• Nenhum resultado encontrado

APLICAÇÕES PRÁTICAS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Considerando a relevância da Doença Renal Crônica como um problema de saúde pública mundial e seu elevado custo para os sistemas de saúde, o estudo realizou um diagnóstico situacional do conhecimento sobre vários aspectos dessa enfermidade, numa amostra de médicos que atuam em diversas áreas. Esse diagnóstico, baseado nas diretrizes práticas atuais aceitas internacionalmente sobre a DRC, mostrou que, embora tenha sido realizado em ambiente universitário, a maioria dos médicos não utiliza sistematicamente essas diretrizes e dessa forma, aponta para importantes implicações práticas.

Em curto prazo, esse resultado poderá ser um instrumento de reflexão para o corpo docente e colaboradores, em relação ao modelo curricular tradicional, baseado em “disciplinas”, ainda utilizado no ensino de graduação em medicina na UFRN, mesmo após as inovações do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) a partir 2002.49

Como estratégia de intervenção, propomos a formatação de um minicurso a ser aplicado aos médicos preceptores e médicos residentes que participaram do estudo, assim como para estudantes do internato de medicina da UFRN. Para a organização do minicurso convidamos os professores e preceptores da área de nefrologia e estamos propondo uma atividade com duração de 4 horas, utilizando como estratégia de ensino o Case-Based Learning (CBL),50-52 metodologia considerada interessante quando se considera, na educação médica, as melhores práticas para aprendizagem de adultos.

Nesta atividade os participantes serão divididos em pequenos grupos, onde cada um terá o coordenador e o relator. Os casos clínicos serão elaborados com base nas questões referentes às diretrizes práticas da DRC abordadas pelo questionário do estudo e será dividida em três etapas, todas com tempo pré-estabelecido. Na primeira etapa, os casos

53

clínicos serão apresentados aos grupos, tendo o coordenador o papel de fomentar a discussão para responder às questões solicitadas. Na segunda etapa o relator de cada grupo fará um resumo, no flip chart, do consenso do grupo. Na última etapa os coordenadores da atividade conduzirão a discussão no grande grupo, finalizando com um feedback com uma breve explanação sobre os principais dos pontos do tema, no sentido de sedimentar o conhecimento. Os participantes serão convidados a responder a uma avaliação online.

Nesse sentido, entendemos que o resultado do estudo poderá contribuir para a implantação de inovações ao modelo pedagógico do curso de medicina da UFRN, que vem fazendo neste ano de 2015 uma nova revisão curricular, com a introdução de metodologias ativas de ensino- aprendizagem em consonância com o que preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de medicina a partir de 2001 e revisadas em 2014 53,54 .

54

6. REFERÊNCIAS

1. National Kidney Foundation. K/DOQI Clinical Practice guidelines for Chronic Kidney Disease: evaluation, classification, and stratification. Am J Kidney Dis 2002; 39(2 suppl 1): S1-266.

2. U.S. Renal Data System, USRDS 2010 Annual Data Report: Atlas of Chronic Kidney Disease and End-Stage Renal Disease in the United States. Bethesda (MD). National Institutes of Health, National Institutes of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. 2010.

3. Saran R, Li Y, Robinson B, Ayanian J, Balkrishnan R, Bragg-Gresham J, et al.US Renal Data System 2014 Annual Data Report: Epidemiology of Kidney Disease in the United States. Am J Kidney Dis 2015; 66 (1) (Suppl 1): S1-S305

4. Sesso RCC, Lopes AA, Thomé FS, Lugon JR, Burdman EA. Censo Brasileiro de Diálise 2009. J Bras Nefrol. 2010; 32 (4): 380-4.

5. Sesso RCC, Lopes AA, Thomé FS, Lugon JR, Santos DR. Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2013 – Análise das Tendências entre 2011 e 2013. J Bras Nefrol. 2014; 36 (4): 476-81.

6. KDIGO 2012 Clinical Practice Guidelines for the Evaluation and

Management of Chronic Kidney Disease. Kidney Int. (suppl) 2013; 3: 1- 150.

7. McClellan WM, Knight DF, Karp H, Brown WW. Early detection and treatment of renal disease in hospitalized diabetic and hypertensive patients: important differences between practice and published guidelines. Am J Kidney Dis 1997; 29 (3): 368 - 75.

8. Nissenson AR, Collins AJ, Hurley J, Petersen H, Pereira BJ, Steinberg E. Opportunities for improving the care of patients with chronic renal

insufficiency: current practice patterns. J Am Soc Nephrol 2001; 12 (8): 1713 - 20.

9. Obrador GT, Pereira BJ, Kausz AT. Chronic kidney disease in the United States: an underrecognized problem. Semin Nephrol 2002; 22 (6): 441- 8.

