituição (Apêndice 5). O guião elaborado para a equipa de intervenção precoce foi dividido por seis blocos: Bloco A – Legitimação da entrevista; Bloco B – Perfil do entrevistado; Bloco C – Caracterização de crianças com DC; Bloco D – Impacto na Comunicação do uso da EP em alunos com DC; Bloco E – Contributos da EP para a promoção da Comunicação; Bloco F – Informação adicional e agradecimentos. O guião elaborado para o Diretor Técnico foi dividido em seis blocos: Bloco A – Legitimação da Entrevista; Bloco B – Perfil do Entrevistado; Bloco C – Caraterização da Instituição; Bloco D – Parcerias com outras Instituições; Bloco E – Apoio às crianças com NEE; Bloco F – Informação adicional e agradecimentos. Optou-se por formular questões abertas;

Todos os entrevistados foram contatados diretamente onde se procedeu à identificação do entrevistador. Foram-lhes dados todos os esclarecimentos relativamente ao presente

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estudo, nomeadamente o objetivo da investigação e o respetivo método. Estes manifestaram desde logo a sua disponibilidade e interesse em contribuir para a investigação, o que foi muito gratificante. Trocaram-se contactos para eventuais incertezas e esclarecimentos.

Como referem Quivy e Campenhoudt (2003), é essencial que a entrevista ocorra num ambiente e em contexto adequados. Assim, em conjunto com os entrevistados, agendou-se a hora e o local mais apropriado, para que todos agendou-se agendou-sentisagendou-sem à vontade, num local calmo e confortável.

Destaca-se mais uma vez, que durante todo o trabalho de preparação das entrevistas, todos os procedimentos éticos obrigatórios num trabalho de investigação foram cumpridos. A identidade dos entrevistados foram como habitualmente garantidas de anonimato e de confidencialidade. Assegurou-se que a informação seria trabalhada de acordo com os objetivos da investigação e as respetivas identidades não seriam identificadas juntamente com as suas opiniões.

Assim, a gravação das entrevistas foi solicitada aos entrevistados quando contactados pessoalmente e após esclarecimento dos objetivos da mesma e da investigação em si, concordaram e reforçaram o consentimento no dia da entrevista na parte da validação da mesma.

Os entrevistados permitiram a gravação integral das entrevistas, como já foi referido, não somente para garantir a fidelidade da recolha de dados, como também para ajudar na respetiva análise. Este procedimento teve em conta o parecer de Moreira (1994), o qual afirma que quando se realiza uma entrevista em que “o entrevistador faz parte integrante da conversa e em que dificilmente pode provocar pausas para escrever o que lhe vai sendo dito, se não se gravar perdem-se inevitavelmente muitos dados.” (p.142); Durante a realização da entrevista, e tal como defende Sousa (2009) também deverá ser estabelecida com os entrevistados uma conversa amena e agradável onde os mesmos, no seu decurso, vão proporcionando as informações. Salienta-se que os entrevistados mantiveram-se sempre motivados e acima de tudo promoveu-se um momento de convívio e partilha de opiniões muito agradável.

No documento INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA (páginas 45-49)

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