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A amostra do estudo foi composta, conforme descrito no capítulo III (metodologia), por Administradores, Instrutores, Praticantes e Desistentes dos programas de exercícios físicos em academias de ginástica da região de Joinville, SC.

Nos municípios investigados, foram identificadas 35 academias, sendo seis de grande porte (mais de 300 inscritos), 14 de médio porte (entre 121 e 300 inscritos) e 15 de pequeno porte (de 30 a 120 inscritos). Foram selecionadas para este estudo 17 academias (três grandes, sete médias e sete pequenas).

Do total de 435 sujeitos da amostra, 17 eram administradores, 17 eram instrutores, 333 eram praticantes há mais de seis meses e 68 desistentes, que abandonaram os programas há mais de seis meses.

Características Gerais dos Administradores e das Academias de Ginástica

Dos 17 administradores entrevistados 14 (82,4%) eram homens e 3 (17,6%) mulheres, com média de idade igual a 34,9 anos (DP=7,6 anos; min=22

anos e max=48 anos).

Neste grupo 9 (52,9%) eram casados e 8 (47,1%) eram solteiros. Com relação à escolarização, 4 (23,3%) dos administradores concluíram o ensino

médio e os restantes cursaram ou estão concluindo curso superior. Do total, 15 (88,2%) dos administradores entrevistados eram proprietários das academias.

Caracterização do Funcionamento e Espaço Físico das Academias

Os cortes que foram sugeridos para a composição do estudo estão relacionados ao número de inscritos e não ao espaço físico. Para saber mais a respeito deste assunto, os administradores foram questionados sobre a área física da sua academia, conseguindo-se assim uma relação de ocupação pelo porte qualificado.

Tabela 1

Características Gerais das Academias

Variável n % Área Física De 120 a 250m² 3 17,6 De 251 a 450m² 10 58,8 Acima de 450m² 4 23,6 Número de Inscritos Entre 30 e 120 7 41,2 De 121 a 300 7 41,2 Mais de 300 3 17,6 Horário de Funcionamento Início 6 / 6h30min 9 53,0 7 / 7h30min 6 35,2 8 / 8h30min 2 11,8 Término 21 / 22h 11 64,7 22h30min / 24h 6 35,3

O espaço físico mais encontrado (Tabela 1) nas academias visitadas foi de 251 a 450m² perfazendo um total de 10 (58,8%). Observou-se nesta variável que

numa das academias, apesar de ter sido classificada como uma academia de médio porte pelo número de alunos, o espaço físico pode ser considerado para uma academia de grande porte.

Em relação ao número de inscritos, as academias forneceram somente dados de maneira a se encaixarem nos padrões propostos. Apenas uma delas fez questão de fornecer os dados referentes ao número atualizado de inscritos. Sendo assim, pelo próprio critério de seleção, 7 (41,2%) eram academias de pequeno porte, 7 (41,2%) de médio porte e 3 (17,6%) de grande porte.

O horário médio de funcionamento das academias da região de Joinville está compreendido entre 6h45min (DP=0h45min; min= 6h00min e max= 8h30min) para início das atividades e 22h33min (DP=1h01min; min=21h00min e max=24h00min) para o encerramento das atividades. O horário médio mais procurado ficou entre 16h42min (DP= 3h08min; min= 6h00min e max=19h00min) e 20h35min (DP= 2h53min; min= 10h00min e max=24h00min). O horário mais procurado coincide com o descrito por Saba (1999) e os administradores confirmam o horário entre o entardecer e a noite como a grande preferência dos praticantes. Justificam esta preferência como sendo resultante do horário de expediente profissional ou escolar.

As modalidades mais oferecidas pelas academias visitadas foram: (a) musculação; (b) ginástica localizada; (c) atividades aeróbicas específicas; (d) danças; e (e) artes marciais.

Duas academias ofereciam somente a musculação (presente também em todas as outras); oito delas ofereciam entre duas e quatro modalidades, enquanto as demais (7) ofereciam cinco ou mais modalidades.

Contratação e Formação dos Instrutores

O ato de gerenciar ou administrar não está somente ligado à condução técnica relacionada a empresa; está também altamente associada à contratação e manutenção do serviço a ser oferecido (Verry, 1997; Leite,2000). Quando na contratação de profissionais para formar ou compor os seus quadros de instrutores, os administradores foram solicitados a fornecer até três opções de quesitos necessários aos candidatos. Os resultados obtidos indicaram que a formação em Educação Física é algo indispensável para a contratação, assim como a experiência profissional do candidato. A aparência física (estética corporal) apareceu como terceira opção.