55

10. Nickolas TL, Frisch GD, Opotowsky AR, Arons R, Radhakrishnan J. Awareness of Kidney Disease in the US population: Findings from the National Health and Nutrition Examination Survey-(NHANES)1999 to 2000. Am J Kidney Dis 2004; 44 (2): 185 - 97.

11. Ryan TP, Sloand JA, Winters PC, Corsetti JP, Fisher SG. Chronic Kidney Disease prevalence and rate of diagnosis. Am J Med 2007; 120 (11): 981- 6.

12. Kissmeyer L, Kong C, Cohen J, et al. Community nephrology: audit of screening for renal insufficiency in a high risk population. Nephrol Dial Transplant 1999; 14 (9): 2150-55.

13. Agrawal V, Ghosh AK, Barnes MA, McCullough PA. Awareness and knowledge of clinical practice guidelines for CKD among internal medicine residents: a national online survey. Am J Kidney Dis 2008; 52 (6): 1061- 9.

14. European Renal Best Practice Guidelines. [Acesso em 23/09/2015]. Disponível em: http://www.european-renal-best-

practice.org/content/guidelines-topic-ckd.

15. Canadian Society of Nephrology: Guidelines for the management of Chronic Kidney Disease [Acesso em 23/09/2015]. Disponível em: http://www.cmaj.ca/content/179/11/1154.full.pdf.

16. United Kingdom Chronic Kidney Disease (UK CKD) Guidelines. [Acesso em 24/09/2015]. Disponível em:

http://www.renal.org/guidelines/modules/detection-monitoring-and-care- of-patients-with-ckd.

17. Caring for Australasians with Renal Impairment (CARI) Guidelines. [Acesso em 26/09/2015]. Disponível em:

http://www.cari.org.au/CKD/CKD%20EARLY/ckd_early_ckd.html

18. Sociedade Brasileira de Nefrologia. Diretrizes Brasileiras de Doença Renal Crônica. J Bras Nefrol 2004; 26 (Supl): S1- S49.

56

19. Sociedade Brasileira de Nefrologia; Associação Brasileira de Urologia; Sociedade brasileira de Pediatria; Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Doença Renal Crônica (Pré-Terapia Renal

Substitutiva): Diagnóstico, 2011 [Acesso em 15/04/2015]. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br.

20. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica – DRC no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. [Acesso em 18/04/2015]. Disponível em: http://www.bvsms.saude.gov.br.

21. Levey AS, Eckardt K-U, Tsukamoto Y, Levin A, Coresh J, Rossert N et al. Definition and classification of chronic kidney disease: A position

statement from Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO). Kidney Int 2005; 67 (6): 2089-2100.

22. Matsushita K, Van der Velde M, Astor BC, Woodward M, Levey AS, E de Jong P, et al. Association of estimated glomerular filtration rate and albuminuria with all-cause and cardiovascular mortality in general population cohorts: a collaborative meta-analysis. Lancet 2010; 375 (9731): 2073-81.

23. Kirsztajn GM, Filho NS, Draibe SA et al. Leitura rápida do KDIGO 2012: Diretrizes para avaliação e manuseio da doença renal crônica na prática clínica. J Bras Nefrol 2014; 36 (1): 63-73.

24. Levey AS, Stevens LA, Coresh J. Conceptual Model of CKD: Applications and Implications. Am J Kidney Dis 2009; 53 (3): S4-16

25. Levey AS, Inker LA. Definition and staging of Chronic Kidney Disease in Adults. UpToDate. 2014 [Acesso em 15/04/2015]. Disponível em:

http://www.uptodate.com/online.

26. Levey AS, Atkins R, Coresh J, Cohen EP, Collins AJ, Eckardt K-U et al. Chronic kidney disease as a global public health problem: approaches and initiatives - a position statement from Kidney Disease Improving Global Outcomes. Kidney Int 2007; 72 (3): 247-59.

27. Levey AS. Measurement of renal function in chronic renal disease. Kidney Int 1990; 38 (1): 167-84.

57

28. Stevens LA, Coresh J, Greene T, Levey AS. Assessing kidney function – Measured and estimated glomerular filtration rate. New Engl J Med 2006; 354 (23): 2473-83.

29. Cockcroft DW, Gault MH. Prediction of creatinine clearance from serum creatinine. Nephron 1976; 16: 31-41.

30. Bastos MG, Kirsztajn GM. Doença Renal Crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem

interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise. J Bras Nefrol 2011; 33 (1): 93-108.

31. Levey AS, Bosch JP, Lewis JB, Greene T, Rogers N, Roth D. A more accurate method to estimate glomerular filtration rate from serum

creatinine: a new prediction equation. Ann Intern Med 1999; 130 (6): 461- 70.

32. Levey AS, Stevens LA, Schmid CH, Zhang YL, Castro AF, Feldman HI, et

al. CKD-EPI (Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration ). A

new equation to estimate glomerular filtration rate. Ann Intern Med 2009; 150 (9): 604-12.

