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Apresentação global e reflexão das atividades desenvolvidas em conjunto

Capítulo II Desenvolvimento da Prática de Ensino Supervisionada em Educação Pré-

2. Organização da Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar

2.2. Apresentação global e reflexão das atividades desenvolvidas em conjunto

Como já foi referido anteriormente, em quatro semanas as atividades desenvolvidas foram realizadas com par pedagógico, que se encontrava numa outra sala, a sala 1. Para cada semana de atividades em conjunto foi elaborado o plano, onde constava: o tema a desenvolver, as áreas de conteúdo e os objetivos a alcançar com as crianças ao longo dessas semanas e ainda os materiais necessários à sua execução.

No dia 31 de outubro foram realizadas, em conjunto com o par pedagógico, as atividades para comemorar o “Dia do Halloween”. Para tal, juntou-se o grupo da sala 1 e 2 e foi apresentada às crianças uma canção, Se o gato soubesse. Tinham de ouvir com atenção e observar os movimentos feitos por nós. Seguidamente, as crianças tinham de repetir esses movimentos e acompanhar a letra da canção. Por fim, já nas suas salas, cada grupo pintou um prato de plástico de cor laranja e no fim teriam de escolher entre o gato e o fantasma (elementos da música Se o gato soubesse) para colarem. (figura Figura 7- Apresentação da música 8)

e coreografia: Se o gato soubesse

A segunda atividade desenvolvida em conjunto decorreu na sexta semana, mais precisamente no dia 8 de outubro, em que trabalhámos o “Dia de S. Martinho”, começando por contar a lenda de S. Martinho. De seguida, apresentámos a música O ouriço ploc ploc e as crianças tiveram de imitar os movimentos feitos por nós e cantar, o que foi

bastante fácil, visto que a maior parte das Figura 9- Pintura e dobragens do ouriço

crianças já conhecia a canção. Mendes (2018), afirma que a música implica um “conjunto diversificado de estímulos e informações que promovem o desenvolvimento global da criança,

completando os domínios sensorial, emocional, cognitivo e motor”. Já na sala e com o grupo dividido, as crianças fizeram uma pintura utilizando um garfo para pintar uma castanha e as crianças mais velhas, com 5 e 6 anos, pintaram um ouriço. No final fizeram dobragens para concluir o trabalho, como se pode ver nas figuras 9 e 10.

A sétima semana decorreu nos dias 12, 13 e 14 de novembro e comemorou-se o “Dia Mundial do Pijama”, visto que a instituição participa há vários anos neste projeto. Assim, foi explorada a história Viviane, a Rainha do Pijama, e foram trabalhados vários padrões

Figura 10- Pintura de uma castanha com garfo

(expressão artística), vários animais (conhecimento do mundo) e os números (matemática). Ainda em conjunto, as crianças foram questionadas quanto ao seu pijama, qual a cor, qual o desenho ou qual o padrão que tinham.

Na vida da criança, a comunicação, a linguagem e o conhecimento são três pilares importantes para o seu desenvolvimento. De acordo com Vygotsky, citado por Silva e Davis (2004), o desenvolvimento da linguagem ocorre em três estádios: a linguagem externa, a linguagem egocêntrica e a linguagem interna. Relativamente a estes três estádios, a linguagem externa é a comunicação entre as crianças e as pessoas que as rodeiam, sendo um dos estádios que mais vai ao encontro deste grupo de crianças, visto que a interação que elas estabelecem com as pessoas que as rodeiam é adequada e fluente.

Atividades que promovam esta interação são pertinentes porque é importante desenvolver nas crianças “atitudes de responsabilidade, tolerância, respeito e preservação, formando cidadãos e cidadãs capazes de participarem ativamente na sociedade onde estão inseridos/as, aptos/as a olharem o mundo de forma crítica e expressando as suas ideias” (Cabral, 2015, citado por Marques (2015)).

criança desenhasse ou pintasse o seu. As crianças não tiveram dificuldade em descrever o seu pijama, mas tiveram dificuldades em desenhar o padrão de cada pijama, como por exemplo animais.

A “Missão Pijama 2018” lançou o conto infantil A Pedra Falante, que aborda principalmente os seguintes temas: a família, a amizade e a entreajuda. A exploração do livro foi feita neste sentido.