Quanto à manutenção da qualidade profissional, principalmente sobre a reciclagem de conteúdos, os administradores, na sua maioria 16 (94,1%), declararam que apóiam os seus instrutores, proporcionando condições para que eles façam cursos, assim como os ajudam financeiramente para que isto se torne mais acessível.

Marketing e Propaganda

A importância da divulgação e reestruturação da academia deve estar fundamentada nos conceitos empreendedores do momento, deve-se buscar a melhor maneira e o melhor produto através da pesquisa de mercado, pois o que é bom para algumas academias não é necessariamente bom para outras, neste caso a especificidade ambiental é que garante a reestruturação do espaço físico e do serviço (Moggi & Burkard, 1996; Verry, 1997, Contursi, 2000).

Para se conhecer um pouco melhor os elementos utilizados pelos administradores para comercializarem os seus produtos, foram feitas três perguntas sobre o assunto. Os resultados apresentados não dão suporte a um

veículo específico de divulgação, existindo entre as academias uma variedade no que concerne as maneiras de se atrair o cliente, do tipo de campanha utilizada e a periodicidade com que ela é realizada.

Para atrair o cliente 7 (43,8%) dos administradores fazem uso do anúncio publicitário, seja ele em televisão, no rádio, no jornal da cidade, no jornal de circulação no bairro em que está localizada a academia ou tiragens que também circulam nos bairros correspondentes. A promoção para atrair clientes, com 4 referências (25%), é o segundo veículo mais utilizado, depois do anúncio publicitário, e esta pode ou não estar ligada a outros eventos, como competições, festivais, apresentações das academias em clubes ou casas de diversão noturnas.

As campanhas de ingresso com vista a novos clientes são veiculadas, em sua maioria, em jornal (6; 37,5%) e faixas/panfletos (5; 31,3%), um veículo de divulgação de baixo custo se comparado com outros, porém de igual penetração na população, dependendo da localização.

A periodicidade de como são realizadas as campanhas completou o tópico, tendo como relação 37,5% (n=6) dos administradores utilizam uma periodicidade semestral e 25% (n=4) das academias estão continuamente em divulgação, necessidade esta devida a forte concorrência de mercado.

Característica dos Instrutores

Os instrutores que compuseram esta amostra foram indicados por seus administradores, exatamente como está discriminado no capítulo III (metodologia). Neste caso, foram entrevistados 17 instrutores, sendo 10 (58,8%)

homens e 7 (41,2%) mulheres. A média de idade apresentada na amostra foi de 28,5 anos (DP=6,6 anos; min=20 anos e max=40 anos).

Dos instrutores entrevistados, 13 (76,5%) eram solteiros. Com respeito à escolaridade, um dos instrutores tem apenas o curso médio e o restante está concluindo (n=4) ou já é graduado (n=12) em Educação Física. Um dos profissionais é pós-graduado (Lato-sensu) e 10 deles (58,8%) têm aperfeiçoamento na área de academias.

Quanto aos cursos de atualização, 10 instrutores responderam que freqüentaram nos últimos doze meses, participando de jornadas, congressos, meetings e outros eventos. Todos, sem exceção, responderam que estão constantemente realizando leituras a respeito da sua atividade profissional.

Os dados anteriormente citados evidenciam uma preocupação com a qualidade do serviço profissional, o que geraria um melhor atendimento por parte dos instrutores e, conseqüentemente, ampliam a presença de alunos na academia. Os administradores, neste ponto, forneceram dados de que o aluno permanece pelo serviço prestado, seja ele no atendimento, na qualidade do espaço físico ou na qualidade do instrutor.

Sobre as características de atuação profissional, fica evidente que os instrutores atuam predominantemente em apenas um local (10; 58,8%). Os profissionais que responderam que atuavam em mais de um ambiente de trabalho (7; 41,2%), forneceram ainda a informação de que exerciam outro tipo de atividade (diferente da academia).

No que se relaciona à carga horária diária de trabalho, a maioria dos instrutores (13; 76,5%) cumpre jornada de mais de quatro horas/dia na respectiva

academia, atuando em diversas modalidades. A musculação é apontada como a modalidade de preferência no exercício profissional.

A Relação Academia – Instrutor – Aluno

A possibilidade de um empreendimento dar certo está relacionado com muitas variáveis e, dentre elas, está o relacionamento que possa vir a existir entre a academia, o instrutor e o aluno, ou seja a eficiência da prestação do serviço.