33. Remuzzi G, Benigni A, Remuzzi A. Mechanisms of progression and regression of renal lesions of chronic nephropathies and diabetes. J Clin Invest 2006; 116 (2): 288-96

34. Levey AS, De Jong PE, Coresh J, EL Nahas M, Astor CB, Matsushita K, et al. The definition, classification, and prognosis of chronic kidney

disease: a KDIGO Controversies Conference report. Kidney Int 2011; 80 (1): 17-28.

35. Van der Velde M, Matsushita K, Coresh J, Astor BC, Woodward M, Levey AS et al and the Chronic Kidney Disease Prognosis Consortium. Lower estimated glomerular filtration rate and higher albuminuria are associated with all-cause and cardiovascular mortality. A collaborative meta-analysis of high-risk population cohorts. Kidney Int 2011; 79 (12): 1341-52.

36. Gansevoort RT, Matsushita K, Van der Velde M, Astor BC, Woodward M, Levey AS, et al and the Chronic Kidney Disease Prognosis Consortium.

58

Lower estimated GFR and higher albuminuria are associated with adverse kidney outcomes. A collaborative meta-analysis of general and high-risk population cohorts. Kidney Int 2011; 80 (1): 93-104.

37. Levin A. Consequences of late referral on patient outcomes. Nephrol Dial Transplant 2000; 15 (Suppl 3): 8-13.

38. Smart NA, Titus TT. Outcomes of early versus late nephrology referral in chronic kidney disease: a systematic review. Am J Med 2011; 124 (11): 1073-80.

39. Smart NA, Dieberg G, Ladhani M, Titus T. Early referral to specialist nephrology services for preventing the progression to end-stage kidney disease. Cochrane Database Syst Rev. 2014, 6. CD007333. DOI: 10.1002/14651858.CD007333.pub2.

40. Manser R, Walters EH. What is evidence-based medicine and the role of systematic review: The revolution coming your way. Monaldi Arch Chest Dis 2001; 56(1): 33-8

41. Lewis SJ, Orland BI. The importance and impact of evidence-based medicine. J Manag Care Pharm 2004; 10 (5 Suppl A): S3-5

42. Samuel J, Samuels J. Evidence-Based Practice in Nephology: Systematic Reviews. Adv Chronic Kidney Dis 2012; 19 (1): 34-39.

43. Kotur PF. Introduction of evidence-based medicine in undergraduate medical curriculum for development of professional competencies in medical students. Curr Opin Anaesthesiol 2012; 25 (6): 719-23.

44. Liabsuetrakul T, Sirirak T, Boonyapipet S, Pornsawat P. Effect of continuous education for evidence-based medicine practice on knowledge, attitudes and skills of medical students. J Eval Clin Pract 2013; 19 (4): 607-11.

45. Boulware LE, Troll MU,Jaar BG, Myers DI, Powe NR. Identification and referral of patients with progressive CKD: A national study. Am J Kidney Dis 2006; 48 (2): 192-204.

59

46. Plantinga LC, Tuot DS, Neil RP. Awareness of Chronic Kidney Disease among Patients and Providers. Adv Chronic Kidney Dis 2010; 17 (3): 225- 236.

47. Guessons I, Mcclellan W, Vupputuri S, Wasse H. Low documentation of chronic kidney disease among high-risk patients in a managed care population: a retrospective cohort study. BCM Nephrol 2009; 10: 25.

48. Ouseph R, Hendricks P, Hollon JA, Bhimani BD, Lederer ED. Under- recognition of chronic kidney disease in elderly outpatients. Clin Nephrol 2007; 68 (6): 373-78.

49. Brasil. Ministério da Educação.Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ci ncias da Saúde. Projeto político-pedag gico do curso de graduação em medicina, 2001. Acesso em 05/12/2015 . Disponível em: http://www.ufrn.br

50. Reed S, Shell R, Kassis K, Tartaglia K, Wallihan R, Smith K, et al.

Applying adult learning practices in medical education. Curr Probl Pediatr Adolesc Health Care 2014; 44 (6): 170-81.

51. Xu G, Baines R, Westacott R, Selby N, Carr S. An educational approach to improve outcomes in acute Kidney injury (AKI): report of a quality improvement project. BMJ Open 2014; 4 (3): e 004388. doi:

10.1136/bmjopen-2013-004388.

52. Malau-Aduli BS, Lee AY, Cooling N, Catchpole M, Jose M, Turner R. Retention of knowledge and perceived relevance of basic sciences in an integrated case-based learning (CBL) curriculum.

53. Ministério da Educação (BR), Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES n. 4, de 7 de novembro de 2001. Institui diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em medicina. Brasília: Diário Oficial da União, 2001.

54. Ministério da Educação (BR), Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES n. 3, de 23 de junho de 2014. Institui diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em medicina. Brasilia: Diário Oficial da União, Brasília, 2014.

60

Documentos relacionados