Após esta exploração foi apresentada uma das figuras femininas do conto A Pedra Falante, sendo que o objetivo era que as crianças, com papel de lustre, decorassem a boneca, de forma a perceber o seu desenvolvimento a nível de motricidade. A motricidade fina é uma das competências que deve ser desenvolvida nas crianças no Jardim de Infância. Esta competência é trabalhada de forma natural nas rotinas diárias, como por exemplo apertar os botões do bibe. Morgado (2017) citando Caetano, Silveira e Gobbi (2005) afirmam que:

a idade pré-escolar é uma fase de aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras, formas de movimento e primeiras combinações de movimento, que possibilitam a criança dominar seu corpo em diferentes posturas (estáticas e 18 dinâmicas) e locomover-se pelo meio ambiente de variadas formas (andar, correr, saltar, etc.). A base para habilidades motoras globais e finas é estabelecida neste período, sendo que as crianças aumentam consideravelmente seu repertório motor e adquirem os modelos de coordenação do movimento essenciais para posteriores performances habilidosas (pag.6).

Figura 11- Construção de uma personagem do livro A Pedra Falante

Figura 12- Personagem do livro A Pedra Falante construída pelos alunos

A área da Expressão e Comunicação está dividida em quatro domínios, sendo um deles o domínio da educação artística, um dos domínios importantes para que possa ser trabalhada a motricidade fina. Segundo as Orientações Curriculares (2016):

“O papel da educação artística no desenvolvimento da criatividade, (…) implica uma íntima ligação com as áreas de Formação Pessoal e Social e do Conhecimento Mundo, contribuindo,

experimentação em sala. As atividades de recortar, colar, pintar e desenhar ajudam a desenvolver esta motricidade.

Dado que o livro A Pedra Falante aborda a temática da família, como já referido anteriormente, foi explorado com o grupo uma árvore genealógica. Depois foi explicado às crianças que todas as famílias costumam ter uma casa e que na história A Pedra Falante isso também acontecia. Então, foi mostrado às crianças uma construção de uma casa em cartão que era necessário pintar. Enquanto uns realizavam esta atividade outros faziam um desenho de uma ilustração do livro.

É importante referir que ao longo da semana as crianças ouviram a música do pijama, da qual a maior parte já sabe a letra e a coreografia.

Figura 13- Desenho orientado Figura 14- Pintura da casa

Na última semana de atividades desenvolvidas em conjunto, correspondente aos dias 19 e 20 de novembro, deu-se continuidade ao “Dia Mundial do Pijama”. Utilizámos novamente o livro A Pedra Falante, mais precisamente o capítulo VIII, onde se encontrava descrita uma atividade que era a pintura livre de uma pedra. Neste sentido, a expressão plástica deve ser vista como uma atividade livre, Sousa (2003) refere que o principal objetivo da expressão plástica é “a expressão das emoções e sentimentos (…)” (p.160).

Importa ainda referir que este projeto da Missão Pijama apresenta todos os anos uma música, que nós cantámos e dançámos com os grupos.

No dia 20 de novembro foi o tão esperado “Dia Mundial do Pijama”, e para tal decidimos realizar atividades mais dinâmicas, isto é, jogo com botões, caça à pedra e construção de uma teia da amizade/apanhador de sonhos, o principal tema retratado no livro A Pedra Falante.

Piaget (1990) afirma que o jogo é fundamental para o desenvolvimento da criança ao “afirmar que a atividade lúdica é o berço das atividades intelectuais da criança, sendo por isso indispensável à prática pedagógica (p.40).” As atividades lúdicas deverão estar de acordo com o desenvolvimento da inteligência, relacionando-se com os estágios do desenvolvimento cognitivo. Piaget faz uma classificação de jogos abrangendo três classes, em que o jogo surge desde o nascimento. Vygotsky (1989) estabeleceu uma relação entre o jogo e a aprendizagem, visto que o jogo contribui para desenvolvimento intelectual, social e moral da criança. Para este autor os jogos surgem apenas aos três anos de idade, pois para ele a criança antes não consegue interiorizar símbolos para representar o real através do imaginário.

2.3. Apresentação global e reflexão das atividades desenvolvidas