A maioria dos instrutores (10; 58,8%) trabalhavam com um número entre 30 e 60 alunos, diariamente.

Quando questionados sobre a relação existente entre eles e a academia, encontrou-se que 12 (70,6%) dos instrutores têm condições para fazer cursos, atualizando seus conhecimentos e melhorando a qualidade do serviço prestado na academia. Todos os instrutores responderam que as condições ofertadas pelas academias são ótimas para o exercício profissional.

A modalidade mais procurada, segundo os instrutores, coincidiu com a opinião dos administradores, sendo a musculação tradicional e a sua variação com acompanhamento musical (Body pump) as modalidades mais procuradas, seguidas da ginástica localizada, da ginástica aeróbica, da lambaeróbica e artes marciais.

Na percepção da média de idade dos alunos, a maioria dos instrutores (13; 76,5%) percebem que seus alunos possuem idades entre 18 e 30 anos, considerando serem as mulheres aquelas que mais permanecem nos programas.

Característica dos Praticantes

Os praticantes que compuseram esta amostra foram selecionados conforme disponibilidade durante as visitas às academias, sendo que 54 (16,2%) eram de academias de pequeno porte, 145 (43,5%) eram de academias de médio porte e 134 (40,2%) eram de academias de grande porte, perfazendo um total de 333 pessoas.

O total de sujeitos investigados correspondeu a 10% dos inscritos nas academias selecionadas, sendo 177 (53,2%) homens e 156 (46,8%) mulheres. A média geral de idade ficou em 26,9 anos (DP= 9,3 anos; min=18 anos e max=58 anos) e a média geral do tempo de prática no programa da academia ficou em 1,98 anos (DP= 1,94 anos; min= 0,50 anos e max= 13 anos).

O número de praticantes, por gênero e porte das academias visitadas, são apresentadas na Tabela 2:

Tabela 2

Número de Praticantes na Amostra, por Padrão de Academia

Homens Mulheres Total Variável n % n % n % Padrão da academia 1- pequeno porte 30 17,0 24 15,3 54 16,2 2- médio porte 85 48,0 60 38,5 145 43,5 3-grande porte 62 35,0 72 46,2 134 40,3 Total 177 100% 156 100% 333 100% Características Sócio-Demográficas

Nas academias de pequeno porte a média de idade ficou em 27,61 anos (DP= 9,75 anos; min=18 anos e max= 57 anos) com uma permanência média no programa de 2,47 anos (DP= 2,64 anos; min=0,50 anos e max= 11 anos). Para as

academias de médio porte a média de idade ficou em 25,83 anos (DP= 9,57 anos; min=18 anos e max= 57 anos) com um tempo médio de permanência de 1,92 anos (DP= 1,70 anos; min= 0,50 anos e max= 12 anos). As academias de grande porte apresentaram uma média de idade de 27,84 anos (DP= 8,88 anos; min=18 anos e max=58 anos) com um tempo de permanência no programa de 1,85 anos (DP= 1,84 anos; min=0,50 anos e max= 13 anos), não havendo assim associação significativa nas variáveis idade e permanência no programa, em relação ao sexo e porte da academia.

Para algumas análises, considerou-se a faixa etária dos sujeitos, assim distribuídas: 18-24 anos, 25-30 anos e mais de 30 anos. Com isso pode-se observar que o sexo feminino apresentou uma maior representatividade no grupo etária com mais de 30 anos (p< 0,05).

Em relação ao estado civil, 126 (71,2%) dos homens e 92 (59,0%) das mulheres eram solteiros, não sendo esta associação significativa. Entretanto, observou-se uma associação significativa (p< 0,05) em relação a faixa etária para os solteiros. Os dados obtidos na variável estado civil, foram semelhantes aos encontrados por Saba (1999) e Lopes (2000).

