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Layanna de Almeida Gomes Bastos

3. METODOLOGIA: QUAL SERÁ O CAMINHO PARA O PROFESSOR APRENDENTE NESTE SÉCULO XXI?

3.4 APRENDER A SER

Numa sociedade altamente competitiva como esta em que se vive, muitas vezes o ser humano vive em busca do “ter” em detrimento da formação do “ser”. Portanto, necessário se faz que a educação contribua para o desenvolvimento total da pessoa numa visão multidimensional e indivisível do ser humano em seus aspectos físicos, psíquicos e espirituais: espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade.

Enquanto professor, não se deve fragmentar o aluno, como se este fosse apenas um cérebro em busca de conhecimentos formais, mas vê-lo como um ser holístico, uno, indivisível, com sonhos, projetos, esperanças, que necessitam ser cultivados para que se tornem realidade em construção. Dessa forma, o professor estará contribuindo para formar pessoas autônomas, críticas, inteligentes, fraternas e solidárias, capazes de se relacionarem entre si e se tornarem agentes construtores de uma cultura de paz.

4. RESULTADOS

Ao apresentar uma reflexão sobre a aprendizagem humana e situar o professor como aprendente, este estudo apresentou como resultado uma análise da

função docente e da imperiosa necessidade de uma autoformação profissional. Para tanto, ainda apresentou uma proposta metodológica crítico-reflexiva sobre a atuação docente pautada nos quatro pilares da educação, com vistas de se propor uma ressignificação de valores, ampliação de competências, de quebra de paradigmas e de fortalecimento da identidade de ser professor. Propõe empoderar o professor no sentido de valorização de sua prática e de busca permanente de formação docente a partir do conhecimento produzido no ambiente escolar, na relação de troca entre professor e aluno e no conhecimento dos limites existentes em sala de aula, mas acima de tudo nas possibilidades de mudanças com vistas a uma educação mais humanitária, fraterna e igualitária no desenvolvimento de potencialidades.

5. CONCLUSÃO:

Repensar nossa prática pedagógica a partir de um contínuo processo de autoformação é exercitar nosso compromisso ético de crescimento individual e profissional na tentativa de buscarmos sempre sermos melhores naquilo que fazemos, principalmente em nossa missão de lecionarmos, de disseminarmos um conhecimento sistematizado no ambiente escolar, mas acima de tudo, termos a possibilidade de repassarmos valores que incidem na formação básica do cidadão.

Pautarmos nossa ação docente nos quatro pilares da educação consiste em assumirmos o compromisso conosco mesmo, de sermos profissionais autênticos, envolvidos, éticos, conscientes da nossa missão enquanto agentes de transformação da sociedade em que vivemos. Mais do que nunca, o mundo, o Brasil, o nosso estado, a nossa cidade, precisam não somente daqueles que ministram o conteúdo, mas acima de tudo, daqueles que formam valores, que despertam seus alunos para as questões éticas, sociais, políticas e econômicas vigentes, tornando- os comprometidos com as mudanças estruturais da sociedade vigente.

Precisamos ter a consciência da necessidade de formação desde a graduação, pós-graduação, formação continuada, mas acima de tudo de uma autoformação permanente objetivando enriquecermo-nos de conhecimentos e buscarmos novas alternativas metodológicas que nos permitam acolher a diversidade e favorecer uma educação de qualidade para todos os nossos alunos.

Devemos sempre mudar o nosso foco de olhar, não nos fixando nos limites, mas sim no potencial que cada aluno possui e nos tornarmos mediadores a fim de fazer fluir todas as competências que muitas vezes estão adormecidas no interior dos seres humanos porque ninguém nunca os valorizou. Nossa missão é sermos orientadores, colaboradores, formadores e empreendedores de ambientes propícios à aprendizagem.

Mas isso só acontecerá se não usarmos de atitudes farisaicas, do tipo: “faça o que digo, mas não faça o que faço”, de usarmos a ética, não como um tema transversal a ser vivenciado em sala de aula, mas como postura permanente no dia a dia de quem fala e faz o que fala. Sendo humildes, competentes, solícitos e utilizando a aprendizagem significativa e colaborativa, com certeza, iremos marcar

positivamente àqueles a quem ensinamos, até porque também, iremos aprender com cada um deles.

