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3. SIMULAÇÃO

3.4 APLICAÇÕES DE SIMULAÇÃO

A simulação é indicada para sistemas onde as conseqüências das relações entre seus diversos componentes não são conhecidas a priori e dificilmente traduzidas de uma maneira analítica (Saliby, 2000).

Atualmente a simulação tem inúmeras aplicações no mundo, nas áreas mais diversas, que vão desde a produção em uma manufatura até o movimento de papéis em um escritório. Tudo o que pode ser descrito pode ser simulado (Prado 2004).

De acordo com Prado (2004) cabe destacar algumas das aplicações em simulação, as quais são apresentadas a seguir.

3.4.1 Linhas de Produção

Através da simulação podem-se efetuar modificações em sistemas existentes, tais como as produzidas pela expansão da atual produção, pela troca de equipamentos, ou pela adição de novos produtos, que afetam a dinâmica do atual processo. Pode-se também, determinar os possíveis locais de formações de gargalos oriundos de modificações no sistema existente. Ao realizar alterações (no fluxo, na programação das atividades, ou na quantidade de recursos), pode-se chegar ao melhor modelo que as incorpore, após efetuar algumas tentativas.

No caso de um setor novo de produção, pode-se realizar um planejamento, visando adquirir o melhor fluxo possível.

3.4.2 Comunicações

É possível determinar o ponto ótimo de uma rede de comunicações através da simulação, obtendo-se informações sobre o tempo de resposta e sobre chamadas perdidas. Regras para análise de rotas alternadas podem ser comparadas e um estudo econômico pode avaliar o valor de concentradores, canalizadores de linha, etc.

3.4.3 Bancos, Supermercados, Escritórios, etc.

Com a finalidade de reduzir as filas, pode-se dimensionar o número adequado de caixas, através da simulação. Pode-se também avaliar o uso de caixas especiais, tais como “caixas rápidos” dos supermercados. No caso de bancos, o uso de “fila única” pode trazer um melhor atendimento aos clientes, apesar de poder assustar pelo tamanho que geralmente costuma ter.

3.4.4 Confiabilidade ou Disponibilidade

A confiabilidade tem de ser bastante aplicável a sistemas militares ou de computadores on line, os quais são sistemas complexos. Através da simulação pode-se obter uma medição quantitativa da confiabilidade do sistema, se as características dos componentes individuais são conhecidas. Especificamente, o tempo médio de falha e o tempo médio de reparo de cada componente devem ser conhecidos, em adição ao tempo necessário para substituir cada componente.

Um planejamento de manutenção preventiva pode também ser construído por meio da simulação. Mediante diversas tentativas no modelo, os componentes vitais de estoque podem ser determinados. Isto pode ser feito para diferentes requisitos de disponibilidade do sistema e, então, obtém-se a relação entre disponibilidade e custo total. A validade da duplicação de certos componentes do sistema também pode ser testada.

3.4.5 Processamento de Dados

A simulação é muito utilizada pelas empresas que desenvolvem computadores e pelas universidades, com a finalidade de medir a produtividade ou o tempo de resposta de certo sistema de computadores e terminais. A modelagem de sistemas é também bastante aplicada na área de teleprocessamento. Ainda, para identificar gargalos e indicar opções de crescimento, a simulação é uma ótima ferramenta, atuando no estudo de desempenho e de capacidade, os quais fazem parte de uma nova área da informática.

3.4.6 Call Center

É comum haver empresas de Call Center com centenas de pessoas trabalhando simultaneamente, e são sujeitas a críticas dos clientes caso não ofereçam um serviço adequado. Neste ponto, com o auxilio da simulação, é possível dimensionar a quantidade correta de atendentes, para manter tais empresas lucrativas e competitivas. Pode haver ainda, casos de fusão de empresas ou de adoção de um novo serviço, o que torna o dimensionamento particularmente importante.

3.4.7 Logística

É uma área em que muito se aplica a simulação. O cenário pode ser uma fábrica, um banco, o tráfego de uma cidade, etc. O meio de transporte pode ser empilhadeira, caminhão, trem, navio, etc. Além disso, aspectos inerentes a empresas que trabalham exclusivamente com transportes podem ser analisados, tais como os que são detalhados a seguir.

No transporte ferroviário, o pátio de consertos e serviços apresenta problemas, que incluem o número e localização dos desvios e alocação de máquinas de serviço (com base em uma tabela de trens e carros a serem removidos ou adicionados), além da tabela de horários de trens diretos que passam pelo local. O sistema ferroviário pode ainda ser analisado como um todo, visando minimizar o movimento de carros vazios.

Em relação aos transportes marítimo e aéreo, a simulação é aplicada para auxiliar a confecção da tabela de horários de chegadas, atendimentos e saídas, e para o dimensionamento de portos e aeroportos.

No modo rodoviário, é possível dimensionar um pedágio ou estabelecer o melhor diagrama de fluxo de veículos pelas ruas de uma cidade, com as durações dos semáforos, com o objetivo de melhorar o serviço, tornando o sistema ágil e, conseqüentemente, diminuindo os gastos com combustível.

No setor de elevadores é possível minimizar o tempo de espera e o custo de movimentação dos elevadores, pois quanto mais paradas ocorrem entre andares, maior o custo. A partir da distribuição de chegada de pessoas aos vários andares, juntamente com seus destinos, é possível utilizar um modelo para determinar o número de elevadores em funcionamento para atender um dado padrão de serviço.

Para o caso específico de aplicações em operações logísticas, Saliby (2000) ressalta as seguintes aplicações:

• Dimensionamento de operações de carga e descarga: determinação do número de docas, número e tipo de empilhadeiras, área de preparação de carga etc;

• Estudo de movimentação de material: avaliação da relação custo/benefício da implantação de novos equipamentos e novas tecnologias como esteiras, transelevadores, sistemas automáticos de picking1 etc;

1A atividade de piking pode ser definida como a atividade responsável pela coleta do “mix”

correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem para satisfazer as necessidades do consumidor.

• Dimensionamento de estoque: determinação de estoque de segurança e estoque base em sistemas multi-elos (centros de distribuição centrais e regionais), considerando incertezas nos suprimentos de matérias-primas e na demanda pelos produtos e sua conseqüência sobre o nível de serviço prestado;

• Sistema de transporte: determinação de frota ideal em termos de número e tamanho de veículos, considerando o perfil de pedidos a serem entregues, a duração das viagens e tempo de carga e descarga e o resultado sobre a utilização dos veículos, tempo de atendimento etc;

• Fluxo de produção: dimensionamento de equipamentos e de estações de trabalho. Avaliação de diferentes configurações de recursos: células de produção, linhas especializadas etc;

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