Tabela 3

Características Sócio-Demográficas dos Praticantes

Homens Mulheres Total Variável n % n % n % Faixa etária 18 – 24 anos 102 57,6 70 44,9 172 51,6 25 –30 anos 43 24,3 30 19,2 73 22,0 > 30 anos 32 18,1 56* 35,9 88 26,4 Estado Civil Casado 47 26,5 57 36,5 104 31,2 Solteiro 126* 71,2 92* 59,0 218 65,5 Separado 4 2,3 7 4,5 11 3,3 Escolaridade Fundamental 9 5,1 8 5,2 17 5,2 Médio 67 37,9 58 37,7 125 37,5 Superior 101 57,1 88 57,1 189 56,7 Ocupação Estudante 46 26,0 28 17,9 72 45,5 Professor 9 5,1 19 12,2 19 12,0 Vendedor 6 3,4 14 9,0 20 12,6 Empresário 26 14,7 23 14,7 49 31,1 Trabalho Atual Sim 134 75,7 111 71,6 245 73,7 Não 43 24,3 44 28,4 87 26,3

Carga de Trabalho Semanal

20 – 39 horas 45 33,6 34 30,7 79 32,3 40 + horas 85 66,4 77 69,3 163 67,7 *p< 0,05

Pode-se observar que em relação ao grau de escolaridade, 17 (5,2%) possuem apenas o curso fundamental e o restante (314; 94,2%) cursam ou estão cursando o ensino médio ou a universidade. Nesta variável, os sujeitos com idade entre 25 – 30 anos apresentam melhor escolaridade (p< 0,05) em relação aos demais grupos etários (Tabela 3). Observa-se nesta variável a relação já identificada entre outros autores como Okuma (1997), Saba (1999), Stephens & Caspersen (1994).

Quando questionados sobre sua ocupação atual, 72 (45,5%) dos praticantes responderam que estão estudando. Outra parte desta população é composta de empresários de vários ramos de atividades 49 (31,1%). Outras ocupações incluem as de professor, vendedor e instrutor. Neste item, não houve associação significativa, tanto quanto ao padrão de academia, sexo ou faixa etária. A ocupação de estudante foi um dado também encontrado no estudo de Rufino, Soares & Santos (2000 – 1139; 34,38 %), possivelmente em função da faixa etária verificada nos dois trabalhos (a maioria entre 18-30 anos).

Dos respondentes, 245 (73,6%) possuem uma ocupação profissional, sendo que, desses, 163 (67,4%) cumprem jornada de trabalho de 40 horas/semanais ou superior. Verifica-se nesta variável que existe associação significativa (p<0,05) quanto ao padrão de academia e a faixa etária (a carga horária semanal de 40h é mais prevalente entre indivíduos com 25 anos ou mais).

Características Relacionadas a Saúde

O objetivo geral deste estudo estava voltado para os fatores comportamentais relacionados a iniciação, aderência e ao abandono dos programas de exercício físicos em academias. Fez-se necessário, então, caracterizar alguns comportamentos de risco à saúde, sendo eles o tabagismo, a ingestão de álcool e o estresse (Tabela 4).

No geral 57 (17,1%) dos praticantes são fumantes, sendo que 29 (16,4%) são homens e 28 (17,9%) são mulheres. Não há associação significativa na proporção de fumantes por sexo e faixa etária. Representatividade similar de fumantes que exercem atividades em academias já foi encontrada no estudo de Saba (1999), mas não se confirmou que aqueles sujeitos que estão há mais tempo na prática de exercício regular, tendem a fumar menos. Em Dishman, Sallis

& Orenstein, (1985) e King et al. (1992), existe a indicação de que o fumo é um elemento de associação negativa na adoção de programas de exercício físico. Tabela 4

Percepção dos Hábitos de Saúde dos Praticantes

Homens Mulheres Total Variável n % n % n % Tabagismo Sim 29 16,4 28 17,9 57 17,1 Não 148 83,6 128 82,1 276 82,9 Ingestão de Álcool Não bebe 67 37,9 86* 55,1 153 45,9 ≤ 14 doses/semana 101 57,1 68 43,6 169 50,8 > 14 doses/semana 9 5,0 2 1,3 11 3,3 Estado de saúde atual

Excelente/ Bom 167 95,4 147 96,1 314 95,7 Regular 8 4,6 6 3,9 14 4,3 Percepção de Estresse Raramente/às vezes 163 92,1 132 84,6 295 88,6 Quase sempre / Sempre 14 7,9 24 15,4 38 11,4 * p< 0,05

No geral 153 (45,9%) dos praticantes não fazem uso de bebidas alcoólicas; deste total, 86 são mulheres (55,1%) e 67 são homens (37,9%). No total percebe-se que as mulheres bebem menos que os homens (p< 0,05), e não existe associação significativa nem por faixa etária e nem pelo padrão da academia.