Devemos ter mais consciência da importância de nosso desenvolvimento profissional, de buscarmos aprender a partir das nossas experiências concretas do nosso dia a dia. Todas as vezes que nos depararmos com um aluno que não correspondeu às nossas expectativas de aprendizagem, não devemos encará-lo como um problema, mas sim como um desafio à nossa prática pedagógica. É a partir dele, que iremos buscar novos caminhos, desbravar novas rotas, sairmos da mesmice...

Se nós queremos que os nossos alunos estudem e aprendam em sala de aula, então devemos também nós, estudarmos e aprendermos. Teremos de saber que não haverá ensino, se não houver aprendizagem e não haverá aprendizagem se não houver um ensino significativo para que esta aconteça. Eis aí o “X” da questão: Se sabemos que a aprendizagem é contínua e acontece de várias formas, então temos que nos conscientizarmos que nossa missão de ser professor educador não se detém apenas no “ensinar”, mas acima de tudo no “aprender!”.

Portanto, ser professor educador é ser um eterno aprendiz! É viver a bidirecionalidade do processo de ensino e aprendizagem (MEC/SEESP, 2002): quanto mais aprendemos, ensinamos; quanto mais ensinamos, aprendemos. Esta bidirecionalidade se dá através do estudo, da busca pelas competências, de nos reconhecermos limitados e ávidos por novos conhecimentos. É termos a consciência que o bom professor é aquele que estuda hoje, amanhã e sempre!

Devemos estudar sim e irmos à busca do nosso aperfeiçoamento, pois os alunos querem professores que dominem conhecimentos e tenham segurança para repassar conteúdos. Mas devemos lembrar que não podemos nos limitar a sermos meros transmissores de informações, pois para isso existem muitos outros caminhos: TV, internet, jornais, revistas, etc. Acima de tudo, lembremos que cada aluno, representa muito mais do que um número na caderneta e por trás de cada número, existe um nome, sobrenome, problemas, sonhos, limites e potencialidades; existe um ser em potencial que necessita de uma interação para deslanchar seu processo de formação pessoal.

E assim, conclamar cada um de nós, professores e professoras para fazermos a maior revolução que o mundo precisa e que depende de cada um de nós: dar o melhor de si, estudando, pesquisando refletindo, para que dessa forma, ao socializarmos os nossos conhecimentos, possamos ajudar na construção de uma sociedade cognitiva bem mais humana. Sendo assim, lembremo-nos sempre que: professores que estudam são sinônimos de alunos que aprendem!

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria Salete Fábio, Adaptações curriculares em ação: a bidirecionalidade do processo de ensino e aprendizagem/ Secretaria de Educação Especial, -

COLL, César et al. O Construtivismo em Sala de Aula, 6ª, SP, Ática, 1997, 224p DUK, Cynthia, Educar na diversidade: material de formação docente, 2ª ed. Brasília, DF, MEC/SEESP, 2005, 266p

FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. 24ª ed. São Paulo, SP, Paz e Terra, 2002.

_______, Pedagogia do Oprimido. 15ª ed. São Paulo, SP, Paz e Terra, 1985. NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: A. Nóvoa (org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Nova Enciclopédia, 1992.

OLIVEIRA, Marta Kohi, A Construção dos Seres Humanos. Ofício de Professor – Aprender mais para ensinar melhor. V. 1, p. 10-28, 2002

TEIXEIRA, Francisca dos Santos; SILVA, Maria de Jesus Assunção e: LIMA. Maria da Glória. O desenvolvimento docente na perspectiva da (auto)formação profissional. Disponível em

http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/VI.encontro.2010/GT.3/GT_03 _09_2010.pdf Acesso em 05/08/2016

ABSTRACT: This study aims to reflect on the importance of the teacher to see himself as a "learning being" and to become responsible for his teacher training, aspiring to be instrumental to the learning path directed at personal and professional development. It reflects as a methodological alternative to support the teaching pedagogical practice, the chapter of the Report to Unesco of the International Commission on Education for the Twenty-First Century, entitled: "Learning: The Treasure within" (1996), which explores the four pillars of education. To analyze the results, it demonstrates the importance of the social relevance of this study in the sense of instigating the critical reflection of the teacher and his ethical commitment of self - training directed at the potentialization of the pedagogical practice of said professional in his daily school life. It concludes by affirming that self-training allows the teacher's role to provide for himself a critical, broad and permanent formation which is not exhausted in undergraduate courses or in systematic continuous training, but which goes beyond all personal and professional existence of the educator being.

CAPÍTULO XV

PROFISSÃO DOCENTE E SÍNDROME DE BURNOUT: