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No decorrer deste trabalho, acompanhou-se o desenvolvimento do tema Concepções e práticas de educação infantil e suas possíveis implicações na gestão

educacional.

Partiu-se de uma breve análise sobre a história da infância e sua relação com a educação, onde foi possível verificar que concepção de infância é uma construção recente, bem como a criação de instituições de educação infantil que se originaram com caráter assistencialista. Torna-se indispensável ressaltar os avanços da legislação brasileira em relação à educação infantil, porém isto não garante a qualidade da mesma.

Também, fez-se referência às concepções de desenvolvimento infantil, referidas à luz das pesquisas psicológicas, visto que muitas das práticas escolares se apóiam nestas bases, ainda que não evidenciem esta posição. Compreender e identificar estas concepções foram um dos objetivos deste estudo através do qual aprofundamos as reflexões sobre o inatismo, o empirismo e o sociointeracionismo, caracterizando o foco de atuação em cada uma destas bases teóricas.

A mudança paradigmática da gestão educacional foi discutida elucidando as mudanças que suscitaram a superação do modelo administrativo. Por acreditarmos que a gestão verdadeiramente democrática é o caminho para a transformação da sociedade, capaz de formar cidadãos críticos e promover a autonomia.

Através da investigação evidencia-se a necessidade de aproximar os gestores de conteúdos próprios da educação infantil, voltados para a formação continuada destes profissionais para que a educação infantil possa superar as limitações da teoria empirista que valoriza aspectos externos em detrimento as interações sociais. Já que durante a pesquisa está concepção teórica tornou-se evidente, a partir das falas da diretora e principalmente no que conta da análise documental da instituição. Essa constatação nos surpreendeu, especialmente, por ser um modelo educacional que consideramos totalmente superado, porém vimos que a prática, muitas vezes mascarada pelos discursos, precisa ser constantemente objeto da reflexão para que possa efetivamente ser transformadora.

Desta forma, pode-se dizer que os objetivos do trabalho foram alcançados, uma vez que foi possível, através da pesquisa bibliográfica e do estudo de campo,

verificar que as concepções de educação infantil têm implicações na gestão. Foi possível, principalmente, através da entrevista, verificar a superficialidade dos conhecimentos apresentados sobre gestão, o que no nosso entendimento é decorrência da concepção de educação infantil que restringe as reflexões sobre a prática. Também, aprofundaram-se estudos sobre as produções de Vygotsky e Wallon, o que esclareceu e comprovou a importância de suas contribuições para a educação infantil.

Portanto, concepções limitadas sobre a educação infantil acabam por cristalizar processos de gestão vinculados à burocratização desta função sem que o gestor compreenda o significado da função que está desempenhando, esta é uma constatação alarmante e emerge dessa, a necessidade de voltarmos nosso olhar para esta realidade a fim de buscar a sua transformação através da formação continuada destes profissionais, para que possamos vislumbrar a promoção de uma educação infantil que supere o paradigma assistencialista para se tornar transformadora e de qualidade.

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