A percepção do nível de saúde atual dos praticantes foi avaliada através de uma escala Likert, de quatro pontos, conforme está ilustrado no Anexo V. A distribuição desta percepção está entre o excelente e o bom (saúde positiva) na sua maioria, com 314 (95,7%). Em proporções semelhantes (295; 88,6%) estes sujeitos percebem-se raramente ou às vezes estressados. Não existe associação

estatisticamente significativa entre os sexos, a faixa etária e o padrão da academia tanto para a percepção de saúde como para o estresse.

Para complementar este tópico os praticantes foram inquiridos se existia alguma queixa relacionada ao seu estado de saúde atual; como resultado as queixas mais comuns foram as dores articulares, sendo os joelhos as articulações mais lembradas, a baixa condição física, as dores nas costas, a obesidade e por último a enxaqueca e os problemas das vias respiratórias.

Na percepção de bem-estar no lar, trabalho, e lazer (Tabela 5) os praticantes apresentaram-se com um comportamento muito favorável, sendo que 287 (87,5%) dos sujeitos vêem a relação do lar entre bem e muito bem e somente 5 (1,5%) se vêem entre ruim e muito mal no lar. Na relação de trabalho 206 (82,4%) dos entrevistados se vêem entre muito bem e bem e apenas 3 (1,2%) se vêem ruim.

Tabela 5

Percepção de Bem-estar no Lar, Trabalho e Lazer

Homens Mulheres Total Variável

n % n % n % Como se Sente em Casa

Mal 3 1,7 2 1,4 5 1,5

Mais ou menos 26 14,9 10 6,5 36 11,0

Bem 145 83,4 141 92,1 287 87,5

Como se Sente no Trabalho

Mal - - 3 2,7 3 1,2

Mais ou menos 28 20,1 13 11,7 41 16,4

Bem 111 79,9 95 85,6 206 82,4

Como se Sente no Lazer

Mal 2 1,1 2 1,4 4 1,2

Mais ou menos 8 4,2 6 3,9 14 4,3

No lazer a proporção de bem-estar positivo manteve-se alta, representada por 307 (94,5%) sujeitos.

Fatores Ambientais

Como fatores ambientais para este estudo, relacionou-se a localização e distância da academia, assim como a maneira ou meio de transporte utilizado pelos praticantes para o deslocamento (Tabela 6). Para 107 (32,2%) dos sujeitos a academia ficava mais perto do emprego e 225 (67,8%), ou seja, a grande maioria respondeu que a academia ficava perto da moradia facilitando o seu acesso as atividades.

Esta variável, quando relacionada com o padrão da academia mostrou que existe associação significativa (p< 0,05) com a variável proximidade da academia, sendo que os sujeitos que praticam atividades nas academias pequenas, moram mais próximos das academias que os sujeitos das academias médias ou grandes. Quanto ao sexo, não houve uma associação significativa; entretanto, a faixa etária acima de 30 anos apresentou associação significativa (p< 0,05) em relação a proximidade da academia com as outras faixas etárias – moram mais perto das academias.

Tabela 6

Características Ambientais

Homens Mulheres Total Variável n % n % n % Proximidade da Academia Local de trabalho 51 28,8 56 36,1 107 32,2 Moradia 126 71,2 99 63,9 225 67,8 Distância da Academia Até 2,5 km 124 70,1 99 63,5 223 66,9 + de 2,5km 53 29,9 57 36,5 110 33,1 Meio de Transporte Utilizado

A pé 61 34,5 65 41,7 126 37,8 Bicicleta 34 19,2 11 7,0 45 13,6 Carro/moto 68 38,4 65 41,7 133 39,9 Ônibus 14 7,9 15 9,6 29 8,7

A distância aproximada de casa ou trabalho até a academia, ficou em menos de 2,5 km para 223 (66,9%) dos praticantes, não havendo diferença neste aspecto quanto ao padrão da academia e o sexo do praticante. Por outro lado, observou-se uma associação significativa (p<0,05) entre a distância do deslocamento e a faixa etária (praticantes da faixa etária acima de 30 anos tendem a percorrer menores distâncias) .

O meio de transporte ou locomoção mais utilizado pelos sujeitos foi o carro/moto, com 133 (39,9%), seguido do deslocamento a pé com 126 (37,8%). A variável meio de transporte apresentou associação significativa (p< 0,05) entre as faixas etárias, o padrão das academias e o sexo. A faixa 18 –24 anos utiliza mais os meios de transporte, sendo as academias de grande porte as que têm o maior volume nesta faixa e o sexo masculino mais que o feminino.

Fatores Comportamentais

Ao questioná-los sobre qual o seu ponto de vista sobre os benefícios proporcionados pela prática regular de exercício físico, os praticantes concluíram que o bem estar e a tranqüilidade são os benefícios mais citados, seguidos da melhoria do condicionamento, da aparência, da estética corporal e o alívio das tensões.

Dos respondentes, 216 (64,8%), já freqüentaram outras academias, identificando uma interrupção de programas anteriores (Tabela 7). Esta variável, quando relacionada com o padrão da academia e o sexo dos praticantes não mostrou associação significativa. Entretanto, quando relacionada com a faixa etária, observou-se associação significativa (p< 0,05), com as faixas de 25-30 anos e acima de trinta, sendo as que mais freqüentaram outras academias.

Dos sujeitos que já freqüentaram outras academias, 200 (92,6%) já interromperam seus programas de exercícios por mais de 20 dias, sendo essas interrupções mais comuns nos praticantes que estão em academias de pequeno e grande porte (p<0,05). Não houve associação significativa entre interrupções, sexo e faixa etária. Dos praticantes que já interromperam alguma vez, 75 (37,5%) já o fizeram de uma a três vezes e 57 (28,5%) pelo menos uma vez. Não há uma associação significativa na comparação da variável em relação ao porte das academias, ao sexo e a faixa etária dos praticantes.

Tabela 7

Participação em Programas de Outras Academias

Homens Mulheres Total Variável

n % n % n % Outras Academias

Sim 115 65,0 101 64,7 216 64,8

Não 62 35,0 55 35,3 117 35,2 Interrompeu por mais de 20 dias

Sim 106 59,9 94 60,3 200 60,1 Não 71 40,1 62 39,7 133 39,9 Número de interrupções Uma vez 35 33,0 22 23,4 57 28,5 De 1 a 3 vezes 40 37,7 35 37,2 75 37,5 De 3 a 5 vezes 12 11,4 15 16,0 27 13,5 Mais de 5 vezes 19 17,9 22 23,4 41 20,5

Os motivos alegados para a desistência citada foram, por ordem de citações, a falta de tempo, condições financeiras, não atingir os objetivos e a distância até a academia. A falta de tempo foi considerada como uma justificativa que engloba não somente a falta em si do tempo, mas as situações que envolvem o deslocamento, e outras atividades que possam surgir e interferir na prática do exercício, motivo este também encontrado por Saba (1999) e Lopes (2000) como maior fator de desistência do programa. O aspecto financeiro, foi alegado como o segundo motivo mais utilizado, neste caso ou o aumento excessivo das mensalidades, ou problemas pessoais que envolvam as finanças.

Além dos benefícios que o exercício pode proporcionar, os praticantes foram ainda questionados sobre o porque da prática de exercício físico, e os motivos mais citados foram: (a) porque sempre gostaram de exercício físico; (b) para manter o corpo em forma; (c) para preservar a saúde; e (d) porque sempre

gostaram de esportes. No estudo de Saba (1999) a preservação da saúde, a melhoria da estética e o gosto pelos esportes foram os resultados obtidos.

Quando indagados sobre como encontravam motivação para continuar nos programas de exercício físico regular, citaram em primeiro lugar o prazer de praticar exercícios, seguido dos objetivos alcançados. A busca pelo corpo ideal, a melhora da saúde observada e a auto motivação foram os outros motivos relacionados.

Sobre os motivos que levaram os praticantes a escolher as respectivas academias, o fator “localização” apareceu como o mais citado, seguido das características da estrutura física e qualidade do corpo técnico. Outros fatores mencionados foram a indicação médica e a influência de outros. Não houve associação significativa desta variável com sexo, idade ou tamanho da academia.

Outro questionamento feito aos praticantes estava relacionado com a possibilidade deles terem uma prática alternativa de exercício físico fora da academia. O resultado obtido foi que 168 (50,4%) respondeu que sim, sendo que, destes, 97 são homens (54,8%), e 71 são mulheres (45,8%). Para os homens os lugares mais citados foram o clube (esportes coletivos), a rua (corrida, caminhada, ciclismo) e a universidade (prática desportiva). Para as mulheres a rua (corrida, caminhada) foi a mais citada seguida do clube (esportes em geral e piscina) e em casa (exercícios individuais). Para estas variáveis não houve associações significativas com o padrão de academia, sexo e faixa etária. Em Saba (1999) encontra-se a referência da utilização da rua, do parque e nas residências como local alternativo.

Características dos Desistentes

Os sujeitos que compuseram esta amostra de desistentes foram recrutados através de contatos fornecidos pelas academias visitadas e que se

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